Economista espera alta de 0,25% na taxa Selic

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) vai divulgar sua primeira decisão de política monetária na noite desta quarta-feira (15), e alguns economistas já traçaram prognósticos para o resultado. Por exemplo: a corretora Concórdia manteve a projeção de seu cenário de referência, com a taxa Selic apresentando um aumento de 25 pontos-base, elevando a taxa referencial de juros de 10,00% ao ano para 10,25% ao ano.

Em relatório assinado pelo economista Flávio Combat, a coretora explica que o colegiado enfatizou em sua última ata de 2013 a preocupação com o impacto da desvalorização cambial sobre a inflação. “A autoridade monetária observou que “a depreciação e a volatilidade da taxa de câmbio (…) ensejam uma natural e esperada correção de preços relativos (…) Para o Comitê, a citada depreciação cambial constitui fonte de pressão inflacionária em prazos mais curtos”.

O movimento de desvalorização do Real frente ao dólar foi justificado pelo colegiado como uma consequência das “perspectivas de transição dos mercados financeiros internacionais na direção da normalidade, entre outras dimensões, em termos de liquidez e de taxas de juros”, que acabou se concretizando em dezembro, com a decisão do Fed de iniciar a inflexão da política monetária nos Estados Unidos. Assim, considerando a pressão de desvalorização do Real frente ao dólar, o economista acredita que o Banco Central deve voltar a utilizar tal argumento para justificar a continuidade do aperto monetário, ainda que em um ritmo mais gradual.

Além disso, o Banco Central deve justificar a continuidade do aperto monetário com base na resistência da inflação.Dentre as fontes de pressão, o Copom deverá elencar o aumento dos salários acima dos ganhos de produtividade, o crescimento do consumo das famílias (sustentando pela expansão da renda), a já mencionada pressão cambial e o crescimento do crédito (ainda que em ritmo moderado).

Diante desse quadro de inflação persistente (que foi confirmado com o resultado do IPCA em dezembro, de 0,92%, e do IPCA acumulado em 2013, 5,91%), Combat diz que o BC deverá justificar a decisão de reduzir o ritmo do aperto monetário com bas na desaceleração da atividade no terceiro trimestre de 2013 (PIB de -0,5% no comparativo trimestral); na perspectiva de desaceleração das concessões de crédito pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em 2014, anunciada pelo governo no último ano; na moderação do consumo de bens duráveis (diante do aumento do custo do crédito e do grau de endividamento das famílias);1 e na própria expectativa de desaceleração da inflação em 2014, sinalizada pelo BC em seu último Relatório Trimestral de Inflação (de 5,7% para 5,6%).

“Vale observar que o contingenciamento dos preços administrados, tanto em 2013 quanto em 2014, continuará fundamental para a política de controle da inflação (não obstante todas as críticas pertinentes a esse modelo de controle dos preços)”, diz o economista. O governo também sinalizou que manterá, nesse ano, a mesma postura quanto aos preços administrados – primeiro ao vetar a criação de uma nova metodologia de reajuste dos combustíveis e, em seguida, ao postergar para 2015 o início do sistema de reajuste das tarifas de energia elétrica com base em bandeiras tarifárias, medida sem a qual 2014 já começaria com uma inflação maior.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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