Nações emergentes reduzem o consumo

Por Assis Ribeiro

Correio Braziliense

Consumo mais frágil  

Tradicionais motores da economia mundial, as nações emergentes estão pisando no freio e reduzindo o consumo. Levantamento feito pela Capital Economics, de Londres, revela que as vendas no varejo nos mercados em desenvolvimento encolheram 7,6% em uma média de três meses até fevereiro passado. É o pior resultado desde outubro de 2009, auge da crise financeira global.

A retração está sendo liderada pela América Latina, indicou o estudo, coordenado pelo economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics, Neil Shearing. No Brasil, a economia está fraca não por causa do consumo, mas porque a indústria continua patinando. “O consumo tem se mantido forte, mas os produtos são, na maioria, importados, e isso não beneficia os fabricantes locais”, disse Shearing ao Correio. 

O economista não considera a inflação acima da meta como o principal vilão do baixo crescimento. “O consumo vai esfriar por outros dois fatores: o aumento dos salários ultrapassou o da produtividade, o que não pode continuar por muito tempo; além disso, o orçamento das famílias está cada vez menor. Por isso, esperamos uma expansão sem muito brilho para o Brasil no próximos dois anos”, acrescentou.

Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), em abril, o endividamento das famílias chegou a 62,9% da renda, o maior patamar desde julho de 2011. “Aquela forte aceleração do passado dos países emergentes não deve acontecer mais. Há uma desaceleração normal de ajuste do ciclo de crescimento”, disse o economista-chefe da entidade, Carlos Thadeu de Freitas Gomes.

Luis Nassif

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