Tarcísio de Freitas é denunciado na ONU por letalidade policial em São Paulo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi denunciado no Conselho de Direitos Humanos da ONU, hoje (08), em Genebra.

Foto: PR

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi denunciado no Conselho de Direitos Humanos da ONU por letalidade policial no estado, nesta sexta (08), em Genebra.

A denúncia foi protocolada pela Comissão Arns e pela Conectas Direitos Humanos, que relatam a atuação da polícia militar, sob o controle do governador, contra pessoas negras e pobres.

As entidades referiram-se à Operação Escudo, na baixada Santista, “uma das Operações mais letais da histórida do Estado”, e narraram ter recebido “denúncias de execuções sumárias, tortura, prisões forjadas”.

Somente nos dois primeiros meses deste ano, as PMs mataram 57 pessoas na Baixada Santista, de acordo com o Ministério Público de São Paulo (MPSP). Quando teve início, no ano passado, a Operação já deixou 28 mortos em somente 40 dias de duração.

Segundo a diretora-executiva do Conectas, Camila Asano, que fez a denúncia na reunião do Conselho da ONU, o governador Tarcísio também permitiu o “a ausência deliberada de uso das câmeras corporais pelos policiais na operação”.

Antes da postura de Tarcísio, o uso de câmeras corporais pelas forças de Segurança do estado provocou a redução de 63,7% na letalidade policial entre 2020 e 2022. “Apesar dos números, o governador Tarcísio de Freitas questiona eficácia e a continuidade da política pública”, expôs a diretora.

A denúncia pede que o Conselho das Nações Unidas assegure que o governador controle a violência policial com câmeras corporais, atenda as vítimas e familiares, e investigue e responsabilize os agentes públicos envolvidos na Operação Escudo

Em resposta, a Secretaria de Segurança Pública do estado afirmou que o governo está comprometido com a proteção da população e que “as forças de segurança do Estado são instituições legalistas que operam estritamente dentro de seu dever constitucional, seguindo protocolos operacionais rigorosos, não toleram excessos, indisciplina ou desvios de conduta, sendo todas essas práticas rigorosamente investigadas e punidas pelas corporações.”

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. A julgar pela reação de Tarcísio de Freitas o governador paulista é um Zé Roela que não tem noção do tamanho do problema em que ele se meteu.

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