Professor paulista: serviço de doido, por Sergio Saraiva

A Folha de São Paulo de 24 de julho de 2017 traz uma matéria que traça um diagnóstico preocupante dos impactos da precariedade do trabalho docente para a educação pública de São Paulo. Mas foi preciso reescreve-la, para mostrar isso.

Folha24jul

Professor paulista: serviço de doido

por Sergio Saraiva

Um estado de epidemia é o que se pode concluir quando se considera o índice de absenteísmo dos professores da redes públicas – municipal e estadual – no Estado de São Paulo.

Cada professor das redes públicas de ensino do Estado de São Paulo registra, em média, 30 dias de ausência das escolas em um ano e o principal motivo é o volume de licenças médicas. Especialmente na capital, licenças médicas (afastamentos com mais de 15 dias) representam 60% das ausências, A média de outras prefeituras do Estado é de 39%.

absenteismo1

Os dados se referem a 2015. O número de ausências equivale a 15% do total de 200 dias letivos que cada escola é obrigada a cumprir pela legislação.

absenteismo2

Esses dados causam especial preocupação quando se verifica que os problemas mentais, como depressão, são a principal causa de doenças. Na capital, por exemplo, duas em cada dez licenças médicas de docentes era por isso em 2013. A literatura médica descreve a recorrência na categoria da chamada síndrome de burnout ou síndrome de esgotamento profissional, que é um estresse persistente, resultante de pressão emocional associada ao intenso envolvimento profissional com pessoas por longos períodos.

Os altos índices de faltas, com muitas licenças médicas, expõem as precariedades na carreira do professor. Dois em cada dez docentes de São Paulo, por exemplo, dão aulas em mais de uma escola. Não raro, trabalham em redes diferentes. Segundo questionário com professores na aplicação da Prova Brasil 2015, 39% trabalham mais de 40 horas semanais. O dado se refere a docentes do ensino fundamental de redes públicas de SP.

O ganho médio dos professores equivale à metade do que recebem profissionais com a mesma escolaridade.

Ainda que exista a questão econômica – levantamento do TCE mostra que, em 2015, as faltas foram o maior motivo para pagamento de horas extras nas secretarias de Educação de SP – já que docentes eventuais suprem faltas – o absenteísmo entre professores de redes públicas representa dificuldades de redes e escolas em garantir o essencial para a educação: ter o professor na sala de aula.

Cálculos do tribunal mostram que, nas redes municipais do Estado, há uma correlação entre o número de ausências e o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Quanto mais faltas, menor o Ideb.

Porém, apesar dos problemas das faltas dos professores estarem relacionados principalmente com a saúde – particularmente com a saúde mental – as ações para redução do absenteísmo estão fortemente direcionadas ao constrangimento financeiro.

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) diz que ausências reduzem a possibilidade de ganho do bônus e o prefeito de São Paulo – João Doria (PSDB) – informou que alterou em junho o cálculo do bônus, instituindo escala progressiva de descontos a partir das faltas e dando maior peso a licenças médicas.

PS1: como é comum com as questões relacionadas à educação no Estado de São Paulo, o absenteísmo do professorado paulista virou caso de polícia. O Ministério Público de SP tem dois inquéritos que buscam as causas. O primeiro é de 2011 e outro, de 2013. Inconclusivos, até agora. Espero que, ao final, não concluam pela “culpa” dos professores em ficarem doentes.

PS2: lamentável que, com essa riqueza de informação, a Folha tenha optado por uma primeira página com uma manchete para lá de dúbia, quando não, maliciosa: “Ausência de professor da rede pública chega a 30 dias no ano no Estado de SP”.

PS3: Oficina de Concertos Gerais e Poesia: na lista de material escolar, o professor é o item mais barato.

