CINE ATEU: O SAL DA TERRA
https://vimeo.com/128242266
Do portal Cine Pipoca
Indicado ao Oscar de Melhor Documentário este ano, O Sal da Terra reforça o trabalho de excelente documentarista de Wim Wenders, sempre indo além do óbvio para nos proporcionar uma experiência estética incrível.
Mais do que um documentário sobre o fotógrafo brasileiroSebastião Salgado, esse é um filme sobre vocação, fotografia, sonhos, buscas e, principalmente, pessoas. Que, como o próprio fotógrafo fala, são o sal da terra. O diretor alemão foi convidado pelo próprio Sebastião e seu filho Juliano Ribeiro Salgado, que co-dirige o filme. Segundo ele próprio explica em tela, pai e filho queriam um olhar de fora para ajudar a contar essa história.
E o interessante é que esse “olhar de fora” se torna tão próximo e íntimo, pois Wim Wenders apresenta a sua visão daquele profissional que ele conheceu quase por acaso através de uma fotografia de Serra Pelada. Então, enquanto ele vai contando a história do fotógrafo, ele vai contando o que ele foi descobrindo à medida que pesquisava sobre o assunto. E em boa parte da projeção é o próprio Sebastião Salgado quem nos conta a história de suas fotografias.
O roteiro é bastante feliz nessa estrutura mista. Só o prólogo já vale a experiência quando a voz de Wim Wenders nos introduz na trama explicando o significado da palavra fotografia. A passagem de bastão para Juliano Ribeiro, que narra uma parte menor do filme, também é bastante fluída, quase como uma brincadeira de criança no momento em que o garoto cresce.
A montagem brinca com as fotografias, reconstruindo imagens e nos fazem viajar no tempo a partir delas. Com a foto tomando toda a tela, vamos ouvindo a narração com a voz do fotógrafo que conta como ela foi tirada, sensações, descobertas e objetivos daquilo. É como se após uma longa viagem,Sebastião Salgado nos reunisse em sua casa para contar como foi a experiência vivida a partir das imagens.
Esse clima de intimidade é gostoso e nos faz embarcar na história de uma maneira intensa. Como é, essencialmente, um fotógrafo social, temos imagens fortes de pobreza, desnutrição, fome, morte. Mas, também de outras culturas, formas de vida, espaços pouco habitados, animais diversos. É uma verdadeira jornada pelo planeta Terra em fases bem definidas que vai sendo pontuada pela história do próprio fotógrafo, seu exílio do Brasil, a descoberta da fotografia, os primeiros projetos e o sucesso atingido.
Quando Juliano Ribeiro Salgado assume a direção e narração do filme, há uma leve mudança de estilo, assim como um recurso de conversa mais direta. Com a câmera na mão ele faz perguntas ao pai durante uma expedição ao Ártico em que tenta fotografar morsas. Apesar de Wim Wenders o acompanhar em algumas expedições e até vermos os dois juntos em algumas cenas, não há um áudio direto de conversa entre os dois.
É curioso também que o filme esteja sempre sendo conduzido em duas línguas bases, o inglês na narração dos diretores e o francês na fala do fotógrafo. Apesar de ser brasileiro, pouso se houve de português na tela. Apenas quando pai e filho trocam algumas palavras, ou no depoimento do Sebastião, pai do fotógrafo.
O Sal da Terra é uma imersão na obra de Sebastião Salgado, mais do que na própria vida do fotógrafo, ainda que fiquemos sabendo muito dela, inclusive do seu trabalho com sua esposa, Lélia Wanick, para reflorestar a fazenda da família que se transformou hoje no Instituto Terra. Sem dúvidas uma bela jornada a ser seguida.
http://www.cinepipocacult.com.br/2015/04/o-sal-da-terra.html
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Mil vezes obrigada. Assisti
Mil vezes obrigada. Assisti duas vezes no cinema e agora vou tê-lo a hora que quiser.
Paris, Texas, e As Lágrimas Amargas de Petra von Kant
dos q vi, são os dois melhores filmes de Win Wenders. Meu fotógrafo é Cartier-Bresson, é mais que um fotógrafo, é um artista, sua sensibilidade é , pra mim, inomparável. Cenas deslubrantes aprecio, claro, mas o que me importa não é ser ateu (eu sou, por sinal). Sim, Salgado é um ótimo fotógrafo com uma equipe, equipamentos, provavelmente financiamentos, equipamentos que os mestres não têm, ou não tinham. Recomendo os 2 filmes de Wenders, que é o principal, o Diretor.
cada um, cada um
mas eu não adoro militâncias (embora, de alguma forma, faça isto). Lembra militar, “ordens são ordens”, a seguirem (por vezes, injustas, equivocadas, o senso de obediência e de seguidores não me atraem). Mas gosto é gosto. Respeito opinióes, mas isso deve ser recíproco.
um documentário que vou assistir
pelo diretor. Admiro Salgado que, se não me engano, começou a fotografar aos 40 anos depois de um presente de sua muher. Como ainda não vi o filme, suponho que tal fato se encontre lá. A vocação !
As lágrimas amargas é de
As lágrimas amargas é de Fassbinder, também do Cinema Novo alemão, mas de estilo muito diferente do de Wenders. Fassbinder faz uma bela estilização do melodrama, na maior parte de seus filmes, e Wenders é mais “realista”. Entre seus muitos filmes ótimos, lembro também Alice nas cidades, O estado das coisas, Asas do desejo, Nick’s Movie, Pina, e o doc musical Buena Vista Social Clube.
Amo Paris, Texas!!!
Pra mim o melhor filme dos anos 80!!!
Nenhum abordou com tanta exatidão a ressaca da revolução pós-68 e antecipou a derrocada do socialismo real no fim do séc. XX.
Que falta faz alguém para abordar a decadência atual do capitalismo de mercado e as manifestações pelo mundo como consequência, acho que vou virar cineasta para fazer essa abordagem kkkkkkkkk brincadeira…
[video:https://www.youtube.com/watch?v=X6ymVaq3Fqk%5D
Depois eu percebi meu engano, Jair
Era tarde da noite e pensei no teu post : sim, é de Fassbinder, mas não vim corrigir, deixei assim mesmo. Querelle, se não me engano, é dele também, mas eu perdi. E não vou a locadora. Grato pela correção e pelas lembranças. (Quando digo bobagem, e é frequente, não deleto, é uma forma de me apresentar também – cheio de erros e limitações)
Vale a pena ver de novo!
Esse documentário é emocionante. Lembra nossa miséria social. Pena ter perdido o Oscar (seria francês, não brasileiro) para CitizenFour que trata das denuncias de Edward Snowden sobre a miséria moral americana. Eu, que já visitei o Instituto Nhotim lá em Minas, me animei a visitar o Instituto Terra lá em Aimorés MG. Só 920 km de sp.
Espetacular!
Espetacular!