216 palavras para a imprensa definir com precisão Bolsonaro e seu governo, por Luiz Cláudio Cunha

Todo santo dia, a língua solta e a cabeça mole do capitão-presidente renovam a necessidade de escavar novos adjetivos para definir sua inqualificável obra de governo.

216 palavras para a imprensa definir com precisão Bolsonaro e seu governo

por Luiz Cláudio Cunha

O governante mais bizarro entre 206 nações, o pior dos 38 presidentes do Brasil

A língua solta e a cabeça mole do presidente Jair Bolsonaro: um desafio que exige o reforço dos maiores dicionários

Todo dia, a imprensa e os jornalistas fazem um esforço hercúleo para qualificar o governo do capitão Jair Messias Bolsonaro, permanentemente assediado pelas sandices do que diz e pelos absurdos do que faz na cadeira de presidente da República.

Pelo conjunto da obra, até agora, Bolsonaro pode ser considerado o chefe de Estado mais esdrúxulo entre as 206 nações hoje existentes no planeta, segundo as Nações Unidas, que considera 190 Estados soberanos e outros 16 ainda em disputa. No plano brasileiro, desde a proclamação da República em 1889, Bolsonaro é com certeza o mais controverso, polêmico e contestado ocupante da presidência. Por tudo isso, em pouco mais de seis meses de mandato, o capitão pode ser qualificado com justiça como o pior dos 38 presidentes da história republicana.

Com seu inesgotável e diário talento vocabular para produzir absurdos, espancar a verdade histórica e aturdir a consciência do país, Bolsonaro faz jus a um, alguns ou vários dos adjetivos abaixo, que a imprensa escava para tentar definir, sob variadas circunstâncias, esse bizarro momento da história brasileira. Conferindo:

Ignorante, burro, idiota, imbecil, retardado, analfabeto, boçal, bronco, estúpido,  iletrado, ignaro, ilegível, obscuro, sombrio, onagro, atrasado, inculto, obsoleto, retrógado, beócio, rude.

Besta, animal, cavalgadura, quadrúpede, tolo, alarve, grosseiro, jalofo, lorpa, desajeitado, peco, tapado, teimoso, chucro, intratável, desalumiado, escuro, asnático, brutal, bruto, bugre.

Desaforado, descortês, duro, estólido, inepto, lambão, obtuso, palerma, sandeu, selvagem, toupeira, cavo, incapaz, insensato, incompetente, imperito, impróprio, inapto, inábil, insuficiente.

Abagualado, bárbaro, labrusco, sáfaro, insciente, inepto, insipiente, imprudente, leigo, alheio, estranho, profano, estulto, fátuo, mentecapto, pateta, toleirão, írrito, vão, oco, chocho.

Frívolo, fútil, vazio, definhado, enfezado, frustrado, abeutalhado, agreste, áspero, chambão, cavalar, desabrido, difícil, escabroso, fragoso, incivil, inclemente, indelicado, inóspito, pesado.

Reboto, ríspido, rombudo, severo, silvestre, tacanho, tosco, covarde, poltrão, safado, baldo, infundado, mentido, nugativo, supervacâneo, curto, bordegão, asinário, bordalengo, calino.

Indouto, sinistro, arrogante, desinformado, alvar, atoleimado, estúpido, boçal, bronco, animal, disparatado, rude, azêmola, desajeitado, lanzudo, brutal, asselvajado, bestial, protervo.

Selvagem, truculento, violento, chulo, irracional, javardo, malcriado, desaforado, atrevido, insolente, descortês, inconveniente, indelicado, intratável,  confragoso, cru, cruel, despiedado.

Difícil, implacável, penoso, tirano, triste, estólido, estouvado, néscio, abarroado, abrutalhado, achamboado achavascado, bárbaro, chaboqueiro, crasso, desabrido, grosso, labrego.

Maleducado, reles, rugoso, rústico, soez, tarimbeiro, abestalhado, aluado, babão, bobalhão, bobo, bocó, demente, descerebrado, desequilibrado, desmiolado, lerdaço, paspalhão, pastranho.

Sendeiro, toupeira, vão, bestialógico, insociável, mal-humorado, ranzinza, soberbo, panema, embotado, escabroso, inclemente, carniceiro, safado, entupido, obducto, boto, agro, balordo.

Todo santo dia, a língua solta e a cabeça mole do capitão-presidente renovam a necessidade de escavar novos adjetivos para definir sua inqualificável obra de governo.

Só com a ajuda de nossos principais dicionários, Aurélio e Houaiss, é possível dar uma ideia aproximada do que representa, até agora, a desastrada administração federal de Bolsonaro e seus maus exemplos, como a estúpida agressão ao presidente da OAB e sua condenável impostura histórica sobre o desaparecimento de um preso político tragado pela violência da ditadura que o capitão-presidente sempre exalta e rememora com cúmplice nostalgia.

Os 216 adjetivos e vocábulos acima, para uma ou outra circunstância, qualificam (ou desqualificam) com mais precisão o Governo Bolsonaro.

Para avaliar os seus três filhos Zero — Flávio, Eduardo e Carlos —, de inegável influência sobre o pensamento (?) e os atos (!) do pai presidente, é necessária outra pesquisa nos dicionários.

Luiz Cláudio Cunha, jornalista, foi consultor da Comissão Nacional da Verdade e é autor de Operação Condor: o Sequestro dos Uruguaios – uma reportagem dos tempos da ditadura (L&PM, 208).     E-mail: [email protected]

Redação

9 Comentários

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  1. pequena colaboração

    vulgar, escatológico, pornográfico, infame, belicoso, cínico, terrorista, golpista, nauseabundo, fútil, banal, primitivo, frívolo, medíocre, obsceno, DEPRAVADO, imoral, impudico,

  2. Vale para fazer catarse dos sentimentos que os roteiristas do golpe instruem Bolsonaro – sabendo ele ou não que está sendo instruído – a induzir nas pessoas, mas contraproducente no encaminhamento de solução.

    Uma que Bolsonaro é apenas um dos golpistas e nem ao menos é o mais importante. Outra que o que dizemos nós dos golpistas não tem a menor importância para eles, nossa expressão dessas palavras é desejada por eles. Aliás eles contam e ficam satisfeitos com nossa expressão oral: nos alivia e não os afronta. É como programas de tv como “Zorra” e outras pobrezas e baixarias que tais, criados por empresas que ajudam a manter o golpe… porque? Porque nos induz ao alívio da tensão. Sem essa alívio a tensão poderia ser direcionada para ações realmente efetivas na rejeição ao golpe. Enfim, é o tradicional circo que os dirigentes de Roma ofereciam à turba, que golpistas oferecem à pessoa comum – nós – para que nos alienemos de nós mesmos.

  3. ALERTA GERAL-
    Será que não percebemos que quanto mais o criticamos mais falamos nele?
    Para ele, apaguem-se as luzes, fechem-se as janelas, tranquem-se as portas e os ouvidos, neguem-se os microfones, as câmeras e os flashes.
    Tudo o que a gente verbaliza ganha vida.
    Tudo o que bozo, o indigno, precisa É SER IGNORADO.
    Uma semana de silêncio sobre sua existência e ele desaparece.
    Sem foto, sem palavras, designação pelo cargo…
    A imprensa é mestra em desaparecer com pessoas em vida – veja a Dilma –
    Por que não fazermos o mesmo com ele?
    Temos que nos negar a fazer o jogo deles do : “falem bem ou mal, mas falem de mim”
    Fez uma de suas cagadas – notinhas de pé de página se resultarem consequências.
    Seus filhos 0,00 querem representar o paipai? De-lhes a importância que têm: nenhuma.

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