As Matrioskas do Ocidente são mais sutis

Por Gunter Zibell

Ref. ao texto As Matrioskas da Rússia contra o Ocidente

A torcida das ‘esquerdas’ pelo neofascismo é comovente.  Só que não.

Mas, enfim… Enquanto Putin fica distraindo a opinião pública local com seus arroubos (+/- como Obama fez quando executou Bin Laden)…

1) usar poder dissuasório nuclear é reduzir a Rússia a Coreia do Norte. Isso tira qualquer discussão do campo do racional.

2) que bom que se percebe que o militarismo russo serve para isso, para anexar regiões fronteiriças. Útil para a mídia ocidental fazer analogias com os Sudetos nos anos 1930. E ‘gol contra’ se pensarmos no aumento do risco da Ucrânia ser empurrada para a órbita da OTAN. (Vamos pintar de cinza a península da Crimeia no mapa abaixo.)

3) a China: a)não apoia propagandas sobre secessão étnica; b)tem interesses em comum com UE e EUA na redução de preços de hidrocarbonetos; c)é economia complementar e não-concorrente às do Irã e Cazaquistão; d)seu regime não precisa manipular opinião pública interna com ameaças externas. (E a fila anda: o PIB da China era metade do russo em 1980, igual em 1992 e hoje é 3 vezes maior.)

Enquanto isso, no mundo real, vemos o apoio que a China e países latinoamericanos governados (?) por centroesquerda (?) dão ao referendo na Crimeia. Que pena que o Brasil não está no CS este biênio…Seria tão interessante ver a blogosfera comentar…

4) o custo de ameaçar paralisar a Europa Ocidental já anda sendo pago na forma de a)redução contínua nas exportações para esse continente; b)estímulo à mudança da matriz energética; c)redução do fluxo de receitas necessário à manutenção da popularidade interna e importação de alimentos.

Alguns países mais dependentes (acima de 15% na matriz total) já buscam importar gás dos EUA (a partir de 2016):

E a matriz energética europeia depende em cerca de 10%, não 30% do gás russo. Na Alemanha é 9%. A Rússia já foi responsável, isso sim, por 45% das importações europeias de gás, mas agora é entre 25 e 30%, sendo que o gás não é a única fonte de energia.

5) é tão “frágil” a situação econômica do Ocidente que, desde o início do discurso beligerante, a bolsa que caiu quase 20% e a moeda que caiu 10% foram as russas.

Saber quem apoia propaganda russa diz muito da credibilidade das pessoas para o embate político no Brasil.

http://www.theguardian.com/commentisfree/2014/mar/13/russian-propaganda-ukraine-fascist-protesters-euromaidan

E vamos que vamos!

Redação

79 Comentários

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  1. “2) que bom que se percebe

    “2) que bom que se percebe que o militarismo russo serve para isso, para anexar regiões fronteiriças”:

    Hei, entao ta otimo.  O militarismo americano nao serve pra assassinar?

    1. Qual a relação?

      Por acaso se saber dos desmandos da política externa dos EUA é razão para se elogiar a política interna/externa de Putin?

      Dois erros fazem um acerto? Não, fazem dois erros.

      Devemos lidar com fatos, quer estes agradem a torcidas ou não.

      E um fato é que o posicionamento recente de Putin e Rússia, se resultou em um sucesso de opinião pública interna (70% de popularidade) na questão da Crimeia, virou um fracasso de opinião pública externa.

      E já falei outro dia, o projeto do Ocidente independe de como Obama se sai nessa.

      1. Nao vi “relacao” nenhuma

        Nao vi “relacao” nenhuma exceto a diferenca entre tomar territorio e assassinar, que eh o que os Estados Unidos fazem.  E nao “elogiei” politica de Putin nenhum, tou pouco me lixando pra ele!

        Tambem nao entendi como um sucesso interno que eh fracasso externo pode justificar interferencia alheia, especialmente com quem tem bombas atomicas.

        1. Não vai justificar interferência bélica.

          Mas servirá para muita propaganda contra a Rússia por ocasião das eleições ucranianas de 25-maio.

          1. Entao os EUA podem muito bem

            Entao os EUA podem muito bem fazer propagandas eleitorais  de “sucessos internos que fracassaram internacionalmente” tambem?

            Como quais?  Iraq?  Afganistan?  Qualquer Oriente Medio?  Qualquer America Latina?

          2. Temos que separar o

            que é feito do que gostaríamos que fosse feito.

            E, como você vive nos EUA sabe perfeitamente bem que os EUA fazem propaganda interna tanto dos sucessos como fracassos internacionais.

            Por acaso a Rússia não tenhum grande sucesso internacional para mostar. Tem meio-sucesso na questão síria.  Ou alguém ainda acha que o caso Snowden representou algo muito relevante? (Eu já achava o Wikileaks um fiasco, tanto que raramente comentei nos posts sobre esses assuntos a não ser pra questionar uma manipulação braba feita pelo lado pró-Snowden.)

            O que eu tenho apontado nesses posts todos que tenho escrito é que há muita fantasiação e erro de análise, mas apenas da parte de alguns segmentos.

            Segmentos esses que, curiosamente, costumam se autodeclarar de ‘esquerda’.

            Eu acho bizarro que as pessoas fiquem se perdendo em discussões só para posarem de antiamericanos. A credibilidade de suas opiniões sairá arranhada e isso será cobrado pelos conservadores de verdade (mas não fascistas, essa distinção não se pode perder) na primeira oportunidade.

            Enfim, é para ajudar mesmo, para as pessoas voltarem a discutir os assuntos em bases realistas.

            Você fala sobre América Latina…

            Olha, os problemas ficarão evidentes após a próxima eleição na Argentina (fim de 2015) e na Venezuela (provável recall nessa mesma época ou começo de 2016.)

            O título pros posts que surgirão nessa época serão óbvios: variações em torno de “Don’t Cry for me Venezuela”.

            Mas valerá a pena escrever sobre isso?

            Vale a pena comparar o desempenho das economias da “Aliança do Pacífico” com as demais da América Latina?

            Eu acho que não, as pessoas querem curtir suas fantasias, não saber do mundo real.

            O que é uma pena que tudo isso acaba por obnubilizar algumas coisas da política e economia brasileiras.

            Lidar com mitos depois que se impõem é difícil.

             

      2. “… um fracasso de opinião pública externa.

        Onde o filme de Putin está queimado na “opinião pública” externa??

        Na Ásia, onde mora 60 % da humanidade? Na África, com 15 % da população humana e vítima frequente do intervencionismo dos países ricos da OCDE? No mundo árabe, com 5 % da população mundial e vítima idem? Na América Latina, com mais 8 % da população humana e escaldadíssima do intervencionismo americano? Não esqueça que o mundo hoje está bastante globalizado, cada vez mais multipolar e cada vez menos centrado no ocidente rico.

        Sem falar que dentro do mundo OCDE, existem correntes expressivas que olham para os acontecimentos da Ucrânia, alarmadas com o apoio dado pelos seus governantes, para a ascensão substantiva, nada adjetiva, do fascismo explícito.

        Essas pessoas entendem que o fascismo, nesse novo período de grande depressão econômica, voltou a ser opção de governo para as plutocracias ocidentais; por toda Europa cresce uma vaga neo-fascista. Não esqueça também que as primeiras vítimas do fascismo sempre foram as esquerdas; só depois de eliminarem estas, é que o fascismo põe a mão nas minorias.

        1. Queimado? Eu suspeito que em todo o mundo “real”

          Nenhuma chancelaria ficou do lado da Rússia na proposta (simbólica por sabermos do veto russo) a respeito do referendo no CS da ONU.

          Tenta achar em qualquer desses continentes que cita movimentos de peso que se declarem pró-Rússia em alguma coisa. Vai encontrar alguns ecologistas contra sementes transgênicas.

          E fascismo por fascismo, reveja seus diagnósticos sobre o que é o governo da Rússia (um dos mais concentradores de renda e neoliberal em impostos, apesar do clientelismo dos funcionários de estatais e serviço público) e o que é participação de esquerda lá.

          Procure mais coisas reais e não propagandas infladas.

          Eu só estou tentando fazer as pessoas verem que estão em uma redoma de pensamento.

          Que mais posso fazer?

          Desisto. Eu vou ficar só no mundo real mesmo.

           

          1. O “Mundo Real”

            é uma pesquisa via site de internet com apenas 8 mil respostas?

            Que não dá como opção de resposta justamente o que é feito? (apoiar em discurso a integridade do território ucraniano.)

            Você deve achar as pesquisas no terra.com.br fascinantes. Proponha uma enquete aqui no jornalggn então…

            Mas, o ‘Mundo Real” não é esse.

            Dificilmente a maioria das pessoas apoiaria novas incursões (além da Crimeia) da Rússia em território ucraniano. E dificilmente alemães seriam contra a proteção da OTAN. 

            E as seguintes matérias fazem parte do “Mundo Real”

            http://www.spiegel.de/international/germany/german-companies-prepare-plans-to-supply-ukraine-with-gas-a-957988.html

            http://www.spiegel.de/international/europe/polish-foreign-minister-discusses-weak-eu-position-in-ukraine-crisis-a-957812.html

            “Even though a reversal of the Russian takeover of Crimea may seem hopeless at this point, joint EU actions against Moscow could be promising in the long term. Putin is not as strong as he makes himself out to be, and Russia is vulnerable, particularly on the economic front.”

            http://www.spiegel.de/international/europe/ukraine-invasion-reveals-flaws-in-politics-of-putin-and-russia-a-957815.html

            Do mesmo partido da sua referência, Schröeder (citado no texto): “It’s spilled milk. But we shouldn’t forget that it was Ukraine that wanted the Association Agreement with the European Union.”

            http://www.spiegel.de/international/germany/frank-walter-steinmeier-interview-about-new-german-foreign-policy-a-955286.html

            E faz parte do Mundo Real que na Ucrânia havia maioria favorável à maior integração à UE (o que a Rússia, “democraticamente”, sabotou):

             

            O que, obviamente ficou mais pró-UE agora, sem a Crimeia.

            Agora sossega um pouco na sua propaganda.

          2. Então não é na “opinião pública”.

            Você cita apenas o mundo formal da diplomacia, aquela forma de se dizer as coisas que não se está pensando. Por causa da Criméia, a China não abandonará a Organização para Cooperação de Xangai e a Índia esfriará suas (boas) relações com Moscou, mantidas desde sua independência, só para citar dois dos principais estados da Ásia e do mundo; ninguém vai deixar de comercializar com a Rússia.

            Putin é um autoritário e governa para uma plutocracia? Sim. Mas todos governam para plutocracias, no capitalismo na fase atual, com maior ou menor autoritarismo. Classificar Putin como fascista é o que chamo de classificação ‘adjetiva’, como um xingamento, não é uma coisa ‘substantiva’, uma definição, como se vê nas forças, definitivamente fascistas, que tomaram o poder através de um putsch na Ucrânia.

            Putin não aparece em público citando Goebbels, reverenciando a memória de líderes fascistas como Stepan Bandera, pregando ódio contra uma nacionalidade; ele não é ucraniofóbico, enquanto na Ucrânia se instalou um regime com base na russofobia; ele não se baseia em ideologia ultranacionalista, em apelos a xenofobia, nem organiza bandos ou milícias armadas para intimidar e atacar outras organizações partidárias.

            Veja cenas de russofobia explícita, a verdadeira face do “euromaidan”:

            “Rússia é um velho inimigo e enquanto existir o império russo de qualquer forma, a independência da Ucrânia não será possível” – Dmytro Yarosh, vice-presidente do Conselho Nacional de Segurança e Defesa, conduzido pelo novo regime, líder e candidato a presidência pelo Pravy Sektor.

            [video:http://www.youtube.com/watch?v=JeCtJWp-qTA%5D

            Nos vídeos a seguir você verá a materialização e a exploração desse ódio. O “mestre da cerimônia” é um deputado do partido “Pátria”, o mesmo da Yulia Timoshenko (o partido dela sempre cortejou o ultranacionalismo ucraniano, daí o nome para acenar a esses setores), ele se chama Pavlo Daniltchuk (Павло Данильчук), mas, como um “bom” oportunista, sentindo o “clamor” das ruas, já se anuncia como adepto do Pravy Sektor, a nova força fascista que ascendeu ao poder.

            Aqui Pavlo Daniltchuk faz sua “declaração de amor” ao Pravy Sektor.

            [video:http://www.youtube.com/watch?v=e_SR69WFOAU%5D

            Aqui Pavlo é o “mestre cerimônia”, “comandando a massa”, num espetáculo de fascismo explícito, para enxovalhar seu inimigo político, sequestrado pelo seu bando.

            [video:http://www.youtube.com/watch?v=bPRkmdd7oI4%5D

            Aqui o “mestre cerimônia”, sem nenhuma cerimônia, age diretamente para acorrentar e dar pontapés em seu inimigo, diante da multidão incentivada pelos gritos de “slava Ukraine” (glória a Ucrânia).

            [video:http://www.youtube.com/watch?v=kKZ6PuLIMq0%5D

             

            Acho que as cenas mostram bem a diferença entre fascistas e conservadores reacionários ou autoritários (ex.: Putin, De Gaulle, Churchill, etc.).

            Veja mais aqui: https://jornalggn.com.br/blog/almeida/o-fascismo-ucraniano-e-o-martirio-do-governador-aleksandr-bashkalenko

             

             

          3. Nós teríamos que ter pesquisas de opinião pública mesmo.

            Ninguém acha que algum país deixará de comercializar com a Rússia. Se eu mesmo disse que a Rússia não ousará usar a chantagem do gás, oras!

            Em algum momento eu repercuto os discursos toscos dos ‘falcões” do Ocidente? Que eu saiba não, né?

            Dirija suas preocupações sobre a imagem da Rússia e sua confiabilidade como parceiro comercial ao próprio Putin, portanto. Mas ele só está preocupado em manter a popularidade interna, em não parecer fraco perante o perigo que ele mesmo criou.

            A questão posta é: a população da Ucrânia preferirá adesão ao espaço econômico eurasiano ou à U.E.?

            A U.E. relaxará as condições para sua ampliação ou aproveitará o ensejo apenas para acordos comerciais favoráveis?

            A OTAN poderá se expandir ao leste ou não? A China e Índia farão gestões a respeito pró-Rússia?

