A disputa no mercado dos tablets

Do Diário do Centro do Mundo

A guerra dos tablets 

de Pedro Cohn  

Como a briga entre Apple, Microsoft, Google e outras companhias neste mercado pode nos beneficiar

Vi uma entrevista com o Steve Jobs, alguns anos atrás, em que ele faz uma analogia entre computadores, smartphones e tablets. Segundo ele, em um futuro próximo os computadores pessoais serão como caminhões; já iPhones e iPads, como carros. “Alguns terão que usar caminhões para serviços mais pesados”, disse Jobs, “mas a maioria irá usar carros, mais leves e mais versáteis.” Essa frase do ex-CEO da Apple me atingiu como um raio. Sem dúvida nenhuma, foi a analogia mais bem colocada que já ouvi.

Partindo do principio que, no futuro, todos nossos leitores estarão lendo o El Hombre em tablets ou telefones, me sinto na obrigação de abrir a cortina de uma guerra que está acontecendo nos bastidores do mundo da tecnologia. Durante muito tempo, várias empresas tentaram criar um computador portátil com touch screen; só a Apple conseguiu. Hoje se contarmos o iPad como um PC, a Apple é a maior vendedora de computadores do mundo. E todas as empresas querem uma fatia desse mercado: Google, Amazon e Microsoft são apenas algumas das companhias que já lançaram ou vão lançar tablets este ano.

Vamos falar um pouco, agora, dos integrantes na guerra que já está acontecendo.

Nexus

O Nexus é marca que a Google criou para seus dispositivos móveis: tivemos alguns celulares fabricados pela HTC e pela Samsung, mas a empresa escolhida para produzir o Nexus 7 (tablet de 7”) foi a Asus. Ele não vem com câmera traseira, mas quem tira fotos em um trambolho desses? Por ser menor que os atuais, ele é mais portátil e mais leve, fazendo dele um bom companheiro. Ele roda no Android 4.1 Jelly Bean, que sem dúvida melhorou muito seu desempenho. Mas o grande atrativo dele é o preço: somente US$ 199. Um belo atrativo para quem quer estar preparado para o futuro.

Kindle Fire

O Kindle Fire foi o primeiro tablet com 7” polegadas, fabricado pela Amazon, e está sendo ameaçado pelo lançamento do Nexus. O preço dos dois é o mesmo, mas o Fire é de longe mais lento e não tem uma câmera frontal, para videoconferências. A Amazon tem planos para o Fire 2, mas nada de concreto ainda foi mostrado.

Surface

A Microsoft está fazendo um jogo arriscado ao entrar neste mercado. Esta semana algumas fontes relataram que o Surface virá com um preço bem acessível, abaixo dos US$ 200. Pela quantidade de características inovadoras, aposto que a venda não é visada ao lucro; com sorte terão um break even. A estratégia é se infiltrar em um mercado dominado pela sua arqui-inimiga, a Apple, e assim incentivar outras fabricantes a licenciar seu novo software, o Windows 8.

Galaxy

A Samsung já esta nessa guerra há algum tempo, mas ainda não abocanhou uma fatia grande do mercado, como conseguiu com seus smartphones. Com um tablet de 10.1” e outro de 7”, está colocando muitas fichas nessa indústria, mas nenhum dos dois aparelhos vêm com novidades substanciais. Eles são rápidos e têm caraterísticas técnicas bacanas, mas nada que agarre o consumidor. Os preços não são tão baixos, deixando assim a empresa coreana em um terreno perigoso. Mas podemos esperar que ela não durma no ponto, e lance em pouco tempo novos e mais atrativos tablets.

iPad

O iPad detém 68% do mercado e é de longe o mais procurado em lojas, fazendo dele o inimigo a ser batido por todo mundo. Seu preço é alto: o mais em conta custa US$ 399. Mas o sistema operacional descomplicado e o design fazem valer a pena. E por ter sido o primeiro tablet, o iPad tem uma vantagem mercadológica sobre seus concorrentes. Como a Apple não é cega, viu nesses novos tablets de preço baixo uma ameaça a sua hegemonia. Alguns especialistas dão como certo o lançamento do iPad mini, que traria uma tela de 7” e a um preço mais acessível, algo abaixo de US$ 300.

Mas o fato é o seguinte: essa briga entre gigantes é ótima para nós. Quanto mais as marcas se digladiam para conquistar consumidores, melhores serão seus produtos e menores seus preços. Independente do tablet que você escolha, portanto, pode ter certeza de que terá um aparelho de qualidade, muito útil para funções profissionais e para passar o tempo livre.

Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador