Dilma diz que confiança voltará após as eleições

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Confiança voltará depois das eleições, diz Dilma à indústria

Presidente afirma que um “problema seriíssimo de expectativa” está afetando o crescimento econômico

Em reuniões com empresários, Dilma se queixa de críticas à política econômica e vê inflação sob controle

 

Da Folha de São Paulo

Valdo Cruz, de Brasília

 

Em suas recentes reuniões com empresários da indústria, a presidente Dilma Rousseff admitiu que o país vive um “problema seriíssimo de expectativa”, que está afetando o crescimento econômico.

“Enquanto esse problema não passar, fica muito difícil o processo”, disse Dilma, ao defender o país e seu governo das críticas de perda de credibilidade entre investidores internacionais.

Ela pediu que o empresariado confie em uma mudança de clima “quando novembro chegar”, após a eleição. E fez questão de dizer que está fazendo a sua parte, mas que nem sempre é fácil lidar com expectativas negativas.

“Nós fizemos o possível e o impossível”, afirmou, citando como exemplo de ação para estimular o crescimento os financiamentos com juros subsidiados do BNDES.

“Podem falar à vontade que é ruim ficar subsidiando PSI [Programa de Sustentação do Investimento], porque vamos subsidiar, sim”, afirmou, respondendo a críticas dos tucanos.

Em resposta a uma pergunta do empresário João Dória, Dilma atribuiu a expectativa ruim na economia ao período eleitoral: “Na minha época, tinha um filme Quando Setembro Vier’. Eu acho que [vai melhorar] quando novembro vier, após a eleição vai mudar a expectativa”.

A avaliação da presidente foi feita na semana em que o IBGE divulgou, na sexta (30), que a produção nacional desacelerou no primeiro trimestre deste ano, registrando crescimento de apenas 0,2%, o que leva o próprio governo a estimar alta do PIB abaixo de 2% em 2014.

Na sexta, o ministro Guido Mantega (Fazenda) admitiu que uma das causas do crescimento fraco foi a inflação, que está perto do teto da meta (de 6,5% ao ano), o que tem servido de munição para a oposição.

Nas reuniões com empresários, por sinal, Dilma reclamou desse tipo de crítica.

“Falam que a inflação do governo da presidente Dilma está quase descontrolada. Então, vamos ver os números. Nos três primeiros anos do FHC estava acima de 12%. Nos três primeiros anos do Lula, quando a situação era dificílima, chegamos a 7,52%. Nos meus três anos está em 6,08%. Não há hipótese nenhuma de sair de controle.”

Em suas reuniões, ela tem reclamado do tom pessimista dos empresários, utilizando em sua defesa os cenários de crise traçados para o país no início do ano e que, segundo ela, não se concretizaram.

“A tempestade perfeita foi cantada em prosa e verso”, disse, em referência à expressão cunhada pelo ex-ministro Delfim Netto, para advertir que o Brasil poderia entrar em crise quando os EUA começassem a retirar os estímulos monetários.

“O Brasil ia quebrar, teríamos uma crise monstruosa, a credibilidade do país ia se esvair. O Brasil quebrou?”, perguntou aos presentes. Respondeu ela própria que um país que recebe US$ 65 bilhões de investimentos estrangeiros diretos e tem US$ 378 bilhões de reservas, “a quinta maior do mundo”, “não é frágil”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

6 Comentários

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  1. Os governos estaduais

    Os governos estaduais conservadores boicotaram o crescimento do país nos últimos 4 anos, o símbolo é o racionamento do Cantareira. Ambos seguiram a lógica da austeridade européia.

    Precisamos em 2015 eleger governos estaduais progressistas em São Paulo, Minas Gerais, Rio De Janeiro, Paraná, Santa Catarina.

  2. previsões

    Os comentários sobre este post possivelmente irão destacar a influência da mídia sobre o “problema seriíssimo de expectativas” ,  mesmo sem a presidente ter feito alguma referência neste sentido.

  3. (Os)Valdo Cruzes, do alto do

    (Os)Valdo Cruzes, do alto do seu singular pluralismo, é  um exemplo acabado   de manipulação  das editoriais.

    Nesta coluna,não emite opinião. Reproduz e tenta contrapor com a de  remotos interlocutores. 

    Percebe-se na mídia,dividida e algo perdida,  com o avizinhamento da Copa,que lhe bate às portas

    tem de evitar a propagação do catastrofismo, do pânico e da  desordem,adicionando  pitadas  de razoável honestidade,bom senso, e  racionalidade.Ou perdem  clientes,ou perdem leitores ou se perdem em glorioso naufrágio como empresa.

    E, presumivelmente,sem socorro  federal…

  4. Ledo engano

    Quando novembro chegar melhora, dependendo do resultado da eleição….. expectativa de Barbosa virar Lady Di não existe….

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