Um pouco ampliada a notícia que postei aqui ontem.
Pela primeira vez desde que o movimento foi iniciado há um mês, a minoria árabe que sofre fortes discriminações associou-se a ele, nas manifestações em Nazareth, ao norte de Israel e na localidade de Baka Al Garbyeh, ao norte de Tel Aviv.
É interessante ressaltar esta parte da notícia. Atualmente, ao que parece, a possibilidade de perceber lutas comuns é sempre ignorada. Vale sempre a velha tática de guerra “Divide et regna”.
As situações de conflito e antagonismo parecem ser a escolha e possibilidade de sobrevivência das lideranças dos grupos envolvidos. Sempre para garantir a permanência de benesses para estas “pequenas” lideranças (dos dois lados do conflito). Sem a guerra, elas apareceriam na sua real pequenez.
O genial escritor Amós Oz chama atenção parta isto há décadas. Mas as vozes humanistas parecem estar fora de moda. Verdadeiras primaveras parecem não interessar mais a ninguém.
31/07/2011 – 10h09
Netanyahu enfrenta mobilização inédita por justiça social
JERUSALÉM, 31 Jul 2011 (AFP) -O governo de Benjamin Netanyahu enfrenta uma mobilização sem precedentes contra a fome e a justiça social, após as grandes manifestações de sábado, comentou a imprensa de Israel meste domingo.
“A voz do povo se expressou”, é a manchete do jornal Maariv, que, como outros jornais, calcula a participação nas manifestações de mais de 150.000 pessoas em todo o país.
“A má notícia para Netanyahu é que o protesto foi muito forte. A boa notícia é que sua base eleitoral, sobretudo os mais religiosos, não participou”, escreve o jornal em seu editorial.
“As questões sociais nunca fizeram tantas pessoas saírem às ruas”, afirma, por sua vez, o Yediot Aharanot.
“Um compromisso dessa natureza contrasta com a indiferença e o cinismo da população até agora”, acrescenta. “A mobilização vai continuar a ser uma espinha de peixe na garganta do governo”, diz o periódico.
“Ontem à noite, Benjamin Netanyahu perdeu o poder (…) de modo lamentável. Prometa o que prometer, está liquidado”, setencia o Haaretz.
Os protestos contra o alto custo de vida e pedindo justiça social tomaram conta na véspera de dez localidades israelenses.
Em Tel Aviv, epicentro dos protestos, mais de 30.000 manifestantes marcharam pelo centro da cidade, levantando bandeiras vermelhas e israelenses.
Em Jerusalém, milhares de manifestantes – 5.000, segundo os organizadores – realizaram uma passeata até a residência do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com cartazes nos quais se lia: “toda uma geração quer um futuro”.
O movimento de protesto, que começou há um mês e a princípio esteve dirigido contra a inflação dos aluguéis, ampliou-se contra o agravamento das desigualdades sociais e a degradação dos serviços públicos, particularmente na saúde e na educação.
Os manifestantes exigem um retorno ao “Estado de bem-estar social”, como era nos primeiros anos do Estado judaico.
Um dos slogans mais correntes era “o povo quer justiça social e não caridade”.
Os manifestantes acusam o poder de estar a serviço dos magnatas das finanças e protestam contra a força dos monopólios e dos cartéis de Israel.
Pela primeira vez desde que o movimento foi iniciado há um mês, a minoria árabe que sofre fortes discriminações associou-se a ele, nas manifestações em Nazareth, ao norte de Israel e na localidade de Baka Al Garbyeh, ao norte de Tel Aviv.
O protesto ocorre principalmente entre as classes médias, afetadas com o aumento constante do custo de vida, resultado de uma economia de mercado controlada por algumas famílias.
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