Após eliminação do Irã, FIFA libera protestos contra o governo iraniano e itens arco-íris

Johnny Negreiros
Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.
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Torneio tem sido palco de coibição de manifestações políticas e sociai

Foto: Reprodução/Twitter

A FIFA emitiu comunidado nesta quarta-feira (30) garantindo publicamente que torcedores podem levar itens com o arco-íris e fazer protestos contra o governo teocrático do Irã nos estádios da Copa do Mundo 2022, no Catar. A decisão ocorre horas depois da eliminação da seleção iraniana da fase de grupos.

No início da competição, a entidade máxima do futebol já tinha feito anúncio semelhante. Na prática, isso não aconteceu. Seguranças da organização do torneio coibiram fãs que expusessem adereços em favor da comunidade LGBT+ ou qualquer menção de apoio aos protestos por igualdade de direitos às mulheres no Irã.

No duelo da equipe persa contra o País de Gales, uma apoiadora iraniana foi abordada por seguranças da arena Ahmad Bin Ali. Ela estava exibindo camisa da seleção árabe com o nome Masha Amini, símbolo de onda de protestos que eclodem no Irã há dois meses pedindo maior igualdade de direitos às mulheres. A torcedora estava acompanhada de um rapaz que empunhava bandeira do país com a mensagem: “Liberdade para as vidas femininas”. Saiba mais aqui.

Iraniana que protestava é acuada por integrantes da organização da Copa. Foto: Reprodução/Twitter

Outros casos de repressão de apoio às manifestações no Irã foram registradas por espectadores e repórteres que acompanham as partidas.

De forma semelhante, uma ex-jogadora e professora universitária galesa foi impedida de assistir à estreia de seu país contra os Estados Unidos por usar chapéu de balde com as cores do arco-íris, em campanha pró-população LGBT+. O Catar proíbe relações homossexuais, que podem levar até a eventual pena de morte dos infratores.

Logo ao passar pela revista policial no estádio, a equipe de segurança pediu que Laura McAllister, removesse o adereço. Eles argumentaram que se tratava de um “símbolo banido”.

Posteriormente, em entrevista ao portal britânico ITVX, ela relatou que conseguiu uma “pequena vitória moral” ao conseguir levar o boné escondido dentro de sua mala de mão.

Equipes também sofreram

Em campo, os times também foram ameaçados de punições. Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Inglaterra, País de Gales e Suíça pretendiam entrar com seus capitães usando faixas arco-íris da campanha One Love, em apoio aos LGBT+.

No entanto, as federações voltaram atrás após a FIFA ameaçar punir os atletas que utilizassem o apetrecho com cartão amarelo. Vale lembrar que dois cartões amarelos a um mesmo jogador resultam em sua expulsão. Ou seja, ao iniciar a partida amarelado, o atleta passa o resto da partida pendurado, o que pode comprometer o desempenho coletivo de todo o time. Saiba mais aqui.

Em resposta, os alemães fizeram protesto silencioso. Na estréia diante do Japão, quando os jogadores da Alemanha se juntaram para a foto oficial, eles colocaram a mão na boca, em indicação de censura.

Ina Fassbender/AFP

Catar é criticado

Esta Copa do Mundo já começou cercada de polêmicas pela escolha do país-sede. O Catar tem sido criticado pela imprensa mundial por conta de desrespeito aos direitos humanos, tanto na convivêncial social catari quando na construção dos estádios.

Segundo a Organização Mundial do Trabalho, 50 pessoas morreram e outras 37.500 sofreram lesões leves e moderadas nas obras, entre 2014 e 2020. Para saber mais, clique aqui.

Porém, o espetáculo de abertura da Copa realizado neste domingo (20) no confrontro entra Catar e Equador teve dom de diversidade e inclusão social.

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Johnny Negreiros

Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.

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