Primeira santa brasileira, Irmã Dulce se dedicou à classe trabalhadora

Relatos de milagres e graças alcançadas se multiplicaram, tanto no Brasil quanto no exterior, superando a marca dos 14 mil catalogados

Foto: Acervo Memorial Irmã Dulce

Por Bruna Caetano

Primeira santa brasileira, Irmã Dulce dedicou sua vida à classe trabalhadora

No Brasil de Fato

Santa Dulce dos Pobres teve dois milagres reconhecidos pelo Vaticano; canonização acontece no domingo (13)

Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce, está prestes a se tornar a primeira santa brasileira. Neste domingo (13), a beata será canonizada no Vaticano pelo Papa Francisco, e passará a ser chamada de “Santa Dulce dos Pobres”, por conta de sua vida dedicada aos mais vulneráveis.

Mais de 100 pessoas de uma Comitiva do Brasil devem acompanhar o ato, entre elas, parlamentares e autoridades políticas, junto de filhos e cônjuges. Informalmente, Dulce já é tratada como santa na Bahia e seu santuário no largo de Roma, em Salvador, atrai fieis e romeiros durante todo o ano.

Nascida em 1914 na capital baiana, desde a adolescência Dulce já manifestava o desejo de seguir a vida religiosa. Ela lotava a casa dos pais de pessoas doentes e transformou o local em um centro informal de atendimento, em 1927. A casa ficou conhecida como “a portaria de São Francisco”.

Aos 23 anos, ela fez sua profissão de fé e votos perpétuos, tornando-se freira após seis meses na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Sergipe.

A preocupação de Dulce com os menos favorecidos permeou toda sua vida e se manifestou inclusive na escolha do seu time de futebol. A religiosa torcia desde pequena para o Esporte Clube Ypiranga, uma tradicional equipe baiana, formada por excluídos sociais e pela classe trabalhadora.

Foi nas palafitas do conjunto de favelas conhecido como Alagados que o trabalho social da religiosa passou a ser conhecido (Foto: Acervo Memorial Irmã Dulce)

Já como freira, seu primeiro trabalho foi em um colégio, na Cidade Baixa, em Salvador (BA). A Irmã começou a atender a comunidade pobre dos Alagados, formada majoritariamente por operários. A atuação no local resultou, em 1936, na criação de um posto médico e da primeira organização operária católica do estado, a União Operária São Francisco.

A União, posteriormente, tornou-se o Círculo Operário da Bahia, que visava a promoção cultural e social dos trabalhadores, e era sustentado pela renda gerada por três cinemas construídos por meio de doações. Em relação permanente com a classe operária, ela ajudou a fundar o Colégio Santo Antônio, pensado para educar os filhos das trabalhadoras e trabalhadores.

 

O trabalho de Dulce ao lado dos enfermos começou aos 13 anos, quando transformou a casa de seus pais num local de atendimento (Foto: Acervo Memorial Irmã Dulce)

O maior destaque de sua trajetória enquanto militante religiosa e social foi sua atuação ao lado dos enfermos, que rendeu a Dulce a alcunha de “Anjo bom da Bahia”. Exemplo disso está na história do maior hospital da Bahia, o Santo Antônio. A instituição surgiu por iniciativa da Irmã, que ofereceu tratamento a 70 doentes resgatados das ruas de Salvador em um abrigo improvisado no galinheiro do Convento Santo Antônio.

O local realiza atualmente 16,5 mil internações e 10 mil cirurgias anuais. No total, são 3,5 milhões de procedimentos ambulatoriais por ano por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Redação

5 Comentários

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  1. Santa mãe de todos e de fé ativa e real…
    além de orar pelas pessoas necessitadas, sempre procurou ajudar, estender a mão, curar, aliviar, abraçar, aconchegar……………………….cumpriu todas as promessas que fez, levando paz a Jesus

  2. “Fora da caridade não há salvação” e o espírito de luz encarnado em Irmã Dulce a fez se transformar carinhosamente em Santa Dulce dos Pobres, a nossa primeira santa brasileira. A sua vida, a sua trajetória e toda sua voluntária e dedicada missão é fruto de um merecimento divinal e dispensa qualquer outro comentário. Sua benção Santa Dulce dos Pobres.

  3. a caridade, assim como o amor, é uma conexão direta e contínua…
    é com a ajuda da caridade que o espírito reconhece tudo e todos como partes de si mesmo…………………………….
    sem a caridade temos o surgimento e com ela a manutenção………………………não é bem manutenção…………………….é a permanência da vida………………………e também não é bem da vida……………….é em vida

  4. O mesmo Estado Absolutista Parasitário Esquerdopata Ditatorial Fascista que emerge com o Coronelato Medieval que transforma o Nordeste numa ‘Somália Latino Americana’ com ACM, mais conhecido como ‘Toninho Malvadeza’, faz surgir também este braço da Igreja Católica que transita bem entre a Indústria da Vitimização, da censura, da Pobreza e o Poder. Para este braço da Igreja Católica existia dinheiro até para formar um Hospital. Desde que venerando e personalizando este benefício entre Irmã Dulce e a Igreja Católica. Mas o mais importante, desde que esta mesma Igreja não sabotasse os planos do Coronelato de Toninho Malvadeza e o uso do Estado Brasileiro e estado da Bahia como o seu bordel. Casamento Perfeito. Logicamente com o Estado Brasileiro e o SUS custeando o matrimônio. Este ‘Novo Brasil e Novo Nordeste’ alavancado e propagandeado, inclusive neste Veículo, está passeando às custas do Estado e Miséria Brasileiros, em Roma para ver a canonização da santa. Mas não é o mesmo Brasil destas 9 décadas? Este é o Novo Nordeste? Bipolaridade tem cura? Pobre país rico. Mas de muito fácil explicação.

  5. Bolsonaro não vai à cerimônia da primeira santa brasileira. Esta vai ser a santa da paz, pois já conseguiu afastar o ódio e a mentira de si.

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