Por trás da crise venezuelana

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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O desabastecimento de bens básicos e a aceleração da taxa de inflação na Venezuela vêm sendo noticiado diariamente pelos veículos da grande mídia internacional e nacional, como sendo, junto ao aumento da criminalidade, a causa dos protestos recentes naquele país.

Abaixo lhes ofereço uma tentativa, não exaustiva, mas simplificada, de caracterização destes problemas e qual seriam seus determinantes políticos, com o objetivo de apresentar um cenário um pouco mais matizado do que o retratado pela grande mídia e pelo governo venezuelano.

É de conhecimento do senso comum que países que detém grandes reservas de petróleo e gás, em geral, apresentem dificuldades em diversificar sua economia nacional, em função da assim chamada “doença holandesa”. O caso venezuelano não foge a regra e, segundo as estimativas apresentadas pelos meios de comunicação internacionais, 80% dos bens consumidos na Venezuela são importados.

Estas dificuldades estruturais vêm sendo agravadas por algumas formas inadequadas de regular a economia venezuelana por parte dos governos chavistas desde 2003. Na minha opinião dois aspectos da regulação estatal devem ser observados com maio atenção, a saber: o sistema de subsídios à bens de primeira necessidade (alimentos, medicamentos, etc.) e as restrições ao mercado de dólares.

Vamos começar pelas restrições ao mercado de divisas estrangeiras, pois, desta regulação deriva parte do problema com subsídios. Desde o fracasso do golpe de Estado de 2002, quando Hugo Chávez foi reconduzido ao poder, os agentes do mercado financeiro e grandes empresários opositores ao regime chavista vêm implementando a prática de fuga de capitais do país, para evitar tal problema, Chavez instaurou uma regulação severa a compra e venda de dólares por agentes privados, exigindo uma série de documentos e dificultando o acesso as reservas internacionais, agora administradas pela Comissão de Administração de Divisas (CADIVI). Este órgão, fortemente politizado, entrega as remessas de dólares demandados pelo setor privado, com bastante morosidade, o que fez surgir um mercado de dólares paralelo ao oficial.

A situação só agravou com as novas regulações estatais que visavam punir os agentes que atuavam neste mercado paralelo e proibir a divulgação das cotações do dólar paralelo em sites e blogs de finanças. A especulação aumentou, o poder dos especuladores aumentou, e, cada vez mais e mais, os preços das mercadorias ficavam mais suscetíveis a expectativa de desvalorização do Bolívar (moeda local).

Em geral, numa economia que não está em crise, a taxa de juros é o referencial adotado pelos empresários como o custo de oportunidade de seu capital, ou seja, para que um empresário não invista seu dinheiro em aplicações financeiras, os demais setores privados devem oferecer uma taxa de remuneração superior a taxa básica de juros da economia, no caso venezuelano, a função da taxa de juros parece ter sido substituída pela expectativa de desvalorização do Bolívar em relação ao dólar paralelo (negociado legal ou ilegalmente), por isso, numa economia cujos os preços dependem da variação do dólar (80% de importações de bens), a ação de especuladores que apostam na desvalorização do Bolívar acaba influenciando as expectativas de inflação da economia, fazendo com que os empresários remarquem seus preços considerando a desvalorização cambial e preservando suas rendas.

Já os subsídios estatais aos alimentos e medicamentos, por exemplo, colocam outras dificuldades, pois, a estrutura do mercado de produção e distribuição de alimentos e gêneros de primeira necessidade é super concentrada em duas redes de supermercados controladas por opositores ao regime chavista, a saber, a rede Centrais Madeirenses e a Empresa Polar, estes e diversos outros grupos, compram os bens básicos subsidiados pelo governo, – tal subsídio visava baratear os custos da cesta básica à população mais pobre do país -, e os vendem por meio de contrabando, na Colômbia ao custo das mercadorias no mercado internacional. Este contrabando é, junto com o armazenamento para especular com o preço, a causa do desabastecimento dos supermercados na Venezuela, além disso, tal contrabando se tornou uma das principais fontes de dólares para o mercado de dólares paralelo, bem como se tornou um grande problema a indústria alimentícia da Colômbia, que não tem capacidade de competir com os produtos contrabandeados da Venezuela.

Para enfrentar o desabastecimento promovido pelas redes de supermercados e produção de alimentos nucleadas na ANSA (Associación Nacional de Supermercados y Autoservicios) e CAVIDEA (Cámara Venozelana de la Industria de Alimentos), o governo chavista buscou criar uma rede de supermercados socialistas, a rede MERCAL, que, entretanto, não é capaz de suprir a demanda local e nem evitar as filas, além disso, a corrupção de parte das Forças Armadas Bolivarianas, facilita a continuidade do contrabando para a Colômbia.

Não é possível expor aqui todos os procedimentos necessários para solucionar os problemas venezuelanos. Por outro lado, a desvalorização cambial, o levantamento das proibições legais a compra de dólar, políticas de formalização do mercado de trabalho com o aumento dos salários mínimos, além de ações conjuntas na fronteira junto à Colômbia para combater o contrabando podem ser opções válidas.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

19 Comentários

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  1. A questão estrutural da

    A questão estrutural da doença holandesa ficou cem vezes pior com o chavismo que desestruturou o pouco de eficiencia que a economia venezuelana tinha com as empresas privadas. As estatizações trocaram gerencia eficiente por palanques chavistas de semi-analfabetos dirigindo empresas outrora competitivas, a regra é de cinco empregados onde havia um. Conheço por dentro uma das empresas, a Electricidad de Caracas, que tinha os mais altos indices de eficiencia das Americas, hoje é uma pessima empresa distribuidora de energia. Outras empresas eficientes eram a CEMEX, cimenteira mexicana e a SIDOR, do grupo Techint, o mesmo que controla a Usiminas e a Cosipa, foram estatizadas e viraram empresas caoticas, não pagam fornecedores, ninguem liga para manutenção e inovação,

    cabides de empregos. No total foram 2.300 empresas estatizadas, com a desmantelamento do pouco que funcionava.

    A PDVSA sofreu quatro expurgos de Diretoria e gerencia, o resultado que a Venezuela que foi sempre auto suficiente em combustiveis para consumo interno,  as multinacionais estatizadas em 1982 (por Carlos Andrés Perez) deixaram tres otimas e grandes refinarias, hoje importa gasolina dos Estados Unidos, os engenheiros de petroleo da PFVSA, os melhores da America Latina foram embora faz tempo, a maioria está no Canadá, hoje a PDVSA está uma sucata.

    1. Venezuela

      Caramba André

      Depois de tanto tempo não dá para fazer crítica na base do saudosismo. Não você.Concordo que a via “bolivariana” é um tanto atabalhoada mas falar na eficiencia das empresas que abandonaram a mamata de funcionar bem para uma pequena platéia e o resto que se ferre é que não dá para levar muito a sério sua ponderação. Naquela situação, servido a uma pequena parte da população não serve de comparação e sabemos que a desindustrialização em todo este período teve a avassaladora  influencia da estratégia Chinesa que bagunçou a política industrial de qualquer país com menos de meio bilhão de pessoas com  mão de obra barata para jogar. Venezuela tem que mudar mas a partir das conquistas sociais.

      1. Meu caro, uma companhia de

        Meu caro, uma companhia de energia eletrica para atender tanto mansões como favelas precisa ser eficiente. Se for ineficiente não ajuda os favelados. Não é com idiotas dirigindo empresas que vamos ajudar os pobres. O antigo presidente da Electricidad de Caracas antes de Chavez era tom bom que foi importado pela AES americana e hoje é o CEO mundial da empresa que tem companhias eletricas nos cinco continentes.

    2. E os teóricos da conspiraçaõ

      E os teóricos da conspiraçaõ insistem em dizer que a culpa é duzamericanu… Tudo resulta da briga insana com o capital e coma lógica empresarial, além depura incompetência de gestão. Estatizaram e acharam que  qualquer empresa pode ser tocada de ouvido. Taí o resultado…

  2. “vêm sendo noticiado” “detém,
    “vêm sendo noticiado” “detém, ” “foge a regra” “à bens, ” “com maio atenção” “suscetíveis a expectativa” Não é só a Venezuela que está na crise, aparentemente… E depois de estatizar não sei quantas empresas e emissoras em defesa do culto do Jesus Chávez, o que o governo esperava? Que os empresários venezuelanos investissem no mercado interno? E agora o Imaduro EXIGE diálogo com os manifestantes da oposição? 

  3. Salvo engano a rede Mercal

    Salvo engano a rede Mercal foi criada após Chavez ” nacionalizar” quase 70 % das redes privadas que atuavam no país.

    Só não foram nacionalizados os supermercados onde seus proprietários se declararam publicamente bolivarianos.

    Tenho um amigo qu estava em Caracas quando Chavez em rede nacional afirmou que a falta de produtos básicos era culpa do ” diabo norte americano” e incentivou a população aos saques.

    Após isso,  eles aproveitaram as mesmas estruturas para montar os mercados estatais.

    Porém, nada mudou, a culpa pela desindustrialização do País é a fuga de capital estrangeiro, não dos próprios venezuelanos, e sim do interesse de outros paises em fazer qualquer tipo de investimento em um Governo onde não há qualquer estabilidade legal.

    Não há como fazer negócios em um País onde a Constituição é uma colcha de retalhos que atende aos interesses de quem esta no Poder.

  4. Soci-oil-ismo

    A Amotinação Global e a Extinção dos Combustíveis Fósseis Baratos

    The Guardian | Nafeez Ahmed | 28/02/2014

    Da América do Sul ao Sul da Ásia, uma nova era de instabilidade está em pleno andamento, como transição da civilização industrial para a civilização da era pós-carbono

    Um manifestante pró-europeu oscila uma corrente de metal durante os distúrbios em Kiev

    Um manifestante na Ucrânia empunha uma corrente de metal durante os confrontos – um gostinho do que está por vir? Foto: Gleb Garanich / Reuters

    Se alguém esperava que a Primavera Árabe e os protestos do Occupy alguns anos atrás eram episódios pontuais que logo daríam lugar a uma maior estabilidade, eles têm outra coisa vindo. 

    A esperança era de que a recuperação econômica em curso iria retornar aos níveis pré-colisão de crescimento, aliviando as queixas que alimentam as chamas do conflito civil, provocado por anos de recessão. Mas isso não aconteceu e não vai acontecer .

    Em vez disso, os crashs da era pós-2008, incluindo 2013 e início de 2014, registraram uma persistência e proliferação de distúrbios civis em uma escala que nunca foi vista antes na história da humanidade. 

    A VenezuelaBósniaUcrâniaIslândia e a Tailândia deram, neste mês, o pontapé inicial nos tumultos.

    Isso não é uma coincidência, porque os motins estão naturalmente enraizados em forças recessivas econômicas comuns atuando em todos os continentes do planeta. Mas essas próprias forças são sintomáticas de um processo mais profundo e prolongado de falha do sistema global, à medida que a transição do velho modelo da era industrial de uso de combustíveis fósseis sujos, para outro modelo.

    Antes da Primavera Árabe eclodir na Tunísia, em dezembro de 2010, os analistas do Instituto de Sistemas Complexos da Nova Inglaterra alertaram para o perigo de distúrbios civis , devido à escalada dos preços de alimentos . Se o índice de preço dos alimentos da Food & Agricultural Organisation  – FAO, sobe acima de 210, provoca o alerta que poderia desencadear distúrbios em grandes áreas do mundo.

