Pagamento de US$ 300 mi pelos EUA zera débitos do algodão, diz ministro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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O pagamento, pelos Estados Unidos, de US$ 300 milhões ao Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), previsto em acordo assinado na última quarta-feira (1°) entre os dois países, zera débitos dos norte-americanos com a compensação dos cotonicultores, conforme afirmou o ministro da Agricultura, Neri Geller. “É página virada. Morreu o assunto”, salientou Geller, durante entrevista.

Os US$ 300 milhões serão depositados na conta do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) em 21 dias, a partir da data da assinatura. Esse valor será somado aos US$ 505 milhões pagos ao instituto entre 2010 e 2013, totalizando US$ 805 milhões. Em 2009, a Organização Mundial do Comércio (OMC) havia autorizado o Brasil a retaliar os Estados Unidos em US$ 829 milhões, em razão de subsídios concedidos aos seus produtores de algodão. Os EUA passaram a pagar US$ 147,3 milhões anuais ao IBA, mas interromperam os repasses em outubro do ano passado. O Brasil, que poderia retaliar o país pelo descumprimento, optou pela negociação.

Geller ressaltou que não há qualquer prejuízo aos cotonicultores e que representantes do setor e do agronegócio acompanharam as discussões sobre o assunto. Segundo ele, o ministério, com apoio do setor privado, pautou tecnicamente o Itamaraty, responsável pela condução das negociações. Após a assinatura do acordo, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) divulgou nota manifestando satisfação com o fim do contencioso do algodão. No documento, a entidade considerou o acordo “uma vitória”.

O ministro salientou que não era vantajosa a disputa com os EUA, um dos principais parceiros comerciais do Brasil. “Era uma briga de 12 anos. Queira ou não, tem impactos comerciais”, observou. Acrescentou que o acordo consolida a imagem do Brasil e mostra que o governo brasileiro tem posição nas questões de direito internacional.

Conforme Neri Geller, os recursos repassados pelos EUA, cuja aplicação é flexível, podem ser usados pelo IBA no controle de pragas, tecnologia pós-colheita, promoção do algodão e projetos de infraestrutura. Em contrapartida, o Brasil se comprometeu a não fazer questionamentos sobre algodão pelos próximos quatro anos. Entretanto, caso seja prejudicado, fica livre para contestar outras culturas.

Neri Geller considerou a preservação desse direito ponto fundamental do acordo. “Ao menos a priori não tem nada que sinalize nova disputa. Mas não podemos, por uma cultura [algodão], colocar outra em risco”, declarou. Os EUA também ajustarão o GSM-102, programa de créditos à exportação americana. Atualmente, os produtores norte-americanos podem exportar, com prêmio-seguro, até 36 meses. O período deve cair para 18 meses. Para o ministro, a alteração terá impacto nos preços internacionais e aumentará a competitividade.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

14 Comentários

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  1. Seria interessante se alguém
    Seria interessante se alguém conseguisse o JN do dia da decisão da OMC.
    Eu me lembro bem que o JN estava furioso com a possibilidade do Brasil retaliar os EUA.
    Não li O Globo mas deve ter seguido a mesma linha.

    São momentos históricos que explicam o porque esta emissora financiada pela CIA é nociva ao país.

    1. O ineditismo da decisão é que
      O ineditismo da decisão é que os EUA foram condenados pelas regras que eles mesmos criaram.
      Além do juiz ser deles …

      Portanto o posicionamento da Globo escancara suas origens. Diz claramente que estão aqui para isso…ainda.

    2. É mais facil a GLOBO

      É mais facil a GLOBO financiar a CIA que o contrario, a GLOBO tem R$7 bilhões em caixa, a CIA não tem um décimo disso.

      Evidentemente nunca a CIA financiu o Globo porque não tem a minima logica ou necessidade, o GLOBO é muito mais antigo que a CIA e sempre foi pro-ocidental, a CIA tem lugares onde o dinheiro é mais necessario.

      É impressionante como a esquerda cria mitologias a partir do nada.

      1. A Globo tem 7 bilhões em

        A Globo tem 7 bilhões em caixa?

        Olha o nível dos comentários, impressionante.

        Quanta a CIA paga para o senhor, ou você trabalha de graça?

      2. Voando em CÉU DE BRIGADEIRO

        Voando em CÉU DE BRIGADEIRO com a audiência em queda livre

        kkkkkkkkkkkkkkkkkk

        Agora conta aquela do papagaio.

    3. Não é necessário

      Realmente não é necessário a Cia financiar a Globo, pois ela trabalha em pró dos usa desde sempre. mesmo que seja contra o Brasil.

      Agora o Motta Araujo dizer que a Cia tem menos dinheiro do que a Cia é uma inverdade. A cia tem o quanto necessitar do governo americano para “defender” os interesses americanos no mundo todo.  

      Agora é bom saber que a globo dispõe de cerca de 7,0 bilhões em caixa, pois assim ela pode pagar o darf de R$ 1.0 bilhão que ela deve ao fisco, sem pedir nem parcelamento!  

      1. A GLOBOPAR simplesmente não

        A GLOBOPAR simplesmente não pode pagar um autuação fiscal só porque o fiscal a lavrou, sendo uma empresa de capital aberto, elea tem OBRIGAÇÃO DE ZELAR PELA ECONOMIA FISCAL E RECORRER ATÉ A ULTIMA INSTANCIA

        contra a pretensão da autuação fiscal, que como quase todas se deve a divergencias de interpretação da lei tributaria..

  2. “cotonicultores” é massa!!!!

    “cotonicultores” é massa!!!! kkkkkkkkkkkk

    Cultivo de COTON???? rsrsrsrsrs

    Será que até nisso agente não consegue traduzier determinados termos?

    ALGODOEIRA soa ruim?

    1. É uma palavra classica,

      É uma palavra classica, absolutamente correta, antiga, conhecida, usada desde que se planta algodão no Brasil, dela derivadas há COTONIFICIO, como o grande Cotonificio Rodolfo Crespi S.A., uma das maiores industrias do Brasil nos anos 20, até agora não entendi qual é o espanto.

  3. Esssa não foi a primeira

    Esssa não foi a primeira derrota dos EUA para o Brasil na OMC e creio nem será a última. Eu só fico curioso é o porque de ter gente aqui no Brasil que fica nervoso quando o Brasil protege seus agricultores como fazem os EUA e a UE. Soa realmente colonizado. O Brasil tem vatagem competitiva agricola em quase tudo em relaão aos EUA e só não invade o mercado desse pais devido às medidas de proteção adotadas lá.

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