Em Ipatinga, ato pede mudança de nome de avenida Castelo Branco

Sugerido por jns

Do Jornal Vale do Aço

Ato pede mudança de nome da Avenida Castelo Branco

Débora Anício

IPATINGA – Dezenas de estudantes promoveram um ato de protesto na manhã dessa terça-feira (1º) na avenida Castelo Branco, no bairro Horto. Os cerca de 300 jovens relembraram os 50 anos do golpe militar no Brasil e exigiram a mudança do nome da avenida, que presta homenagem ao primeiro presidente do período do governo militar, um dos articuladores do golpe de 1964. 

O ato contou com a presença de professores e alunos das escolas estaduais Márcio Cunha (Horto), Selim José de Sales (Canaã) e Dom Helvécio (Areal). “Pretendemos denunciar a impunidade que ficou desde aquele período. O escracho no Horto visa mostrar às pessoas quem foi Castelo Branco”, explicou Maura Gerbe, representante do Fórum Memória e Verdade do Vale do Aço. “Juntamente com as elites daquele período, Castelo Branco foi um dos principais responsáveis pelo golpe que acabou destruindo a possibilidade de democracia e de um desenvolvimento social mais justo para o Brasil”, contou ela. 

Munidos de cartazes contra a impunidade aos responsáveis pelo golpe de 64, os manifestantes fizeram uma passeata pela avenida. “É preciso explicar para as novas gerações o grande mal que Castelo Branco fez a esse país. E ao mesmo tempo dizer que nós não aceitamos que ele seja homenageado com nome de avenida, pois ele não nos representa. Um homem que estabeleceu o estado de terror no país não merece homenagens”, reforçou Maura.  

O ato chamou a atenção das pessoas sobre a necessidade de punição àqueles que torturaram, mataram, prenderam e desapareceram com pessoas durante o período do governo militar. “As cidades democráticas não podem homenagear aqueles que cometeram crimes de desumanidade como a tortura”, enfatizou Maura.

Mudança de nome

Além de retirar o nome Castelo Branco da avenida do bairro, os manifestantes indicaram quem poderia ser o próximo homenageado. “Queremos que a avenida tenha o nome de alguém que realmente tenha contribuído para a nossa cidade do ponto de vista da justiça, igualdade, democracia e humanidade. Por isso achamos que a avenida poderia se chamar José Elias dos Santos, o seu Juca”, falou Maura. 

José Elias dos Santos foi um dos operários da Usiminas vítima do massacre de Ipatinga, que completou 50 anos em 2013. Seu Juca foi atingido por um tiro na perna que o impossibilitou de continuar a exercer sua função. “Depois do tiro ele nunca mais teve sua vida de volta”.

Após a manifestação no Horto, no período da manhã, os jovens seguiram para a Praça 1º de Maio, no centro. Na parte da tarde, após o ato de protesto na praça, o grupo seguiu para a Câmara Municipal, onde entregou a proposta sobre a mudança do nome da avenida Castelo Branco e remoção dos bustos de Castelo Branco e Costa e Silva do centro da cidade. “Entregamos o manifesto para que os vereadores discutam nossa proposta”.

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Milton Gerais Nascimento

A canção fala do clima geral vigente nos anos 70 e da utópica esperança da união dos povos latinos americanos.

Coração americano | Acordei de um sonho estranho | Um gosto, vidro e corte | Um sabor de chocolate | No corpo e na cidade | Um sabor de vida e morte

A canção de Milton e  Fernando Brant, com seus famosos versos, refere-se metaforicamente a uma cidade latina, que na verdade representava o Brasil, pois, Brant dizia que o ‘clima pesado de repressão estava muito presente’ nessa música e em sua letra. 

A marca hispânica se faz presente nessa canção como uma deferência aos irmãos latino-americanos de língua espanhola, também sob regimes repressivos. Brant afirmou ainda que a letra dela ‘fala da América Latina e de tudo que acontecia por lá, mas eu consegui colocar de uma maneira mais amena.’

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Coração de estudante, coração civil!

Redação

13 Comentários

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  1. Quando a Bahia terá de volta o seu aeroporto Dois de Julho?

    Os jovens dão lição aos velhos!

    Que venham mais trocas de nome de ruas, escolas, avenidas e praças. E cidades.