Redação

28 Comentários

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  1. estes dados merecem melhor

    estes dados merecem melhor analise  ..e sem paixões nem xororos

    Quantas destas faltas não seriam “maqueadas” ? ..sei de cada estoria de falta de deicação de dar ansia de vomito

    é uma classe que conta com 45 dias de férias  ..falta, emenda e faz greve por qq motivo

    E sobre salários  ..precisamos começar arrumando as bases de dados  ..por exemplo igualando as horas trabalhadas

    Verdade é que se aposentam mais cedo que muitas profissões ..contam com assistência e garantias dadas a poucos  ..e com suas ações que mais prejudicam, do que ajudam o país (como greves constantes, a falta de metodologia, empenho, e de padrão NACIONAL de metodologia didática/curricular por ex) verdade é que esta classe tende a cada dia mais receber de menos apoio

     

    1. Se esses dados mereciam um

      Se esses dados mereciam um melhor tratamento, bem que você poderia ter feito, não?

      Em vez disso, preferiu culpar o sintoma pela doença.

    2. Por acaso, vc estudou numa
      Por acaso, vc estudou numa péssima escola pública e faz de sua experiência um exemplo de totalidade?!

      Quais garantias e assistências são dadas ao professor? O que viria a ser horas efetivamente trabalhadas? (Ou por acaso aula se prepara automaticamente e provas são corrigidas por máquinas?)

      Existem péssimos professores como existem péssimos profissionais em qualquer área de trabalho, seja pública ou particular. E independentemente da área, qualquer péssimo profissional deveria buscar melhorar, mudar de área ou ser readaptado para uma outra função.

      Destile seu ódio com classes que realmente são privilegiadas! Ou pense em ficar uma hora numa sala com 40 alunos, sem recurso, tentando explicar uma fórmula de matemática! Ah sim, greve para professor é a pior coisa que existe, as 200 horas/aulas por ano tem que ser dadas e, acredite, não irão desaparecer. (isso inclui a emenda de feriado q vc havia citado).

      1. Professor, Amo!
        Resposta para quando me disserem: – Férias duas vezes por ano? Também quero ser professor!
        Sim vc tem todo o meu apoio, é simples. Faça quatro anos de magistério ou três ou cinco de graduação. Lembre-se que a pós também é importante e você não irá parar nunca.
        Se torne interessante para 35, 70 quem sabe 1.200 alunos. Entenda os processos de aprendizagem de jovens, adultos e crianças. Entenda também sobre desenvolvimento motor e necessidades especiais.
        Saiba lidar com diversidade racial, religiosa, de gênero e social. Aprenda sobre as novas tecnologias. Desconstrua conceitos, descubra outros tantos. Aprenda sobre neurociências, psicologia e legislação.
        Tenha espírito de equipe, saiba lidar com gestores, colegas, especialmente com os pais. Fale em público. Controle suas emoções. Desenvolva um olfato antiodores, lembre-se que irá lidar com vômitos, sangue, diarreias, fraturas. Violência, fome e arrogância.
        Desperte o olhar e senso estético, seja polivalente, conheça esportes, música, dança, artes, filmes, vá a museus. Conheça sobre cultura marginal, clássica ou contemporânea, leia, leia muito. Elabore atividades em casa, no carro, ônibus, filas, corrija nos finais de semana. Reserve algum dinheiro para compra de materiais, recursos e cartuchos de impressora. Registre, fotografe, observe. Faça, refaça novamente. Frequente programas de formação, vá a congressos, seminários e palestras, participe da comunidade, seja politizado. E acima de tudo faça com amor.
        Garanto que faltam itens nessa pequena lista. Ainda assim, não posso garantir que será um bom profissional, mas é bem provável que descanse no recesso.o

      1. quem ensinou foi o professor

        Mas o problema Sérgio, é que existem dois tipos de professores:

        1) Professor que dá aula em escola pública

        2) Professor que dá aula em escola particular

        O comportamento é diametralmente oposto, mesmo que seja a mesma pessoa. E por quê?

        Porque quem estuda nas escolas públicas são pretos e pobres e quem estuda nas escolas particulares, são ricos e brancos (e muitos asiáticos);

        A tem mais um detalhe: na escola particular, se o professor “ficar doente”, mesmo que eventualmente, perde o emprego; em escolas públicas, mesmo que contumazmente, não perde.