    Jogos vorazes

    O padrão é claro. A elevação e picos de preços dos alimentos em 2008 coincidiu com a erupção da agitação social na Tunísia, Egito, Iêmen, Somália, Camarões, Moçambique, Sudão, Haiti e Índia, entre outros.

    Em 2011, os picos de preços forma precedidos por agitação social em todo o Oriente Médio e Norte da África – Egito, Síria, Iraque, Omã, Arábia Saudita, Bahrein, Líbia, Uganda, Mauritânia, Argélia – e assim por diante.

    No ano passado, os preços dos alimentos chegaram a seu terceiro ano mais alto já registrado , o que corresponde aos últimos episódios de violência de rua e protestos na Argentina, Brasil, Bangladesh, China, Quirguistão, Turquia e outros países.

    Desde cerca de uma década atrás, o índice de preços de alimentos da FAO mais que dobrou, passando, em 2000, de 91,1 para uma média de 209,8 em 2013. Como o Prof Yaneer Bar-Yam, presidente fundador do Complexo Systems Institute, disse à Vice Magazine na semana passada:

    “Nossa análise diz que o índice 210,  dos preços de alimentos da FAO, que está pairando neste patamar nos últimos 18 meses, é o ponto de ebulição, que, em alguns dos casos, a ligação é mais explícita que em outros (…). “

    Mas a análise das causas da crise alimentar global de Bar-Yam não vai fundo o suficiente – ele se concentra sobre o impacto da terra sendo usada para biocombustíveis e especulação financeira excessiva de produtos alimentares. Mas esses fatores apenas arranham a superfície.

    O preço dos alimentos

    Os casos recentes não ilustram apenas uma ligação explícita entre a agitação civil e um sistema global de alimentos cada vez mais volátil, mas também a raiz do problema da crescente insustentabilidade do nosso vício civilizacional crônica aos combustíveis fósseis.

    Na Ucrânia , os choques de preços dos alimentos anteriores tiveram um impacto negativo sobre as exportações de grãos do país, contribuindo para a intensificação da pobreza urbana em particular. Os acelerados níveis de violência doméstica, causados pela inflação , são subestimados em estatísticas oficiais – os ucranianos gastam, em média, até 75% nas contas de casa, e mais da metade de seus rendimentos em necessidades, tais como alimentos e bebidas não alcoólicas. Da mesma forma, na maior parte do ano passado, a Venezuela sofria de contínuas escassez de alimentos provocadas por má gestão política, concomitante com recordes de alta inflação 17 anos, devido, principalmente, ao aumento dos preços dos alimentos.

    A dependência da importação de alimentos, cada vez mais caros, desempenha um papel crucial, no aprofundamento da crise de energia na economia de ambos os países. A Ucrânia é um importador líquido de energia, tendo obtido um pico na produção de petróleo e gás em 1976. Apesar da excitação sobre o potencial do xisto doméstico, a produção de petróleo da Ucrânia diminuiu em mais de 60% ​​ao longo dos últimos vinte anos, impulsionada por desafios geológicos e escassez de investimentos.

    Atualmente, cerca de 80% do petróleo da Ucrânia, e 80% de seu gás, é importado da Rússia. Mas mais da metade do consumo de energia da Ucrânia é sustentado por gás. Os  preços do gás natural da Rússia quase quadruplicou desde 2004. A rápida escalada dos preços da energia, subindo na base da inflação, está impulsionando as taxas de pobreza excruciantes para ucranianos, exacerbando as divisões sociais, étnicas, políticas e de classe.

    A recente decisão do governo ucraniano a reduzir drasticamente as importações de gás russo provavelmente vai piorar a sityuação, pela falta de fontes de energia mais baratas alternativas. A espectativa que as fontes de energia domésticas podem ser a salvação, além do fato de que o xisto não pode resolver a perspectiva de substituir combustíveis caros de geração nuclear não quer ajudar. O vazamento do relatório do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) revela que as propostas de empréstimo de 300 milhões de euros para renovar a envelhecida e debilitante infraestrutura de 15 reatores nucleares estatais da Ucrânia vai, gradualmente, dobrar os preços da eletricidade até 2020.

