Sexo: O Orgasmo Desperdiçado

Enviado por Antonio Ateu

DO DELIRIOS SEM COMPRIMIDOS

Sou dessas que não desperdiçam orgasmos

Texto publicado no blog Entre todas as Coisas do queridíssimo Daniel Bovolento.

Dar ou não dar, eis a questão. Você tá na porta da sua casa, acabou de voltar muito bem acompanhada da balada. Vocês estão num amasso nervoso dentro do carro, você está morrendo de tesão mas ao mesmo tempo presa em seu conflito interno se chama o cara para entrar e terminar o que começaram, ou se segue os sete mandamentos de como conquistar um cara em dez passos e deixa o convite para depois do quarto encontro, porque “fazendo assim ele não vai me achar uma vadia, não é mesmo?”. Se você se identificou com a situação descrita, na boa, eu tenho pena de você. Me desculpe, mas tenho dó de quem precisa de aprovação para viver. E é por isso que me pergunto: o que aflige tanto as mulheres? Por que temos que praticamente “fingir” que não gostamos de sexo? Por que ainda é tabu a mulher dizer que adora sexo tanto quanto o homem?

Apesar da liberdade sexual que conquistamos nos últimos 50 anos com a criação da pílula anticoncepcional e a entrada feminina no mercado de trabalho, ainda vivemos sob os resquícios de uma ótica machista. Nos foi ensinado, durante séculos, que só havia dois papéis para a mulher: o da casa e o da rua. Em casa, só entrava o sexo para procriação, aquele de luz apagada e no qual a mulher é apenas um instrumento da masturbação masculina. Já a rua era o local das mulheres que dizem sim ao prazer – as tais oferecidas. Chamar a mulher liberada de puta é um vestígio desse maniqueísmo obsoleto. Os nomes mudaram, mas o tratamento para quem transa com vários caras não: o “maçaneta” dos anos 50 evoluiu para o “piranha” que atualmente virou “periguete”. Transforma-se o adjetivo, o preconceito não.

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O papel de homem e mulher no sexo sempre teve regras. Fazia parte do jogo de sedução a recusa dela e a insistência dele. Apesar de hoje essa dança de acasalamento sincronizada não fazer mais sentido, quantos manuais já foram escritos em revistas femininas ditando os 10 passos que devemos seguir religiosamente para transformar o paquera em um namoro sério? E quantos desses tem como regra número um postergar o sexo? Essas revistas tem uma visão tão equivocada e retrógrada que até a sessão destinada a tratar do assunto se chama “amor e sexo”, como se para as mulheres os dois sempre estivessem atrelados um ao outro e não pudessem existir independentes. E tudo isso em vão, já que se o cara não quiser algo mais sério com você, não vai ser o sexo  logo de cara (ou a ausência dele) que vai mudar isso – a não ser é claro que ele seja um machista, mas nesse caso a gente até agradece descobrir isso para se livrar logo do mané.

Aliás, até a ciência comprova que o sexo mais ajuda a engatilhar do que a espantar um possível relacionamento. Estudiosos norte-americanos perceberam que quando transamos nosso corpo libera ocitocina, um hormônio que ajuda a criar laços emocionais com o parceiro. Ou seja, o velho conselho para você “resistir à tentação ou ele vai pular fora na manhã seguinte” é uma furada, perda de tempo.

Então pra quê se prender a esses manuais de conduta pré-estabelecidos que tentam padronizar todos os tipos de relacionamento? Por que tantas mulheres continuam escutando-os e adiando o prazer quando poderiam tê-lo aqui e agora? E que tipo de comportamento incentivamos com isso? O de que se a mulher deu na primeira é porque não vale nada? A Charlotte de Sex and the City que me perdoe, mas ao negar nosso próprio prazer também contribuimos para reafirmar e fortalecer o estereótipo da “mulher fácil x mulher difícil”, da “mulher pra casar x mulher pra se divertir”, de que se você afirma que gosta de sexo, você não presta.

Acredito que uma boa parte das mulheres ainda não foca a atenção em si mesma. Fica mais encanada imaginando o que os outros vão pensar e vão dizer, ao invés de preocupar-se com o que ela quer para ela mesma. Mas acredito também que cada vez mais mulheres pulam essa barreira de hipocrisia que separa a mulher-de-casa x mulher-da-rua. Afinal, desejo não tem local nem hora certa para surgir. Sou dessas que, se sentir vontade, transam logo no primeiro encontro. E se você sente algum incômodo com essa afirmação, acho que na real o problema não está em mim, mas sim em você. Se toda mulher é meio Leila Diniz eu acredito na máxima da musa de que “quebro a cara toda hora, mas só me arrependo do que deixei de fazer por preconceito, problema e neurose”.

