
O rendimento médio mensal da população brasileira subiu 6,9% em 2022, apontam os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (11).
Vale ressaltar, no entanto, que no ano eleitoral a renda da população foi alavancada pelo Auxílio Brasil, que voltou a ser chamado de Bolsa Família.
Em 2022, o valor do benefício público concedido às famílias de baixa renda foi elevado para R$ 600 e o número de beneficiários saltou para 21,6 milhões, tática usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para conquistar apoio popular à reeleição na época.
Em 2021 o rendimento médio mensal real domiciliar per capita (por habitante) foi de R$ 1.484, o menor da série histórica iniciada em 2012. Já em 2022, o valor chegou a R$ 1.586.
Segundo o IBGE, o aumento foi puxado pelo programa social. Entre 2021 e 2022, a proporção de domicílios com algum beneficiário do Auxílio Brasil/Bolsa Família saltou de 8,6% para 16,9%.
Contudo, com o fim da pandemia e do auxílio emergencial – que contava com mais participantes do que o Auxílio Brasil/Bolsa Família, a proporção de domicílios que faziam parte de outros programas de transferência de renda caiu de 15,4% para 1,5% .
“A categoria de outros programas sociais, que incluía o Auxílio Emergencial, retornou ao seu patamar histórico de menos de 2% na Pesquisa. Já na rubrica onde captávamos o Bolsa Família e onde é captado o Auxílio Brasil neste ano, se compararmos com o pré-pandemia, podemos ver que a proporção de pessoas beneficiadas aumentou de 14,3% em 2019 para 16,9% em 2022”, explicou Alessandra Brito, analista da pesquisa.
O aumento na renda média mensal da população também foi puxado pela alta na taxa de ocupação. Porém, o rendimento médio mensal do trabalhador foi de R$ 2.659 em 2022, queda de 2,1% em relação a 2021.
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Renda dos mais pobres ainda é inferior a R$ 90
Segundo a pesquisa, a renda média dos brasileiros 5% mais pobres dobrou em 2022. Contudo ainda ficou abaixo de R$ 90 por pessoa por mês.
No ano passado, a média do rendimento mensal domiciliar per capita dessa camada da população alcançou R$ 87, uma alta de 102,3% em relação a 2021, quando o valor era de R$ 43 por mês.
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