    Filhote da ditadura é nome de ruas, escolas e até de cidade. E o sujeito morreu em decorrência de overdose de cocaína. Quando a Bahia terá de volta o seu aeroporto Dois de Julho?

     

    1. quando….

      a Deputada Alice Portugal PCdoB – BA entrou com um projeto na CF para devolver aos baianos o nome de seu Aeroporto, nem com 7 anos de Governo do PT na Bahia e 11 no Governo Federal  conseguimos o que é nosso direito..

  2. “300 jovens relembraram”

    “300 jovens relembraram” manipulados por professores ativistas da ideologia esquerdista.

    Doutrinação na escola publica cada dia mais evidente. 

     

    1. Ia dizer exatamente isso.

      Ia dizer exatamente isso. Esses pirralhos da foto não sabem nem o que foi a ditadura, quanto mais quem foi Castelo Branco.

  3. José Maria Silva
    E assim foi

    José Maria Silva

    E assim foi preso Carlos Marighella, que ficaria internacionalmente famoso como autor do “Manual do Guerrilheiro Urbano”: em vez de encontrar Taciano Fernandes, companheiro de subversão, preso às duas e meia da madrugada, seu infeliz encontro em Santa Teresa, pouco depois das seis horas da manhã, foi com um “magote de policiais que voaram em sua direção como a tarrafa sobre o cardume”, na descrição de seu biógrafo Mário Magalhães. Foi jogado num carro, já apanhando, e levado para a Polícia Central do Rio de Janeiro, onde foi recebido com murros no rosto, no peito e nas costas, em meio a impropérios. Ao ser entregue ao chefe de Segurança Social, Serafim Braga, recebeu mais uma rodada de golpes: socos no estômago e pancadas de canos de borracha, em meio a perguntas para que delatasse seus companheiros. Não satisfeitos, seus algozes passaram a açoitá-lo nos rins, nas costas e nas nádegas.

    “Cinco sessões de espancamentos depois”, conta Mário Magalhães, “encaminharam o comunista renitente para uma sala exclusiva para tortura”, onde nada lhe foi dado para comer, até que, no início da tarde, o chefe de Segurança Política, Antônio Emílio Romano, “comandou outra sova concentrada na cabeça: o sangue escorreu pelo nariz e Marighella desmaiou”. Depois de um curto descanso da tortura, enquanto policiais vasculhavam a casa onde morava de aluguel, Marighella voltou a sofrer novo corretivo. Depois de 12 horas dessa tortura inicial na Central de Polícia, seus captores desistiram de arrancar-lhe qualquer informação relevante e ele foi levado para o terror de todos os subversivos — o quartel do Morro de Santo Antônio, espécie de sétimo círculo do Inferno de Dante.

    Tão logo foi jogado para fora do carro no pátio mal iluminado, Marighella foi cercado por investigadores com seus cigarros acesos. Como demônios à roda, envoltos na fumaça do tabaco, que Marighella detestava, recomeçou a tortura: murros, pontapés e a brasa dos cigarros queimando a pele. Para completar, um alfinete de gravata foi enfiado em seus dedos, debaixo das unhas, uma por uma, metodicamente, até chegar à última, deixando suas mãos completamente ensanguentadas e inchadas. Como se não bastasse, os torturadores agarraram seus testículos e, a cada pergunta não respondida, apertavam com mais força. A dor se tornou insuportável e Marighella desmaiou. Já era madrugada de sábado e estava sem comer desde a manhã de sexta-feira. Mesmo assim, a manhã o aguardou com novas mudanças de cárcere e, em cada uma delas, mais espancamentos: murros, pontapés, cassetes, canos de borracha. “A dor lancinante de uma hérnia, castigada pelos golpes, quase o enlouqueceu”, conta Mário Magalhães.