Redação

38 Comentários

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    1. Excusez moi,

      A canção do grande poeta safado Serge Gainsbourg é excelente, mas esse vídeo e principalmente a tradução são uma lástima. A tradução, então, diz o contrário da letra original. No refrão, que é o título da canção, há duas falas: a da mulher que diz “te amo” e a do homem que diz: “eu também não”, “moi non plus”; outra tradução talvez possível é “eu não mais” porque mantém a ambiguidade: “não mais do que você”; e “não te amo mais”. O poeta aproveita a ambiguidade da negação em francês, pra traduzir o desencontro do casal. Nas falas finais do cantor e poeta: “L’amour physique est sans issue”, traduzido aí como “o amor físico é essencial” (!!!) significa claramente: “o amor físico é sem saída”, ou seja sem esperança. Ou seja, a canção considerada um símbolo do erotismo, ironicamente revela o paradoxo do erotismo. Também considerada brega, na verdade é uma bela peça poética, irônica e sofisticada. Sem falar nesse vai e vem entre os rins da mulher, traduzido por “dorso”…

  1.  
     
    A meu ver, a natureza deu

     

     

    A meu ver, a natureza deu ao homem uma “fome de sexo” bem mais intensa da que deu à mulher. Para o homem sexo e liberdade são sinônimos. Qual é o garoto adolescente que não gosta de pornografia? Lembrou-me um episódio do seriado “Anos Incríveis”. Kevin Arnold e seus amigos vão ao cinema assistiu ao primeiro filme erótico da vida deles. O filme é “Carnal Knowledge” (Ânsia de amar, no Brasil). É uma verdadeira aventura entrar no cinema com carteiras falsas, esconderem-se dos lanterninhas. Para as mulheres, o sexo transformou-se numa espécie de fardo; é uma perda, tanto que se diz “perder a virgindade”. Para os homens, sexo e amor são coisas distintas. 

     

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    A meu ver, a natureza deu

     

     

    A meu ver, a natureza deu ao homem uma “fome de sexo” bem mais intensa da que deu à mulher. Para o homem sexo e liberdade são sinônimos. Qual é o garoto adolescente que não gosta de pornografia? Lembrou-me um episódio do seriado “Anos Incríveis”. Kevin Arnold e seus amigos vão ao cinema assistiu ao primeiro filme erótico da vida deles. O filme é “Carnal Knowledge” (Ânsia de amar, no Brasil). É uma verdadeira aventura entrar no cinema com carteiras falsas, esconderem-se dos lanterninhas. Para as mulheres, o sexo transformou-se numa espécie de fardo; é uma perda, tanto que se diz “perder a virgindade”. Para os homens, sexo e amor são coisas distintas. 

     

  3. Discutindo a Relação

    Não quero tirar aqui nenhum dos direitos legitimamente conquistados pela mulher, inclusive do orgasmo, fiquem à vontade. Mas, cabe aqui uma reflexão. Aproveito a liberdade que o post nos permite e falo aqui na lata, sem animosidade, mas apenas com convicção.

    O legítimo despertar da voracidade sexual da mulher tem lidado para três lados, com forte apoio e simpatia pelo comercio global e pelo controle demográfico da humanidade:

    1.      Para sim mesma – tornando-a mais vaidosa desde os primores do feminismo, e uma melhor consumidora e freqüentadora de shopping (simbolizando com isso o aumento no consumo, por parte da mulher mais modernosa).

    2.      Para o universo feminino – aumentando as relações homossexuais entre mulheres, aproveitando que ambas querem exatamente isso mesmo: o orgasmo e, digamos assim, o homem – em muitos casos – não sabe direito como satisfazê-la. Mulher procura o prazer com outra sem o risco de a parceira broxar; de gravidez e, ainda, sem necessidade de “amor” ou compromisso social, a não ser que queira isso mesmo, embora por outros caminhos, não necessariamente na cama.

    3.      Afugentando o universo masculino – Sim, é isso mesmo! A mulher mais liberal, depois da balada: e aí meu chapa: vamos transar?

    O homem, tutelado secularmente por uma cultura machista, nunca teve tão forte esse tipo de preocupação (de satisfazer sexualmente a sua parceira, eventual ou permanente), até agora, de modo que o homem comum não tem evoluído na sua relação com a mulher de hoje, nem com a dosagem e intensidade certa do sexo com ela. O amor era uma coisa e o sexo outra, mas deveriam ser levadas em harmonia, para constituir o amor efetivo e moderno entre homem e mulher. É o homem que se deve reinventar nestes tempos modernosos de hoje. Os tempos atuais não têm deixado para trás o machismo, mas têm deixado todos os homens comuns também para trás.

