Livro de Assange revela forte relação entre Google e governo dos EUA

Agência Efe

Assange durante coletiva de imprensa concedida na embaixada do Equador em agosto

Jornal GGN – A Google foi fundada, em 1996, com o dinheiro das bolsas do departamento de Defesa dos Estados Unidos. Mas, segundo o fundado do Wikileaks, Julian Assange, a relação entre a gigante da tecnologia e o governo norte-americano se manteve desde então com pouco ou maior intensidade. Atualmente existem executivos que trabalham na empresa que já trabalharam anteriormente na equipe da ex-secretária de Estado (2009-2013) Hillary Clinton. Além disso, Assange, afirma que a companhia utiliza seus produtos como isca para atrair usuários. “Ele [Google] analisa o uso que os usuários fazem e gera perfis com os quais a NSA (Agência de Inteligência dos EUA) prevê comportamento”. Portanto os dados coletados não são apenas explorados pelo segmento publicitário mas também vendidos para o governos dos Estados Unidos. Julian Assange está lançando um novo livro chamado “Quando Google encontrou o Wikileaks”, que chegará ao Brasil em fevereiro de 2015.

Opera Mundi

Assange: Google é mais poderoso do que Vaticano e religião jamais o foram

Redação | São Paulo – 06/12/2014 – 19h11

“Vigilância em massa funciona como religião. Há uma entidade que tudo vê, é invisível e influi em sua vida, à qual você não pode enganar”, afirmou 

O gigante das buscas Google tem mais poder do que a Igreja jamais teve e exercerá um papel “muito importante” nas eleições de 2016 nos Estados Unidos.  As declarações foram proferidas pelo fundador do Wikileaks, Julian Assange, em coletiva de imprensa concedida nesta semana para divulgar seu novo livro “Quando Google encontrou o Wikileaks”.

O também jornalista e ciberativista disse ainda que a empresa trabalha para o governo dos Estados Unidos, como uma agência de inteligência, concretamente para o Departamento de Estado, que dirige a política externa do país.

Assange estudou a trajetória e atividades dos executivos mais importantes do Google: Eric Schmidt, presidente da empresa, e Jared Cohen, diretor do Google Ideias. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira durante a videoconferência concedida da embaixada do Equador em Londres, onde recebe asilo político há mais de dois anos. O livro estará disponível no Brasil em fevereiro de 2015.

Schmidt e Cohen tiveram uma longa conversa com Assange em junho de 2011, em sua casa de campo, na Inglaterra, onde cumpria prisão domiciliar. Os executivos foram acompanhados por Lisa Shields e Scott Malcomson, que depois revelaram ser assessores da diplomacia de Washington. “A delegação que me visitou era ¼ do Google e ¾ de representantes do Departamento de política exterior dos Estados Unidos”, disse.

 

Para expressar o poderio que a empresa possui atualmente, Assange a comparou com o Vaticano e a Igreja Católica. “A vigilância em massa funciona como uma religião: dizemos que há uma entidade que tudo vê e é invisível e influi em sua vida, à qual não pode enganar; o mesmo que tem sido dito pelos curas durante milhares de anos sobre um Deus onipresente e onipotente”, afirmou.

Mas, o domínio do Vaticano “se expressava através de franquias locais e não era fácil que o centro controlasse a periferia, tudo tinha que ser filtrado através de muitos indivíduos e interesses distintos. Não é assim com o Google, onde tudo passa pelo mesmo centro de controle. É como se só existisse um Vaticano com um confessionário direto”, afirmou.

De acordo com o escritor, o “Google é uma isca para atrair os usuários. Ele analisa o uso que os usuários fazem e gera perfis com os quais a NSA (agência de inteligência dos EUA) prevê comportamentos”. A coleta de dados não é feita somente para segmentar a publicidade, como também é vendida ao governo dos Estados Unidos, garantiu.

A serviço da inteligência dos EUA

“O Google será um fator muito importante nas eleições de 2016”. De acordo com Assange, “há uma relação muito estreita e contínua com Washington tanto em nível tecnológico, como ideológico”. E mencionou que muita gente que trabalha na empresa hoje trabalhou anteriormente na equipe da ex-secretária de Estado (2009-2013) e possível candidata pelo partido Democrata à presidência em 2016, Hillary Clinton.

Questionada a respeito das declarações de Assange pela reportagem de Opera Mundi, a assessoria do Google Brasil disse que “não tem nada a comentar” sobre o caso.

De acordo com Assange, o “Google permite que a NSA e o FBI leiam e-mails. Inclusive em uma maçante delegacia de polícia ou em um juizado, é possível ter acesso a esses e-mails sem ordem judicial”, afirmou.

Ele diz ainda que Schmidt não somente é um “gênio da engenharia”, como também é “presidente e fundador da New American Foundation, um think tank (centro de estudos) centrista, agressivo e liberal de Washington”. Cohen, por sua vez, viajou o mundo promovendo os interesses políticos e militares dos EUA.

Assange diz ainda que a conexão entre o Google e o governo dos Estados Unidos remonta ao “próprio nascimento do Google [em 1996], já que ele foi fundado com o dinheiro das bolsas do departamento de Defesa e desde então há uma relação mais ou menos contínua com o Departamento de Estado”.

Leia um dos capítulos do livro, divulgado pelo site espanhol ‘Público’:

 

Cuando Google-WikiLeaks Pp 215-232

Redação

13 Comentários

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  1. O que me espanta é que

    O que me espanta é que precisa do Julian Assange para explicar o nascimento da GOOGLE.

