Alta de 0,1% em abril não ameniza resultados ruins da indústria

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Produção do setor sobe 0,1% em abril, e cai 3,4% em 2022, segundo IBGE; segmento está 18% abaixo do ponto mais alto da série, em 2011

Foto: Janno Nivergall from Pixabay

A indústria brasileira ampliou sua produção em 0,1% no mês de abril, resultado que não ajuda a compensar as perdas registradas ao longo do ano, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, a melhora no comportamento da indústria é insuficiente para compensar as perdas do passado: “O ganho acumulado de 1,4% nesse período de fevereiro a abril não elimina nem a queda de 1,9% registrada em janeiro. Mesmo que nos últimos 6 meses a indústria tenha mostrado 5 taxas no campo positivo, ainda assim está 1,5% abaixo de fevereiro de 2020 e 18% abaixo do ponto mais alto da série, em maio de 2011”.

O setor registrou seu terceiro avanço consecutivo, acumulando ganhos de 1,4%. Entretanto, o segmento acumula queda de 3,4% nos quatro primeiros meses deste ano e, no período de 12 meses, o acumulado caiu 0,3% – primeiro resultado negativo desde março de 2021 (-3,1%).

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Ao longo do mês, o segmento avançou em 16 das 26 atividades, com destaque para o setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com crescimento de 4,6%. Outras atividades que contribuíram para a variação positiva de abril foram bebidas (5,2%) e outros produtos químicos (2,8%).

Entre as dez atividades com redução, produtos alimentícios (-4,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,2%) exerceram os principais impactos.

Duas das quatro grandes categorias econômicas tiveram alta, bens de consumo semi e não duráveis (2,3%) e bens intermediários (0,8%). Por outro lado, os setores produtores de bens de capital (-9,2%) e de bens de consumo duráveis (-5,5%) tiveram recuos nesse mês, ambos interrompendo dois meses seguidos de crescimento na produção.

A melhora está relacionada ao fim das restrições sanitárias, mas os fatores que dificultam a retomada seguem os mesmos, como o aumento do custo de produção e o impacto da escassez de algumas matérias-primas.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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  1. Desde 2011 para cá o País não obteve níveis de crescimento condizentes com suas necessidades. O setor industrial apresenta tempos de retorno mais amplos do que a maioria dos serviços e comércio. Sem os investimentos, a indústria vai reduzindo a participação na realização do PIB e vive esse sobe e desce, medido por essas avaliações. O que cada um desses segmentos referidos representariam, caso fosse apresentado um gráfico mostrando com precisão essa participação, revelaria melhor os significados desses índices. A questão da evolução da renda na sociedade implica, não apenas em relação à indústria, na conformação do mercado consumidor. Tanto o consumo doméstico como o consumo corporativo, integram essa conformação. Caso considerar-se, que indústria no sentido mais profundo é a aplicação do domínio de conhecimento nas técnicas de produção. São poucas as indústrias a se enquadrar, existem fábricas com equipamentos modernos, algumas até 4.0 , mas indústria indústria mesmo, talvez não existam tantas. Sem a decisão sobre qual futuro terá o País num mundo em constante mudança, será difícil mudar essa realidade.

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