    O homem, nas condições atuais, corre sério risco de pagar mico, de broxar, de negar fogo para aquela figura pedinte, com cara exigente; toda pintada; com tatuagens estranhas indicando o caminho até “aquilo” (por se o cara esqueceu); com cigarro numa mão e copo na outra; falando com voz rouca no seu ouvido. Talvez um jovem cheio de Red Bull numa boate consiga fazer alguma performance, embora com sabor amargo no Day after, para ambos parceiros ocasionais. Partem para outra até cansar disso.

    Isso gera, para felicidade do capitalismo global, um campo fértil para cada um procurar o prazer com os seus colegas do mesmo sexo! Aumenta o sentimento Gay, que também para alguns vira uma proteção contra cantada de mulher “liberal” querendo orgasmos (O Gay é outro tipo de machismo: essas mulheres estão achando o que? Nem preciso delas?), e cria-se então uma troca de prestação de favores entre gente do mesmo sexo.

    Homem se escondendo de mulher e mulher partindo para encontrar com outra, a sua plena relação sexual. Homem executivo já não precisa de conversa machista em boteco para se “mostrar” com os seus amigos, pois agora ser Gay é chique e de alto nível (diferentemente das outras espécies inseridas na sigla LGBT), insuflados pela mídia de hoje. Gay (não confundir com afeminado) é uma nova casta, rumo a leis especiais, a um camarote especial no carnaval da vida e, na minha visão, um machista que seguiu um caminho politicamente esperto nos padrões de hoje, para fugir da obrigação de dar orgasmo à mulher, em qualidade e quantidade. Quem não é Gay então é machista mesmo e repudiado pela sociedade.

    Não precisa ser apenas homem para encarar a mulher de hoje, na forma que ela parece querer, mas sim um atleta, rico e socialmente bem posicionado. Poucos conseguem, embora, para a nossa sorte, ainda existem mulheres que nos amam como somos.

    Tudo bem, a mulher está certa e deve aproveitar o que o mercado de hoje lhe oferece. Já o homem deve ser reinventado, sob o risco de extinção.

    1. Saiba quando um homem quer uma mulher- Xico Sá

      No El País:

       

      Quando um homem está a fim de uma mulher, de fato, ele não tem dia noite, nem hora. Ele vai mesmo. Sendo solteiro ou casado. Ele vira bicho, juro.

        

      Não tem reunião de firma que segure tal macho. Não tem sequer casamento que o deixe na linha do impedimento.

      Reunião, aliás, ou é mentira ou é assembleia comunista, a revolução permanente de Mao Tsé Tung, tudo ficção na cabeça do homem que não quer de verdade e urgentemente.

      Se quer, vai, jamais vira aquele homem do afrosamba de Osanha, como diziam Vinícius de Moraes e Baden Powell:

      “O homem que diz “vou”

      Não vai!

      Porque quando foi

      Já não quis!

      O homem que diz “sou”

      Não é!

      Porque quem é mesmo “é”

      Não sou!

      O homem que diz “tou”

      Não tá”.

      Monga do amor

      Quando um homem está a fim de uma mulher ele esquece as convicçõezinhas que lhe são mais caras, ele chega atrasado no emprego, ele corre risco mesmo em tempo de crise, ele mente em casa aos parentes, ele simplesmente vai, vai, ele casado diz que o lar não mais o aquece, ele mente, convicto como um filósofo grego.

      Ele te leva, amante da firma, em um restaurante japonês mesmo odiando uma casa em que a comida vem crua e o guardanapo cozido –atribuem esta definição da culinária oriental ao Veríssimo, maior vítima na face da terra de textos com autoria trocada na Internet.Ele muda, se transforma, vira uma espécie de Monga do amor e do sexo. Jogo de espelhos. Canalha!

      Quando um homem quer mesmo ele perde até o jogo do Corinthians ou do Flamengo, embora fique ligado no rádio do porteiro e indo ao banheiro para checar o resultado. Mas já é um puto ganho e tanto.

      Quando um homem está na fissura, mesmo sendo um empedernido macho-jurubeba, ele começa a ajeitar seu mocó de homem solteiro. Ele compra pelo menos duas tacinhas fuleiras para o casal beber junto. Logo ele, um tosco que até então apenas reutilizava copos de requeijão Poços de Caldas e de geleia de mocotó Colombo.

      Quando te quer mesmo, amiga, ele faz até uma faxina, porcamente, tudo para debaixo da cama ou da geladeira. Haja bom-ar no conjugadinho de Copacabana, haja Pinho Sol no banheiro da kitinete do Largo de Santa Cecília (SP), haja desinfetante naquele apezinho do edifício redondo, o Módulo, na Conda da Boa Vista, Recife.

      Faxina de homem é amor sem limite.

      A operação Pinho Sol é um clássico do macho quando ama ou está apaixonado, no mínimo, pela formosa dama. Diz muito.