            “Putin é um autoritário e governa para uma plutocracia? Sim.”

            Oba! Concordamos em algo!

            “Classificar Putin como fascista é o que chamo de classificação ‘adjetiva’, como um xingamento, não é uma coisa ‘substantiva’, uma definição, como se vê nas forças, definitivamente fascistas, que tomaram o poder através de um putsch na Ucrânia.”

            Nada disso. O que se fala de Putin é objetivo e relacionado a uma performance crescente ao longo de 14/15 anos. Você pode não ter o mesmo diagnóstico, mas em quanto essa resistência a admitir isso não provêm de uma ‘bronca’ (subjetiva) do ‘Ocidente’?

            Por que negar que centenas de milhares de pessoas se manifestaram durante meses contra Yanuchenko? Por que, “objetivamente”, pular os episódios embaraçosos como a fraude eleitoral de 2004, as chantagens do gás em 2006 e 2009, e o abandono em 2013 de negociações com a UE apoiadas tanto pela população como pelo parlamento eleito em 2012?

            Só para favorecer um discurso antiocidental se faz isso?

            E, se em artigos se fala que a participação do Svoboda é de 30%, porque alcunhar os 70% restantes, neoliberais, de fascistas?

            Novamente, só para favorecer um discurso antiocidental. Qual o sentido disso?

            E, sim, os piores lobos são os que vestem pele de cordeiro. Concordo nisso. Os que fazem discursos neonazistas inflamados estão acenando para seu público. Tem políticos no Brasil que talvez o fizessem se não fosse proibido (aliás, preste atenção em quem faz discurso antissemita no Brasil e quem essas pessoas apoiam, ok?)

            E Mussolini também não citava Goebbels. E até tinha amigos judeus.

            Então, as analogias não são por aí.

            Já falei em outros dias que devemos aguardar o 25-maio. Quem é favorito para governar a Ucrânia? Sabendo que as eleições não são legislativas e que o Parlamento continuará o mesmo que eleito em 2012.

            Putin declaradamente tinha o projeto eurasiano (a união aduaneira das ex-repúblicas soviéticas.) Isso continua ou foi pro espaço? O Cazaquistão será mais ou menos submisso às imposições russas a partir de agora?

            As chances da Ucrânia e Geórgia serem aceitas na OTAN aumentam ou diminuem?

            A Rússia tem algum discurso a oferecer às opiniões públicas de outros países?

            É interessante que sempre coloco essas questões, mas ninguém responde…

            Mas eu não tenho medo de falar o que penso:

            Eu acho que:

            – o novo presidente da Ucrânia será claramente pró-ocidental e que terá apoio inclusive de oligarcas russófonos

            – o discurso neofascista será enquadrado, do mesmo modo que é em outros países da UE para similares do Svoboda. A Rússia (e seus torcedores no exterior) não farão mais propaganda nessa direção. Não tem sentido esperar que os EUA/UE deixariam esse pretexto solto, há propaganda do lado ocidental também. 

            – a Rússia continuará uma democracia de fachada, sem ser modelo para ninguém. Mais decepções virão. Sua economia não se diversificará e problemas de popularidade virão se o petróleo e o gás baixarem de preço.

            – o Cazaquistão será menos dócil. E Ucrânia e Geórgia repetirão o pedido de adesão à OTAN feito em 2009. O Irã não abandonará as tratativas com o Ocidente. A China continuará escolhendo o que lhe parecer melhor comercialmente.

            – Hillary Clinton se elegerá em 2016.

            – se algum instituto fizer uma pesquisa abrangente e por amostragem (não ‘passiva’ por site de internet) na maioria dos países ocidentais, perceberá que a popularidade de Putin fora da Rússia simplesmente não existe.

            Podemos debater sobre essas proposições concretas, ok?

            Mas ficar repisando as mesmas propagandas de sempre? Já deu.

             

             

             

             

          4. “… se fala que a participação do Svoboda é de 30%”

            Em primeiro lugar, já que em pelo menos um ponto temos concordância, vamos ver se temos noutro.

            Existem quatro maneiras legais, num estado democrático, de substituir um presidente eleito: por eleição livre de um novo mandatário; por morte do titular; por renúncia do mesmo; por um processo de impeachment, como previsto na lei ucraniana.

            Nenhum dessas situações aconteceram, portanto, o novo governo assumiu na ilegalidade, a partir de um golpe aplicado no parlamento, sob pressão de milícias animadas pela oposição.

            Você discorda de que houve um golpe na Ucrânia, que desrespeitou todo o processo legal?

            Em segundo lugar, eu acho 0,3% de fascistas uma participação intolerável, ponho em dúvida as convicções liberais ou mesmo conservadoras, de quem resolve compactuar com fascistas no poder.

            Agora, vamos ver como é essa participação dos fascistas no governo surgido de um putsch; do partido Svoboda e de outras correntes fascistas, a tal participação que você reduz ao mero índice quantitativo dos 30%, sem mostrar o aspecto qualitativo dessa participação. Vou reproduzir uma análise qualitativa da participação dos fascistas, contida neste curto artigo aqui http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/03/nao-oucam-o-que-eles-dizem-vejam-o-que.html

            Leia com atenção e tenha em mente uma frase do camarada Mao – “o poder nasce da boca do fuzil” – e veja quem está manuseando o poder de fato, em meio ao caos instalado; os que serão responsáveis pela garantia de “eleições livres” num país destroçado. Segue o artigo:

            Não ouçam o que eles dizem. Vejam o que eles fazem” 

            Não é fácil, mas tentem o seguinte experimento.

            Imagine, só por um momento, que você é ser humano fundamentalmente decente e honesto, o qual, por uma virada irônica da história, foi posto no poder durante insurreição armada conduzida por bandidos neofascistas que não representam a maioria do povo do seu país. E, agora, eles chegam e dizem que querem participar do novo governo.

            Claro que, sendo você um ser humano decente e honesto, está desconfortável na nova situação, mas, sendo as coisas como as coisas são, você tem de aceitar os fatos em campo e tomar uma decisão pragmática: ou incluir alguns deles no seu novo governo recém formado, ou ser derrubado por eles e entregar o governo a eles.

            O que você faria? Suponho que você teria de dar alguns ministérios aos neofascistas. Que ministérios você daria? Entendo que a abordagem lógica seria dar a eles ministérios nos quais eles pudessem fazer serviço meio decente, com o que se reduziria o dano que aqueles alucinados poderiam causar ao seu país, certo? Pensando assim, eis o que eu faria:

            1) Daria a eles o Ministério dos Esportes e da Juventude (nazistas e fascistas são bons nos esportes e em questões de saúde);
            2) Daria a eles o Ministério dos Transportes (trens que obedeçam aos horários não fazem mal a ninguém);
            3) Daria a eles o Ministério da Infraestrutura (Hitler construiu ótimas estradas);
            4) Daria a eles o Ministério da Política Agrária e Alimentos (não houve desabastecimento nem na Berlin de 1945); e
            5) Daria a eles o Ministério dos Assuntos de Meio Ambiente (os pagãos com frequência endeusam a natureza).

            Seria de supor que Iatseniuk fizesse alguma coisa semelhante a isso, certo?

            Pois NÃO FEZ. Vejam onde ele pôs os seus neofascistas:

                Vice-Primeiro Ministro: Alexandr Sych (Partido Svoboda)
                Ministro da Defesa: Igor Teniukh (Partido Svoboda)
                Ministro do Interior: Arsen Avakov (oficialmente, é membro do Partido da Pátria, mas, na realidade, é agente a serviço do Setor Direita)
                Presidente do Conselho de Defesa e Segurança Nacional: Andrei Paribii (do Partido Nacional-Social da Ucrânia)
                Vice-presidente do Conselho de Defesa e Segurança Nacional: Dmitri Iarosh (Setor Direita).

            Não é impressionante?! Os neofascistas foram postos em todas as posições de poder, as que em geral chamam-se posições das “estruturas do poder”.

            Em vez de pô-los em postos onde só poderiam causar dano mínimo, Iatseniuk pôs os neofascistas em todas as posições nas quais ele podem causar dano máximo e são mais perigosos.

            [De fato, é claro, eles – os neofascistas – é que puseram Iatseniuk no lugar onde hoje está, não o contrário; mas para quem queira continuar a crer no mito “democrático”, aí está um pensamento que, para nós, é proibido].

            Por tudo isso, o que pensarmos, nós, de Iatseniuk, Klitschko e outros? Que são fascistas acovardados ou que, de fato, são cúmplices assumidos e ativos de um golpe neofascista?

            Entendo que é absolutamente impossível negar os seguintes fatos:

            1) o regime que está no poder em Kiev foi imposto lá por uma insurreição neofascista armada; e

            2) o regime que está no poder em Kiev continua a ser integralmente controlado por neofascistas.

            Esse é o governo que EUA e União Europeia estão apoiando: governo de completos, sinceros, convictos, violentos, odiosos neofascistas. E, outra vez, a Rússia levanta-se, sozinha, contra todos esses. Alguma novidade?

                     ____________________________________XXXXXXX_______________________________

            A cena abaixo aconteceu numa cidade nos arredores sul de Kiev. É uma reunião do conselho municipal. O líder do bando toma o microfone e pede que se suspenda o trabalho; anuncia que o país passará por um processo de reexame das atividades de todos os políticos eleitos; que aqueles que forem encontrados irregulares serão afastados (cassados) e seus bens confiscados, num processo de “purificação” – existe um ministério com essa função, chamado de ministério de lustração (люстрацію). Leia mais aqui: http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/03/ucrania-estado-que-cai-aos-pedacos.html

            Bandos como este estão atuantes pelo país, provavelmente atuarão durante as eleições, impugnando candidaturas. Observe os “argumentos” exibidos em suas mãos:

            [video:http://www.youtube.com/watch?v=9fKIq8fE1CE%5D

             

          5. Eu não entendo assim.

            E vejo que você mantem a posição de acreditar que:

            1) o regime que está no poder em Kiev foi imposto lá por uma insurreição neofascista armada; e

            2) o regime que está no poder em Kiev continua a ser integralmente controlado por neofascistas.

            Bom, eu não acredito nisso, parece-me que o regime em poder em Kiev é uma composição majoritariamente neoliberal sustentada pelo mesmo parlamento eleito anteriormente. É sabido que deputados antes da base de Yanukovich inclusive aderiram ao novo regime. Esses deputados foram eleitos e se os mesmos sancionaram, em regime de urgência, e não questionam a deposição do mesmo o que podemos fazer agora?

            Apenas instar para que os poderes envolvidos, incluindo UE/EUA/Rússia, patrocinem novas eleições transparentes. 

            Eu coloquei antes várias questões sobre desdobramentos daqui para a frente, inclusive especulando sobre o futuro comportamento de tais deputados, você não quer falar sobre elas.

            Também não notou que em nenhum momento estou falando da legalidade do referendo. Bem, ao contrário da maioria dos votantes no CS-ONU eu considero o referendo da Crimeia legítimo, aliás considerei desde o início.

            Mas, mesmo atribuindo um caráter maléfico ao novo regime, não sugere que nada lhe possa acontecer…

            Não especula sobre países fazendo gestões, por exemplo, pela reabilitação de Yanukovitch. Oras, porque nem a Rússia as faz.

            Não especula sobre a legitimidade da eleição para 25-maio. Porque ninguém a questiona.

            Não sugere que deveria haver nova eleição parlamentar.

            Você apenas diz que tem medo do regime atual e que o considera ilegítimo. É um diagnóstico. Mas a partir daí não avança.

            Mas…

            “E, outra vez, a Rússia levanta-se, sozinha, contra todos esses. Alguma novidade?”

            Não estamos vendo a Rússia, heroicamente, se levantando sozinha contra o neonazismo redivivo.

            Estamos vendo a Rússia, sozinha, espalhando propaganda, reproduzida alhures por setores restritos, como atalho para justificar a anexação da Crimeia e reinvindicar que a Ucrânia se declare militarmente neutra.

            Ambas as coisas para… interesses estratégicos exclusivamente da Rússia, certo? Isso atendido a Rússia parece que abandonará a questão, inclusive realizará a perda da possibilidade de atrair a Ucrânia para sua esfera de influência econômica, em uma posição final que lhe é mais desvantajosa no todo que a vivida antes da deposição de Yanukovitch.

            Essa frse de efeito “levanta-se, sozinha” mostra uma preferência. Pois então, eu acredito que é uma preferência ruim para a escolha de árbitro ou potências influenciadoras.

            Acho isso porque se trata de um regime que apresenta muitos elementos de autoritarismo e de propaganda fascista, ainda que mantenha eleições proforma a cada 6 anos. 

            Você sente segurança que em 2018 haverá livre exposição de ideias políticas, de oposição? Acredita que são zero as chances de haver autogolpe?

            Eu não acredito.

            A linha de exposição que você adota é a da demonização de um governo e o elogio a outro, como que se sancionando por antecipação eventuais tentativas de invasão preventina ou mesmo um golpe apoiado pela Rússia.

            Eu não apoiaria isso mas também não receio isso, penso que as debilidades econômicas da Rússia demoverão de aventuras assim. Também penso (desde o início) que a anexação da Crimeia foi de interesse de ambas as partes (para Putin pelo potencial de obter popularidade junto ao nacionalismo e militarismo interno. Para UE e EUA porque ganham justificativa para “defender” a Ucrânia. Para o novo governo da Ucrânia porque facilita a propaganda antirrussa para as eleições de 25-maio.)

            Mas se você não quer olhar para a configuração e políticas de estado da Rússia, nem para as perspectivas da Ucrânia, o que estamos fazendo aqui?

            Já falei que acho que é interesse dos EUA/OTAN circunscrever os políticos do Svoboda, até porque isso interessa tremendamente aos primeiros, e que não vou mais discutir propaganda.

            Se você imagina e/ou defende um desdobramento diferente para a Ucrânia, comente.

            Sabe o que fica parecendo? Que demonizar um governo, sem propor (ou sugerir que possa acontecer) absolutamente nada de diferente, é apenas para tirar a atenção a outro governo de preferência.

            É exatamente a propaganda russa que busca obter um salvo conduto ex-ante para qualquer coisa.

            Bom, você tem todo o direito de disseminar propaganda política, mas eu não vou apoiá-lo nisso.