        Este argumento é muito fragil: se fosse assim, deveríamos endeusar médicos porque eles “nos deram a vida”; ou o policial porque “nos dá segurança” e assim vai…

      1. verdade  ..minha critica, e

        verdade  ..minha critica, e argumentos,  poderiam ter sido mais profundos e extensos  ..mas sei que muitos não leem  ..só os que trabalham meio período e querem cobrar pelo dia inteiro

        REITERO  ..tal qual o judiciário e políciais, VOCÊS professores são dos que dão PÈSSIMO exemplo pros  brasileiros

        Perceba que em comum se pedem, e exigem de direitos especiais a todo momento

        Não tá contente procura outro emprego, dizem os demais, mas vocês querem mais e mais

        OLHA, do que lembro, NÂO PASSA ANO neste país que esta classe não para  ..ela, e a dos médicos em algum canto  ..e NUNCA é por melhor SERVIR, mas pra obter

        ..e vocês não se ligam  ..acabam prejudicando mesmo o pobre, o necessitado  ..ele que é tomado COMO refém, como OBJETO de chantagem por vocês diante dos governantes

        Reflitam todos aqueles que me responderam  ..reflitam se VOCÊS não fossem melhor preparados a PREPARAR, e se não tivessem tido MELHORES professores na vida, se as coisas já não estariam diferentes entre nós no país ?

        SEQUER um curriculum PADRÂO e mínimo até hoje conseguiram elaborar  ..ao contrário, muitos ficam arrumando PÊLO em ovo ao quererem discutir FORA de hora, por exemplo, casamento gay pra AFRONTAR o religioso (a união civil já estaria bom, não ?!), ou querer dar aula de sexo quando nem matémática, português, quimica, biologia, fisica, as importantíssimas GEOGRAFIA, HISTORIA e FILOSOFIA nosso filhos tem  ..pior, quando nem merenda, condução e carteira ou VAGA conseguem.

        ..e teve colega que disse que eu vim destilar ódio e não em reivindicar melhores condições por serviços NÃO prestados

         ..o dózinho dele minha Santa Periquitinha ?!

    3. Vergonha na cara
      Romanelli

      Inicialmente deixo bem claro que não pertenço à classe dos Pedagogos ( nem tenho a sua procuração ), mas tive 2 filhos que hoje são adultos formados (portanto tive,como pai interessado, de alguma forma ,de me envolver com a Educação ) e, além do mais tenho como meus melhores dos muitos amigos que possuo, pessoas que trabalham nesta área (sobre a qual discutimos muito em nossas conversas ).
      Ressalvados os casos de profissionais da Educação que agem com desonestidade ou mesmo com incompetência ou acomodação ( sim , como em qualquer setor , imagino que até no seu !) mas a maioria dos que conheço posso garantir que são honrados , se preocupam com o futuro da sociedade e, verdadeiramente,são vítimas de um monstruoso massacre por parte de uma engrenagem moedora de gente , um sistema falido ( não em termos de recursos – somos o 6o orçamento do mundo nesta área ), desonesto, em gestão, organização e, principalmente , por falta de uma verdadeira política pública para o setor, que é a área mais vital de quaisquer sociedade !
      São diversos conhecidos , amigos , Professores , com tristes casos de depressão crônica , muitos ainda lutando firmemente o dia a dia do educar , mas verdeiramente abandonados à própria sorte por um esquema apodrecido e por uma sociedade onde a Educação não é absolutamente uma prioridade !
      Por ironia vc diz que vivem fazendo greves !
      Sua afirmação é digna de risos , pois o que percebo é ,justamente uma classe que parece ter perdido a autoestima, e penso que o único jeito de modificar a verdadeira aberração que é o nosso Sistema Educacional seria uma paralisação monstro em todo o país, com um chamamento da sociedade para o verdadeiro desastre que o poder publico está perpetuando para o futuro do Brasil com as políticas que têm permeado a Educação ao longo de nossa História .
      Eu penso que vc deveria refletir melhor e/ou se munir de mais informações sobre o assunto para não falar tentas sandices , absurdos e abobrinhas sobre um assunto tão sério !
      Ou é ideológico , ou desonestidade intelectual , ou ignorância mesmo , de sua parte !
      Por esse tipo de pensamento , sem uma reflexão mais profunda, mais séria , é que a sociedade , o país está na situação em que se encontra !
      Lamentável !

