Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Carnaval e Lança Perfume – Coisas que o tempo levou, por Luciano Hortencio

por Luciano Hortencio

Nem sou tão velho assim, porém sou do tempo em que o “Lança Perfume” era usado livremente durante os três dias de carnaval. 

Lá em casa todos tinham direito a um tubo e a gente chamava de cloretil. A brincadeira era chiringar uns nos outros ou mesmo jogá-lo em jatos ao chão e o outro riscar um fósforo…

São essas as lembranças que guardo, uma vez que ainda não tinha idade suficiente para ir a bailes carnavalescos.

Um fato ficou marcado na minha memória: Minha irmã mais velha, Danielle Hortêncio, era muito danada, voluntariosa e destemida. Fomos assistir ao Carnaval de Rua que se realizava à rua Senador Pompeu e cada um carregava seu frasco de lança perfume. 

No ruge ruge de gente não notamos nada de anormal, porém Danielle saiu do nosso grupo familiar em desabalada carreira e não entendemos o que se passara.

Ao voltar, esbaforida e vitoriosa, nos contou que um galalau bem maior do que ela lhe furtara o lança perfume e correu. Sem pensar e nem pestanejar, minha irmã meteu o pé na carreira, alcançou o molecão desonesto e não trouxe somente o seu vidro, porém dois frascos de lança perfume que estavam nas mãos do rapazola, para compensar o esforço e o vexame da carreira.

Saudades dos velhos carnavais!

COISAS QUE O TEMPO LEVOU!

https://www.youtube.com/watch?v=aBJYZArfMSY

Cinara Rios – QUE CHÊRO BOM – J. Luiz Calazans (Jararaca) – Laurindo de Almeida.
Disco Victor 34.720-A.
02.01.1941.
Disco constante do Arquivo Nirez.
Coisas que o tempo levou.

 

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

6 Comentários

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  1. Lança Rodoro, a primeira que

    Lança Rodoro, a primeira que conheci, senão a prioneira mesmo, era elegante, toda dourada. Um perfume dos deuses. O costume dos usuários era não desperdiçá-la, mas lançá-la como uma pegada, uma conquista amorosa. Podia ser nas ruas, durante os carnavais, e mais dentro dos bailes. Era muito criança, mas lembro-me bem. Havia os que usavam o spray para cheirar num lenço ensopado, como uma droga. E ficava doidão, ou doidona. Quando surgiram as outras de vidro, que me recorde, não tinham o mesmo aroma. 

    O cheiro da rodoro ainda está na minha memória. Às vezes tento comprar algum perfume que tenha odor semelhante. Vale dizer que o fixador era maravilhoso. Uma vez pegando na pessoa demorava a sair. 

    São memórias de um tempo que não volta mais.

  2. Feliz natal, Lulu!

    Eh isso ai, enquanto estamos todos indo para o natal, o Luciano ja comeu o peru, trocou os presentes, traçou o panetone, hibernou janeiro inteiro e esta com a fantasia pronta, fazendo a cuica roncar 🙂 Lulu, sempre ouvi falar muito no lança perfume, mas nunca vi um… Snif, snif, queria tanto ficar no barato da Maria Rodrigues :::)))

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