    Socialismo ou soci-oil-lismo?

    Na Venezuela, a história é familiar. Anteriormente, o Oil and Gas Journal relatou que reservas de petróleo do país era de 99,4 bilhões de barris. A partir de 2011, este dado foi revisto para a surpreendente alta apra 211.000 milhões de barris de reservas provadas de petróleo e, mais recentemente, calculada pela Pesquisa Geológica dos EUA, saltou para um colossal volume de 513,000 milhões de barris. O grande impulso veio da descoberta de reservas de petróleo extrapesado na Faixa do Orinoco.

    Os enormes custos associados de produção e refino deste óleo extrapesado, em comparação com o petróleo convencional mais barato, no entanto, significa que as novas descobertas têm contribuído pouco para a escalada desafios energéticos e econômicos da Venezuela. 

    A produção de petróleo da Venezuela atingiu o pico por volta de 1999, e diminuiu em um quarto desde então. A sua produção de gás atingiu o pico por volta de 2001, e diminuiu em cerca de um terço.

    Ao mesmo tempo, o consumo nacional de petróleo aumentou – na verdade quase duplicou desde 1990 – em confronto com o declínio da produção, resultando em exportações líquidas de petróleo despencando quase pela metade desde 1996. Como o petróleo representa 95% das receitas de exportação e cerca de metade das receitas orçamentárias , este declínio reduziu, maciçamente, o escopo para sustentar os programas sociais do governo, incluindo os subsídios críticos.

    Pandemia iminente

    Estas condições locais estão sendo exacerbada pelas realidades estruturais globais. Os altos preços dos globais alimentos, colidem, gravemente, com estas condições locais que  são empurrados sobre a borda. Mas o aumento dos preços de alimentos, por sua vez, são sintomáticos de uma série de problemas que se sobrepõem. A excessiva dependência da agricultura global aos insumos oriundos de combustíveis fósseis, significa que os preços dos alimentos estão invariavelmente ligados a picos de preços do petróleo. Naturalmente, biocombustíveis e alimentos são mercadorias especulatorias que empurram os preços para cima ainda mais longe para benefício dos financistas de elite que trabalham para as pessoas de média e baixa classe suportar o peso.

    É claro que o elefante na sala é a mudança climática . Segundo a mídia japonesa, um projeto que vazou do Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas (IPCC) advertiu que, enquanto a demanda por alimentos vai aumentar em 14%, a produção global de lavouras vai cair em 2% por década, devido aos níveis atuais de aquecimento global, causando 1,45 trilhões de dólares de prejuízo econômico até o fim do século. O cenário, susceptível de ser uma estimativa conservadora , é baseado em um aumento projetado de 2,5 graus Celsius.Considerando-se que a trajetória atual da agricultura industrial já está vendo planaltos rendimento nas principais regiões da cesta de alimentos, a interação das crises ambientais, energéticas e econômicas sugere que a manutenção das tendências atuais não irá funcionar .

    A epidemia de distúrbios globais é sintomática de falha do sistema global – uma forma de civilização que sobreviveu à sua utilidade. Precisamos de um novo paradigma.

    Infelizmente, simplesmente tomando as ruas não é a resposta. O que é necessário é uma visão significativa para a transição civilizacional – backup com o poder do povo e consistência ética.

    É hora de governos, empresas e população acordarem para o fato de que estão rapidamente entrando em uma nova era pós-carbono e, que o mais rápido que se adaptar a ele, terá melhores chances de redefinir com sucesso uma nova forma de civilização – uma nova forma de prosperidade – que será capaz de viver em harmonia com o sistema Terra.

    Mas se continuarmos a fazer como as avestruzes, só teremos a nós mesmos para culpar quando a epidemia tornar-se uma pandemia em nossa porta.

