Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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Transita, Neymar!, por Rui Daher

Vi Neymar jogar pela primeira vez, pelo Santos, em 2009, com 17 anos. Pensei: “será, em poucos anos, o maior atacante do futebol brasileiro”

Lucas Figueiredo – CBF

Transita, Neymar!

por Rui Daher

Nas ciências sociais, me confesso marxista, trotskista, socialista, esquerdista, petista, lulista, como queiram os acólitos da falsa e fálica meritocracia; no futebol, sou Flamengo, como NÃO gostam os acólitos do bairrismo.

Como escrevo em duas publicações que, democráticas, aceitam minhas opiniões, quando políticas, e dão de ombros, quando futebolísticas (não, não entendo nada de hipismo ou esgrima) – GGN e CartaCapital – neste texto ouso ir contra a corrente que dominou as redes sociais, depois do jogo entre Brasil e Sérvia, pela Copa do Mundo da FIFA, no Catar.

O Globo – 26.11.2022

Creio ter visto Neymar jogar pela primeira vez, pelo Santos, em 2009. Ele tinha 17 anos. Pensei: “será, em poucos anos, o maior atacante do futebol brasileiro”. Foi e continua sendo, hoje aos 30 anos.

Do Santos, foi para o espanhol Barcelona, formar o melhor trio de atacantes do planeta futebol: Messi, Suárez e Neymar. Hoje em dia, novamente, forma o melhor do mundo, no francês PSG, com Messi e Mbappé.

Sempre em transferências milionárias, as dele sempre eivadas pelo triângulo FIFA, dirigentes de clubes e empresários – no caso de Neymar Jr., o pai. Na risca, a sonegação de impostos aos governos. O “por fora”, que os jornalistas atuais de esportes fingem não existir, e os jurássicos têm preguiça de investigar.

Neymar, hoje com contrato milionário até 2025, é cobiçado por todos os clubes de futebol do mundo. Pouco conta. Os brasileiros continuarão a odiá-lo, mesmo seus conterrâneos de Mogi das Cruzes, em São Paulo, onde nasceu, ou os da Praia Grande, Santos, para onde ele se mudou.

Será sempre um exemplo de Tom Jobim, para quem “sucesso no Brasil é ofensa pessoal”.

“Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente. Junte-se a nós: www.catarse.me/jornalggn

Seu caso, recentíssimo, foi a contusão sofrida no primeiro jogo do Brasil na Copa 2022. Depois de ser o futebolista que mais faltas levou, entre todos que disputam a Copa, muitas delas criminosas, em único jogo da seleção brasileira, Neymar Jr. se machucou feio, ao ponto de não saber quando poderá voltar a jogar.

Afinal, nas famigeradas redes sociais e junto à famigerada crônica esportiva que, ao sabor de seus patrocinadores e clubes de coração, vezes o idolatra, vezes o massacra.

Lembro Walter Casagrande Jr. que desancou Neymar em coluna. “Casão” sempre, como futebolista, teve carreira impecável, certo? Não sou eu a dizer, mas ele a confessar.

Hoje em dia, estamos mais para os segundos que publicam rios de necrológios para o jogador. Desde a sua idade (“não é mais um menino”), até a sequência de faltas que recebe num só jogo (“cai-cai”), passando por seu equivocado apoio explícito ao Regente Insano Primeiro (RIP) nas eleições presidenciais de 30 de outubro. Apoiou um monstro em troca do perdão de uma dívida, dizem.

Se, nas urnas eletrônicas o fez, juntou-se a outros 58.206.354 imbecis que a ele se somaram, fazendo que o país, como Nação, causasse a própria autodestruição em quatro anos.

Não significa regozijar-se com sua lesão ou, por ter outra paixão clubística, querê-lo fora da Copa. Apesar de suas excentricidades de menino pobre que enriqueceu com sua habilidade menor – jogar futebol – eu quero que Neymar dobre a língua da esquerda política.

Afinal, décadas após décadas não vimos dando o rabo para a direita genocida?

Inté!

Rui Daher – administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

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Rui Daher

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5 Comentários

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  1. Que artigo horroroso. Puxa saquismo explicito. Vai dar conta do menino de 30 anos? Economia de impostos para que? Para mais um corte de cabelo, uma tintura ou uma tatuagem ou um namoro rapido com modelo em busca da fama. Apoia a extrema direita no Brasil e nem vota aqui. Fora as festinhas irresponsáveis em meio à pandemia.

  2. Quem da esquerda se regozijou com a contusão do Neymar?
    Eu me considero de esquerda mas queria vê-lo jogar. Quando quer jogar, em vez de se lançar na grama, ele é o cara. E quando veio disposto a jogar, ao invés de se baquear, o homem não leva sorte.
    Queria ver Argentina e Brasil na final, com Messi e Neymar em times opostos, numa decisão mundial de Copa do Mundo. Mas tudo ainda é possível.
    Avante, Brasil, Arriba, Argentina!

  3. O artigo do Rui Daher é no mesmo sentido da Carta Aberta do Ronaldo ao Neymar:

    “Estou certo de que a maioria dos brasileiros, como eu, te admira e te ama. Seu talento, aliás, te levou tão longe, tão alto, que tem amor e admiração por você em cada canto do mundo. E é também por isso, por ter chegado aonde chegou, pelo sucesso que alcançou, que tem que lidar com tanta inveja e maldade. Num nível de comemorarem a lesão de uma estrela como você, com uma história como a sua. A que ponto chegamos?”

    Pois é, Sr. Ronaldo, infelizmente nós não só chegamos como ultrapassamos esse ponto a algum tempo atrás. Lembra-se do médico/magarefe que disse, em relação à Dona Marisa, esposa do Lula:

    “Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela”?

  4. Louis-Ferdinand Céline apoiou o nazismo, mas seus livros são ALTA e indispensável literatura. Do ponto de vista político e pessoal, Vargas Llosa sofre múltiplas restrições, mas como escritor, joga no primeiro time, em qualquer posição que se lhe escale. Em todo nicho humano que nosso holofote focar, veremos pessoas cuja obra é maior do que o obreiro. Arrisco-me a dizer que Lula é menor do que seus feitos, talvez pela enormidade de seus feitos. Rui Daher é um dos poucos que nesse nicho futebolístico, no caso de Neymar, faz a distinção entre o autor e a obra. Concordo com o julgamento do Rui.

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