Morre Márcio Augusto Antonucci, da dupla Os Vips

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Morre Márcio Augusto Antonucci, que fazia dupla com o irmão Ronaldo Luís, em Os Vips. O filho de Márcio, Bruno, deixou o recado aos fãs, na página do Facebook, na manhã desta segunda-feira, dia 20.

Os irmãos, no início da carreira, cantavam sozinhos, com os nomes de Ronald Red e Jet Williams. No programa de TV Festival dos Bairros, em 1964, formaram a dupla e os produtores Palmeira e Alfredo Corletoo, da gravadora Continental, gostaram e contrataram os irmãos.

A primeira gravação de Os Vips foi “Tonight”, em 1964, composição deles com letra em inglês, incluída no LP da Record “Reino da juventude”, que reunia artistas participantes do programa de mesmo nome apresentado por Antônio Aguilar. A dupla escolher o nome “Os Vips” inspirados no filme de 1963, “The Vips”, com Richard Burton e Elizabeth Taylor, “Alta Sociedade” em português.

Foram vários sucessos da dupla, muitos deles composições de Roberto Carlos, como “A volta”, “Faça alguma coisa pelo nosso amor”, “É preciso saber viver”, entre outras. Gravaram também uma série de versões dos Beatles, como ‘Menina Linda” (I Should Have Known Better), “Coisas que acontecem “Thigs we said today), “Obrigado garota (Thank you girl), “Michele” e “Submarino Amarelo”.

Em 1968, quando o programa Jovem Guarda foi cancelado pela TV Record, Márcio se mudou para o Rio e foi trabalhar na Som Livre, e Ronald permaneceu em Santana para montar negócios com o dinheiro ganho pela dupla. O primeiro empreendimento foi o Vip’s Burguer, de 1968, que virou rede. Em 1969 inauguraram o Vip’s Buffet, na Avenida Nove de Julho. Posteriormente foram vendidos.

Em 1990, um retorno da Jovem Guarda lotou o Asa Branca no Rio de Janeiro. Reunidos, gravaram um LP ao vivo pela Som Livre (“A volta”, lançado em janeiro de 1991 e que vendeu 300 mil cópias). Em 1995, foi lançado um CD quíntuplo com 29 artistas, capitaneados pelos Vips, para comemorar os 30 anos do movimento, e vendeu 3 milhões de cópias.

RECADO AOS FÃS

Do perfil de Marcio Augusto Antonucci, no Facebook

Aqui quem fala é o Bruno, filho do Marcio em nome de toda a família.

É com muito pesar que informo que o meu pai, ídolo e amigo nos deixou hoje pela manhã. Como disse nos últimos dias o quadro dele estava estável, porem hoje esse quadro mudou. Quando estivermos mais conformados com a situação poderemos tentar esclarecer o que houve.

Darei assim que puder as informações onde acontecerá o velório que vai ser no Rio de Janeiro. Peço a todos que respeitem esse momento pelo qual toda a família esta passando, entendo que meu Pai foi um ídolo, um “muso” para muitos, mas peço a compreensão de todos.

Eu amo e sempre vou te amar. Meu Pai foi a minha inspiração para ser o melhor homem que eu posso ser.

http://www.youtube.com/watch?v=ETn1GB3jSGI]

http://www.youtube.com/watch?v=mh8X2wcEQr4]

[video:http://www.youtube.com/watch?v=rhNnxnjh-gQ

[video:http://www.youtube.com/watch?v=iaC_Ij5YMng

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

11 Comentários

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  1. VIPS

    Reprodução/SescTV

    Em dois artigos publicados no jornal Correio da Manhã, o primeiro em junho e o segundo em outubro de 1966 (mais tarde incluídos na coletânea de textos Balanço da Bossa), Augusto de Campos fazia uma acurada análise do panorama da moderna música popular brasileira e situava com destaque o trabalho que Roberto e Erasmo Carlos realizavam naquele momento. Augusto de Campos observava que, enquanto as duas principais figuras da jovem guarda cantavam descontraídas, com espantosa naturalidade, em estilo claro e despojado, muitas outras estrelas da MPB apelavam para efeitos melodramáticos, num estilo de interpretação teatral que nada tinha a ver com o estilo de interpretação da bossa nova. E exemplificava citando Elis Regina, Wilson Simonal e Leny Andrade, que teriam “enveredado para o campo do virtuosismo vocal exacerbado, imitativo da improvisação instrumental do jazz e dos be-bops americanos, artificiosos, pleno de afetações e maneirismos que faziam da música mais simples verdadeiros labirintos melódicos”. Roberto Carlos, ao contrário, não se valia de nenhuma peripécia vocal ou gestual, e sim da simplicidade interpretativa característica da bossa nova. “Apesar do iê, iê, iê ser música rítmica e animada, e, ainda que os recursos vocais, principalmente de Erasmo, sejam muito restritos, estão os dois Carlos, como padrão de uso da voz, mais próximos da interpretação de João Gilberto do que Elis e muitos outros cantores de música nacional moderna, por mais que isto possa parecer paradoxal.”

    Augusto de Campos ia mais longe e aplicava a Roberto e Erasmo aquele conceito oswaldiano modernista que seria tão caro aos tropicalistas: a antropofagia cultural.

    “Como excelentes tradutores que são, de um estilo internacional de música popular, Roberto e Erasmo Carlos souberam degluti-lo e contribuir com algo mais: parecem ter logrado conciliar o mass-appeal com um uso funcional e moderno da voz. Chegaram assim, nesse momento, a ser veiculadores da informação nova em matéria de música.”

    Defesa mais clara, precisa e contundente Roberto e Erasmo, até então, jamais haviam tido de qualquer outro intelectual brasileiro.

  2. Valeu, Vips

    Os Vips começaram a brilhar nos anos 60, vindo a consagração com as canções que Roberto e Erasmo lhes presentearam. Curti e curto o som da dupla: toda semana danço ao som de músicas as mais diversas, com destaque para a Jovem Guarda, onde clássicos de Os Vips comparecem.

    A dupla está desfeita, mas reconforta a convicção de que fez bonito no palco e na vida.

    Nosso abraço aos familiares e amigos do Márcio.

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