      Tem mais: quando um homem acha que ama, mesmo sendo o mais sedentário do planeta, este homem vira o rei do pentatlo, moça.

      Ele troca a picanha suculenta pela dieta de um spa no meio do mato no interior de São Paulo. Dieta de 600 calorias, limpeza de pele, detox completo, mesmo com uma cachacinha “Dedo de Prosa” escondida na moita. Maldita clandestinidade alcoólica.

      Quando um homem está a fim, seja para que modalidade de relacionamento, ele nunca tem reunião fora de hora

      Quando um homem acha ou está a fim, mesmo sendo um macho-jurubeba desgraçado, ele cheira a rolha, sente o bouquet e vira um amante de um bom vinho imediatamente. É capaz de discorrer horas sobre o aroma amadeirado, vixe, taninos suaves…

      Quando um homem está a fim, seja para amar ou apenas uma transa, ele se transforma em um legítimo picareta. Vai ao Google diante de qualquer assunto que te pareça importante ou afetivo e é capaz de discorrer sobre o tema com a cara de pau de um especialista.

      Marketing amoroso

      Mas quando o homem está querendo mesmo, não apenas te levar na cama, vai te parecer, muitas vezes, um leso, abestalhado, simplesmente por querer à vera e não conseguir ser tão esperto, simplesmente por ser verdadeiro, verossimilhante.

      Quando um homem está a fim, seja para que modalidade de relacionamento, ele nunca tem reunião fora de hora, mesmo que pertença aos partidos herdeiros da velha esquerda –“pra fazer revolução tem que ter reunião”, era o mantra.

      Quando o caboclo está na tua não vira o pescoço na rua, te protege no lado de dentro da calçada, presta atenção no vestido novo, te aquece no ar condicionado criminoso e siberioso dos cinemas do Rio. Sim, também compra o ingresso com antecedência e pensa num lugar nada óbvio para te levar depois.

      Faxina de homem é amor sem limite

      Quando um homem está a fim… ele impressiona. Pode ser fissura sexual, pode ser ilusão de ótica, pode ser começo de amor para valer etc. Quando um macho está a fim vira um verdadeiro homem-Monet, o um impressionante impressionista-mor da humanidade.

      Quando um macho quer, vira simplesmente uma mulher… Eis o segredo para amar uma fêmea, eis o melhor jeito de tê-la.

      Ele sabe que só assim tem o seu espaço nos novos tempos, ele sabe o que é possível, ele sabe pisar nos astros distraído…

      Quando um homem está a fim, mesmo, de uma dama, ele sabe que o melhor exercício é observá-la, reparar no que ela usa, no que ela veste, ficar tão perto e tão longe com o binóculo dos sentimentos focado no afeto de varejo.

      Na verdade ele não sabe de nada, porém não tem escapatória, ele simplesmente não tem saída… Quando um homem quer uma mulher não tem porta de emergência capaz de cortar o fogo homérico ou platônico…

      Quando um homem está a fim de uma mulher, amiga, não tem “nove horas”, não há regulamento, calendário ou relógio, simplesmente ele comparece e reza a missa de corpo presente.

      Xico Sá, escritor e jornalista, é autor do romance “Big Jato” (Companhia das Letras), entre outros livros.

       

  4. Anita é mais atual. Prepara!

    Ok, mas eu acho que a troca de terminologia de “piranha” para “piriguete” demonstra uma mudança nos comportamentos sexuais na sociedade. Uma “evolução”, sob determinado ponto de vista.

    A piriguete afirma a sua sexualidade, é auto-suficiente. Exatamente como diz aí no texto, separa o amor do sexo. Subverte o esteriótipo de no sexo sem consequências é o homem “usa” a mulher. Ela não é usada, pois não é passiva, é ativa. Daí o termo “periguete”. Pois é um “perigo” para o homem que pode se apaixonar, e ela manda um “mas não era para se apaixonar, fofo”. 

    Sinceramente, hoje em dia, pelo menos no Rio de Janeiro, não sei se a moça leitora dessas revistas femininas “machistas” é maioria não. Será que daqui a pouco vamos ser nós que teremos que “segurar” o sexo um pouco?

    Prova incontestável disso é que antigamente para 99,9% das mulheres, piranha era um xingamento. Já periguete, hoje em dia, nem tanto. Vá dizer para uma fã da funkeira Anita que ela é perigosa, vai tomar como elogio. 

    Prepara, agora, é o show das poderosas….etc e etc

  5. Tem todo o meu apôio!
    Acho

    Tem todo o meu apôio!

    Acho que este texto deveria ser debatido em todos os colégios do Brasil. 

    Quer namorado, dê logo!

