Qualquer cenário econômico tem que partir das perspectivas de controle do Covid-19. E o cenário é nublado por um conjunto de variáveis de difícil aferição:
Há um círculo vicioso difícil de romper.
- Políticas erráticas de combate ao Covid-19 prolongam o isolamento social.
- O aumento do isolamento gera pressões de ordem econômica sobre os governantes.
- Ocorre uma flexibilização antecipada do isolamento, provocando novas ondas de contaminação.
- Dependendo do tamanho da tragédia, há uma mudança na posição da opinião pública, que passa a exigir novas rodadas de isolamento mais severas que na primeira rodada.
Alguns estados, como São Paulo, tentam equilibrar o combate à pandemia com as questões econômicas, conduzindo uma flexibilização meio canhestra. Confere notas às regiões, de acordo com o ritmo da contaminação e de disponibilidade de UTIs e leitos hospitalares. Quem atende os requisitos recebe autorização para flexibilizações parciais das atividades. Como o estado é dividido em regiões, sem controle de divisas, os isolamentos municipais podem se revelar insuficientes, especialmente na Grande São Paulo, onde é intensa a movimentação de trabalho das pessoas.
Mesmo assim, o teste paulistas servirá de termômetro para o restante do país. Por isso mesmo, é relevante conhecer um pouco das condições do estado neste momento.
Aqui vai um painel montado pelo GGN com exclusividade.
Quadro geral
Observa-se uma pequena redução no ritmo médio diário de novos casos e um aumento sistemático no ritmo de novos óbitos. Em relação à média do dia anterior, a redução dos casos corresponde a uma taxa de -14,9% no mês; em relação aos óbitos, um aumento expressivo de 25,4%.
Em relação às regiões de saúde, houve aumento de casos em 19 regiões e queda em 38. e aumento de óbitos de 15 regiões e queda em 4.Regiões Metropolitanas e Interior
O estado é dividido em 8 regiões metropolitanas e 56 regiões do interior. A cada dia que passa observa-se uma aceleração no crescimento de casos no interior. No início de maio correspondiam por 30% dos casos das regiões metropolitanas e hoje em dia batem nos 50%.
Nas Regiões Metropolitanas preocupa a situação de Campinas, com crescimento expressivo no número de casos.
Ocupação de UTIs
Dado relevante é o índice de ocupação de UTIs. No momento, tem-se uma situação relativamente tranquila – mas qualquer repique na curva de novos casos poderá ocupar rapidamente os leitos disponíveis. A média de tempo de cada internado é de 7 dias.
Pela tabela, perecebe=se que desde o dia 16 de julho há apenas uma região com mais de 100% de ocupação de leitos; 3 regiões com nível de ocupação superior a 75%; 8 regiões com ocupação entre 50% e 75% e 11 com ocupação abaixo de 50%.
O gráfico de baixo mostra a situação das regiões com maior nível de ocupação. O ponto crítico é a Baixada Santista, a Região Norte da Grande São Paulo. o município de São Paulo, a Região Oeste e Campinas.
De qualquer modo, o ponto fundamental é a análise dinâmica do quadro, para avaliar os efeitos da flexibilização sobre o nível das notificações e dos óbitos.
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Numa analise sem torcida muitos municípios entraram em isolamento muito antes, alguns sem nenhum contaminado.
Isso exauriu a capacidade dos agentes economicos em segurar o isolamento e hoje chegamos no limiar do ou abre ou quebra.
Estamos claramente numa curva descendente. O numero de óbitos tem um atraso em relação ao numero de casos de 14 a 21 dias.