            E quanto à propaganda de EUA/UE/OTAN na Ucrânia, vou respeitar a vontade popular dos ucranianos do mesmo modo que respeito dos crimeienses. Haverá provavelmente a escolha de um novo presidente de matiz neoliberal, o que coincide com resultado de pesquisa de 2013 em que a maioria dos não-indecisos declarou preferência por associação econômica à UE e não pela comunidade Rússia-Bielorússia-Cazaquistão.

            Você talvez tenha achado legítimo Yanukovich ter abandonado a implementação de uma negociação popular. Talvez tenha achado legítima a repressão nos 3 meses que se seguiram.

            Mas a população não achou. Mesmo em regiões russófonas pesquisas apoiaram mais apoio que não aos eventos na Praça Maidan (teve post sobre isso que não fui eu quem sugeriu.)

            E temos que lidar com essa circunstância. 

             

             

             

             

          6. Você fugiu da minha pergunta.

            Tentou responder somente o artigo que apenas reproduzi. Eu coloquei este artigo com a intenção de mostrar, que não está na composição numérica, a composição real de poder naquele país (que você minimiza como “30 %” de fascistas). O monopólio da violência é uma prerrogativa do estado; quando se quebra esse monopólio se derruba o estado, que passa a quem impõe o novo monopólio. No caso, todas a estruturas de exercício desse  monopólio estão nas mãos de fascistas, diante de um governo formal baseado em completa ilegalidade, sem legitimidade.

            Vamos lá com calma. Yanukovych é tudo aquilo que a oposição acusa e mais muitas outras coisas; se tivesse aceito o acordo com a UE, continuaria no cargo e seria considerado um semi-deus pela hipocrisia ocidental, mas:

            1) Não houve uma eleição popular para escolha do novo presidente para substituí-lo;
            2) Não está morto;
            3) Não renunciou.

            Resta apenas o processo de impeachment, que não se verificou. Então, cadê a legalidade no processo de sua substituição? Responda de forma objetiva: foi ou não foi golpe?

            Foi golpe com articulação escancarada da “diplomacia” do EUA, que confessou o financiamento de toda operação (US$ 5 bi).

            Antes de sua derrubada, houve um acordo entre Yanukovych e a oposição, pactuado na presença de políticos ocidentais, que não foi cumprido. Os fascistas aproveitaram a retirada das forças de choque da polícia e a viagem de Yanukovych para uma província, para ocuparem o parlamento e imporem a derrubada ilegal do presidente. O governo de Kiev surgiu da imposição dos fascistas. O partido comunista está proscrito na prática, nas regiões dominadas pelas milícias; o partido das regiões está coagido por ameaças e chantagens, várias de suas lideranças estão sendo impugnadas com base apenas em acusações, sem nenhuma apuração dos fatos.

            Que mérito tem uma votação em um parlamento, onde comparece bandos portando porretes, marretas, armas brancas e de fogo para imporem sua vontade? (veja o vídeo que postei, com um retrato “suave” de uma dessas ocupações) Sob que condições os membros do partido das regiões mudaram de lado?

            Quando digo acima que Putin é um autoritário e governa para uma plutocracia, acrescento que, na fase atual do capitalismo, todos fazem isto com grau maior ou menor de autoritarismo, não livro a cara de ninguém. Tomemos o “queridinho” Obama. Ele tem um instrumento “legal” – uma “obra” do governo anterior – e já fez e continua fazendo bastante uso dele, que lhe confere poderes para ordenar a execução sumária, sem nenhum rito processual, inclusive de cidadãos de seu país, de quem seu aparato de inteligência nomeia de “terroristas” – entenda-se: inimigos políticos do império. Ele é um autoritário, com todo o verniz de “gente boa” e de simpatia que aparenta; nas questões externas de imposição do império que representa, ele é até mais autoritário do que Putin, que nunca se meteu em ações militares distantes de suas fronteiras.

            Entenda, a questão do fascismo na Ucrânia não é isolada, há uma vaga fascista percorrendo a Europa (que já tem respingos em nosso continente); na Hungria há um governo fascista de fato. Tudo isso significa que o fascismo voltou a ser, num período de crise aguda do capitalismo semelhante ao pós Grande Guerra e da depressão dos 1930, um instrumento político de uso das plutocracias, para manterem seus poderes e preservar suas taxas de lucro. Diante desse quadro, não há como ficar quieto, neutro, ou bater palmas para o ocidente, porque achamos Putin malvado, feio e um autoritário a serviço de plutocratas (mais um entre todos).

            Um abraço e renovo minha solidariedade, em face de algumas intervenções agressivas que lhe fazem nesta postagem.

      3. Rússia e Ucrâniauimuim

        Zibell, o sr. é um notável chafurdador de fontes, mas seu  empirismo não atinge seus objetivos.  Digo-o de chofre

        E não porque. não consegue convencer os supostos “regurgitadores da propaganda Putinesca” e, sim, porque toda 

        sua ladainha “factual” peca na origem: sua russofobia paranoica não o deixa – porque é tabu – enxergar pelo parabrisas, 

        insistindo na mirada retrô – de retrovisor. 

        Deixemos rolar o verve sem ferir a pessoa: a Rússia surprende com sua “Blitz-Politik”, não é isso?

        Pois é a percepção da Casa Branca, de Frau Merkel e toda a jornália ocidental, que ergueu-se em coro e

        aplauso ao Golpe de Estado em Kiev, em uma das mais sórdidas encenações concertadas de mídia, 

        que o sr, então resolve regurgitar no GGN. E nos acena com  links para o Guardian, esse pasqujim russófobo,

        propagandista de Luc Harding e seu barato “Mafia State” http://www.theguardian.com/mafia-state-luke-harding

        – for god´s sake!

         

        1. Falou e disse

          o garoto-propaganda da Gazprom.

          Não, péra! Esse é o Gerhard Schröder!

          https://jornalggn.com.br/noticia/a-russia-segundo-seus-detratores-preguicosos-por-frederico-fuellgraf

          É claro que não dá pra convencer os “regurgitadores da propaganda Putinesca”, isso já seria coisa para psiquiatras.

          Mas a intenção é só plantar a semente da dúvida nas pessoas: “será que eu não estou pagando um mico federal em defender tal propaganda tosca?”

          Os resultados veremos no futuro. 

          “a Rússia surprende com sua “Blitz-Politik”, não é isso?”

          Não, só surpreende fantasiosos:

          http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/a-torcida-anti-eua-e-a-fantasia-do-urso-de-papel

          http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/quando-as-pessoas-acreditam-na-sua-propria-propaganda

          http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/o-anti-imperialismo-orfao-e-seu-padrasto-adotivo

          http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/a-expansao-da-otan-na-europa

          Se você acha o “The Guardian” um pasquim russófobo, paciência. Não esqueça que a repercussão das matérias de Snowden era o pouco que dava algum verniz de imagem positiva para a Rússia no exterior.

          Certamente o sr deve ter deplorado tais matérias (no que não o condenaria: eu achei isso mico também.)

          ради Бога!

           

           

           

  2. Vamos ao que interessa…

    Cerca de 93% dos votantes apoiam união da Crimeia com Rússia, diz agência

    domingo, 16 de março de 2014 16:14 BRT Imprimir[Texto [+

    MOSCOU, 16 Mar (Reuters) – Cerca de 93 por cento dos votantes na Crimeia, região da Ucrânia, apoiaram a união com a Rússia neste domingo, disse a agência estatal de notícias russa, RIA, mencionando uma pesquisa de boca-de-urna.

    Os Estados Unidos e a União Europeia disseram que não reconhecem os resultados do referendo, convocado às pressas pelo parlamento pró-Rússia da região depois que as forças russas tomaram o controle da península do Mar Negro.

    O canal de TV Rossiya-24 e a agência de notícias RIA atribuíram a uma pesquisa de boca-de-urna do Instituto de Pesquisa Política e Social da Crimeia que o resultado foi esmagadoramente a fato da união com a Federação Russa.

    As agências de notícias russas disseram que a participação de votantes foi de mais de 80 por cento, emboara os tatars, da Crimeia, tenham dito que não iriam votar. Eles representam cerca de 12 por cento da população.

    À frente da comissão do referendo, Mikhail Malyshev, disse em coletiva de imprensa na Crimeia após o encerramento dos votos que nenhuma queixa havia sido apresentada aos procedimentos de votação ou sugerindo jogo sujo.

    “Atualmente, as comissões distritais começaram a contar os resultados do referendo”, disse Malyshev, declarando o referendo válido.

    (Por Lidia Kelly e Maria Kiselyova)

     

     

    1. Rebolla ou qualquer pessoa

      Rebolla ou qualquer pessoa que entende russo:

      O “referendo”foi fraudado ou nao foi?

      Nao da pra comentar de outra maneira.

      1. Eu não acredito que tenha sido fraudado

        A indisposição dos crimeienses russófilos com a Ucrânia é antiga. E que a Crimeia retornar à Rússia já era tacitamente aceito pelos demais entes também é sabido. Inclusive o governo da Ucrânia não aumentou a presença militar perto da Crimeia (até porque a força militar da Ucrânia é pequena e antiquada mesmo) mas em outras regiões de minorias ou maiorias russófilas.

        O ‘Ocidente’ não vei perder a oportunidade, no entanto, para fazer ver que diplomaticamente o fato foi meio tosco.

        Mas teve vários benefícios:

        – levou a China a mostrar abstenção

        – legitima o que estava em suspenso (Kosovo)

        – reforça o sentimento antirrusso na Ucrânia, o que pode envolver até ucranianos russófonos (entre eles os principais oligarcas)

        – dá pretexto a novas posições da OTAN.

        Que eu me lembre, a análise pró-americana mais antiga a reconhecer que a Crimeia seria anexada foi a da CNN em 04-mar.

        Agora é ver como cada lado vai manipular em termos de opinião pública.

        Mas eu acredito mesmo que isso foi um ‘gambito’ e que o lado pró-ocidental se sairá melhor no médio e longo prazos.

        E (ironic mode on) se alguém no Brasil não se sentir muito confortável, bom, pode cobrar a opinião do Itamaraty, não é? (imoff)

  3. Essa discussão não existe

    Essa discussão não existe mais.

    O resultado do referendo foi quase que unânime, inclusive contando com o apoio de ucranianos e tártaros que optaram por Moscou. Fora as grandes manifestações populares nas ruas em apoio a volta do território para o controle da Russia, assim como era até a década de 50.

    Os próximos dias irão nos revelar um show de hipocrisia do desastroso governo Obama mais os seus poodles europeus de estimação. O Putin não poderia ter adversários mais ridículos do que estes.

    Agora, o prejuízo da “brincadeira” ficará com os Ucranianos, que irão ver seu território se desfragmentar ainda mais e assustar o mundo com a renascimento de um governo neonazista na Europa.

    A tragédia ucraniana está apenas começando. Mas já sabemos quem são os responsáveis e quem os apoiou.

    A intenet lembra de tudo.

     

     

    1. Se é que um dia existiu essa discussão.

      Em 01-mar eu comentei que Crimeia voltar à influência russa era o mais provável. Só que na ocasião parecia que isso ia ser na forma de uma ‘independência’.

      E em 06-mar a CNN, que não pode ser acusada de antiamericana, já dizia ser isso o mais provável (vide item 3 do artigo):

      http://edition.cnn.com/2014/03/05/world/europe/ukraine-crisis-five-possible-outcomes/

      Agora é ver como as coisas serão levadas a influenciar opiniões públicas.

      Antecipar o plebiscito na Ucrânia é uma possibilidade.

      E a Rússia perdeu o argumento que usava para questionar uma eventual afiliação da Ucrânia à OTAN. A ver.

      E os próximos anos dirão se a oligarquia do Cazaquistão e seu eterno presidente, governando um país de maioria sunita, se sentem tão confortáveis assim em alinhamento automático à Rússia.

       

       

  4. A melhor matéria que li sobre a crise na Ucrânia

    ttp://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=9418:submanchete130314&catid=72:imagens-rolantes

    A crise da Ucrânia. Quem derrubou o presideEscrito por Clovis Oliveira   Qui, 13 de Março de 2014

    Um levante popular? Uma revolução democrática?

     

    Na verdade, não houve uma revolução democrática e popular na Ucrânia em fevereiro de 2014. Yanukovich foi derrubado da presidência por um golpe de Estado desferido pelo parlamento, e apoiado na mobilização dos partidos de direita, dos quais Udar e Pátria são os principais, e de partidos nazistas, como o “Partido da Liberdade” (Svoboda), o “Causa Comum” e o “Setor Direito”, uma torcida organizada do clube de futebol do Dínamo de Kiev, que atuou como tropa de choque das manifestações da Praça da Independência (Praça Maidan), e de várias outras correntes políticas da forte extrema-direita ucraniana.

     

    O Svoboda merece alguns comentários específicos. É um partido anti-comunista e antissemita, que tem a sua origem no Partido Nacional Social da Ucrânia, que por sua vez tem as suas raízes na Divisão Galícia das Waffen SS, uma unidade auxiliar do exército nazista, constituída de ucranianos, que lutou na 2ª Guerra Mundial contra a URSS e teve uma parcela de responsabilidade no genocídio de 800 mil judeus na Ucrânia.

     

    Para avaliar a fidelidade à sua origem, basta saber que em 2013 o Svoboda homenageou os 70 anos da constituição da Divisão Galícia da SS, com os seus militantes usando uniformes daquela antiga unidade militar nazista e identificados pela suástica nos capacetes.

     

    Em 6 de março de 2013, em Cherskasy, cidade próxima de Kiev, no transcorrer de uma manifestação pública, seis militantes do Svoboda tiraram as suas jaquetas, deixando ver na camiseta a frase “Golpeiem os judeus”, fato que iniciou um conflito generalizado na manifestação (Informação de boletim de 12/3/2013, da “Agência Telegráfica Judaica”). No entanto, o correspondente na Ucrânia do Zero Hora, jornal de Porto Alegre, baseado em dois depoimentos de judeus, está dizendo que o alerta dado por “Putin não comove os judeus de Kiev”, como se fosse mera propaganda russa. Sem dúvida, é preciso aprender melhor as lições do holocausto.

