No apagar das luzes, governo Bolsonaro tenta mais um golpe: extinguir a Comissão de Mortos e Desaparecidos

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Esta não é a primeira vez que o governo Bolsonaro tenta acabar com o colegiado responsável por abordar os crimes cometidos durante a ditadura

Reprodução Facebook

Uma reunião extraordinária foi convocada pelo presidente da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos (CEMDP), Marco Vinícius Pereira de Carvalho e a pauta principal é a análise e votação da extinção da Comissão. A reunião será no dia 14 de dezembro.

Esta não é a primeira vez que o governo Bolsonaro tenta acabar com o colegiado responsável por abordar os crimes cometidos durante a ditadura militar. Só que esta tentativa se dá a menos de um mês da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

A tentativa anterior foi em junho passado, mas houve recuo na intenção. A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) e o Ministério Público Federal contestaram e o governo voltou atrás.

A comissão foi criada no governo Fernando Henrique Cardoso, em 1995, resultado de um acordo entre Nelson Jobim, ministro da Justiça, e o ministro do Exército, Zenildo Lucena. Foi uma maneira de cumprir o que estava nas disposições transitórias da Constituição de 1988, reconhecendo a responsabilidade do Estado brasileiro no desaparecimento e na morte de presos políticos, sem mexer na Lei de Anistia, de 1979, que impedia a punição dos torturadores e assassinos de prisioneiros sob custódia.

Nos trabalhos realizados até hoje, a Comissão obteve relatos de militares e de policiais, além de documentos, que auxiliaram no esclarecimento de dezenas de crimes, como o cometido contra o ex-deputado federal Rubens Paiva. Foi no esforço da Comissão que foi possível identificar na vala comum do Cemitério de Perus, em São Paulo, as ossadas de cinco desaparecidos políticos.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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