  2. Isso dai não é

    Isso dai não é nada.

    Professor é um cargo de nível superior da maior importância.

    Por que então, cargos como de Procurador, Promotor, Juiz, Delegado Federal, ganham, em alguns casos até 10x ou mais do que um Professor ? Ah, esqueci do fiscal tributário, etc, etc, etc.

    Qual a lógica ? Qual a explicação ?

    Ademais, existe ainda, absurdos maiores. No judiciário, nos MPs, TCUs, CGUs e AGUs da vida, existem vários cargos de nível médio, vou repetir, são cargos de nível MÈDIO. E, em geral, recebem proventos muito mais altos do que os do Professor.

    Ou seja, tudo isso significa que, para o Brasil, a Profissão de Professor é simplesmente tratada como  ABAIXO DA MERDA !

    Se trata de um País sem vergonha, um País cujo objetivo único parece ser dar cargos a bacharéis em direito.

    Ai, vira e mexe, vêm alguns falarem da Coréia do Sul. Duvido muito que na Coréia a disparidade salarial é assim tão grande.

     

    1. Na Escandinávia
      Duda e demais leitores desse blog

      Em Março deste ano estive em Copenhaguen e Estocolmo na Escandinávia .
      Claro que eles devem ter problemas como qualquer sociedade composta por humanos , mas o que percebi foi um incrível desenvolvimento socio-cultural , de mentalidade , de cabeça, e onde os valores de respeito ao outro ( mais do que simplesmente de respeito às leis ou punições legais ) , de solidariedade social, estao enraizadas no cotidiano de cada cidadão !
      Mas , objetivamente falando , conversei com algumas pessoas comuns , e o que mais me marcou foram duas coisas que me disseram :
      1- TODAS as Escolas de Copenhaguen são Públicas e ,inclusive, o filho do Primeiro Ministro da Dinamarca estuda em uma delas!
      2 – Em Estocolmo eu tive a informação que um Operário da Construção Civil ganha , convertidos na nossa moeda , cerca de 16 mil Reais e um Juiz da Suprema Corte Sueca , em torno de 25 mil , que , por sinal , é o mesmo salário de um Deputado do Parlamento !
      Duda , isso aí acho que responde , em parte , pelo menos , o seu comentário , nao ?

  3. Houve uma época

    Quando o inimigo nº 1 dos tucanos eram os malufistas. Hoje, esta mais democrático, tem os professores, os petistas, os comunas. Mas tem o pior deles (segundo eles) : os professores comunas lullo-petistas comedores de petizes.

    Gente só com muito amor no coração!!!!!!!!!!!

  4. Vou chutar, maas meu

    Vou chutar, maas meu sentimento é de que bem mais da metade dos professores paulistas são eleitores do psdb, dizem que tem que escolher o “menos pior”. Se for verdade este meu sentimento, desculpe-me mas merecem o que ganham em todos os dentidos!!!!!!!

  5. Neoliberalismo.

    Isso é o sintoma do rastro de destrjuição que vai se formando desde o seu advento como corrente do pensamento econômico, nos anos 70, até estabelecer-se, nos anos 90, a hegemonia completa do neoliberalismo sobre todo o planeta. A estratégia do plano de expansão e dominação do neoliberalismo foi tão eficiente, principalmente em função dos programas de doutrinação da manada, que, na suposta maior democracia do mundo, nos anos 90 o tal Mercado conseguiu comprar todo o Congresso Norte Americano e, assim, destruir a regulação do mercado financeiro. A farra rentista decorrente, derivativos, alavancagem e outras alquimias inventadas pelos Chicago Boys atingiram o auge nos anos 2000 e explodiriam o sistema financeiro dos EUA em 2008. Nessas alturas os programas de doutrinação das massas já havia chegado a tal estado da arte e avançado tanto que o desastre não serviu de alerta para as nações subjugadas pela globalização. Formou-se uma primeira geração de “indigentes intelectuais altamente qualificados” que o Claudio Santana Pimentel chama de “representantes” do neoliberalismo, em seu artigo sobre filmes que tratam do tema: relação Capital X Trabalho.