     

  6. sexo e poder

    Este puritanismo, é na maioria das vezes um pretexto. Quando há algo no moço pretendente que a familia ou a moça não gostam, o pretexto é o puritanismo.

    Vejam o exemplo:

    Aparece um moço rico, de altíssima classe social, riquissimo, que se interessa por uma moça. Aí a familia da moça não só esquece o puritanismo, como até incentiva que os dois façam o que bem entenderem. A moça na maioria dos caso, fará tudo o que puder, para engravidar do rapaz. Aí, se os dois sairem juntos, dormirem juntos, a sociedade não fala nada, afinal rico neste país pode tudo. E se a moça engravidar, a família comemora, afinal o fruto deste amor, isto é o filho, será um herdeiro milhonário da fortuna do rapaz. É uma forma de praticar alpinismo social.

     

    Agora o contrário aparece um rapaz pobre ganha salário mínimo, e está afim de uma moça. Assim que ele for na casa da moça, e os pais da moça vão perguntar quanto ele ganha, etc, toda sorte de obstáculos é colocada. Os pais da moça dizem que sexo só depois do casamento. Não podem nem chegar perto um do outro. E casamento, só quando o rapaz conseguir uma casa própria. Antes nem pensar.

     

    Se a moça aparecer grávida de um rapaz pobre, é uma tragedia; se aparecer grávida de um rapaz rico, é comemoração.

     

    Infelizmente, esta é a realidade, há muito preconceito de classe social disfarçado de puritanismo. Tratam as moças como se fossem uma mercadoria, como uma maçã de supermercado, que antes de comer, precisa pagar no caixa e pagar, ou seja casar. Já os ricos, eles deixam provar antes de passar no caixa, pois sabem que o cartão de credito cobre tudo.

     

    Todos amam a sexualidade, mas não é apenas um jogo de prazer, é um jogo de poder financeiro. coisas do capitalismo.

  7. “…ainda vivemos sob os

    “…ainda vivemos sob os resquícios de uma ótica machista.”

    Não tenho certeza se é uma ótica “machista” genérica. Acho que é mais uma ótica “romantica”, que não é a genérica: é a romântica ainda do romantismo mesmo, do romantismo literário que separou o amor do sexo de um modo bem típico. Enquanto o amor sublime, o “amar o amor”, ganhou autonomia, o sexo, que sempre existiu – e espero que sempre exista e vá continuar existindo – passou a a ser instrumento para disciplinar as condutas e os corpos em um modo de vida urbano, industrial, etc.

    Freud e a família nuclear do tipo “papa, mama, bebê” não apareceram na literatura á toa.

    Nessa equação as mulheres saíram “perdendo”, por assim dizer, pois continuaram a ser “educadas” para um “amor sem sexo” em primeiro lugar; enquanto para os homens continuou valendo a regra “amor sem sexo, não”. Ou, então: “essa é pra casar”.

    Essa foi a repartição: pras mocinhas ou um ou nada; pros mocinhos, ou um ou outro… Ou até os dois.

    Daí, acho, a dificuldade de muitas mulheres diante do “sexo sem amor” (o próprio o u o alheio), questão que para os homens é irrelevante, embora todos queiram amar e serem amados.

    Com a liberação proporcionada pela pílula e outros metodos anticoncepcionais muito lentamente os costumes estão permitindo às mulheres seguirem seus desejos com menos preocupações. Afinal, de um lado e de outro, ninguém mais precisa se sentir “obrigado” a dar ou entregar a vida ou a existência por sexo. Nem os homens precisam “declarar” “as melhores intenções, se é que entende” nem o amor eterno nem o sol e a lua numa noite, nem as mulheres devem achar que eles têm mais que ficar perdidamente apaixonados depois de uma noite.

    Tampouco as mulheres devem se atormentar pra decidir o momento de se declarar “só sua” para alguém que “não confia”….

    Sexo não é mais tabú.

    O que eu noto cada vez mais é que o que está em jogo – e aí sim não há um “código” explícito – são os limites da vulgaridade.

    Muitas mulheres e homens se entregam ás vezes ruidosamente a uma noite de sexo sem, ora um, ora outro, entenderem muito bem o que é um teatrinho vulgar e o que é um envolvimento sexual e/ou afetivo.

    O sexo não é mais tabú, repito o que penso. O que é vulgaridade ou busca de satisfação do desejo é o que define a identidade de cada um, e essas identidades estão cada vez mais… líquidas…

    Daí, talvez, pela falta de outros, a permanência de “códigos” atávicos que cada vez fazem menos sentido; e que são chamados de machistas.

    O importante, pra fazer um resumo arriscado, é que cada um seja muito claro em seus propoósitos.

    E, claro, usem preservativos.

      1. Haha, boa Vânia!Mas… Ali

        Haha! Boa, Vânia!

