TCU abre investigação contra Campos Neto por iniciativa de terceirizar reservas

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação contra o presidente do Banco Central a pedido do Ministério Público

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Homem branco, usa óculos, terno escuro, camisa branca e gravata verde
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, tem acumulado trapalhadas com uma postura ultraliberal. A mais nova se tratou de terceirizar a gestão das reservas cambiais. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para apurar declarações recentes dele sobre terceirizar a gestão de ativos do BC.

Campos Neto deu entrevista à investidora Black Rock Brasil, semana passada, e disse estar aberto a delegar a administração de reservas cambiais do Estado. O país tem US$ 380 bilhões em reservas, cerca de R$ 1,8 trilhão. 

A investigação foi solicitada pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que atua junto ao TCU. Para ele, a pretensão de Campos Neto é um risco à capacidade do país em honrar compromissos financeiros.

“(É necessário) apurar os indícios de irregularidades noticiados a despeito do interesse do atual presidente do Banco Central em terceirizar a gestão de ativos do BC, especialmente com relação à administração das reservas internacionais do Brasil”, disse.

Atividade estatal

O subprocurador ressaltou que a gestão de reservas internacionais representa uma “atividade tipicamente estatal”, o que impossibilita a interferência do setor privado nessa área, com riscos, inclusive, à “soberania” brasileira.

“Diante de todos os riscos, no meu entender, é inadmissível terceirizar a gestão de ativos do BC, especialmente com relação à administração das reservas internacionais do Brasil”, completou. 

Atuação do TCU

Para o subprocurador, a possibilidade ventilada pelo próprio presidente do BC torna obrigatória a atuação do TCU, “de forma a se determinar a detida e minuciosa apuração dos fatos”, solicitou.

O ministro Benjamin Zymler será o responsável por relatar o caso no TCU. Em comunicado, o Banco Central disse que não vai se manifestar.

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

1 Comentário

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  1. Em países como EUA, UK e Rússia, até pessoas comuns (quanto mais autoridades públicas!) costumam ser presas perpetuamente ou até condenadas à morte por alta traição (servir a interesses estrangeiros por ideologia, poder ou dinheiro) aqui também chamadas de “lesa-pátria. Nestes citados países, tais traições são tipicamente secretas, mas aqui, são feitas à luz do dia e quando questionadas, ainda tentam defender, explicar e justificar. O grandson of Bob Fields não só quer terceirizar (privatarizar de graça e talvez ainda pagar taxas de administração e mais ainda, para uma empresa estrangeira). Enquanto esta meRdiocrelite de capatazes e corretores continuar tendo o poder que tem, asfixiando uma sociedade que podia ser uma das 3 a 5 mais poderosas e desenvolvidas do planeta, não conseguiremos alçar vôo como nação.

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