Perda de rumo nas eleições e na imprensa está nítida, analisa Letícia Sallorenzo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – “O que eu estou percebendo é que agora em 2018 a imprensa perdeu o rumo, você tem o Estadão completamente perdido, numa sanha, num ódio. Porque no momento em que se começa a processar, linguisticamente a suas falas, o ódio entra no circuito interno dos neurônios, e ele se torna físico”, analisou a jornalista e linguista, Letícia Sallorenzo, em entrevista ao GGN.
 
Letícia lançou neste mês o livro “Gramática da Manipulação: como os jornais trabalham as manchetes em tempos de eleições (e em outros tempos também)”, obra que tem como base uma análise minuciosa de 340 manchetes de grandes jornais e seus impactos nas eleições de 2014, quando a disputa se dava entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
 
Apesar do conflito vivido no país naquele ano, para a pós-graduada em Linguística pela Universidade de Brasília, este ano está ainda pior. “Eu estou comparando com o que está acontecendo em 2014 e está me dando uma saudade de 2014, que você não faz ideia. Há quatro anos, você via uma linha clara no que estava acontecendo na imprensa. Hoje em dia você não vê, a Globo, os meios da Globo estão atirando para tudo quanto é lado”, disse.
 
“Você vê o Jornal Nacional fazendo uma matéria maravilhosa com Haddad, na última semana do candidato e, no dia seguinte, o editorial de O Globo desce o sarrafo nele. O que está acontecendo? Em 2014 isso não acontecia, pelo menos era todo mundo era contra a Dilma e ninguém discutia isso”, interpretou.
 
Segundo Sallorenzo, essa perda de rumo do eleitor foi refletida no notícia dos últimos dias, fazendo do campo das eleições algo difícil de decifrar até mesmo nas manchetes dos jornais.
 
Leia mais: Por que o discurso do ódio não é liberdade de expressão?, por George Lakoff
 
Por problemas técnicos, a entrevista ao jornalista Luis Nassif foi interrompida, mas alguns trechos podem ser acompanhados a partir 23 minutos do vídeo a seguir:
 
https://www.youtube.com/watch?v=DVHBIGRS9FQ width:700 height:394
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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