    Carlos Marighella foi apenas um dos muitos prisioneiros políticos destroçados pela tortura, como mostra seu biógrafo ao descrever o martírio de outros torturados: “As paredes do quartel da Polícia Especial haviam ensurdecido com os berros desesperados de Arthur Ewert, cuja loucura provocada pela truculência já se manifestava”. Para tentar salvar o alemão Ewert das torturas, o advogado Heráclito Sobral Pinto invocou a lei de proteção aos animais, mas pouco adiantou. O preso político ficou confinado durante dez anos nas prisões brasileiras e, quando enfim foi libertado, já estava irremediavelmente louco e terminou seus dias num hospital psiquiátrico da Alemanha, seu país natal. Já o norte-americano Victor Allen Baron, operador de rádio que tinha sido enviado pelo Komintern para fazer a Revolução, foi poupado da loucura: depois de ter sido destroçado pelos torturadores, foi atirado do terceiro andar do presídio onde estava sendo interrogado, numa simulação de suicídio.

    Mas engana-se quem pensa que essas torturas bárbaras tiveram lugar após o dia 31 de março de 1964, que inaugurou, há exatos 50 anos, o regime militar no Brasil, reduzido por historiadores e formadores de opinião à pecha de “ditadura militar”; na verdade, essas torturas sofridas por Carlos Marighella e seus camaradas de comunismo ocorreram não em 1964, mas entre o final de 1935 e o início de 1936, durante o governo de Getúlio Vargas — o caudilho respeitado por Lula e pelo PT, cuja ditadura sanguinária passou para os livros de história como “Revolução de 30”. Corretamente, por sinal, pois Vargas foi muito mais do que um mero ditador — com truculência e paternalismo, ele consolidou a República, que não passava, até então, de uma infeliz quartelada. De modo análogo, o regime militar de 1964 criou o Brasil moderno, urbano, expandindo a educação básica, o ensino universitário e lançando as bases da pesquisa científica no Brasil.

    http://www.jornalopcao.com.br/posts/reportagens/regime-militar-salvou-o-brasil-de-se-tornar-uma-grande-angola

    E aí esquerdopatas, vamos mudar os nomes de avenidas, escolas e até da Fundação que levam o nome de Getúlio Vargas.

    HIPÓCRITAS!

     

  4. Desfiles de 31 de março

    jns,

        Sou de Ipatinga e lembro-me de, criança ainda, participar dos desfiles que as escolas faziam no fim dos anos 70 e início dos anos 80 para comemorar a data de 31 março. Um dos aspectos mais curiosos desses desfiles é que estes se davam justamente na Avenida João Valentim Pascoal cujo nome homenageia um dos pioneiros da cidade e morto vitimado pela truculência policial já característica naquela época.

    1. Encorajador

      Prezado Ozílio,

      A suprema sapiência extremada classifica a garotada como debiloides, que não sacam nada de ‘castelos’, ditaduras ou ditamoles, mas o ato possui um simbolismo muito forte.

      Você, certamente, conhece a história sangrenta do assassinato de, aproximadamente, 80 trabalhadores que foram metralhados – é isso mesmo; usaram metralhadoras – contra pessoas desarmadas na portaria da Usiminas, em 1963.

      Alguns destes parrudos garotos e belas garotas, que participaram da manifestação, poderiam, eventualmente, serem netos de indefesos funcionários que foram trucidados naquele fatídico ensaio a ferro e fogo para a instalação do funesto regime militar no país no ano seguinte.

      Tenho certeza que entre os ‘300’ –  mesmo que seja a ínfima minoria – vão surgir grandes personagens que, em um futuro próximo, poderão contribuir para a grandeza da nossa sociedade, engajados na busca de mais justiça e liberdade contra a violência de qualquer calibre.

      Abs.

  5. Parabéns JNS e jovens de

    Parabéns JNS e jovens de Ipatinga pelo post,

    Sonho que este tipo de manifestação seja ainda maior após a divulgação do relatório final da comissão da verdade.

    Conforme solicitação do jornal Globo aos correios através do CEP, são mais de 700 logradouros com nome de ditadores de 1964.

    Este movimento tem que crescer.

    Onde já se viu, Rodovia Castelo Branxo, Elevado  Costa e Silva, 31 de março, etc.

    Salve a democracia, abaixo os ditadores, torturadores e apoiadores destes monstros.

     

  6. Homenagem?

    Simples, proiba-se toda e qualquer homenagem a pessoas. Nunca se sabe que histórias aparecerão no futuro. Sem contar que sempre haverá desafetos. Getúlio que o diga.