     

    O Svoboda é uma organização perigosa. Fez 10% dos votos na eleição de 2012, quando elegeu 36 deputados para o parlamento. Em algumas regiões do oeste chegou aos 40% dos votos. Tem vínculos com a Aliança dos Movimentos Nacionais Europeus, que agrupa organizações ultra-nacionalistas ou nazistas daquele continente.

     

    O Svoboda e os outros grupos nazistas representaram 30% dos manifestantes presentes na Praça Independência, defendendo o lema “Deus e Pátria”. São o setor mais organizado e mobilizado, e a quase totalidade daqueles que se envolveram diretamente nos confrontos com a polícia. Como em outras situações históricas, os grupos nazistas estão associados aos interesses de setores do empresariado, que os financiam.

     

    Não é por acaso que a Rússia teme o que se passa na Ucrânia de hoje. Ainda está viva a memória das dezenas de milhões de russos mortos pelo nazismo durante a 2ª Guerra Mundial.

     

    A direita ucraniana e inclusive os nazistas contaram com o apoio público do imperialismo norte-americano e europeu, empenhado em uma ofensiva que tem a Rússia como alvo político e econômico, destacando-se aí o imperialismo alemão, que parece estar revivendo a velha ideologia da expansão do espaço vital da Alemanha para o Leste, como já aconteceu várias vezes durante o século XX, resultando nas duas guerras mundiais.

     

    O governo de Yanukovich, mais identificado com a Rússia, não resistiu à pressão da Praça da Independência. Estava muito enfraquecido pelos graves problemas existentes no abastecimento da população e pela insatisfação popular com as reformas neoliberais que destruíram (e prometem destruir mais ainda) as conquistas sociais do antigo Estado operário. Uma parte da população vive a ilusão de que os seus problemas poderão ser resolvidos com a incorporação da Ucrânia à Comunidade Européia. Afora tudo isto, o governo Yanukovich estava tomado pela corrupção.

     

     

    O avanço da direita na Ucrânia

     

     

    Algumas organizações de esquerda respaldaram as manifestações da Praça da Independência e, ao desconsiderarem que estavam controladas pela extrema-direita e pelo imperialismo, repetiram os mesmos erros cometidos nos anos 90 no processo de desconstituição da Iugoslávia, quando acabaram confundidas com as ações militares da OTAN e do imperialismo.

     

    É preciso dar mais atenção à História do movimento operário para entender que nem todas as manifestações públicas são “populares e democráticas”, empregando as expressões usadas por quem pensa assim. O fascismo subiu ao poder na Itália em 1922, e o nazismo na Alemanha em 1933, em meio a processos políticos que contaram com manifestações públicas e massivas de bandos paramilitares, articuladas com golpes de Estado urdidos no parlamento. De forma alguma, estes acontecimentos poderiam ser caracterizados como revoluções populares. Pelo contrário, tratava-se de uma ofensiva reacionária, que tinha por objetivo golpear em profundidade a organização dos trabalhadores.

     

    Quem se iludiu com as manifestações da Praça da Independência, a ponto de achar que se tratava de uma “revolução popular e democrática” acontecendo, tem agora uma oportunidade para se redimir do erro cometido. A partir da derrubada de Yanukovich, ficou de uma vez por todas perfeitamente esclarecido o caráter direitista do movimento da Praça da Independência.

     

    Não temos nenhuma ilusão no Partido Comunista da Ucrânia, uma sobrevida da velha organização que levou a URSS à desgraça, mas não somos neutros em relação aos ataques que estão sofrendo. As sedes deste partido foram invadidas e existe uma tentativa de torná-lo ilegal. A sua bancada de deputados está proibida de tomar os seus lugares no parlamento (Rada).

     

    Foram destruídos os monumentos existentes em Kiev, que homenageavam a vitória da União Soviética na luta contra o nazismo na 2ª Guerra Mundial, e também estátuas de Lênin.

     

    O parlamento suprimiu o russo, até então a segunda língua oficial em regiões que representam a metade da Ucrânia. A Rada está agora ocupada pelos grupos nazistas, que fazem a segurança do prédio, em nome do novo governo.

     

    A esta altura, é um exercício político bom e necessário examinar a forma como se deu a ascensão do fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha, e compará-la com os acontecimentos similares que estão ocorrendo na Ucrânia. Para nós, a conclusão é que o monstro está se criando.

     

    O golpe de direita ocorrido na Ucrânia, com todos os seus antecedentes na Praça da Independência, reforçou um quadro internacional de avanço da direita, em particular na Europa, onde também ocorreu o crescimento do partido nazista “Aurora Dourada”, que obteve algum sucesso eleitoral na Grécia. O crescimento do nazismo e da extrema-direita acaba sendo uma das piores e mais perigosas consequências da crise econômica internacional.

     

     

    Um histórico do golpe

     

    Na eleição de 2010, Yanukovich fizera 1 milhão de votos a mais do que Iulia Timochenko (Partido Pátria), condenada depois à prisão por corrupção e assassinato.

     

    Yanukovich e seu Partido das Regiões tinham elegido 210 dos 450 deputados da Rada e, juntamente com o Partido Comunista da Ucrânia (32 deputados) e independentes (10 deputados), logrou obter uma frágil maioria parlamentar para governar.

     

    A partir daí, abriu-se um espaço político que mais tarde redundou na aproximação da Ucrânia com a União Aduaneira Euro-Asiática, liderada pela Rússia, e no recuo em relação à integração com a Europa Ocidental, que tanto motivou as mobilizações da Praça da Independência.

     

    Logo depois das 100 mortes, quase todas elas causadas pela polícia de Yanukovich, entre os dias 18 e 20/2/2014, a Rada negociou em 21 de fevereiro um acordo de trégua, que no entanto não foi aceito pelos manifestantes, que exigiam intransigentemente o fim do governo de Yanukovich e acusaram os parlamentares de traição aos que estavam na praça. Em 22 de fevereiro, com a situação completamente fora de controle, o presidente fugiu de Kiev e foi destituído pela Rada por 328 votos a zero, um resultado em parte consequência do temor dos parlamentares que estavam cercados pelos manifestantes na praça.

     

    Com a subida ao poder de Alexandr Turchinov (Partido Pátria), enquanto presidente provisório, foi definida uma nova eleição presidencial para 25 de maio e o retorno à Constituição de 2004, que dá mais poderes ao parlamento.

     

    É importante registrar, inclusive para entender a importância dos nazistas no novo governo, que o vice-primeiro-ministro do governo Turchinov é um deputado do nazista Partido Svoboda, e que também o são o ministro da Educação, o ministro da Política Agrária e do Abastecimento, assim como o ministro da Ecologia e Recursos Naturais. Uma série de outros cargos no novo governo também são ocupados por militantes do Svoboda.

     

    Turchinov rompeu imediatamente o acordo aduaneiro com a Rússia e pediu 35 bilhões de dólares de ajuda para a Europa e o FMI, como forma de contornar a crise do país. Até o momento, depois de ficar sem os 15 bilhões de dólares anteriormente prometidos pela Rússia, o governo da Ucrânia recebeu a promessa de alguns poucos bilhões de dólares por parte dos EUA e da Europa, ainda por cima condicionados à realização de drásticas reformas estruturais, todas elas contrárias aos interesses dos trabalhadores.

     

    A possibilidade de Turchinov ou de a direita e extrema-direita que o apoiam dar uma saída para as dificuldades vividas pelo povo ucraniano é inexistente, ainda mais levando em consideração as dificuldades do capitalismo europeu em prover subsídios para a Ucrânia em meio à crise econômica.

     

    Como acontece em outras situações no plano internacional, o mundo árabe por exemplo, não existe na Ucrânia uma direção revolucionária e independente dos trabalhadores, capaz de capitalizar esta situação.

     

    A crise de direção revolucionária é o problema incontornável que sempre se manifesta nas situações da conjuntura internacional. Por um lado, ela abre espaço para a intervenção do imperialismo e das direitas dos mais diversos matizes, inclusive as fascistas, como é o caso da Ucrânia, até as religiosas, que são a direção política das massas na Síria e no Egito.

     

    Por outro lado, a crise de direção confunde uma parte da esquerda revolucionária, fazendo com que muitos setores se precipitem através de caminhos equivocados em meio aos acontecimentos, em busca de um atalho ilusório para a construção de uma direção política, às vezes acabando por confundir as suas ações com as intervenções imperialistas.

     

    A Ucrânia está perto da divisão

     

    A Ucrânia poderá acabar dividida em dois países, cada um com aproximadamente a metade dos 45 milhões de habitantes e dos 603 mil km² (bem mais do que o dobro da área do estado do Rio Grande do Sul). Um ao oeste, de língua ucraniana, onde está localizada a enorme região devastada pelo desastre nuclear de Chernobil, e outro ao leste e sul, de língua e/ou etnia russa, onde estão localizadas as indústrias e as terras agrícolas mais importantes.

     

    É preciso também considerar que a Ucrânia e a Rússia possuem laços culturais, religiosos e econômicos que unem estes dois países há muitos séculos, e que este é um fator importante, pelo menos para uma das partes da população ucraniana.

     

    A República Autônoma da Criméia, de população predominantemente russa, e localizada no sul da Ucrânia, entrou agora de forma contundente na pauta política da crise ucraniana.

     

    Em 1954, em uma época em que a União Soviética era um bloco monolítico, e não faziam muita diferença as fronteiras entre as chamadas repúblicas soviéticas, porque a burocracia mandava de forma autocrática em todo o país, Kruschev, primeiro-ministro da URSS, incorporou a Criméia à República Soviética da Ucrânia. O que parecia ser naquele momento um mero ato administrativo da poderosa burocracia soviética está fazendo muita diferença nos dias de hoje.

     

    O repúdio dos russos da Criméia e do leste da Ucrânia ao golpe da direita em Kiev e às restrições que foram postas ao idioma russo já se iniciou. Um congresso realizado em Jarvik, abrangendo representações da região leste e sul, recusou a autoridade de Kiev. O parlamento da República Autônoma da Criméia determinou cortar o pagamento de impostos a Kiev.

     

    Já se verificaram as primeiras deserções nas forças armadas da Ucrânia, de militares que se subordinaram à autoridade da República Autônoma da Criméia, como foi o caso do almirante que comandava a marinha de guerra da Ucrânia.

     

    De imediato, o exército russo respaldou a sublevação dos ucranianos russos e ocupou a Criméia a partir de Sebastopol, onde está localizada uma base naval da Rússia, ali estabelecida através de uma concessão de longo prazo feita pela Ucrânia. A base naval de Sebastopol é estratégica para o controle do Mar Negro e do Mar Mediterrâneo, e está diretamente relacionada com a presença militar da Rússia na Síria.

     

    No dia 16 de março próximo, um plebiscito decidirá se a Criméia se manterá na Ucrânia ou vai se incorporar à Federação Russa. Algumas cidades do leste da Ucrânia também farão plebiscitos desta mesma natureza.

     

    A ofensiva imperialista no Leste

     

    Estão presentes na situação da crise política da Ucrânia elementos que caracterizam um forte choque inter-imperialista, onde o imperialismo europeu e norte-americano desempenha um papel expansionista em direção ao leste, enquanto a Rússia representa a parte mais fraca, aquela que se encontra na defensiva.

     

    É preciso considerar nesta discussão que as conquistas sociais da Revolução de Outubro de 1917 foram completamente expropriadas pela burguesia, e o capital financeiro internacional já está alojado na Rússia há muito tempo. Na verdade, a Rússia foi incorporada ao mercado capitalista mundial em uma posição subalterna e hoje é um país de capitalismo atrasado, em larga medida subordinado ao capital internacional, podendo ser comparado ao Brasil, ambos os países eufemisticamente chamados de “emergentes”.

     

    A distinção que precisa ser feita em relação à Rússia é que ela conserva o poder militar e tecnológico da antiga URSS, agora recuperado por Putin. A Rússia possui um arsenal nuclear do mesmo porte que o norte-americano.

     

    A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança político-militar hegemonizada pelos EUA e surgida durante a guerra fria, incorporou todos os países do leste europeu, ou seja, as antigas democracias populares ou, como as chamávamos, os Estados operários burocratizados, em sua maioria submetidos ao poder da extinta União Soviética.

     

    A expansão da OTAN passa agora pela tentativa de incorporação da Ucrânia, a primeira a ser tentada entre as 15 repúblicas que constituíam a URSS, algo que colocaria esta aliança militar imperialista na fronteira com a Rússia.

     

    Os passos futuros desta ofensiva apontam claramente na direção da fragmentação da Federação Russa, o caminho para o capital financeiro internacional se impor como dominante na Ásia Central, uma estratégia geopolítica que foi pensada por Zbigniew Brzezinsk, Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, no governo de Jimmy Carter, de 1977 a 1981.

     

    O imperialismo norte-americano ameaçou a Rússia de retaliações políticas e econômicas em virtude da sua presença na Criméia, já que é difícil para os EUA fazerem a retaliação militar a um país que renovou e fortaleceu as suas forças armadas, como é o caso da Rússia. Para complicar a situação para os EUA, a Rússia passou a contar com o apoio aberto da China, que ameaçou retaliar os EUA, ostentando para isto a sua qualidade de principal credora da dívida pública norte-americana.

     

     

    Leia também:

    Batalha da Ucrânia: EUA derrotam e humilham a Rússia

     

     

    Clovis Oliveira é professor de História e membro do Centro de Estudos e Debates Socialistas (CEDS) de Porto Alegre.

     

    Para a elaboração deste texto foram utilizadas informações do artigo “O lado Escuro da Revolta na Ucrânia: Neonazistas compartem o poder”, de autoria de Conn Hallinan, traduzido do inglês para o espanhol por “Izquierda Punto Info”, da Argentina (8/3/2014).

      

     

     

  5. A desfaçatez de um defensor de nazistas e de golpes de estado

    Este senhor Zibell deveria procurar um psiquiatra. Ele mente, mente, mente, mente, mente e mente, descarada e desavergonhadamente, sobre a questão da Ucrânia e da Rússia. Com que autoridade este defensor de nazistas chama a Rússia ou Putin de “neo fascistas”? Este infeliz cachorrinho de madame dos EUA precisa parar de mentir. O seu discurso mentiroso e absurdamente descolado da realidade não engana a mais ninguém. Todo mundo já percebeu o que houve na Ucrânia, menos o coxinha fantasiado, defensor de golpes de estado nazi-fascistas. E ainda acusa os outros de serem “torcedores”. Este senhor Zibell é um defensor de nazi-fascistas e tenta impingir aos outros àquilo que ele próprio defende.

