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Bolsonaro terceiriza o golpe para Elon Musk
por Fernando Castilho
Um bilionário acaba de comprar a maior parte das redes de supermercados do Brasil, passando a vender com preços incrivelmente baixos.
O segredo dessa grande rede foi começar a vender produtos que já passaram de há muito do prazo de validade, além de outros contaminados por mercúrio e outros agentes cancerígenos.
Naturalmente, a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) deu ordens para que os produtos fossem retirados das prateleiras, mas o bilionário não só desobedeceu, como também desafiou o governo brasileiro.
A analogia, de tão simples, chega a ser desnecessária, mas foi colocada aqui porque boa parte do país não entende o que está acontecendo e outra, que se diz patriota, idolatra um estrangeiro que tenta colocar nossas instituições de joelhos.
Elon Musk, o Milei bilionário em dólar e trilionário em real, o Coringa do Batman, interpretado por Jack Nicholson, comprou a rede social Twitter e tratou de mudar seu nome para X, mas sempre que lemos uma notícia sobre o X, ela vem acompanhada de “antigo Twitter”, ou seja, não emplacou.
O bilionário, de tão rico e poderoso, se tornou um daqueles personagens dos filmes do 007 que pretendem dominar o mundo. Ficamos revoltados com sua petulância e ousadia em confrontar nossa justiça, mas devemos nos lembrar que o que ele faz é capitalismo, o mais puro capitalismo, filtrado e coado, sem aquelas impurezas que outros bilionários em todo o mundo costumam deixar escapar para que sua imagem não fique tão arranhada perante a opinião pública. Por exemplo, Bill Gates faz filantropia milionária para conseguir certa simpatia no mundo, mas Musk não liga pra isso. Quer ganhar dinheiro e poder muito rapidamente.
O Coringa (e a grande mídia esconde isso), cuja fortuna tem origem em minas de diamante na África, criou uma empresa chamada Starlink que está se espalhando como um rastilho de pólvora pela Amazônia legal, quase que a cercando, para proporcionar comunicação via satélite para o garimpo ilegal e, de quebra, monitorar nossas terras em busca de quê? Sim, de níquel, lítio e terras raras, matérias primas para baterias de seus carros Tesla.
O STF poderia dar ordem à Anatel para bloquear o sinal do X. Tem gente que defende isso, afinal, onde não há seres humanos para testemunhar a existência de algo, esse algo teoricamente não existe. O problema é que Musk vende um produto que muita gente quer, embora haja várias outras opções de rede social.
Os deputados e senadores bolsonaristas e o próprio ex-presidente se assanharam com a afronta que Elon Musk cometeu, numa visível orquestração golpista que tem a intenção de ser o segundo round do que aconteceu em 8 de janeiro de 2022. Querem, agora, homenagear o Coringa na Câmara pelos “excelentes” serviços prestados ao Brasil. E esses serviços são o de inflamar mais essa tentativa de golpe.
O STF, para sufocar essa nova intentona ainda em seu nascedouro, deveria começar justamente pela prisão preventiva desses que estão a cada dia colocando suas cabecinhas para fora.
Alexandre de Moraes mandou abrir inquérito contra o bilionário. Mas ele não vive no Brasil e, portanto, não seria atingido. Contudo, o escalão que comanda o X no Brasil, caso continue a reativar as contas que foram banidas, terá que pagar as multas e, em caso de desobediência, poderá ser preso. Ficaria muito difícil o X continuar a funcionar sem um comando no Brasil. Musk, é claro, poderia contratar substitutos, mas quem se apresentaria, uma vez que seriam também sérios candidatos a prisão?
É hora de o STF agir firmemente, mas comendo pelas beiradas, sem fechar o X porque isso não produziria efeitos práticos, mas só causaria revolta de seus usuários.
Prender os vigaristas brasileiros seria muito mais efetivo neste momento.
Fernando Castilho é arquiteto, professor e escritor. Autor de Depois que Descemos das Árvores, Um Humano Num Pálido Ponto Azul e Dilma, a Sangria Estancada.
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Minha primeira reação ao incidente envolvendo Elon Musk e o STF foi aplaudir a decisão da Suprema Corte brasileira. Mas depois, pensando melhor percebi que talvez o Ministro Alexandre de Moraes tenha esquecido um fato pessoal relevante acerca do caricato empresário sul-africado naturalizado norte-americano.
Elon Musk é viciado em drogas. Sendo assim, a justiça deveria ser um pouco mais tolerante. Talvez fosse melhor o STF deixar aquele nóia falando sozinho do que dar a ele uma plataforma para continuar atacando o Brasil. Em suma foi isso que eu disse hoje no respectivo Inquérito.
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Concordo plenamente. A solução é comer pelas beiradas.