
Jornal GGN – Antes mesmo de completar 24 horas de instação, a CPI da Covid já reuniu mais de 170 requerimentos que traçam o caminho para uma devassa na gestão temerária que o presidente Jair Bolsonaro realizou desde o começo da pandemia do novo coronavírus, em março de 2020.
Mais de um ano depois do início do surto, o Brasil soma quase 400 mil mortes por Covid-19 e avança muito lentamente na campanha nacional de vacinação, porque Bolsonaro atrasou e depois desautorizou a compra de imunizantes.
A CPI instalada na manhã de terça (28) no Senado investigarão o papel da União na crise, além de repasses federais a estados e municípios para o enfrentamento à pandemia. Em derrota de Bolsonaro, o comando da CPI está em mãos de senadores independentes: Renan Calheiros, na relatoria, Omar Aziz, na presidência e Randolfe Rodrigues na vice-presidência.
Depois de manobras infrutíferas, senadores de oposição foram ao Supremo Tribunal Federal contra a permanência de Renan e Jader Barbalho na CPI. Eles alegam conflito de interesses, pois os dois senadores são pais de governadores que podem ser alvos da investigação.
Nesta quarta, os senadores devem começar a discutir os requerimentos que estão sendo apresentados. Até quinta (29), há expectativa de que o plano de trabalho da CPI esteja aprovado.
OS REQUERIMENTOS:
Segundo relatos da Folha de S. Paulo, os requerimentos apresentados até agora têm potencial para fazer uma verdadeira “devassa” no governo Bolsonaro.
Mesmo sendo aliado, o senador Eduardo Girão, curiosamente, pediu documentos oficiais sobre os passeios e aglomerações promovidos por Jair Bolsonaro desde março de 2020.
Os senadores ainda pedem:
- A convocação do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello
- Informações sobre fornecimento de respiradores, EPIs (equipamentos de proteção individual) para profissionais de saúde, kit intubação, leitos, oxigênio, vacinas, seringas, distribuição de cloroquina
- Informações sobre a falta de oxigênio em Manaus, com requerimento para ouvir as empresas envolvidas. A crise levou a capital a transferir pacientes para outros estados, ajudando a disseminar a nova variante da Covid-19
- Convocação de Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secom, para falar da rejeição à oferta de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer por Eduardo Pazuello, que ele delatou em entrevista à Veja, tentando eximir Bolsonaro de culpa
- Convocação do presidente da Pfizer, da União Química do Brasil (que produzirá a Sputnik), do presidente do Instituto Butantan e da Fiocruz
- Convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para falar do atraso no pagamento de auxílio emergencial e outras medidas voltadas para manutenção de emprego e renda na pandemia
- Convocação do presidente da Anvisa, do Conass e Conasems, que são os conselhos de secretários de saúde de estados e municípios no âmbito nacional
- Convocação de Ernesto Araujo, ex-ministro das Relações Exteriores, para esclarecer a dificuldade de garantir insumos e vacinas para o Brasil
- Convocação dos embaixadores da China e da Rússia para tratar das vacinas e insumos
- Dados sobre campanhas de comunicação, promoção de remédios sem eficácia pelo governo (tratamento precoce), todos os processos relacionados à compra de vacinas e insumos, entre outros pontos
- Convocação, por senadores governistas, de médicos defendores de hidroxicloroquina
- Convocação do secretário de Saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto, para falar sobre a aplicação de recursos federais na pandemia. O DF é alvo da operação Falso Negativo, que investiga superfaturamento em contratos

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.