     

    Após o fim da URSS, a Ucrânia teve diversas eleições presidenciais e TODOS os presidentes eleitos, bem como os primeiros ministros, cumpriram integralmente os seus mandatos, respeitando a democracia, a legalidade e a Constituição da Ucrânia. Absolutamente NENHUM dos presidentes ou primeiros ministros foi algo de GOLPES DE ESTADO. O presidente que foi derrubado pelo golpe de estado em 22 de fevereiro também já foi oposição na Ucrânia. A oposição na Ucrânia governou durante 05 anos, como mandava a Constituição daquele país, através do presidente Viktor Yushchenko. Viktor governou entre 2005 e 2010.

     

    O governo Yushchenko foi absolutamente pró Europa Ocidental e pró EUA. Ele foi eleito depois daquilo que se convencionou chamar de “Revolução Laranja”, em finais de 2004. Este senhor que cumpriu INTEGRALMENTE o seu mandato, sem sofrer nenhum tipo de golpe ou tentativa de golpe de estado, tentou se reeleger em 2010, mas o governo dele foi tão desastroso, sob todos os aspectos e pontos de vista, que fez ridículos, pífios e desmoralizantes 05% dos votos no pleito de 2010! Este foi o caldo de cultura que levou à eleição de Viktor Yanukóvych em 2010. Ele que foi derrotado justamente pelo péssimo presidente Yushchenko, no pleito de 2004.

     

    Está perfeitemente nítido e cristalino que o que houve agora na Ucrânia foi um GOLPE DE ESTADO chefiado por milícias NAZI-FASCISTAS financiadas pelo imperialismo da Europa Ocidental e, principalmente, pelos EUA. Quem disser o contrário disto é um reles mentiroso. Um vil farsante que é incapaz de parar de mentir. O referendo de hoje, onde a população da Crimeia aprovou com 95% dos votos a volta desta península para a Rússia, jamais teria acontecido se não fosse o GOLPE DE ESTADO dos nazi-fascistas havido na Ucrânia. Esta é a verdade cabal dos fatos. Não há o que discutir em relação a isto.

     

    Por fim, vejam que este infeliz de nome Zibell transformou-se num reacionário de marca maior (para mim isto não é novidade alguma). E além de reacionário, torcedor fanático dos EUA e mentiroso, agora está fechado em sua posição vexatória de porta voz do nazismo e do fascismo e de golpes de estado no blog do Nassif.

     

    Se houver um golpe de estado no Brasil, este reles porta voz de nazistas fará inúmeros posts para dizer que golpe não é golpe, mas sim uma “verdadeira democracia”! Se nazistas tentarem derrubar o governo eleito do Brasil, o reles porta voz de nazistas estará pronto para defender o golpe de estado chefiado por milícias nazistas! Se houver um golpe de estado no Brasil, chefiado por milícias nazistas e financiadas pelos EUA, aí sim, o sr. Zibell entrará em surto e terá orgasmos múltiplos de prazer ao apoiar o golpe de estado chefiado por milícias nazistas! Numa mão ele levará a bandeira dos EUA, na outra, uma bandeira com uma suástica.

     

    Triste fim o deste coxinha fantasiado. Transformou-se num defensor de nazistas, num defensor de golpes de estado e num defensor do imperialismo. Como nunca me enganei com este cidadão, a decepção para mim é menor. Outras pessoas estão bem mais decepcionadas, paciência. O mais importante é que a máscara deste pseudo ‘progressista’ finalmente caiu e se espatifou no chão. Ele é um reles golpista.

      1. Incapaz de argumentar, defensor de nazistas se desmoraliza

        Notem que o defensor de nazistas é um completo estúpido. É tão burro que é incapaz de contra argumentar tais e quais posicionamentos. O defensor de golpes de estado não é uma pessoa séria, ele só engana otários e imbecis do mesmo naipe dele. É um coitado cujos argumentos infelizes e absurdamente mentirosos são facilmente desmascarados. 

         

        Para não passar ainda mais vergonha, o defensor de nazistas apela para a pilhéria. Para não passar ainda mais vergonha, o defensor de golpes de estado apela para fotinhos ou para videozinhos imbecis, tão imbecis quanto ele próprio. Este sr. Zibell é uma vergonha em forma de gente. É alguém que defende nazistas e se diz “progressista”! É alguém que defende golpes de estado e se diz “progressista”! É alguém que não passa de um cachorrinho de madame dos EUA e se diz “progressista”!

         

        Que este cidadão, cuja principal característica é a mentira e mistificação grosseira de todo e qualquer tema, fique com medo de debater, não me surpreende. Este cidadão é um péssimo debatedor e sempre foi. É um perturbado que deveria procurar ajuda médica. É alguém que se esconde atrás de uma fictícia capa de modernidade, justamente para que os inocentes úteis não percebam que ele é um conservador de quatro costados. 

         

        Este sr. Zibell, que não tem condições de debater com uma criança de 08 anos de idade, restará indelevelmente marcado pelo seu apoio inconteste ao nazi-fascismo na Ucrânia, pelo seu apoio inconteste ao golpe de estado e por ser um reles cachorrinho de madame dos interesses dos EUA no globo terrestre.

         

        Por fim, lamento muito que este cidadão seja um incapaz. Incapaz de debater com alguém que não aceite as monstruosas mentiras que ele destila neste e noutros espaços. Mas não estou surpreso! Este cidadão só engana otários e inocentes úteis…

        1. Você não consegue argumentar,

          apenas xingar os outros?

          Se toca!

          Diga o que é improvável no texto e pronto.

          Ah… Isso não consegue. Nunca conseguiu, está sempre no mundo da fantasia.

          Então faz o seguinte: tenta convencer algum líder político brasileiro (podem ser os de sua preferência mesmo) a fazer uma declaração de apoio a Putin.

          E verá como será recebido.

           

          1. A arte de mentir e de praticar um tosco diversionismo

            O defensor da nazi-fascistas e de golpes de estado ficou nervoso… Deve ser porque a tática diversionista dele foi ampla, geral e irrestritamente desmascarada! O defensor de nazistas só fala em Rússia isso, Rússia isto, Rússia aquilo, Rússia aquilo outro, Rússia não sei o que lá, etc…

             

            Isto é uma tática diversionista do coxinha fantasiado! Para não discutir o golpe de estado praticado por milícias nazi-fascistas financiadas pelos EUA, o coxinha fantasiado fala sobre a Rússia e sobre Vladimir Putin! O defensor de nazistas e de golpes de estado não tem condição alguma para defender o indefensável, por isso é que ele não diz que apoia com ardor infanto-juvenil o golpe de estado, por isso é que não diz que está a favor dos nazistas golpistas da Ucrânia, por isso é que esconde o fato de ser única e exclusivamente um cachorrinho amestrado dos EUA e de pessoas dantescas como o senador John McCain.

             

            A tática do defensor de nazistas foi desmascarada. Ele é um apoiador incondicional de golpes de estado. É um apoiador incondicional dos nazistas ucranianos. É um apoiador incondicional dos EUA. Esta é a verdade cabal e incontestável dos fatos. E para mistificar este comportamento vexaminoso, o defensor de nazistas deita falação contra Putin e a Rússia… Um jogo manjado e que vale tanto quanto uma nota de três reais!

             

            Lamento profundamente que ainda existam pessoas, em pleno século XXI, que defendam com tamanho ardor um golpe de estado, ou que defendam com tamanho ardor grupos e milícias nazistas, ou que defendam com tamanho ardor o país que mais golpes de estado e guerras fez contra as mais diversas nações ao redor do globo terrestre, que é o país de nome Estados Unidos da América. 

             

            As máscaras caem e se espatifam no chão. A do coxinha fantasiado já havia caído, mas uns e outros inocentes úteis resistiam a acreditar. Agora não é mais possível deixar de perceber o que de fato representa, e qual é o pensamento político deste sr. Zibell.

          2. Imagina…

            Nem leio seus comentários inteiros, é até divertido ver seu esforço em escrever, mas só passo os olhos diagonalmente pra ver +/- o delírio do momento.

            O atual é me chamar de ‘defensor de nazistas’, não é isso?

            Numa outra época era algo como ‘coxinha fantasiado’.

            Eu posso ficar é tranquilo porque eu só acompanho a realidade do Brasil e do Mundo.

            Você é que fica chateado da mesma não corresponder às suas fantasias.

             

          3. Não lê porque sente vergonha da própria ignorância

            O defensor de golpes de estado e de milícias nazi-fascistas está a cada dia mais patético. Seus argumentos são tão simplórios que ele não engana ninguém, nem mesmo os inocentes úteis. 

             

            E ainda fala em fantasias! Ora, mas não é o próprio coxinha fantasiado, defensor inconteste dos nazistas ucranianos, que utiliza uma frasezinha do sr. Walt Disney, o mago da fantasia e notório e ferrenho anti comunista macartista dos EUA?

             

            O sr. Zibell deveria se envergonhar da própria ignorância. Não sabe nada sobre assunto nenhum, escreve pérolas do senso comum, reproduz acriticamente todo o lixo que a imprensa ocidental despeja na sua oca cabeça e ainda se diz “progressista”!

             

            Lamento profundamente que alguém que se auto intitula como “defensor dos direitos humanos” tenha a desfaçatez de defender com entusiasmo tão arraigado as milícias nazistas da Ucrânia. E também lamento que este reacionário em vestes “progressistas” insista em defender golpes de estado, como se isto fosse absolutamente normal.

             

            Enfim, a máscara deste cidadão caiu e se espatifou no chão. Ele tem medo de debater, porque perde sempre. Ele é um defensor inconteste dos nazistas ucranianos e do golpe de estado havido naquele país. Ele mente e pratica um tosco e patético diversionismo, ao citar trilhões de vezes a Rússia.

             

            E ele o faz porque as teses que ele defende são indefensáveis, no caso do nazismo, desde o fim da II Guerra Mundial. No caso dos golpes de estado, aqui na América Latina, desde os anos 80. E no caso do imperialismo, que ele defende com entusiasmo, desde sempre.

             

            Triste fim de alguém que um dia chegou a enganar meia dúzia de inocentes úteis. Agora ele anda por aí a defender golpes de estado. Só falta trocar a foto de coxinha fantasiado por uma suástica…

          4. Seus comentários não leio mesmo

            Só o título e primeiro parágrafo.

            Mas quando clico em responder aparecem comentários extensos…

            E essa admiração aparece em muitos posts que redijo (menos, curiosamente, quando critico a falta de postura do governo no combate à homofobia.)

            Fascinante mesmo.

            Acorda Alice!

          5. Tá difícil aí, Ivan Maccormitch

            Isso já era previsto em 01-março:

            http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/anotacoes-para-uma-conversa-sobre-crimeia

            Qual parte você não leu de 

            “pode ser uma ‘Vitória de Pirro’ no médio prazo: ocorre que, pela matemática eleitoral, os 3% (60% de 5%) de votos de falantes de russo dessa região farão falta nas eleições gerais da Ucrânia, há muito sempre ‘apertadas’. E a eventual secessão empurrará definitivamente a porção falante de ucraniano, que passará a ser maioria, para a esfera de influência da U.E.

            – Ou seja, não interferir cabalmente na Crimeia é a possibilidade que resta à Rússia para que a Ucrânia não se filie à OTAN. E não intervir para impedir uma secessão da Crimeia não é de todo desinteressante para os EUA. Algo como entregar um anel ficando com 95% da mão. Um tipo de ‘gambito’.”

            Ou seja, a Rússia abriu mão de incorporar a Ucrânia ao ‘projeto eurasiano’. Esqueça-se do sonhado espaço econômico ampliado. Mas para a reeleição de 2018 dá pro gasto.

            E não há mais argumentos, a não ser belicistas ou chantagistas, para impedir que um sentimento antirrusso ganhe prevalência na Ucrânia, o que torna a opinião pública da Europa em geral mais receptiva à participação da Ucrânia da OTAN do que em 2009. Quanto a isso temos que aguardar o que emergirá de 25-maio:

            http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/a-expansao-da-otan-na-europa

            E tambem era previsto pela CNN em 06-março (veja item 3):

            http://edition.cnn.com/2014/03/05/world/europe/ukraine-crisis-five-possible-outcomes/index.html?hpt=hp_t2

          1. O Ron Paul…

            …é libertário… está muito a minha esquerda em vários aspectos… acho que só no econômico que não…

            Se formos considerar a imagem vendida pelo Obama, o Ron é o verdadeiro Barack…

          2. É sua preferência, não se nega.

            Mas o segmento representado pelo Ron Paul (libertarianismo de direita) não consegue sequer indicação nas primárias junto aos Republicanos.

            Que provavelmente perderão as duas próximas eleições presidenciais de novo, 2016 e 2020 para H Clinton (e não, não acho preocupante não haver alternância nos EUA.)

            Fica a dúvida de quando os Democratas voltarão a ter maioria na Câmara. Acho que este ano não, mas em 2016 talvez.

             

  6. O Gunter é o sujeito mais reducionista que existe…

    …tudo para ele se resume à militância gay. A sua posição sobre a crise ucraniana deixa claro que tudo se resume ao confronto entre o homófobo Putin e o gayzista obama. O resto para ele não importa.

    Para você… o vídeo é da animação Cisne de Nepryavda e a música é a canção Kulikovo Pole. 

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=4Rs-Qg2F274%5D

      1. Essas ondas acontecem mesmo

        As saudades pelo integralismo, fascismo, chauvinismo nacionalista e stalinismo se misturam.

        Mas o Rebolla é bem coerente, ele é eleitor de Bolsonaro, né? Tirando que Bolsonaro não é antiamericano, ao que se saiba, o resto do discurso é parecido ao de Putin.

        Veja em outro comentário de Rebolla como ele diz que Ron Paul estaria à esquerda dele em valores e à direita em economia (e esse diagnóstico parece real).

         

        1. partiu para o desespero, e

          partiu para o desespero, e puxou o Bolsonaro para a conversa para conseguir a simpatia dos outros leitores!  ficou sem argumentos né!

          notou que seu lero-lero não tem mais a pronta aceitação, sabe porque isso está ocorrendo?  e porque vc perdeu a credibilidade!  

          1. Nananinanão

            Quem as pessoas apoiam publicamente, e é o caso do comentarista que já elogiou Bolsonaro no blog, diz muito a respeito dessas mesmas pessoas.

            É uma associação muito comum. Quem não quiser que seja feita não declara voto, certo?

            E você nunca viu o mimimi e patrulha em relação a eleitores de Eduardo Campos ou PSoL?

             

  7. Só para lembrar…

    Já que o Gunter entrou na fase inimigos dos meus inimigos são meus amigos, só gostaria de lembrar que, se o homofóbico Putin manda gays para a cadeia, os nazistas da ucrânia mandam para a câmera de gás.

    1. Ainda esse reducionismo de que comentários e posts

      devem ser desqualificados se o autor for gay…

      Certamente nenhum diplomata brasileiro nem líderes políticos brasileiros se manifestaram pró-Putin nestas 4 semanas por serem gayzistas, só pode.

      O mesmo vale para as chancelarias de China, Argentina e Nigéria (e olha que este último país é homofóbico e produtor de petróleo)

      http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/03/140315_veto_resolucao_referendo_lk.shtml

      Além de não saber argumentar em relação a uma única frase sequer do texto, olha como o que você fala é nonsense:

      – Compara Putin do presente com nazistas dos anos 1940. Ajudando às pessoas a notar a semelhança. E o renitente recurso ao mais manjado discurso ‘pega-ladrão’

      – Não percebe (ou finge não perceber) que quem faz o discurso ‘inimigo do inimigo é meu amigo’ é apenas uma minoria delirante que embarcou em reproduzir propaganda russa só para se contrapôr aos EUA.

      Comentar na blogosfera virou assistir um musical de ficção científica.

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=iSifCF8k27A%5D

       

       

      1. Moniz Bandeira e o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães

        Gunter,

        Você está enganado, Moniz Bandeira e o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães defendem Putin e criticam Obama

        http://www.youtube.com/watch?v=YfOAq8JcOY8,

        Os EUA entraram em acordo com a China para ela se declarar neutra, conforme MK Bhadrakumar que foi diplomata de carreira do Serviço Exterior da Índia. http://blogs.rediff.com/mkbhadrakumar/2014/03/13/obama-makes-an-offer-on-crimea/

         

        1. Não estou enganado não

          Moniz Bandeira nunca foi embaixador. Teve post com texto dele faz alguns dias, sobre Venezuela, e nem comentei. E S P Guimarães não é mais. Não têm cargos no governo nem concorrem na política, podem falar o que quiserem. 

          Se eles estão dispostos a, eventualmente, emprestar suas reputações para discursos de torcida, não é problema nosso, certo?

          Eu quero é ver alguém do Itamaraty na ativa defender o referendo. Por isso fiz a gracinha sobre o Brasil não estar mais no CS. Se estivesse, teria votado tal qual Chile e Argentina e os “caçadores de coxinhas” do blog não teriam o que comentar.

          Aliás, nem é relevante, porque eu não vejo problemas no referendo, nunca vi, desde meu primeiro post nesta novela, em 01/03: 

          http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/anotacoes-para-uma-conversa-sobre-crimeia

          Aceitar de facto o referendo não é aceitá-lo no discurso.

          Mas eu não estou preocupado com propaganda, quer seja no exterior, quer seja no Brasil, mas com o que é mais provável de acontecer.

          Que a OTAN não pode reverter isso é sabido desde que o mesmo foi convocado (já pus artigo da CNN sobre isso).

          O que eu disse no post basicamente é:

          – a Rússia não passará da incorporação da Crimeia (o que não é vantagem estratégica nenhuma em situação à situação anterior, em que patrocinava o governo Yanukovich, mas serve para o discurso nacionalista interno.)

          – EUA/OTAN/UE usarão o episódio para reforçar a influência sobre a Ucrânia (e também Casaquistão.) É por isso que não reconhecerão no discurso (embora saibam que menos eleitores crimeienses e propaganda anti-Rússia darão o resultado esperado em 25 de maio.)

          – em termos de opinião pública mundial a Rússia sairá disso menor que entrou. Isso será usado de muitos modos que os colegas daqui preferem fingir que não vêem. O esquecimento sobre Snowden é apenas um deles.

          – e, o que é meio bizarro, quando não muito tosco, e que quem tem conta no facebook está vendo, são pessoas defendo um regime protofascista (ainda que travestido de tirania da maioria), que é a Rússia, só pra se opôr aos EUA. Isso é a piada pronta do ano.

          E que não se pense que essa discussão é neutra para o Brasil. Quase sem exceção todas as pessoas que vi defenderem Putin em redes sociais são governistas (os psolistas são divididos nisso, ainda que a tendência maior é criticar Putin mesmo.)

          Ao defenderem tão ingenuamente o regime russo agora, o que conseguirão? Diminuir seu potencial de formadores de opinião para as próximas eleições.

          Mas, como eu costumo dizer, paciência.

           

           

           

      2. Não é verdade

        Não estou te reduzindo por ser gay. Sou leitor de seus posts e acho vc um dos melhores comentaristas aqui. Em geral concordo com vc, razão pela qual na maioria nem comento. O comentário que fiz em relação ao Rebolla acima se referia a isto. Invariavelmente concordo contigo e discordo dele.

        Desta vez não teve como não dar razão a ele. Se tem alguém reduzindo algo aqui, nesta questão da Ucrânia é você.

        Acho incrível que alguém com uma capacidade analítica como a sua, contaminado pelo “ódio justificado”, entre na esparrela de cair de amores pelo gay friendly Obama contra o homofóbico Putin numa questão que nada tem com a causa gay.

        Ou melhor, pode até ter, com consequencias terríveis para os gays ucranianos. Não preciso lembrar a vc dos triângulos rosa para concluir que, ruim com Putin, pior com os nazi. O fígado não é bom conselheiro.

        1. Pois é…

          Você era dos comentaristas que ainda não tinham embarcado nesse mundo “Invasores de Corpos” que se instalou.

          Isso de riscos para gays ucranianos, etc, já foi rebatido tantas vezes… Que adianta mostrar os artigos que falam da propaganda ‘pega-ladrão’ (o recurso de atribuir aos outros o que se faz) se as pessoas somente os repetem? Mesmo quando o próprio propagandista inicial (a Rússia) já não os usa pela desmoralização sofrida?

          É claro que o regime de Putin é que se ancora em princípios fascistas, alguém tem que ser (cegamente) muito antiamericano para não perceber isso.

          Eu apenas fui bem humorado e ilustrei com a matrioshka do Elton John…

          Mas você e o Rebolla querem por que querem pôr isso como modo de desqualificar o que escrevo. (Nesse assunto, que parece que lhe tocou, porque, de fato, em outros você não se incomodou comigo.)

          Pense um pouco: se eu sou racional, informado e ponderado – e não há nada em 4 anos de participação no blog que contrarie isso -, porque eu não estaria sendo agora? Será que atribuir meu diagnóstico, sobre a decepção com a Rússia, apenas por eu falar em outras ocasiões que Putin é homofóbico (e é, nem seus apoiadores o defendem nisso, apenas se omitem), não é uma defesa psicológica residual? Posto que outro argumento para contradizer o que eu tenho escrito não tem sido usado…

          Repare como é óbvio que nada tem a ver com a causa gay (como você mesmo notou):

          1) Nada dos argumentos que listei neste ou em outros posts perderia a substância se o autor não fosse um conhecido “gayzista anti-Putin”. 

          Vou ter que começar a usar pseudônimo? Tipo Julinho de Adelaide?

          O regime russo não é modelo por ser o que é no geral, ser homofóbico é apenas um ingrediente.

          2) Tirando o que eu chamo de ‘antiimperialismo órfão’, que um dia acordará desse sonho, quem está imaginando que no médio prazo a Rússia pode ser modelo para alguma coisa, ou mesmo que efetivamente serve para antagonista de EUA, OTAN, China ou UE?

          Acho que o fígado não é bom conselheiro para muita gente que se perdeu nessa. Eu só narro fatos e perspectivas.

          Quem está contaminado por propaganda?

          Por óbvio quem defende a proibição de manifestações, quem defende o belicismo, quem apoia um regime diplomaticamente isolado, enfim.

          3) Eu não ando falando nada sobre esse assunto que qualquer pessoa racional não falaria.

          Ah… Mas minha capacidade analítica não bate com a torcida no blog? Não posso fazer nada. Eu estou fazendo o que posso pras pessoas deixarem de pagar esse mico, de torcer por Putin etc, em público.

          E daí que eu sou gay e Putin é homofóbico? Isso não altera nada. A Revolução na Praça Maidan não aconteceu por isso. O crescimento no tempo da OTAN no Leste Europeu não aconteceu por isso. A dependência econômica da Rússia por exportações de gás não ocorreu por isso.

          4) A homofobia de Putin não é, nem de longe, o único aspecto neofascista de seu regime. Coloque a intimidação a empresários, o controle de mídias, o uso de chantagens econômicas, o patrocínio a Yanuchenko e aos eternos presidentes da Bielorússia e Cazaquistão, a busca de apoio na Igreja Ortodoxa, a proibição de manifestações públicas, os elevados gastos militares/PIB na lista.

          Defender isso, e posar de ‘esquerda’ em redes sociais, ignorando toda a irracionalidade e contradição implícita, não é o fígado atuando como mau conselheiro?

          Quem caiu em qual esparrela?

          Se Obama é gay-friendly, ou mesmo se Papa Francisco vier a ser, “good for them”. Não é isso que faz seus discursos melhor sucedidos. Apenas ser gay-friendly é a única posição racional sobre o assunto.

          E se Putin for homofóbico, e isso constrange seus apoiadores, problema dele e dos mesmos, posto que essa idiotice não o ajudou em nada no “Projeto Eurasiano”.

          Quem quiser reforçar o discurso antiamericano, antiimperialismo, blábláblá deve é cobrar de seus ícones que melhorem o discurso em relação a LGBTs, porque isso não pega mal só junto a LGBTs, mas junto a qualquer observador de bom senso. O que um colega falou outro dia, que teríamos que relevar Putin por ele ser ‘menos pior’ que Hitler é o cúmulo do ridículo.

          Vamos ser um pouco mais racionais?

          Eu, pelo menos, faço minha parte.

           

           

           

  8. ^.^ Carvão e Petróleo bruto com participação semelhante ao gáss

    http://1.bp.blogspot.com/-k-lGNxOBBZM/UwlNevsL8cI/AAAAAAAAUms/fkPbfNvG4ow/s640/Oleh+Tiahnybok.jpg

    Senador americano John McCain dando apoio público a Oleh Tiahnybok

    715 × 1118 – warrelics.eu

     

    europeus estavam mais preocupados com nazistas da ucrânia durante a eurocopa do que quando entregam a eles o ministério da defesa do país:

     

    Torcedores protagonizam cenas de racismo em estádio na Ucrânia

    http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2012/05/120528_ucrania_racismo_rc.shtml

    importações de energia da UE-27

    A origem das importações de energia da UE-27 mudou nos últimos anos, mantendo a Rússia a sua posição como principal fornecedor de petróleo bruto e de gás natural e tendo-se tornado também o principal fornecedor de hulha (Carvão). Em 2010, cerca de 34,5 % das importações de petróleo bruto da UE-27 provinham da Rússia; tratou-se da percentagem mais elevada registada entre 2002 e 2010, com uma queda temporária para 31,4  em 2008. A Rússia tornou-se o principal fornecedor de hulha em 2006, ultrapassando a África do Sul, depois de ter ultrapassado a Austrália em 2004 e a Colômbia em 2002; A percentagem da Rússia nas importações de hulha da UE-27 passou de 13,1 % em 2002 para 30,2 % em 2009, para depois baixar em 2010 para 27,1 %

    http://epp.eurostat.ec.europa.eu/statistics_explained/index.php/Energy_production_and_imports/pt

    “…diz muito da credibilidade das pessoas para o embate político no Brasil.”

    realmente

    ou não

    “E vamos nos preocupar em atacar (rebater com argumentos) a mensagem, não o mensageiro.”

    qua, 08/01/2014 – 13:56 Gunter Zibell – SP

    https://jornalggn.com.br/comment/190091#comment-190091

    depende da camada da matrioska rs

    e vamo nois

  9. Ah, antes que eu me esqueça…

    …caso as sanções dos EUA e UE sejam fortes… o teu tão odiado Putin no mímino chegará ao Dniper… 

    Sobre a colagem que você fez, vamos fazer uma pequena análise:

    A) A Ucrânia está falida. 

    B) Para “honrar os compromissos” terá que receber empréstimos.

    C) Para isto terá que fazer os arrochos de sempre.

    D) O povo ucraniano na Europa só não é menos pobre que búlgaros e romenos.

    E) Quanto tempo você acredita que o governo conseguirá manter-se popular com o aumento do desemprego, arrocho salarial e piora dos já ruins serviços públicos?

    F) Caso os políticos da OTAN levem em consideração este risco e optem por assumirem uma parte a fundo perdido, qual será a reação dos periféricos do sul da UE que estão comendo merda há quatro anos?

    G) A tua torcida por uma crise econômica, provocada pelas sanções, visando à Rússia não leva em consideração que a Alemanha e o Reino Unido poderão manter uma certa tranquilidade, mas um novo período de turbulência, mesmo que moderado poderá ter um efeito devastador em Portugal, Espanha, Itália e Grécia e forte impacto na França.

    H) A economia americana ainda não apresenta crescimento consistente, qualquer efeito negativo a impactará. Mesmo mantendo o quantative easing a tendência será esfriamento e aumento da dívida, já gigantesca.

    I) Falando em China, numa comparação meio grosseira não se esqueça de Taiwan… para Pequim a situação é semelhante, e lembre-se também da migração induzida da dinastia Han para o Tibet. Você não acha que o retorno da Criméia a Rússia e até mesmo um hipotético avanço sobre o leste ucraniano não será um precedente para a manutenção do Tibet como parte da China, sabendo que os mesmos (EUA e UE) também têm interesse na fragmentação territorial da China com a independência tibetana? 

    J) Lembre-se da Caxemira… é fácil saber o lado hindu nesta história.

    P.S. militarmente uma intervenção da OTAN só poderá ocorrer se os EUA aceitarem também serem destruídos… veja como são belos os TOPOLs…

    P.S.2  Economicamente a Rússia é muito mais avançada que o Irã, há quantos anos mesmo ele está sob embargo? 