    A Google disponibiliza um site de busca rápido para qualquer pessoa do mundo de forma rápida e “sem custos” procurar informações sobre qualquer coisa e sem os filtros que haviam no buscadores anteriores em que além de sugerir a palavra inicial podias refinar a busca de acordo com teu interesse.

    A Google disponibiliza um Google Earth que todos os imbecis põe uma setinha indicando a onde moram e trabalham e que no caso do sujeito modificar de opínião serve para mandar um míssel na cabeça da criatura.

    A Google disponibiliza um sistema de fotografias de avenidas, ruas e ruelas que permitem a que tropas norte-americanas saibam exatamente o típo de casa que vão encontrar caso haja necessidade.

    Agora tudo isto se sustenta com a venda de não sei o que, não sei para quem acho uma imensa balela, é só ler a história da Google que se vê claramente que de uma hora para outra “brilhantes” alunos da academia norte-americana receberam enoeme recursos para comprar os seu supercomputadores.

    Só quem acredita em Papai Noel e Coelhinha da Páscoa acha que a trajetória da Google não recebeu dinheiro do NSA.

  2. A coisa é comico infantil. A

    A coisa é comico infantil. A internet é uma criação do Departamento de Defesa, a estrutura é deles, qual a novidade de terem acesso ao que passa peloa rede deles? Já fazem um beneficio à humanidade de deixar usar de graça a rede, agora char que vão invadir cada ruela do planeta é demais, nem o Batman.

    1. É Motta tu tens razão, eles

      É Motta tu tens razão, eles tiraram fotos da maioria das ruas das grandes e médias cidades brasileiras para ficarem de lembrança das fotinhos dos velhos barrigudos tomando cerveja na porta de casa!

  3. Razões para matar Julian Assange

    Assange, longe do tarado que fez sexo sem camisinha r que a justiça da Suécia quer extradição para depois entregá – lo aos americanos, está mostrando claramente como os americanos agem.  Dissumulação é a arma deles.

  4. Pois é, EUA podem tudo e a

    Pois é, EUA podem tudo e a mídia daqui nada diz sobre esse poder paralelo do estado. Gritam contra o bolivarianismo na Venezuela, que, se comparado ao que faz o estado norte-americano é brincadeira de criança. Os aparatos do estado norte-americano invadem casas, e-mails, gravam conversas até dos presidentes de outros países, enfim, fazem o que bem entendem. O governo brasileiro tentou ampliar a participação popular em conselhos consultivos e o mundo praticamente veio abaixo através da mídia golpista e dos tucanos e afins. Imaginem se o governo brasileiro tivesse algum tipo de associação com algo parecido com esse esquema do Google? Iam dizer que o comunismo já está implantado aqui. Então, tucanos e afins e sua mídia e seus Lobões, não vão denunciar mais esta agressão do império contra as liberdades individuais e democráticas? Já que se calam em relação a Guantánamo e apoiam todas as agressões dos EUA e dos países ricos da Europa pelo mundo afora, é certo que vão se curvar e aplaudir mais esta revelação.

    1. Euler, eu já perguntei

      Euler, eu já perguntei exatamente isto a diversos coxinhas, sabe qual é a resposta?

      – Eu não faço nada contra os USA, logo não tenho nada a temer. 

      Se estes coxinhas forem até os USA e na Alfândega eles fizerem exame retal para verificar se não tem drogas, eles vão até aplaudir, dizendo.

      – Veja que país sério, fizeram o exame e não contaram nenhuma piadinha!

      Coxinha é coxinha!

  5. Estou lendo o livro

    Estou lendo o livro “Cypherpunks” escrito por Assange, muito interessante. Levanta o que na prática já desconfiamos: os E.E.U.U. querem criar a “ditadura perfeita” através da vigilância global pela internet.

    Não é que todo cidadão divergente dos planos imperialistas ianques será perseguido, preso e torturado num futuro não muito distante. Isso só será necessário com uma meia dúzia de pessoas que realmente poderão ameaçar seus planos.

    Mas que eles estão nos espiando, estão…

    Em tempo: Assange diz muita coisa que não pode provar, e agindo assim ele se porta como um fanfarrão de primeira. Isso desgasta a credibilidade de suas declarações. Não é que seja mentira o que ele diz. Pelo contrário, todos nós, meros mortais, desconfiamos disso tudo frequentemente e acreditamos ser verdade, só não podemos provar. Mas ele deveria ser mais reservado para não acabar como um mero profeta de esquina apesar de todo o seu mérito.

    Em tempo 2: o Google já manipula cabeças ao melhor estilo Rede Globo, ou pelo menos pra mim isso já é notório, pois ao abrir o Youtube me deparo frequentemente com sugestões de vídeos atacando aquele partido que todos sabem quem é, que sempre leva a culpa de tudo hehe… É a máquina imperialista em cada vez mais fronts. Nada que algumas pequenas customizações de bloqueadores de propagandas não resolvam…

  6. Internet

    Senhores,

    chegaremos em um determinado momento em que acessar a internet se tornará algo extremamente temerário. Qualquer informação, dado, mensagem, acesso se tornará uma arma contra o cidadão. Isto está bem próximo de acontecer. Algumas pessoas podem achar isto uma paranóia sem tamanho, mas é o que vejo e crescendo dia a dia.

     

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