O que a taxação de compras na Shein ensina ao governo Lula? Por Manuela D’Ávila

Não há como desenhar uma ação governamental sem, simultaneamente, traçar as estratégias de comunicação e avaliação permanentes

Foto: FreePick

Por Manuela D’Ávila

no Instagram

Não quero falar da taxação em si ou sobre o fato de Haddad desconhecer um dos principais mecanismos com as quais a sociedade se relaciona com o consumo.

Quero falar da maneira como o governo anunciou a nova regra (e voltou atrás) subestimando o tempo da vida/da política atual.

Antigamente, e me refiro há poucos anos, quando fomos governo pela primeira vez (2003-2016), uma política pública era idealizada e executada e, aos poucos, seus impactos na sociedade iam sendo observados.

Existia um tempo de idealização, um tempo de execução e um tempo de avaliação pública. Num certo sentido, esses tempos distintos não existem mais.

Não há como desenhar uma ação governamental sem, simultaneamente, traçar as estratégias de comunicação e avaliação permanentes.

O processo de comunicação anterior, focado em mensagens meramente institucionais e sem interação, era longo. Agora, é curto: a sociedade imediatamente se coloca a opinar sobre.

E nesse mundo em que opinamos e formamos opiniões permanentemente, não existe vazio. Já devíamos ter aprendido isso. Não existe espaço vazio. Se nós não respondermos, os outros responderão. E responderam no caso da Shein.

Que sirva de lição pros próximos 44 meses de governo.

.

O GGN preparou um especial sobre o assunto. Confira aqui:

Redação

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Acertaram ao taxar, cairam na demagogia ao voltar atrás.

    Não vão taxar os sites de aposta pois vai prejudicar os times ?

    O youtube vai governar ?

    Só medida boa ?

  2. ‘O meio é a mensagem’, dizia McLuhan lá nos idos anos 1960. Queria dizer como isso que cada meio de difusão tem as suas características próprias, e então, seus efeitos específicos. Portanto, qualquer transformação do meio é mais determinante do que uma alteração no conteúdo, uma vez que o veículo através do qual a mensagem é transmitida – o meio -, independente da sua utilidade, afeta a sociedade de algum modo além da finalidade para a qual foi criado.

    Nos tempos de internet e redes sociais isso está mais que evidente. E até podemos nos arrogar parafrasear o filósofo canadense para afirmar que o meio também é política.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador