Dois milhões de crianças e jovens estão fora da escola no Brasil

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Trabalho infantil e dificuldade de aprendizagem influenciam evasão escolar, segundo levantamento do Unicef

Foto: Simon Reza on Unsplash

Dois milhões de meninos e meninas entre 11 e 19 anos que ainda não terminaram a educação básica deixaram a escola no Brasil, segundo estudo elaborado pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) a pedido do Unicef.

Segundo pesquisa realizada em todas as regiões do país no mês de agosto, a exclusão escolar atinge em especial os mais vulneráveis: 11% dos entrevistados não estão frequentando a escola, sendo que, na classe AB, o percentual é de 4%, enquanto, na classe DE, chega a 17%.

Entre as crianças e jovens que não estão frequentando a escola, 48% diz ter deixado de estudar “porque tinha de trabalhar fora”, enquanto 30% afirmaram que abandonaram os estudos “por não conseguirem acompanhar as explicações ou atividades”.

Em seguida, 29% das pessoas ouvidas disseram ter desistido, pois “a escola não tinha retomado atividades presenciais” e 28% afirmam que “tinham que cuidar de familiares”. Outros fatores citados foram falta de transporte (18%), gravidez (14%), desafios por ter alguma deficiência (9%), e racismo (6%), entre outros.

Muitos ainda pensam em desistir

Entre os estudantes que seguem na escola, 21% dos entrevistados de 11 a 19 anos disseram ter pensado em desistir dos estudos – para 50% dos que pensam em desistir, o fato de não conseguir acompanhar as explicações ou atividades tem levado a tal possibilidade.

Enquanto 92% dos estudantes de escolas públicas dizem que sua escola só tem aulas presenciais, ainda há 5% que afirmam ter aulas presenciais e remotas, e 3% que têm apenas aulas remotas.

Segundo a pesquisa, o pior cenário é visto na Região Norte, onde 82% dos estudantes das escolas públicas dizem ter aulas totalmente presenciais e 11% dizem ter apenas aulas remotas.

Ao mesmo tempo, a pandemia de covid-19 fez com que os alunos atuais apontassem fatores positivos na escola, como o aumento dos cuidados com a higiene (66%), o aumento do nível de exigência dos professores (56%), que aumentaram o quanto aprendem nas aulas (55%) e sua frequência escolar (52%).

Os estudantes de escolas públicas também destacam o esforço da escola em fazer avaliações do que cada um aprendeu durante a pandemia e suas dificuldades (79%) e afirmam que a escola está desenvolvendo atividades que favorecem um bom relacionamento entre os estudantes (71%).

Leia abaixo a íntegra do estudo divulgado pela Unicef

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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