Setor de mineração ainda inova pouco, dizem especialistas

Jornal GGN – As empresas do setor de mineração precisam investir mais em pesquisa e desenvolvimento (P&D). É o que dizem especialistas convidados para o 2º Seminário sobre Inovação em Geologia, Mineração e Transformação Mineral (Inovamin), que começou na segunda-feira (20), na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo. Para eles, o país precisa não só enfrentar como superar esse desafio.

Para o coordenador-geral de Serviços Tecnológicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Jorge Mario Campagnolo, a solução requer o envolvimento do setor privado porque, para que o país seja inovador não pode “deixar de olhar o mercado, porque a interação entre institutos de pesquisa e empresas é indispensável”, alerta. “Hoje, somos um país com habilidade de transformar dinheiro em conhecimento, ciência e tecnologia, mas temos dificuldade de transformar conhecimento em dinheiro, em inovação.”

Já para o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Carlos Nogueira, o país conta com 15,864 mil companhias de diversos portes no setor, mas desse total “somente 28 empresas buscaram os incentivos fiscais da Lei do Bem, um instrumento fantástico de redução de custos e despesas”. Nogueira disse ainda que o governo federal deve enviar ao Congresso Nacional em junho a nova proposta de marco regulatório para exploração dos recursos minerais
Um levantamento da CNI aponta que o setor mineral investe 0,2% da produção anual em P&D. “Esse número me deixou absolutamente preocupado”, avaliou o diretor de Inovação da entidade, Paulo Mól. “Isso tem um impacto fundamental na produtividade e na competitividade nacionais. Para ganhar o jogo no cenário mundial, é preciso mais esforço”.

Mól comparou indicadores da produção brasileira. “Somos a sexta economia do mundo, mas, sendo o 48º país em competitividade, esse posto está seriamente ameaçado. Um país que quer crescer e se descobrir precisa ter foco em produtividade e competitividade”. Na avaliação do diretor, nenhuma empresa ou país inova por inovar, como um fim em si mesmo. “Inovação é um meio para se aumentar a produtividade e, consequentemente, a competividade. Na verdade, um país é formado por suas empresas. A partir do momento que as empresas começam a ficar mais produtivas e competitivas, o país fica mais produtivo e competitivo.”

Com o seminário, a Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI (Setec) quer difundir a cultura da inovação nas empresas e nos institutos de pesquisa.
O Ministério de Minas e Energias (MME), o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem/MCTI) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI/MDIC) também participam da organização do evento, que terminou nesta terça-feira (11).
 

Redação

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