Transformação digital no Brasil possibilitará reduzir iniquidades, diz Ana Estela Haddad

A transformação digital no Brasil, embora rápida, está ocorrendo de forma desigual e fragmentada, alertou Ana Estela Haddad

Em evento do Dia Internacional das Mulheres, realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) nesta quarta-feira (08/03), a Secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad, afirmou que o Brasil está ciente da importância de romper barreiras, reduzir iniquidades, ampliar direitos, fortalecer avanços e ratificar as conquistas.

Como palestrante do Webinar “Para um Mundo Digital Inclusivo: Inovação e Tecnologia para a Igualdade de Gênero”, Ana Estela afirmou que o Brasil se encontra em um momento de grande reconstrução e união e que, para conseguir reduzir inequidades em vários setores, o Governo Federal utilizará a transformação digital. “Nessa perspectiva é que a transformação digital, incluindo a saúde, está colocada para reduzir iniquidades e de ter indicadores sociais para que a gente possa utilizar positivamente a Saúde Digital”, explicou.

A Secretária informou que a transformação digital no Brasil tem sido rápida, acelerada e se ampliou em decorrência da pandemia de Covid-19. No entanto, está ocorrendo de forma desigual e fragmentada. “Alguns desafios estão colocados e, ao mesmo tempo que a gente está imerso numa era digital, a gente transita também para uma era que é não apenas digital, mas também cognitiva: da inteligência de máquinas, da inteligência artificial, aprendizado de máquina, a medicina de precisão a partir do genoma”, esclareceu.

Segundo a Secretária, esses fatores colocam uma série de questões que envolvem os sistemas de saúde.
Ana Estela aproveitou o evento para informar que o Governo Federal inaugurou, no dia de hoje (08/03), uma série de medidas orquestradas por 20 ministérios para reduzir iniquidades em favor de mulheres e meninas. Entre elas, está a criação da própria Secretaria de Informação e Saúde Digital. “Nós temos uma Estratégia de Saúde Digital, mas temos, também, o desafio de construir um arcabouço organizacional, legal, regulatório e de governança que possa viabilizar a colaboração efetiva, a inovação em saúde digital, voltados para o interesse do Sistema Único de Saúde (SUS), da saúde tanto individual como coletiva”.

Para finalizar, a Secretária lembrou que temos bons exemplos de líderes mulheres, como a ministra Nísia Trindade, que é a primeira ministra mulher da Saúde no Brasil. “Precisamos nos sentir empoderadas, sentir que esse incomodo e aquilo que a gente tem a dizer importa tanto quanto aquilo que, às vezes é dito com mais facilidade e naturalidade por homens”, exaltou. Ainda falou que a tecnologia é uma área historicamente predominada por homens ao lembrar da primeira mulher programadora da história: Ada Lovelace.

“Nossas meninas precisam acreditar em si mesmas, acreditar no que está dentro delas, nas suas opções e naquilo que elas querem fazer. Não existe uma coisa que é para elas. É para elas aquilo que elas quiserem e aonde elas quiserem estar”, exaltou.

O Diretor-Geral da OPAS, Jarbas Barbosa, lembrou que o Dia Internacional das Mulheres é uma data de reflexão e de luta contra todas as formas de violência contra as mulheres. Jarbas exemplificou, ainda, o que os países podem fazer para acelerar a transformação digital em prol da equidade de gênero. “Precisamos trazer dados de melhor qualidade e facilitar o acesso de pessoas que vivem em áreas remotas, fazendo uso de teleconsulta, de telemedicina e outras ferramentas hoje possíveis”, enumerou.

Redação

1 Comentário

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  1. Muitas pessoas acreditam no poder transformador das tecnologias. Nenhuma tecnologia muda a natureza de uma sociedade, a sociedade é que seleciona entre todos os potenciais usos aqueles que correspondem às forças sociais em cena. Parabéns à matéria (e à secretária M.E. Haddad) pela abordagem apropriada e sem ilusões.

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