    Nafeez Ahmed

    Dr. Nafeez Ahmed (@ nafeezahmed) é diretor-executivo do Institute for Policy Research & Development e autor do A User’s Guide to the Crisis of Civilisation: And How to Save It , entre outros livros.

  5. quando sera que a esquerda

    quando sera que a esquerda burra vai tomar vergonha na cara e admitir o obvio?

    a Venezuela é governada por um louco varrido , a diferença é que este louco nao é um militar golpista e nao é bom de lábia…

    1. “a Venezuela é governada por

      “a Venezuela é governada por um louco varrido”

      E um grande engano pensar isso.

      Tudo anda como planejado pelo bolivarianiasmo.

      O regime vai “endurecer” a repressão, vai se consolidar como ditadura agora não mais uma falsa democracia.

      Te prepara que novas “emoções” estão por vir,quando anunciar  “campos de reeducação bolivariana”(se já não existem) e o silência de todos na AL, completou mais um estágio.  

      Depois virá a exportação da revolução bolivariana para o resto da AL

       

  6. ““doença holandesa”” poderia

    ““doença holandesa”” poderia ser uma justificativa se a Venezuela de uma hora para outra descobrisse petróleo.

    Os defensores do regime bolivariano lembram muito defensores de outros regimes decadentes do leste europeu, os mesmos argumentos, as mesmas desculpas para encobrir a realidade.

    E evidente que a ascensão do bolivarianismo se deve em primeiro lugar a incompetência das elites que antes dominavam o país em oferecer ao seu povo condições melhores.

     

    1. Venezuela

      Incompetência não é bem o caso. Na Ametica Latina, nos aqui incluídos, a elite dominante/governante jamais se preocupou com o resto, i.e., o povo governado. Ao petróleo venezuelano pode os comparar  o café e o açúcar brasileiros no,período colonial e mais adiante, o ferro e outros minerais ; o cobre chileno; a base outros bebês naturais nokivianos. Elite podre de rica, povo faminto e desassistida. Essa é a realidade latino-americana desde sempre.

       

  7. A esquerda burra  é

    A esquerda burra  é especialista em distribuir igualdade!

    – igualdade na miseria…rs

     

    Obs: claro que essa tal igualdade é apenas para os de fora do ” politburo! “

    1. O casal leônidas parece
      O casal leônidas parece realmente contente com a crise na Venezuela.

      Mas devo colocar que esse seu argumento de distribuir miséria não é válido. Se a maioria votou em Maduro e Chávez é porque eles melhoraram a condição social de boa parte da população.

      Na ditadura brasileira, além de não ter votos, milhões de pessoas foram expulsas do campo para as metrópoles, o salário mínimo foi achincalhado, a inflação era maior que a da Venezuela hoje.

      Qual é o pior, uma inflação de 50% a.a. (Venezuela), ou 200% (Brasil em 1984)?

      1. Ou da alemanha dos anos 20 né

        Ou da alemanha dos anos 20 né não?

        Puxa vc é mesmo muito sábio

        Como nao pensei em fazer comparações entre epocas , paises, e contextos tao  diferentes antes?

        afff…

        kkkkkkkk

  8. Na qualidade de

    economista amador, operador de calculadora, leitor de pronunciamentos de economistas sabichões e que possuem receitas bombásticas para qualquer problema econômico, eu acho que o melhor que a Venezuela poderia fazer, para por ordem na casa, é substituir a moeda própria pelo dólar.

    Aí, sim todos os aspectos especulativos com o dólar desapareceriam. E os emprendedores, contrários ao bolivarianismo começariam a ganhar dinheiro. 

    E o artigo acima estaria totalmente esvaziado. Resta saber se isto já está maduro. 

  9. Venezuela x Bolívia

    Podia ser feito um paralelo entre os dois. Por que o “bolivarianismo” caminha bem na Bolívia, que se orgulha de rejeitar as recomendações do FMI e BM, e na Venezuela está numa dificuldade enorme?

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