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=MPUeb5UUOUg%5D

    1. Sai do delírio

      Quem acha que haverá sanções econômicas ou embargos? Quem está falando em intervenção da OTAN? 

      Quem está torcendo por crises econômicas ou militares é você. Não fica fazendo transferências que não cola. 

      Eu só estou dizendo que a Europa buscará daqui pra frente reduzir ainda mais a dependência em relação à importação de gás. Que não é 30, mas 10% da matriz energética da Europa.

      E que por isso mesmo a Rússia fica cada vez menos capaz de fazer essa chantagem.

      >>> Você não argumenta em relação a isso.

      Também estou dizendo que a OTAN ficou com maior argumentação para aceitar pedidos de um novo governo ucraniano para se afiliar.

      >>> Você não argumenta em relação a isso.

      E as avaliações correntes sobre a posição da China são o contrário do que você fala, mas você quer viver uma realidade paralela, pode ficar nela.

       

      1. Ai, ai

        Recomeçando pela China.

        A situação tibetana é igual a ucraniana, há séculos é área de influência chinesa e foi incoporado ao império. Embora a historiografia ocidental, pelo menos para quem se informa através da “mídia”, o considera um país independente ocupado pelos comunistas após a vitória da revolução nos anos 1950.

        Taiwan foi incorporada pela última vez ao império chinês no século XVII, é habitada por um grupo étnico não Han, pode-se considerar que ocorreu o mesmo que entre os russos eos ucranianos, mesma origem mas que ao longo dos séculos desenvolveram culturas e dialetos próprios.

        Então a China vai preferir o caminho do meio, ou melhor: do muro. Caso contrário estará fortalecendo a posição americana para que Taiwan se torne definitivamente independente, e aumente a pressão por maior autonomia para o Tibet. Afinal o Lama Podre (vade retro!) é um queridinho da Casa Branca e da ONU.

        Vamos para o gás:

        Esqueça o gás de xisto americano exportado para a Europa. O principal fator real para a incipiente recuperação econômica americana foi o seu baixo custo nos últimos anos, caso seja “commoditizado” o seu preço irá acompanhar a cotação internacional, coisa que não ocorre no momento. Os EUA abririam mão de uma vantagem própria para o benefício dos seus cupinchas?

        Vamos pensar então no norte da África. O principal produtor da região está uma bagunça, totalmente instável. A Líbia está sofrendo um processo de balcanização, não será um fornecedor confiável. Quem foi mesmo que desgraçou o país? Não falo do tarado do Magreb…

        Outro grande produtor, o Irã, é um país pária. Não existe uma justificativa política para o seu gás substituir o russo.

        Nem vou falar da Venezuela…

        Restam os produtores tradicionais, mas a produção já está comprometida com as vendas principalmente para a Ásia. Caso troquem os clientes, com a saída do gás russo do mercado o seu preço irá aumentar e muito. 

        Então vamos dizer que as petro-democracias do golfo, países livres e tolerantes, como a Arábia, o Kuwait, etc, optem por enviar a sua produção para a Europa. Não se esqueça da Transiberiana, ela chega à China, basta liquifazer o gás na Rússia e o embarcar em vagões… afinal os chineses não irão pagar mais devido a conjunturas políticas.

        Quanto a OTAN

        As repúblicas bálticas aderiram a organização militar globalista quando a Rússia havia chegado ao fundo do poço. A data oficial de adesão, há cerca de uma década, foi precedida por negociações e os russos estavam militarmente em frangalhos. Nestes últimos dez anos a capacidade convencional de defesa russa teve uma enorme expansão. Mais e melhores equipamentos. Não pense que ela permitirá que a Ucrânia e a Geórgia entre para a OTAN, preferirá uma guerra com os dois.

        Informar-se apenas pela grande mídia atrelada aos americanos é um risco, mas as suas plumas, paetês e purpurina são um convite irresistível, não é?

        1. Você é que olha o Tibete e Xinjiang

          como paralelos da Ucrânia. Mas o paralelo é com a Crimeia.

          No seu terceiro parágrafo você alterou o discurso anterior para aproximá-lo ao meu: a China ficará no muro, o que, portanto, não é pró-Rússia. Vide votação de ontem no CS-ONU.

          O conjunto de lobbies e pressões para que os EUA/UE/OTAN mantenham suas esferas de influência é maior que o de produtores de xisto (já discuti isso estes dias com o Daytona.)

          A recuperação dos EUA depende de baixos preços de energia em geral, não só do gás de xisto. Então, sim, os EUA manobrarão a seu favor nisso, só que isso implica em justamente desvalorizar os hidrocarbonetos. O que implica em ajudar Europa a ter alternativas.

          O Irã não é pária aos olhos chineses. Talvez nem aos olhos turcos (apesar da rivalidade dos dois países na questão síria.) Esse é o ponto.

          Concordo que a China comprará o que for mais barato de onde for.

          Duvido que a Rússia venha a impedir futuras ampliações da OTAN. Fez gestões contra em 2009 e é esse justamente o aspecto mais importante da discussão: eu acho que os recentes ocorridos foram um equívoco para esse discurso, você acha o contrário, então aguardemos.

          “as suas plumas, paetês e purpurina são um convite irresistível, não é?”

          Não mais que militarismo e autoritarismo são fascínio para muitas pessoas. Da direita ou da esquerda.

           

           

           

  10. Tem certeza do escreveu?

    Amigo,

    Você foi muito arrogante, não quer reformular sua teoria?

    Tem certeza do que escreveu?

    1) IMportar gas dos USA.Você é engenheiro?Não deve ser, como poderia importar um volume expressivo de gás do USA. Liquefeito?Tá bom, vamos explorar gás de xisto a custos altíssimos, pressurizá-lo, armazenar, transportar a Europa , despressurizar, colocar em usinas de distribuição e vender o inverno Europeu em custo baixíssimo.

    Embase seus argumentos em aspectos sólidos, não em suposições para validar sua tese.

    A Merkel quase disse:Sr. Putin, quem sabe não podemos conversar, tem espaço na sua agenda?

    Ministro Inglês vaciilou:E nossos assets russos? 

    2)Queda das bolsas russas:A nossa tem caída muito também, você há observou que caiu muito este ano?Estanos sob guerra, ameaças?

    Obserce as  bolsas euroéias e americanas nas depressão.

    3)Quem está torcendo aqui?Tá maluco?Não quermos mais sangue derramado, nem que seja uma guerra fria. 

    4)A Europa central e USA sempre numa boa, mas o resto tá complicado, isto que você quer dizer?

    MAIS UMA VEZ: QUEM AQUI ESTA COMERANDO A RUSSIA, estamos comemorando que a coisa não se resolveu na bala como USA fazem….

    1. Suspiro…

      A Bolsa de N.York caiu só 0,5% no mesmo período.

      A importação de gás dos EUA você discute com os governos de Eslováquia e Hungria, que fizeram a proposta. Eles falam que para 2016 é possível. Não falam que é economicamente recomendável.

      As falas de Merkel e do Ministro inglês são conhecidas. Referem-se ao referendo (ainda que RU ficou a favor dos EUA na ONU), mas não dizem que Alemanha e Reino Unido se oporiam agora a uma ampliação da OTAN, como a Alemanha já se opôs em 2009 (junto com a França, que também apoiou os EUA no CS-ONU.)

      Você pode não estar torcendo, mas há quem esteja. E não me refiro só ao lado bélico.

       

       

  11. Incompreensível a postura do

    Incompreensível a postura do Gunter.

    Abaixo foto da manifestação de hoje em Malm, Suécia, em protesto contra os ataques mortais do partido nazista sueco contra imigrantes, gays e etc. O partido neonazista sueco tem forte ligação com o partido Svoboda da Ucrânia (que, acreditem, pode ser considerado como “neonazista moderado” quando comparado a outros existentes).  Esses partidos fazem parte de uma mesma rede de neonazis na Europa. O caldeirão ucrâniano está fervendo.

    Ou a Europa acorda ou ela vai se queimar. De novo.

      1. Você teria que perguntar

        aos ‘nazis’ que fazem discurso ‘pega-ladrão’.

        Ou àqueles que defendem regimes onde a liberdade de expressão é coibida.

         

    1. Que bom que na Suécia pode haver manifestações.

      É essa a razão por você não criticar a proibição delas na Rússia? Nem nunca sugerir posts sobre isso?

      Também houve uma manifestação de 2 mil noruegueses que se tornou viral, só que anti-Putin. Vale sugerir, né?

      Porque não sugerir como posts os atentados a boites gays em Moscou?

      Aproveite para comentar, já que subitamente se tornou tão preocupado com xenofobia e homotransfobia, qual sua opinião sobre o abandono dos projetos antibullying no Brasil, determinados pelos ministérios da Educação e Saúde.

      Ou o discurso de deputados de partidos que emprestam tempo de TV ao governo não pode ser discutido?

      Ou os ‘ovos de serpente’ brasileiros não são de seu interesse?

      Parem de fingir preocupações com os partidos de extrema-direita na Europa. Isso não cola pra defender um regime de extrema-direita já instalado (como parece ser o da Rússia.)

      Que a Rússia não passará do que já é, é sabido. Agora, pra que essas tentativas de relativizar a Rússia?

      Que resultado se espera com isso?

  12. E agora Obama? Melhor conversar c/ a Michelle….

    Veneza vai votar em referendo separação da Itália

    veneza, referendo, itália, separação, estado independente

    Foto: ru.wikipedia.org

     

    De 16 a 21 de março, o Vêneto irá realizar um referendo sobre a separação desta região da Itália.

    A única questão submetida à votação será: “Quer que a região do Vêneto se torne uma república federal independente e soberana?”

    Conforme as pesquisas de opinião, a separação da região da Itália e a criação de um Estado independente são apoiadas por até 64% dos habitantes do Vêneto, ou seja, dois terços de sua população.

    Segundo a lógica dos organizadores do referendo, como a região integrou outrora a Itália por referendo, é igualmente por referendo que ela pode se separar da Itália.
    Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_03_16/Veneza-vai-votar-em-referendo-separa-o-da-It-lia-7741/

     

    1. Legal ver a visibilidade da notícia

      em um site .ru

      Deve ter sobre Catalunha e Escócia também, não?

      Agora vamos aos pontos da questão atual:

      O que você acha que acontecerá daqui para a frente na fronteira ocidental da Rússia?

      – nada

      – a Ucrânia pedirá novamente afiliação à OTAN

      – a Rússia verá uma ampliação de propagandas desfavoráveis junto às populações do Leste Europeu e da Ásia Central

       

  13. Dúvidas

    Já foram boas suas análises, esta é medíocre:

    O que você esta defendendo ou melhor atacando a quem?

    2) A torcida das ‘esquerdas’ pelo neofascismo é comovente.  Só que não.

    ===>Quem aqui está torcendo?Que absurdo sua frase?Que isto, quem torce pelo neo-fascismo?Pelo contrário, queremos que não haja guerra que OTAN adora promover ultimamente….

     

    Alguns países mais dependentes (acima de 15% na matriz total) já buscam importar gás dos EUA (a partir de 2016):

    ==>Sua premissa de substituição de gás americano é falsa. Você é engenheiro?Explica-me como será economicamente viável importar volumes monstruosos de gás, do gás de xisto americano.

    5) é tão “frágil” a situação econômica do Ocidente que, desde o início do discurso beligerante, a bolsa que caiu quase 20% e a moeda que caiu 10% foram as russas.

    ===>E QUANTO CAIU NO BRASIL?O que temos com a Rússia?Tá brincando né?A situação européia é sólida (Grecia, Portugal, Espanha, e paises do Leste, é isto?)

    2) que bom que se percebe que o militarismo russo serve para isso, para anexar regiões fronteiriças. Útil para a mídia ocidental fazer analogias com os Sudetos nos anos 1930. E ‘gol contra’ se pensarmos no aumento do risco da Ucrânia ser empurrada para a órbita da OTAN. (Vamos pintar de cinza a península da Crimeia no mapa abaixo.) 

    ===>Eles estão defendendo INTERESSES ECONOMICOS, você acha que eles gostam  de brincar de gastar dinheiro com armamentos?Tá brincano , é?

    1. Muito gentil. Vamos lá.

      Estou defendendo a racionalidade de discursos.

      Temos vistos pessoas se associando ao discurso pró-Putin e isso as prejudicará como formadoras de opinião, já que não há nada a defender nesse regime.

      Mais na frente, quando houver discussões sobre a realidade política nacional as pessoas vão lembrar “ah, é um apoiador de Putin, não merece crédito.”

      Se as pessoas não quiserem ver o impacto disso, paciência, mas nunca é bom se manifestar publicamente a favor de bobagens.

      Você nunca viu ninguém torcer pela Rússia? Frequente mais redes sociais. Já vi pessoas que eu considero sérias, tão alucinadas por essa questão, postarem coisas como “Putin é gênio”, “Putin merece o Nobel da Paz”, “Vai lá Putin, corta o gás!”.

      E isso que falm de mim (esse absurdo de considerar LGBT não antissemita como ‘nazi’) foi usado em um hoax contra Luciana Genro. O que acha?

      Faça uma análise ‘por alto’ associando quem defende Putin ao candidato que defende no Brasil. Vai ter correlação, não?

      Menos mal que nenhum político embarcou nessa tolice em redes sociais, e que comentaristas sérios de esquerda ressaltam o caráter neofascista do regime de Putin, preservando o que sobrou de discurso.

      Não sou engenheiro, sou economista e geógrafo. Como se viabilizará a mudança da matriz energética europeia? Não sei. Talvez no artigo indicado tenha fontes, não parei nisso. Vai ver que do mesmo modo que fez as importações europeias de gás russo baixarem de 45% para 25% em 10 anos.

      Mas a questão é: a Rússia usará novamente a chantagem do gás? Na minha opinião não. Alguém acha que usará?

      Eu não estou brincando, sou bem humorado mas não brinco com coisa séria. 

      Se a queda da bolsa russa agradou a oligarcas russos e se a queda do rublo não é sinal antecedente de insegurança em relação ao comércio exterior russo (diga-se preços de hidrocarbonetos) deve perguntar aos interessados diretos.

      Eu acho que são fatores que desmobilizam a Rússia de novas aventuras, novamente chantagem de gás entre elas. 

