Devassa: Ministério da Justiça modifica centenas de cargos e diretorias da PF

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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O GGN encontrou 99 portarias de novas nomeações, que se perdem em contas, que assumem agora a Polícia Federal

Jair Bolsonaro, durante a posse do diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza – Foto: Isac Nóbrega/PR

Jornal GGN – O Ministério da Justiça efetivou a troca esperada na Polícia Federal (PF), com a mudança de seis superintendentes regionais e centenas de outros cargos da administração, coordenação e diretorias da PF, em sua sede e por estados de todo o Brasil. Foram um total de 99 portarias para nomeações, que se perdem em contas, que assumem agora corporação.

Na página do Diário Oficial da União (DOU), as portarias não estão disponibilizadas facilmente. Apenas sete delas são apresentadas em uma lista [confira aqui] quando são selecionados os atos do Ministério da Justiça, no caderno extra do dia 25, quando foram publicadas as mudanças. Entretanto, ao acessar a íntegra do caderno na versão certificada, são 16 páginas de alterações de quadro pessoal dentro da Polícia Federal e por atos do Ministério da Justiça [disponibilizamos abaixo].

Entre as principais modificações, a saída de Carlos Henrique Oliveira da Superintendência do Rio deu lugar ao novo escolhido do diretor-geral Rolando Alexandre de Souza, o delegado Tácio Muzzi.

Rolando assumiu o cargo após a demissão de Maurício Valeixo, braço-direito do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, e foi o pivô do conflito de que hoje é inquérito contra Jair Bolsonaro: a interferência política do mandatário na corporação para atender a interesses pessoais. Um dos principais interesses era a troca do comando no Rio, aonde tramita investigações contra a família Bolsonaro.

Entretanto, o nome de Muzzi não apareceu como uma explícita interferência, uma vez que é conhecido, dentro da corporação, por sua posição independente, sem relações com a família do mandatário. Então delegado regional executivo, é visto como um quadro técnico dentro da Polícia Federal. A escolha de seu nome teria atendido a pressões de dentro da PF para que a crise interna seja apaziguada, evitando novos alardes relacionadas às nomeações.

Apesar de se apresentar com perfil técnico, a nomeação de Muzzi significou a retirada do anterior superintendente e, nessa mesma linha, foram trocados nomes de diversos estados e de cargos importantes dentro da corporação. Além do Rio, novos comandos assumirão a PF de Goiás, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Tocantins.

Em Goiás, assume a delegada Marcela Rodrigues de Siqueira Vicente, na Paraíba entra Gustavo Paulo Leite de Souza, no Rio Grande do Norte a delegada Larissa Freitas Carlos Perdigão, no Rio Grande do Sul assume o delegado José Antonio Dornelles de Oliveira e no Tocantins o delegado Marcílio Manfré Afonso.

Ainda foram nomeados o perito Raimundo Nonato Azevedo Filho como diretor do Instituto Nacional de Criminalística da PF, e o delegado Milton Rodrigues Neves como novo chefe de gabinete da Polícia Federal. O delegado Wellington Soares Gonçalves entra como coordenador-geral de Governança e Controle , o delegado Isalino Antônio Giacomet Júnior como coordenador de Repressão à Lavagem de Dinheiro e Guilherme Augusto Campos Torres Nunes como coordenador de Enfrentamento ao Terroritos da Diretoria de Inteligência.

O GGN verificou que foram 99 portarias, contendo em cada uma delas desde 1 até 50 nomeações em uma única portaria. Foram 16 páginas do diário oficial extra dedicadas à modificação da Polícia Federal em diversos setores e estados. Os novos nomes foram assinados pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Tercio Issami Tokano, pela diretora de Gestão de Pessoal da PF, Cecilia Silva Franco, e pelo próprio diretor da PF nomeado por Bolsonaro, Rolando Alexandre de Souza.

Disponibilizamos a íntegra dessas mudanças, abaixo:

dou-pf-extra1-mesclado

 

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Se vc fosse um policial federal em qualquer posto e visse acontecer uma mudança como essa em seu entorno, vc reagiria de alguma forma, ficaria na sua ou aderiria?
    “Détis de cuéstion”…

  2. Sábio aquele que nos lembrou que antes de lula da Silva essa corporação passava a pão e água .
    Hj, verificados, e mais do que comprovados, o uso político dessa máquina de perseguir adversários, a cada dia me convenço que essa instituição precisa ser refundada.

    1. Passavam a pão e água ocupando alguns prédios caindo aos pedaços na boca do lixo ….a briga é pela autônomia, por que duvido que algum governante vá investir como Lula investiu…. agorinha mesmo tem um concurso que estão enrolando para aprovar….

  3. o Brasil virou propriedade particular da familicia Bozo. No oriente medio a Arabia Saudita tem o nome da familia Saudita ate no nome : o plano de didaturas sanguinarias apoiadas por Trump que só quer nosssas riquezas, que pesadelo

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