    https://jornalggn.com.br/blog/cspimentel/seis-filmes-e-a-relacao-capital-trabalho-por-claudio-santana-pimentel

    Quem são esses “representantes”? Aí é possível falar dos mais ilustres porque, estando a moléstia da indigência intelectual alastrada e disseminada, cada cidadão está cercado de indivíduos infectados. Para citar apenas um exemplo de demente mais destacado e ilustre, pode-se destacar o Ministro Barroso, porque ele atua numa casta mais atingida pela moléstia mental e mais empoderada no momento.

    https://jornalggn.com.br/noticia/barroso-os-negros-de-primeira-linha-e-a-reforma-trabalhista-por-rodrigo-carelli

    E essa geração do Barroso já certamente produziu mais gerações de barrosinhos que asseguram que a epidemia rentista não encotrará obstáculos.

    Enquanto o sistema de ensino, a exemplo de todas as atividades voltadas à prestação de serviço público, vão se derretendo e assegurando novas gerações cada vez mais analfabetas, os desembargadores que pairam imunes, acima de qualquer crise que possa afetar a espécie humana inferior, como José Renato Nalini, considera que quem tem condições estressantes de trabalho e precisa receber adicionais para reduzir o STRESS da atividade laboral, são os seus colegas magistrados.

    https://www.youtube.com/watch?v=qkiXcTp7lJk

     

     

  6. Demissão de professora a três anos da compulsória

    Efeiva concursada com 67 anos de idade, 47 anos de efetivo exercício, 21 anos de SME SP.

    O problema maior que não se comenta é a “jestão” das escolas.

    Alguém?

  7. Sobre o comentário do
    Sobre o comentário do Romanelli, porque o cidadão não se abilita a dar aulas numa escola da periferia de qualquer cidade, e ganhando o que ganha um profissional da educação? Ai sim depois de um tempo poderia sim vir comentar sobre o assunto em questão. É muito fácil dar pitacos quando não somis os alvos. Sr. Se quizer ficar no meu lugar eu aceito o Sr. Como ajudande por um tempo.

  8. Sobre o comentário do
    Sobre o comentário do Romanelli, porque o cidadão não se abilita a dar aulas numa escola da periferia de qualquer cidade, e ganhando o que ganha um profissional da educação? Ai sim depois de um tempo poderia sim vir comentar sobre o assunto em questão. É muito fácil dar pitacos quando não somis os alvos. Sr. Se quizer ficar no meu lugar eu aceito o Sr. Como ajudande por um tempo.

    1. simpels  ..porque TRABALHO e

      simpels  ..porque TRABALHO e me dedico àquilo que gosto, que amo  ..que tenho vocação

       ..NUNCA gostei de ENROLAR, de enganar, de explorar, de CHANTAGEAR a sociedade, ou ir me arrastando prum serviço só por causa da estabilidade, das férias, aposentadoria, ou da grana

      eu sei seu sei  ..sou um privilegiado pra alguns  …mas HONESTO pra outros

       

      1. Ser professor em São Paulo
        Ser professor em São Paulo está ficando preocupante,pois as condições das escolas são muito precárias,a violência está disseminada e,além disso,o salário não é nada convidativo.Faz tempo que não recebemos se quer a reposição da inflação do período. Qualquer profissão técnica nível de ensino médio, paga salários melhores. O quadro é de completo desânimo. Quem não está na sala de aula deveria se calar antes de tecer comentários preconceitusos e levianoa.Somente quem está na sala de aula conhece a realidade dos fatos.

