Novo ataque a facadas em escola no DF aponta “inoperância diante do fenômeno”, diz Daniel Cara

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Confira conteúdos do GGN para entender o fenômeno que volta assombrar toda a comunidade escolar

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A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) apreendeu, nesta segunda-feira (4), um adolescente de 15 anos que esfaqueou dois alunos e uma professora, em uma escola na região administrativa de São Sebastião. As vítimas tiveram ferimentos superficiais [entenda abaixo]. 

Para o coordenador honorário da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e professor da Universidade de São Paulo (USP), Daniel Cara, a ação aponta que “embora algumas ações importantes” tenham sido tomadas pelo poder público, “a marca ainda é a da inoperância dos governos diante do fenômeno”, escreveu em publicação no X. 

Em abril de 2023, na esteira do massacre que matou 4 crianças em creche de Blumenau (SC), a sociedade foi tomada pelo pânico e ameaças de novos ataques por meio da violência digital. Na época, estudantes  e – inclusive – professores deixaram de comparecer às aulas.

Em meio aos caos, o governo federal anunciou uma série de medidas. O ministério da Justiça chegou a liberar R$ 150 milhões, em edital, para ser repassado a estados e municípios com o objetivo de combater a violência nas instituições de ensino. No entanto, alguns governos locais, anunciaram medidas questionáveis diante dos casos.

Agora, quase um ano depois do boom do fenômeno, já abordado pelo GGN por diversos ângulos, novos casos insistem em assombrar toda a comunidade escolar. Como alternativa, Daniel Cara volta a recomendar o relatório, encomendado pelo Ministério da Educação e publicado em novembro de 2023: “Ataques às escolas no Brasil: análise do fenômeno e recomendações para a ação governamental”.

O documento tem como base um outro relatório pioneiro sobre cenário: “O extremismo de direita entre adolescentes e jovens no Brasil: ataques às escolas e alternativas para a ação governamental”, elaborado por um Grupo de Trabalho de Transição e entregue ao governo Lula, em dezembro de 2022. 

Este primeiro relatório, abordado pela jornalista Letícia Oliveira em entrevista ao GGN, já alertava sobre o cenário vivido em 2023, que contou com dois fenômenos concomitantes: casos de violência e pânico generalizado.

As ferramentas para tentar conter os episódios, que voltam ameaçar em 2024, não param por aí, um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostrou ainda que há um perfil predominante e forma de cooptação entre jovens que promoveram ataques sanguinários em escolas.

Confira lista de conteúdos do GGN para entender o fenômeno:

:: Ataques às escolas viram violência digital: entenda e o que o governo está fazendo

:: Existe um perfil de estudante mais propenso a planejar massacres em escolas? A resposta é sim

:: 20 de abril inspira medo de novos ataques em escolas; entenda o simbolismo da data

:: Os ataques às escolas e à Escola: um projeto macabro?, por Ana Laura Prates

Ataque em São Sebastião

Em nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal afirmou, nesta segunda-feira (4), que o adolescente apreendido estava em uma sala de aula do Centro Educacional São José quando começou a agredir os colegas.

A PMDF foi acionada para atender a ocorrência e conseguiu convencer o jovem a se entregar. Ele foi encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), no centro de Brasília.

Segundo a secretaria , o professor que estava em sala imediatamente deteve o aluno e também foi ferido. Uma das vítimas sofreu um corte na região do pescoço e precisou ser levada para o hospital. Mas, felizmente, nenhuma vítima foi ferida gravemente.

Diante do fato, a equipe gestora acionou de imediato a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros para atendimento da comunidade escolar. A equipe gestora decidiu dispensar as aulas que ocorreriam no turno matutino“, informou a pasta.

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

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