        Mas… “Ali Kamel”!? Pô, pegou pesado, hahahaha!

        … Meu título não foi esse que você sugeriu….

        Saudações.

  8. Entre quatro paredes: o machista de esquerda

    Tornou-se comum ver a seguinte frase em espaços de militância: nada mais parecido com um machista de direita do que um machista de esquerda.

    O dito é impactante pelo teor de verdade que carrega. Não é preciso ir muito longe para entender que, se a direita luta pela manutenção de privilégios de poucos em prejuízo de muitos, então a esquerda devia lutar contra todo tipo de privilégio e em favor do máximo de igualdade. Isso evidentemente inclui questões de classe e a luta maior é contra o avanço destruidor do capital (sim, Marx). Porém me parece autoevidente que a opressão não é igual para todas as pessoas: não é igual para mulheres em relação a homens, ou gays em relação a héteros, trans e cis, negras e brancas, pessoas não binárias e por aí vai. Se o machista de esquerda se sente confortável em desfrutar da opressão de 52% da população mundial, então ele nem de esquerda é. Simples.

    Mas nem tanto. Porque o machista de esquerda é muito diferente do machista de direita. Ele é fofo.

    O machista de esquerda é um fofo: agrada sua mãe e suas amigas, usa flor no cabelo, fala olhando no olho e sempre parece profundamente interessado no que você tem a dizer. Ele parece um cara sensível, tolerante, inteligente e bom partido. Não é difícil se apaixonar pelo machista de esquerda. Ele não coça o saco, não arrota em público, não assedia mulher na rua. Ele gosta que você seja inteligente e não liga para a sua aparência. O machista de esquerda é quase perfeito.

    O que fode é o quase.

    Entre quatro paredes, ele deixa a casa imunda e diz que não se incomoda de comer lixo na rua todos os dias pra não ter que cozinhar. Você cozinha porque você se incomoda. Você limpa a casa sozinha porque você é neurótica e burguesa, porque não há problema algum em viver num chiqueiro. Evidentemente, ele sempre come a comida que você cozinha e até chama os amigos para jantar depois que você se matou na faxina o dia todo enquanto ele revisava suas anotações de A origem da família, da propriedade privada e do Estado. E depois do jantar agradável ele toma a iniciativa pública de lavar a louça, afinal ele é fofo e super reconhece o seu trabalho.

    Ele não liga para a sua aparência, ele gosta mesmo é da sua inteligência. Fofo. Mas devagarzinho ele vai deixando claro que é uma cara tão, tão legal, que te ama apesar da sua aparência. Como ele é sensível, ele nunca te critica – nem muito menos elogia. Nunca. E com uma certa frequência, deixa escapar comentários elogiosos sobre mulheres muito mais magras/altas/jovens/peitudas/etc. do que você. Sem maldade, olhos de esteta. E você fica grata ao esquerdomacho por ele te amar assim, acima das coisas mundanas. E sua autoestima despenca a cada dia.

    Mas da sua inteligência ele gosta mesmo. Só fica meio puto quando você se sai melhor que ele em seja lá o que for, afinal ele também é humano. E te lembra sempre de que você não tinha nenhuma direção intelectual antes de conhecê-lo e que não teria sido capaz de fazer nada do que fez se não fosse por ele. Ele é o seu eterno co-autor. Sorte sua ter encontrado um cara tão generoso.

    Por fim, ele não assedia mulheres na rua. Ele é sensível. Mas se você se queixa do assédio que sofre, ele diz que é exagero. Ele não estupra mulheres, mas não entende porque aquela conhecida velha e feia foi estuprada. Ele não te estupra, mas fica muito bravo se você não quer transar. E bate portas e se tranca no quarto e deixa você ali se sentindo miseravelmente culpada.

    Eis o esquerdomacho entre quatro paredes. Igual ao machista de direita, mas com muito mais bala na agulha da manipulação e do abuso. Afinal, todo mundo sabe que ele é fofo.

    https://hedra.com.br/blog/entre-quatro-paredes-o-machista-de-esquerda

    http://meutextoannap.blogspot.com.br/

    1. Ah, Vãnia,
      acho que você não

      Ah, Vãnia,

      acho que você não conhece nem todos os machos nem todos os machistas “de esquerda”…

      Pô, pega leve!

          1. Ó, é só pra não deixar cair o

            Ó, é só pra não deixar cair o senso de humor, héim: “quase” fofo!

            Haha!

            Saudações.

    2. Show de inconformismo

      Artigo que prima pela obviedade inicial, pelo chororó de mulher mal amada e pela tentativa de culpar o mundo por não ser igual a Brooks Shields (quando moça). Nada mais parecido com uma feminista de direita do que uma feminista de esquerda. Que impactante pelo teor de verdade que carrega!!!! (troque os termos sublinhados acima e verá que a frase é mesmo impactante, e serve para anões, Gays, cachorros, qualquer coisa).

