Conheça o juiz que faz a diferença na vida dos presidiários

Jornal GGN – O apresentador do Justificando no YouTube, Brenno Tardelli, realizou uma entrevista com o juiz de direito João Marcos Buch, escritor e magistrado, que faz a diferença na vida dos homens e mulheres que sentem na pele os problemas do sistema prisional brasileiro.

Buch foi o primeiro magistrado do país a conceder um regime mais brando de pena em caso de falta de vagas no presídio que fiscaliza. Além disso, lá, cada preso tem sua cama e todos têm acesso a ele para fazer pedidos. Eles também participam de diversas atividades recreativas e educacionais.

“É o drama diário de vida. O juiz não pode ficar retido nos papéis e no computador. São pessoas”, disse na entrevista.

Do Justificando

Sistema Carcerário | Justificando Entrevista João Marcos Buch

Por Brenno Tardelli

https://www.youtube.com/watch?v=wcCbAY2-wsU height:394

Que o cárcere brasileiro é uma tragédia não é segredo para ninguém. Mas será que precisa ser assim? 

O Justificando Entrevista recebe o Magistrado e Escritor João Marcos Buch, que lida com a Penitenciária de Joinville. Buch esteve em São Paulo para divulgar seu terceiro livro, sobre as impressões de um juiz ao lidar com os presos e suas famílias.

Na penitenciária sob sua fiscalização, cada preso tem sua cama, todos têm contato do juiz para fazerem seus pedidos e participam de diversas atividades, como desenvolvimento na literatura e coral em alemão (parece mentira, mas é verdade). 

Buch foi primeiro magistrado do país a conceder regime mais brando de pena em caso de falta de vagas no estabelecimento. Ele contou ao Justificando como foi sua experiência na visita de penitenciárias da Alemanha, que o inspirou muito.

Veja a Entrevista completa e aproveite para se inscrever no canal do Youtube.

Redação

13 Comentários

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  1. Os que fazem a diferença (e o mundo ser melhor)

    Eh dificil mudar mentes e corações enraizados no medo e na ignorância. O juiz João Marcos Buch esta trilhando um caminho que é o que deveria ser a norma em todo o judiciario e no terrivel sistema carceral brasileiro. Parabéns a ele pela iniciativa e pela coragem.

  2. Eu não sei como está a coisa

    Eu não sei como está a coisa Brasil afora, mas aqui em SP a coisa tá feia.

    Sábado um cara adentrou em uma loja de chocolates e simplesmente pegou uma menina, balconista da loja, e a fez refém com uma faca no pescoço. Ele queria a presença da polícia e da imprensa.

    Resolvido o problema soube-se que, antes de fazer isso, o cara havia esfaqueado um segurança da ferroviária com cinco facadas e foi preso e… colocado imediatamente na rua!! No mesmo dia!!!Colocado na rua ele se dirigiu à loja de chocolates e fez uma refém!!!!

    Eu entendo que os presídios estão lotados, mas a impunidade não pode reinar!

    Os presídios devem dar dignidade aos presos, mas não podemos deixar os criminosos soltos a título de que os presídios estão lotados e são desumanos.

    Mais desumano foram as facadas que ele deu no segurança da ferroviária e o pavor que ele fez a menina passar, tudo no mesmo dia.

    1. O exemplo dos USA é didático.

      Há algum tempo os norte-americanos adotaram a famosa Tolerância Zero, o que aconteceu, a quantidade de encarceramento foi aumentando, aumentando e aumentando até que mesmo para a população norte americana começou a ficar caro. Dentro da lógica capitalista começou a privatização dos presídios com trabalho externo ou com empresas indo até os presídios. Que aconteceu, mão de obra barata, sem ausência no trabalho, ficou altamente lucrativo para os delegados locais e estaduais e juízes receberem um abono por cada preso. Continuou aumentando o encarceramento com a corrupção de juízes e delegados, se alguém cometesse um crime que no passado não ganhava pena passou a ganhar, e daí por diante.

      Resultado final, em valores absolutos os USA tem mais presos que a China e a Índia, 2,3 milhões contra 1,6 e 384 mil, mesmos estes países tendo três vezes mais habitantes do que os USA.

      Atualmente congressistas democratas e republicanos estudam leis para diminuir as penas dos condenados a partir das leis draconianas que foram impostas na famigerada Guerra as Drogas, que tem sido um fracasso, com cada vez mais presos e mais drogas.

      1. “ficou altamente lucrativo

        “ficou altamente lucrativo para os delegados locais e estaduais e juízes receberem um abono por cada preso”

        Talvez o erro tenha sido aí…

        Entendo que, se os presos trabalharem eles podem “pagar” ou cobrir os custos por uma melhor estadia dentro das prisões, mas não pode haver esse tipo de interesse direto de autoridades. A coisa tem que ser administrada com seriedade, o que está muuuito escasso atualmente. 

  3. Esse é diferenciado.
    Ai está um juiz fora de série. Tive o prazer de ouvir uma palestra dele. Acessível, humilde e humanista. É uma raridade no meio.

  4. Justiça Criminal no Rio de Janeiro

    EStive acompanhando processo criminais no fórum do Rio de Janeiro durante 3 meses, 4 dias por semana, das 14h até as 19h em média. Consideremos uma média de 10 casos por día, e da para ver que tive a chance de ver bastante.

    Também assisti a uma audiéncia “mutirão” de pessoal do tráfico de um morro carioca.

    Estive em vários tribunais, mas me concentri básicamente em dois. Me interessava como se comportavam os juizes e os promotores.

    Tambiém assisti a uma coisa nova que tem no fórum do RJ, que se chama Audiencia de Custódia. Funciona com certo número de delegacias por enquanto, e é fundamental que chegue logo ao Grande Rio. Nele chegam as pessoas que foram presas nas últimas 24 horas. Se verifica que ninguém bateu neles ou sofreu agressões injustificadas dos policiais, e tem um médico IML de plantão, para evaluar machucados, etc. Tem juiz, promotor e defensor. Dependendo com o crime imputado e os antecedentes, o suspeito respondera preso ou em liberdade.

    Nos TCs, a maioria dos crimes eram furtos de telefone ou pequenos roubos. Tipo 50 ou 60%. Se não tinham antecedentes eram soltos e tinham que voltar cada um, dois ou tres meses para assinar. Durante dois anos. E se cometiam outro crime nesse tempo iam somar as duas penas de prisão.

    Todos os julgamentos que assisti eram muito humanos e justos. Tanto de parte dos promotores como dos juizes. As penas eram sempre as menores possíveis, e podiam ser em regime semi aberto ou fechado, também dependendo do crime ou dos antecedentes.

    Todos os crimes de sangue eram por juri, e assisti só a dois. Ainda tenho que assistir a mais. Também estive em delegacias e esta faltando ir na delegacía de homicidios da Barra da Tijuca, que é meio barra pesada.

  5. Atendimento humanizado aplicando a LEI

    Parabéns Dr. João Marcos Buch, estivemos recentemente assistindo sua palestra e experiências na cidade de Ji-Paraná

    em Rondônia. Além de abordar aspectos jurídicos e sociais na execução penal, sua atuação é voltada para humanização da pen   

    pena. Oferecendo oporttunidades e alternativas aos presidiários. Evitando a reincidência e diminuindo a violência para a

     sociedade. Foi um grande prazer compartilhar suas experiências. Fique com DEUS!

    Sidney Rievro Tavernard

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