  7. corrigindo…

    Estudantes da UFPR derrubam busto do primeiro ministro da Educação pós-golpe de 64

    Estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do grupo Levante Popular da Juventude derrubaram, nesta terça-feira (1), o busto do ex-reitor e ministro da educação pós-golpe militar de 1964, Flávio Suplicy de Lacerda, do pátio da Reitoria. De acordo com os estudantes, o ato serviu para lembrar os 50 anos do golpe, já que como ministro de governo do General Castelo Branco, teria sido o principal responsável por um acordo que visava transformar o ensino brasileiro em projeto de caráter técnico em todos os cursos, tirando o aspecto humano.

    “Lembramos o que aconteceu em maio de 1968, quando estudantes arrancaram o busto de Suplicy de Lacerda e o arrastaram pelas ruas de Curitiba. E o faremos quantas vezes forem necessárias! Até que essa herança maldita da ditadura militar possa ser retirada de nossas costas!”, disse o grupo através da rede social Facebook.

    reitorufpr

    Foto: Reprodução

    Em nota, a Reitoria da UFPR lamentou o episódio da retirada do busto de seu pedestal com as subsequentes agressões e pichações realizadas por um grupo de manifestantes. Segundo a universidade, “seria possível compreender tal ato no contexto do aniversário de 50 anos do golpe, porém vivemos um contexto completamente diferente, com o pleno funcionamento de todas as nossas instituições, tendo cada cidadão exercício completo de suas liberdades democráticas.”

    Confira a nota na íntegra:

     Por isso mesmo queremos manifestar nossa posição contrária a qualquer ato que traga danos ao patrimônio público, principalmente a um conjunto arquitetônico tombado pelo patrimônio histórico, do qual somos fiéis depositários como dirigentes da UFPR.

    Cabe refletirmos sobre os alegados motivos para tal condenação. Não podemos apagar a história, nem tampouco reescrevê-la. O reitor Flávio Suplicy de Lacerda foi um dos líderes do intenso esforço que resultou na federalização da Universidade do Paraná, contribuindo assim para que tivéssemos a primeira universidade pública e gratuita de nosso Estado. Durante sua gestão houve um grande salto em nossa infraestrutura, com a reforma do Prédio Histórico da Santos Andrade, a construção do Complexo da Reitoria (Ed. Pedro I , Ed. Pedro II , Teatro da Reitoria e Ed. da reitoria) além da Biblioteca Central, Casa da Estudante Universitária de Curitiba, do Hospital de Clínicas e do Complexo do Centro Politécnico. Foi exatamente para expressar a gratidão por este trabalho que a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras mandou confeccionar este busto em bronze, instalando-o nos jardins logo abaixo de seu novo prédio em 1958.

     Como muitos brasileiros, o reitor Suplicy apoiou o Golpe Civil Militar e foi nomeado Ministro da Educação do primeiro governo militar do General Castelo Branco, permanecendo no período entre 15 de abril de 1964 até 10 de janeiro de 1966. Por mais controversas que tenham sido suas ações e intenções durante esta passagem pelo governo federal, não nos cabe permitir ataques ao nosso patrimônio histórico, muito menos a memória de um dos nossos professores que exerceu o cargo de Reitor por dois períodos, totalizando quase 19 anos como dirigente máximo de nossa instituição.

    Tomaremos providências imediatas no sentido de contarmos com a atuação da Comissão da Verdade da UFPR para que recuperemos este importante artefato e possamos recolocá-lo no lugar que lhe foi destinado pela nossa comunidade há mais de 56 anos. Que as futuras gerações possam visitar cada um de nossos campi livremente, conhecer nossa trajetória histórica com todas as lutas e contradições, avaliando a biografia de todos os homens e mulheres que ajudaram a escrever esta saga maravilhosa, dentro do seu contexto temporal, julgando com seu próprio pensamento a contribuição de cada um, colocando no devido lugar a todos nós. E preservando nossa memória, verdade e justiça!

  8. Aqui em São Bernardo estamos

    Aqui em São Bernardo estamos em um segundo mandato petista e ainda temos aberrações do tipo:Av.Humberto de A.Castelo Branco,Av.31 de Março e R.Filinto Muller.Até agora ninguém se coçou…

    1. Tiao,
      S.B.Campo é o. Berço do

      Tiao,

      S.B.Campo é o. Berço do PT.

      Já é hora do prefeito Marinho  e os vereadores do PT tomarem uma  ação.

       

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