      Mas, ôpa, a ‘chantagem do gás’ faz parte do menu da torcida antiamericana (ou pró-Rússia, isso se confunde.)

      Concordo que a Rússia está defendendo interesses econômicos. Só acho que não estão obtendo resultados.

       

       

       

  14. Sobre a matriz energética européia.

    Este artigo esclarece alguns pontos sobre o assunto: http://www.resilience.org/stories/2014-03-09/ukraine-russia-and-the-nonexistent-u-s-oil-and-natural-gas-weapon

    Nele podemos ler que: “O Estados Unidos ainda é um importador líquido de petróleo e gás natural” e “não há nenhuma perspectiva razoável, de que os Estados Unidos se tornará um exportador líquido de petróleo”.

    O transporte de gás por gasoduto é muito mais econômico, do que na forma liquefeita, que requer plantas de liquefação e de regaseificação, frotas metaneiras e instalações portuárias adequadas; a perda energética, nos gasodutos, é muito menor e a infraestrutura necessária é muito menos onerosa. Não há como o gás liquefeito, do EUA ou de qualquer parte, chegar na Europa mais barato, do que o gás russo entregue por gasoduto. Ninguém deixará de optar pelo gás russo por ideologia.

    A Europa não importa somente gás da Rússia. Importa também (muito) petróleo. Tanto a produção européia de gás, quanto a de petróleo estão em franca decadência, o que torna a necessidade de ambos os combustíveis crescente; apenas a Noruega e Dinamarca, esta bem pouco, são exportadoras de óleo; a maioria importa (muito) petróleo e não será fácil, senão impossível, achar quem substitua a oferta russa de óleo e gás.

  15. La la ri la rá…vou tomar

    La la ri la rá…vou tomar minha cervejinha em plena segunda por Putin. Ver os amricanos levarem um xeque mate merece comemoração.

    1. Uma ótima ideia

      Talvez de alguma marca cujo fabricante não seja ligado, de alguma forma, à Pepsi, à Coca-Cola, à Heineken ou à Inbev.

      Temos que evitar que os americanos ou europeus ocidentais ganhem centavos com nossas bebemorações.

  16. O nome germânico do autor já

    O nome germânico do autor já denuncia o desprezo que nutre pela Rússia. Um erro grave que muitos já cometeram ao longo dos séculos em relação aos russos. Napoleão e Hitler são obviamente os exemplos mais conhecidos dessa cegueira!

    1. isso é ridículo e xenofóbico

      Na falta de argumento se alude à origem étnica ou geográfica das pessoas? Tipo, se é nordestino vota em Lula?

      E esqueceu que há comentarista no mesmo post também com nome alemão e escancaradamente pró-Putin?

      Cada coisa…

    2. “Nome germânico”

      Nome de origem germänica como fonte de desprezo pela Rússia, é o mais acintoso absurdo xenófobo e 

      desprovido de qualquer atenção à História, que já li em toda minha vida. E para gáudio ou desprezo do

      próprio Vladimir Putin, que em repetidas ocasiões desculpou a Alemanha nazista – que ceifou não menos de

      20 milhões de mortos na URSS – de ser a única responsável pela 2a. Guerra Mundial (fontes? Há um trem delas).

      Putin, a encarnação despótica do “modo de produção asiático”, apud K. Marx, já declarou que seu coração pan-eslavo

      abriga dois amores, o segundo deles, a Alemanha. 

      Até o presente momento, não me dei conta, porque me é totalmente indiferente, que o sr, Gunter Zibell tenha nome 

      de origem alemã. Poderia até ser uma corruptela de “Zwiebel” – cebola em alemão, fruto de várias cascas alegóricas -,

      nome que na pena de algum preguiçoso agente de emigração brasileiro virou Zibell.

      Mas e daí: o sobrenome “condena” Zibell?

      Essa é uma associação de cérebro pequeno e preconceituoso, que em outro post acusará algum sobrenome de origem 

      judaica, ou árabe, ou malgache, para desqualificar seus adversários em debate público.

      Eu não vejo nenhuma restrição a nome, origem étnica, credo religioso e opção sexual de Gunter Zibell

      e de quem mais seja. Critico seu pensamento, rebato o cáustico com caneladas, sem ferir a pessoa, que 

      merece respeito; por mais que nos seja antipática. 

      Reitero: discordo de quase tudo o que Zibell escreve, mas tenho que agradecer à suas contribuições, 

      pois me obrigam a confrontar-me com uma visão de mundo que condeno, mas contra a qual devo mobilizar fatos e argumentos de qualidade. 

      E sem dúvida alertarei Luis Nassif à presença neste respeitável Portal de “debatedores” incapazes de segurarem

      uma confrontação de ideias e conceitos, ainda que penosa, com espírito democrático, sem confundir combate 

      de ideias com ataques pessoais.

      Apontar o sobrenome de uma pessoa como indício de sua pertenência étnica é artifício da Escola do Sr. Goebbels

      e da NKWD durante os expurgos anti-judaicos na URSS; é a velha e manjada navalhada FASCISTA e sua “escola 

      da etno-biologia” RACISTA.

       

       

       

  17. Ucrãnia.

    O fato preucupante nesse golpe de estado na Ucrãnia, é que neonazistas foram protagonistas do mesmo. Já são um mal exemplo pro resto do mundo. E o pior isso está ocorrendo  com  financiamento ocidental. Nada justifica apoiar nazistas. O Nazismo é uma doença, não se deveria dar espaço pra ele. 

     

    PS: Esqueçam os Russos e os Americanos, nenhum é melhor que o outro. O problema é o Nazismo. O problema é uma idéia tão nefasta prosperar de novo.

  18. O que exatamente o texto busca demonstrar?

    O texto pretende ser uma resposta ao excelente texto do Mauro Santaynna, no qual aquele jornalista, resumidamente, mostra que os EUA e os seus parceiros podem ter “errado a mão” apoiando o golpe na Ucrânia. De fato, é o que começa a se perceber: os russos estão dando as cartas e os EUA já recuaram de seu ímpeto inicial. A Criméia então nem se fala, ali Putin deu um cheque-mate. Ou seja, apesar de todo o pretensioso blá-blá-blá, o texto não traz conteúdo de valor ao caso em questão, e busca esconder o que salta aos olhos: os americanos entraram em uma roubada. Já as provocações pueris e os preconceitos  típicos de uma visão de mundo estreita e colonizada – colocar a interrogação após “governados (?) por centroesquerda (?)”,  ficariam muito bem para no Mickey Mouse ou para o Pato Donald, que devem ser ídolos  de quem cita Walt Disney.

    P.S. – sobre sua última frase, podemos também dizer, talvez até com maior propriedade que:

    Saber quem apoia propaganda NORTE-AMERICANA diz muito da credibilidade das pessoas para o embate político no Brasil.

  19. O conservadorismo russo é tão fascista como o resto do mundo

     

    Gunter Zibell,

    Você está ficando especialista na Rússia e na Ucrânia e assim comentar seus textos perdem tanto o sentido como repassar Padre-Nosso a vigário. Só que me parece que lhe ocorre o paradoxo da informação. É tanta informação que você se emaranha nela.

    Já disse lá no post “A expansão da OTAN na Europa” de quinta-feira, 13/03/2014 às 07:44, aqui no blog de Luis Nassif e oriundo de texto seu que você tem certas idiossincrasia nos seus comentários que beiram a infantilidade. Em meu comentário que eu enviei quinta-feira, 13/03/2014 às 22:09, eu disse o seguinte:

    “E por fim lembro que algumas passagens nos seus textos e nos seus comentários me parecem um tanto despropositado. Aqui neste post “A expansão da OTAN na Europa” eu selecionaria as duas seguintes. Esta primeira tirada do seu texto:

    “E que se pare com a torcida esperando alguma calamidade neofascista na Ucrânia”.

    E a segunda passagem, tirada do seu comentário de quinta-feira, 13/03/2014 às 17:28, para junto do comentário de ArthurTaguti, em que você diz:

    “Essa “torcida” pró-Rússia atualmente beira o ridículo do non-sense””.

    Para mais bem situar deixo o endereço do post “A expansão da OTAN na Europa” a seguir:

    http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/a-expansao-da-otan-na-europa

    Você também faz das suas aqui neste post “As Matrioskas do Ocidente são mais sutis” de domingo, 16/03/2014 às 17:16, no blog de Luis Nassif e oriundo de texto seu a partir do post “As Matrioskas da Rússia contra o Ocidente” publicado aqui no blog de Luis Nassif domingo, 16/03/2014 às 09:01, e oriundo de sugestão de Pedro Penido dos Anjos que transcreveu o artigo de Mauro Santayana “De cérebros e de cyclones”.

    A afirmação que parece mais uma diatribe infantil é a que você utiliza para iniciar este seu texto. Diz você:

    “A torcida das ‘esquerdas’ pelo neofascismo é comovente. Só que não”.

    Você não gosta de utilizar a distinção entre esquerda e direita, e não sei a que você se refere ao usar o termo esquerdas entre aspas. Eu gosto do emprego do termo e prefiro vê-lo bem empregado. Eu sou da esquerda e considero de esquerda todos que defendem um mundo com mais igualdade. Se esta não for a causa do outro eu não o considero de esquerda.

    Como esquerda que defende maior igualdade, eu defendo as minorias que são mais fracas que as maiorias. E defendo também maiorias quando elas são só maiorias em número mas não o são em poder. As mulheres, por exemplo, são maiorias em número, mas não o são em poder. Os pobres também são assim.

    Defendo também regiões quando sei que lá há maior concentração de maiorias numéricas, mas minorias em poder. Defendo, por exemplo, que o nordeste cresça mais rápido que o restante do Brasil, e posso especificar mais, mencionando São Paulo em particular, independente do fato de que o nordeste é culturalmente mais atrasado, o povo seja mais conservador do que em particular São Paulo.

    Quero que o Brasil cresça mais rapidamente do que a Europa, os Estados Unidos, o Japão. Não precisa crescer mais rápido do que a China, não só porque o crescimento da China está acima do que eu desejo para o Brasil como porque a China com um bilhão e meio de habitantes precisa crescer muito mais rápido do que o resto do mundo. E torço também para que a África cresça mais rápido e que também a Rússia cresça mais rápido.

    Então como esquerda eu torço para a Rússia. E assim uma frase sua como “A torcida das ‘esquerdas’ pelo neofascismo é comovente” soa como um disparate. Então as “esquerdas” deveriam torcer contra a Rússia. Qual é o fundamento de se torcer contra a Rússia que se depreende do que você diz? Porque as lideranças russas são neofascistas. É você está ficando especialista na Rússia, mas este conhecimento das lideranças russas está muito pobre. No caso de Vladimir Putin você tem que o vê apenas com um equilibrista. Quando ele assumiu a Rússia, a China já possuía mais de 20 anos de rápido crescimento econômico e era uma ditadura. Tudo que ele tinha que fazer é tentar dar o mesmo impulso a economia russa em um regime democrático. Em um país sem nenhuma tradição com a democracia. Vê o Vladimir Putin como neofascista, depois de tantas leituras, é comprometedor da capacidade de entendimento.

    E há também o seu primeiro argumento em relação ao artigo de Mauro Santayana “De cérebros e de cyclones” em que você diz:

    “1) usar poder dissuasório nuclear é reduzir a Rússia a Coreia do Norte. Isso tira qualquer discussão do campo do racional”.

    Imagine um ser extra terrestre que chegando a terra ver o mapa mundi e alguém lhe pergunta: “A Rússia usar o poder dissuasório nuclear é igual a Coreia do Norte, não é?” Se ele souber o que é poder dissuasório nuclear e mostrar os dois territórios no mapa mundi, o extra terrestre vai dizer: não é não, mesmo não sabendo a diferença quantitativa e qualitativa do pode dissuasório nuclear russo do poder dissuasório nuclear da Coreia do Norte.

    Ainda sobre a igualdade eu diria que se fosse a Rússia contra a Ucrânia, eu torceria para a Ucrânia. Só que a Ucrânia não é propriamente a Ucrânia. A Ucrânia é hoje a NATO. Então neste caso eu torço para a Rússia.

    Ainda sobre a sua equiparação de Barack Obama com Vladimir, eu lembro que em meu comentário para você junto ao post “A expansão da OTAN na Europa” eu fiz a comparação de George Walker Bush, o filho, com Vladimir Putin. E deixei implícito que apesar da sociedade russa ser mais atrasada, conservadora e mesmo reacionária do que a sociedade americana, George Walker Bush, o filho, usou dos mesmos instrumentos (dos mesmos instrumentos é força de expressão, o que poderia ser os mesmos são os sentimentos) que Vladimir Putin usa para angariar popularidade. Foi para ganhar a eleição que George Walker Bush, o filho, invadiu o Iraque. De certo modo no fundo, quando considerados no conjunto, nós seres humanos não somos tão diferentes como alguns querem fazer crer. E lá no meu comentário eu disse que Vladimir Putin tinha uma vantagem em relação a George Walker Bush, o filho. Vladimir Putin sabe que a Rússia precisa que ele permaneça no poder por mais tempo, enquanto no caso de George Walker Bush, o filho, a invasão do Iraque foi mais por uma vontade pessoal de se reeleger. Há é bem verdade uma justifica favorável a George Walker Bush, o filho, que não o desvaloriza tanto perto de Vladimir Putin. George Walker Bush, o filho, fez aquilo que os Estados Unidos podiam fazer. E talvez se a Rússia pudesse mais Vladimir Putin teria feito mais, ou seja, teria invadido a Ucrânia.

    De certo modo, apesar dos disparates, a sua comparação de Vladimir Putin com Barack Obama no caso de Bin Laden ficou de bom tamanho. Barack Obama se rebaixou naquele caso porque conhecia o povo americano e sabia que o povo americano reagiria favoravelmente a ele se ele contasse farol daquela empreitada. O ponto favorável a Barack Obama é que ele sabe que a vitória dele é importante para o aperfeiçoamento da cultura americana. Assim como Vladimir Putin sabe o quanto ele é importante para fazer a economia russa crescer a passos mais largos e poder se aproximar da qualidade de vida que países como Estados Unidos e Europa possuem. E então lá à frente é torcer para que alguém como Barack Obama possa ganhar uma eleição na democracia russa.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 17/03/2014

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