      2. Resposta
        Romanelli,
        Gosto muito do q faço, e sou HONESTA, Também!
        Apenas suporto o salário de um sistema, por complemento com os ganhos de outro sistema. Mas se fosse pra viver com o salário de um cargo só, Honestamente, eu não conseguiria bancar nem as roupas que eu tenho q vestir para lecionar aos adolescentes do séc. XXI (nao temos auxílio paletó)) Fica a pergunta: Isso é justo? Você insinuou que os professores deveriam “sair fora” mas será que isso resolveria o problema, Os novos profissionais, não reclamariam também? Por fim, mesmo que um professor abandone tudo, o próximo continuará insatisfeito, conclui-se então, que o problema está no sistema….

  9. Nem tanto ao ceu nem tanto ao mar

    Que ser professor é uma tarefa árdua e desestimulante por uma série de fatores internos e externos, ninguém tem dúvida. Mas eu que fui aluno de escola pública há não muito tempo, nos governos Quércia e Fleury, sei que os professores abusam do “direito” aos migués (faltas).

    Estudava em escolas que a única coisa que me atraía era a quadra de futebol, mas mesmo assim, os professores enfiavam um migué atrás do outro (faltavam) e não podíamos usar a quadra para jogar futebol, pois “alguém” disse que “não pode”. Uma das razões é que a quadra era eventualmente usada como estacionamento pelos professores.

    De maneira que: aluno de escola pública é de fato um “terror” (e não apenas por culpa deles) e os professores são muito piores.  Isto porque não falei (mas vou falar) quando os professores(as) estavam mal humorados e começavam a nos dar esporro, que eles “estavam fazendo um favor” em estar no “educando”, que nós éramos favelados, e bla bla bla.

    O que percebi é que a profissão, professor, virou algo extremamente desestimulante. Por isso os professores são extremamente ressentidos e tentam projetar seus ressentimentos nos alunos.

    1. Você pode não ter percebido,

      mas, na verdade, algum professor conseguiu te resgatar na escola pública.

      E isso usando o ferramental de que ele dispunha. Giz e cuspe. Giz o Estado dá, cuspe o professor leva de casa.

      Eu sei. Eu fui professor da rede pública. Minha esposa ainda é.

      1. Eu não me “salvei”

        Mas seja sincero: se você tem filho/filhos, eles estudam/estudaram em escola pública (exclua-se escolas públicas federais, como Pedro II e militares e colégios de aplicação)?

        E quantos professores de escolas públicas que vocês conhecem que colocaram os filhos deles em escolas públicas?

        Se você acreditasse em “salvar” os “perdidos”, você sabe que a maioria dos professores colocariam seus filhos em escolas públicas. Risco só se corre com filhos de pretos e/ou pobres.

        Outra coisa, cidades pequenas do interior, por não ter demanda para escolas particulares, acabam tendo um padrão um pouco melhor; mas isso não serve para cidade médias e grandes.

    1. Façamos um acordo

      Eu posso até fazer um acordo político e sair defendendo incondicionalmente os professores.

      Mas se professor é “vítima”, o que falar dos alunos?

      Outra coisa, a maioria dos que aqui escrevem foram educados em escolas particulares. Outros são professores e/ou companheiros(as) de professores (as) de escolas públicas.

      Mas quantos aqui são oriundos da escola pública de verdade? (não escolas federais como Pedro II, escolas militares, colégios de aplicação, etc)

      E não estou falando de escola pública na década de 50, 60 e parte da década de 70, quando a escola pública era boa porque havia um acordo tático de expulsar violentamente pretos e pobres. Por isso conseguia manter um nível razoável.

      Quando a escola pública universalizou, a classe média jogou seus filhos nas escolas particulares e deixou as escolas públicas para os pretos e/ou pobres, por isso a escola pública é ruim (o que o blog me permite dizer);

      E parte desta tragédia das escolas públicas é apoiada pelo próprio professor. Uma delas é usar a quadra para colocar seus carrinhos e deixar os alunos sem opção de lazer, nos horários que eles e/ou os amigos deles faltam.

      Depois, eles ficam “doentes” porque eles estão lidando com filhos de pretos e/ou pobres, pois os filhos da maioria dos professores não estudam nas escolas públicas;

      Em resumo, não dá para resolver o problema da educação, dado o contexto real, apenas vitimizando o professor.

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