A proposta de tirar as linhas de trem de SP na década de 50

Do blog do Ralph Giesbrecht

Arranquemos tudo!

Há pouco mais de sessenta anos, um vereador da Câmara Municipal de São Paulo, o engenheiro Joaquim Tomé Filho, que também pertencia à Comissão de Urbanismo e Obras da Edilidade, prestou declarações afirmando que “a questão do trânsito em São Paulo não era problema de fácil solução”.

Afora a afirmativa óbvia – não era preciso ser engenheiro para perceber isso (e olhem que o ano era 1952, quando o trânsito de veículos na zona central de São Paulo já era terrível, mas pelo menos ainda não se espalhava pelo município inteiro como é hoje) -, ele continuava, defendendo a imediata retirada não só dos trilhos da Cantareira como das linhas da Central, Santos- Jundiaí e Sorocabana (que formam as linhas da CPTM de hoje). Nessa época, a Sorocabana estava também construindo a linha do rio Pinheiros, que seria entregue em 1957.

No lugar das linhas, seriam construídas… avenidas. A justificativa: a rede teria de ser aumentada para fazer o mesmo efeito que faria a construção de avenidas não somente no seu lugar, mas também no restante do município. E continuava: além disso, o aumento da rede custaria “bilhões de cruzeiros”, e “com muito menos” poderíamos construir pelo menos cinquenta avenidas!

Hoje, realmente pode-se ver o que seria da cidade se não tivesse o pouco de linhas que tem de CPTM (não teria nada, se tivessem sido arrancadas) e de metrô, que finalmente surgiram mais de vinte anos depois. Por outro lado, as “cinquenta avenidas” certamente foram construídas – e muitas mais – e vejam no que resultou o planejamento – se é que houve – errado.

Luis Nassif

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