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O Movimento Humaniza SC protocolou, nesta terça-feira (4), uma denúncia de descumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) praticada pela escola Fope (Força Pré-Militar Brasileira) de Florianópolis junto ao Ministério Público e a Procuradoria de Justiça da Infância e Juventude de Santa Catarina.
Com unidades nos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Piauí, Maranhão e Minas Gerais, a rede de ensino se descreve como “a maior e melhor escola pré-militar do Brasil”, voltada para crianças e jovens que sonham com uma carreira na Marinha, Aeronáutica ou Exército.
Durante pronunciamento em audiência pública do Conselho de Segurança (COMSEG), na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Ideli entregou fotos que comprovam a exposição de menores em atividades que ferem “terminantemente” o ECA. “No entanto, fotos e publicações do grupo revelam que crianças de cinco anos já estão envolvidas nas atividades do treinamento militar”, contesta Ideli Salvatti, diretora do Humaniza SC.
Para ingressar na carreira militar, os jovens devem ter, pelo menos, 17 anos.
Discurso de ódio
Salvatti comentou ainda que recebeu relatos, ainda não comprovados com fotos ou vídeos, de que as crianças recebem instrução armamentista no contraturno escolar, exposição proibida pelo artigo 142 do ECA.
Porém, segundo a denunciante, as fotos publicadas pela instituição nas redes sociais já comprovam a apologia à violência, tendo em vista a estampa de caveira no uniforme escolar, e ao discurso de ódio.
Confira a denúncia na íntegra:
Rede influente
Nas redes sociais, apenas a Fope de Florianópolis conta com mais de 7,7 mil seguidores no Facebook.
Nas publicações, a instituição de ensino afirma que os alunos têm aulas práticas aos finais de semana e recebem reforço escolar on-line de segunda a sexta-feira.
Entre as atividades de sobrevivência na selva e simulação de tropa de choque, há vídeos e fotos com os ex-ministros do governo de Jair Bolsonaro (PL): Marcos Pontes, de Ciência, Tecnologia e Inovações, e Sergio Moro, de Justiça.
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