      Artigo bobo onde a Autora rotula à vontade o que ela pensa ser de direita ou de esquerda, colocando a situação comportamental do sujeito como se isso fosse a sua motivação política. Num país realmente socialista (de esquerda mesmo), o sujeito de esquerda seria conservador e, pelo contrário, o maluquinho seria de direita. Simples? (como diz a autora). Que bobagem.

      Um homem feito a mão só para mim é o único que presta, até eu cansar?

      Mais um chororó de mulher mal amada culpando o mundo, a esquerda, a direita e a qualquer um por conta de ser, provavelmente, uma chata que sentiu que, na falta de provas, a “literatura jurídica” lhe permitiria julgar o seu parceiro, qualquer parceiro, todos os parceiros.

  9.  Mulheres: o gênero nos une,

     

    Mulheres: o gênero nos une, a classe nos divide

    DO PSTU

    Abrimos esta matéria com o título do livro escrito por Cecília Toledo porque ele sintetiza muitas das idéias que marcaram a história da luta contra o machismo no PSTU.

    Apesar do machismo não respeitar barreiras de classe, são as mulheres trabalhadoras que mais sofrem com ele. Além de toda violência física e psicológica que decorrem das práticas machistas. O capitalista lucra ao contratar uma mulher com um salário inferior ao do homem (mesmo cumprindo a mesma função), quando incentiva a entrada da mulher no mercado de trabalho terceirizado ou precarizado, afetando as condições de vida de todos ou quando promove a ideologia machista no interior da própria classe trabalhadora.

    Enfim, o capitalismo se utiliza da opressão da mulher para explorar ainda mais a classe trabalhadora. E os trabalhadores homens têm que reconhecer que, ao praticarem ou incentivarem o machismo, estão ajudando os patrões a aumentarem seus lucros e dividindo a classe.

    Por isso mesmo, no decorrer de nossa história, e diferentemente da maioria dos grupos feministas (que pregam a “unidade de todas as mulheres”) sempre defendemos a unidade das trabalhadoras e dos trabalhadores na luta contra a opressão da mulher e, também, na luta contra o capitalismo. 

    Sempre acreditamos que para conquistar a igualdade em casa, na escola, na rua, na fábrica, na mina, no canteiro de obras, no sindicato, na roça, em toda parte e no dia-a-dia é necessário que construamos, juntos, uma sociedade socialista.

    Assim, desde os primeiros momentos do PSTU, mulheres e jovens de todo o país têm constantemente utilizado do partido como um instrumento de sua luta. Para tal, realizamos sucessivos Encontros Nacionais (o primeiro em 1994, o último em 2001); participamos dos mais diversos fóruns de debate, no Brasil e em países da América Latina; fizemos campanhas de solidariedade em relação à luta de mulheres de todo o mundo. E, acima de tudo, lutamos para organizar a luta anti-machista no interior das entidades e organizações de nossa classe.

    Novos desafios 
    Por isso, quando olhamos pra trás, nestes 15 anos, dentre as muitas lembranças e momentos que nos vêem à mente, temos particular orgulho em termos cumprido nossa parte na organização das mulheres no interior da Conlutas, hoje uma das principais alternativas e ferramentas da luta pela construção da sociedade que queremos e precisamos.

    Foi militando intensamente no interior do GT de Mulheres da entidade que o PSTU ajudou a realizar, no ano passado, Encontro de Mulheres da Conlutas (com 821 delegadas e 211 observadoras e observadores, representando 228 sindicatos; 378 oposições; 147 movimentos). Um passo a mais na construção de uma alternativa de organização e luta para as mulheres; uma alternativa classista e socialista para as mulheres que sabem que nossa verdadeira liberação só virá com o fim do capitalismo. 

    E para isto que, as mulheres do PSTU dedicam sua vida e militância. Pois, como dizia Lênin (que soube entender a importância da luta anti-machista): “nossa luta não é de igualdade para todos, não é de liberdade para todos, mas a luta contra os exploradores e opressores pela eliminação das possibilidades de oprimir e explorar”

    http://www.pstu.org.br/node/8596

    http://orientacaomarxista.blogspot.com.br/2010/06/mulheres-o-genero-nos-une-classe-nos.html

     

  10. o orgasmo esperdiçado

    Ola Nassif,

    Sexo sem ele o mundo não cresce,

    (Sexo vende qualquer produto), aqui vemos tentativas de uso do mesmo vendendo partidos políticos, sindicatos, e no comercio com seus consumos compulsivos e tudo o mais,

    Só que sexo é algo muito pessoal, individual, cada um tem, e ou faz, sua opção, e nós temos que respeitar,

    Homem quando vê mulher muito gostosa, (aqui pra nós boa de perna e de bunda), sente se estimulado sexualmente a ponto de provocar ereção,

    (mulher quando no cio, e vê um penis ereto fica molhadinha?)

