Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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Anarriê, Alavantú VIII e IX – Pequenas ações, grandes pretensões. Terrorismo. Por Rui Daher

Ignorante, até o início da atual guerra Israel e Palestina, pois isso não vem de hoje, tinha uma noção diferente sobre terrorismo.

Banksy

Anarriê, Alavantú VIII e IX – Pequenas ações, grandes pretensões. Terrorismo.

por Rui Daher

Aos domingos de manhã, a TV Globo apresenta dois programas semelhantes em propostas, mas extremamente díspares em forma e conteúdo.

O primeiro, escolhe pessoas que inventaram pequenos negócios e deles fizeram fortunas que, não se sabe, se no futuro, duráveis e grandes empresas. Chama-se “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”. Com a roupagem “Global”, deixam a impressão de virem a ser Lojas Americanas ou Magalus. Até poderão. Ou, se preferirem, não como empresas, mas com o quanto de dinheiro que, aqui ou em off-shores, ficará para fundadores e gestores.

O segundo é rural, mas é sério, mesmo quando usa o mentiroso e insuportável (patrocinado) agro é pop, tech, tudo. No rabo! O slogan mente. É absolutista. Não permite ou patrocina qualquer avaliação crítica. Aliás, nem mesmo no programa “Globo Rural”, que já expôs matérias expressivas e honestas sobre a agropecuária no Brasil.

Hoje em dia, lá, a bancada ruralista no Congresso é considerada um coro angelical a favor da balança comercial e só. Quem mais contribui para as mudanças climáticas é o “tudo”, com tiros em seus próprios pés.

Antes de continuar, uma explicação quanto aos termos usados nesses tantos anos de crônicas. Até onde chegam meus parcos conhecimentos, textos, ortográfica e gramaticalmente corretos, mas cada vez menos eruditos no uso da linguagem proposta pela mídia corporativa para cronistas. Dias atrás, o escritor Antônio Prata, em sua coluna na Folha de São Paulo, declarou o fim dos cronistas.

Logo que o li, encaminhei-me ao Cemitério do Araçá, em São Paulo, e lá recôndito fiquei aguardando as preces serem feitas e a terra cobrir meus despojos (ô parças, não deixem de dar um agrado aos coveiros que, ao me enterrarem, realçaram meus pecados sírio-libaneses e apagaram minhas injustas vilanias não hebraicas, (o perfeito povo ético do planeta, desde que Oswaldo Aranha os fez Estado). Fui atual? Serei mais no segundo capítulo.

Em minha defesa no tribunal semântico, digo que não chego ao descalabro de publicar meus textos em mídias digitais (GGN e CartaCapital) e repetir as duas frases inelegíveis que leio nas plataformas mais usuais. Sigo insistindo em explicitar forma, conteúdo e galhofas.

De quem do meu jeito escreve, lembro da minha editora no GGN, Lourdes Nassif, doutora que se tornou através de passagens em Poços de Caldas (MG), Piracicaba de “meus amores”(SP), e Londres de boas recordações (sim, estive por um tempo na London Business, serviu a tornar-me torcedor do Liverpool. Mais nada).

Confesso usar a lusofonia para fazer humor, rir. Outros mestres que, pelo menos, eu sigo, são mais corretos e conhecidos: da nova geração Márcio Alemão e Matheus Pichonelli acho que arrasam; da minha geração, invejo o escritor mineiro Ivan Ângelo, que acaba de lançar um novo livro (aproveitem, não é sempre) “Vida ao Vivo”, (Companhia das Letras, SP, 2023).

Terrorismo?

Ignorante, até o início da atual guerra Israel e Palestina, pois isso não vem de hoje, tinha uma noção diferente sobre terrorismo. Fui pesquisar e notei que entre os maiores atentados terroristas, o maior foi o ataque aéreo às Torres Gêmeas, em Nova Iorque (setembro de 2001), que deixou três mil mortos.

São 40 dias desde o atentado do Hamas a uma rave em Israel. Nele foram mortos cerca de 1.200 israelenses; a resposta de Tel Aviv, por ordem de seu premiê Benjamin Netanyahu, já aniquilou 11.500 pessoas, entre enfermos, idosos, crianças e mulheres palestinos. Dez vezes mais em contagem da mídia ocidental (pró-Israel). Ainda se fosse para defender o mau gosto musical na rave, vá lá, seria uma raiva passageira que às vezes também me atinge. Tivesse neo-sertanejo na rave, por exemplo, o ataque do Hamas, a depender de mim, teria consequências ainda mais graves.

Até aqui, por influência judaica, entendia que ações terroristas seriam como as das Torres Gêmeas (Al Qaeda); Yazidi no Iraque (2007);

Abadan, Irã (2013); Iraque (2013); Beslan Rússia, 2004, por grupos islâmicos chechenos; Karrada, Bagdá (2016); Gamboru Ngala (2014); Voo Air India 182 (1985); aquela maratona em Boston.

Com exceção de NYC (2001), muito bem arquitetado, todos, sem dúvida, atentados terroristas que não deixavam mais de 500 mortos no total. Coisa frequente na Federação de Corporações para pobres, negros, crianças e mulheres. Deveríamos estar neste rol. Destemidos, era somente por o Rio de Janeiro para concorrer.

Agora, levando-se em conta o que hoje acontece na Faixa de Gaza, o primeiro ataque do Hamas tem, sim, características de terrorismo. Até aí. Ponto. A partir do dia sete de outubro, passou a ser uma guerra entre um Estado estabelecido e reconhecido contra populações Sem Estado que, vulneráveis, não tem nem mesmo força para segurar as organizações terroristas que em Gaza se infiltram como aparato de defesa contra o poder bélico de Israel.

Guerra! Como foi a da Rússia contra a Chechênia e está sendo a da mesma Rússia contra a Ucrânia.

Se gostam tanto, por que Rússia e Israel não se enfrentam e deixam os demais países do planeta em paz? Adociquemos o texto:

Rui Daher – administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

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