    O pessoal da antropologia e da sociologia não pesquisou ainda o que sente uma mulher quando vê um penis com ereção, que tipo de estimulo ela sente?

    (em cada um dos 28 dias de seu ciclo menstrual),

    Ou lhe da uma vontade louca de caridade de satisfazer a aquele que esta com vontade manifesta pela ereção,

    Obeliscos e ou penis eretos (fálicos) são estímulos sexuais para as mulheres? melhores que portais, grutas ou abismos, (onfalicos),

    Pensando em contraposição, como “mulher pelada vende qualquer produto” para homem, penis ereto vende qualquer produto para mulher?

    Não, isto porque a cabeça da mulher de 28 em 28 dias, repete um ciclo de variações de reações ao sexo, sendo que ate nossa sociedade sexo reprimida, sexo repressora, e sexo hipócrita, reprime ou nega, e ela mesma também se nega, desde que esteja fora do cio, que atualmente fala se diferente, na TPM, que é um grande conflito na nossa sociedade religiosa, ela deve querer ter filhos, e ao mesmo tempo ser virgem, conflito biofisiologico,

    Jóia, pelo menos ela hoje dispõe de pílulas, e pode pelo menos no seu período de cio tranzar a doidada com quem lhes der na telha, com a segurança de não ter que preocupar se com, que nome daremos a criança? se for esta a sua opção,

    Há campanhas contra o esperdício de quase tudo,

    Deveria também haver o mesmo empenho em combate ao esperdício de prazer,

    Prazerise-se, este é um verbo que não há nos dicionários,

    Teríamos que praticar muito mais gratificência para conosco e para com todos,

    Ou seja gratificarmo-nos, e prazerisarmo-nos, muito mais, a vida é curta, para ficarmos na cultura religiosa das penitencias e masoquismos,

  11. Idéias antigas

    Este pensamento de mulher puritanismo, e de igualdade de direitos para ambos os sexos é coisa muito antiga, milenar.

    No antigo povo Celta, que vivia na Europa, milênios antes de Cristo, o simbolo Sagrado encontrado em todos os templos era a Cruz Isóceles, com ambos os braços iguais. Ela significava que masculino e Feminino tem o mesmo valor. De fato na sociedade Céltica, a mulher era muito respeitada, e tinha grande liberdade. Muitos anos depois a igreja mesclou a cruz Celta Isóceles, com a Cruz do Cristianismo, e criaram a Cruz de Malta, igual aquela pintada nas velas das Caravelas que chegaram ao Brasil.

    Quem não se lembra de mulheres até nos Governos na idade antiga. A Rainha de sabá. princesa em um país árabe (!) teria governado o reino de Sabá ( atual Iêmen) muitos milênios antes de Cristo.

    Nos povos antigos, a renúncia e o heroísmo eram as virtudes máximas dos povos. Muitos dos povos tinham Templos para a deusa da Pureza, Astarte, que seria um exemplo para as mulheres. enquanto os homens, tinham o ideal de Heroísmo de renunciar a própria vida num campo de batalha, como os Heróis da Odisseia Grega, as mulheres tinham a renuncia dentro de casa, num ideal de pureza. Muitos séculos depois a igreja re editou esta história com outros nomes. Sexualidade na idade média era algo lmuito regrado. Naquela época, entre quatro paredes havia muito recato, respeito  e pudor. Segundo historiadores haviam casais que nunca haviam se visto nus, a nudez era tabu até no matrimônio. O casamento, e o sexo eram vistos como se fossem o cumprimento de uma missão, em total seriedade. Até algumas décadas atrás, mesmo no Brasil era asim.

    Uma coisa é certa. A sociedade da época, baseada na renuncia era o modelo para todos desde o Governante até o servo. Hoje é o oposto, tenta-se viver ao máximo o hedonismo, e o egoísmo, desde o governante, até o mais humilde do povo. Mais do que nunca para superarmos a crise politico economica que o país vive, precisaríamos como nunca de rescucitar este espírito de renuncia, em todos os politicos em geral.

     

     

  12. Ora, ora, esse jogo de

    Ora, ora, esse jogo de sedução não é nem humano. Procurem informar-se sobre o comportamento de vários animais no q diz respeito ao acasalamento. Vão de surpreender com a semelhança. O problema é q o pessoal de ciências sociais ainda não sabe bem o q é o nature, só sabe do nurture. Já viram primatas não humanos flertando? Já viram felinos flertando? Vejam e depois coçem a cabeça e digam: é mesmo!

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