Estreitar relações comerciais e fortalecer a participação dos recém ingressados países africanos no Brics são os objetivos expostos da visita do presidente Lula ao Egito, entre amanhã e quinta-feira (14 e 15) e à Etiópia, entre sexta e sábado (16 e 17). Mas os avanços dos ataques de Israel com a fronteira do Egito e as articulações para o fim da guerra também estão na pauta do presidente brasileiro.
O presidente embarcou na manhã de hoje para a viagem ao continente africano. As visitas oficiais incluem participação na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana e reunião bilateral com o presidente do Egito, Abdul Fatah al-Sisi, que convidou Lula ao país antes mesmo da posse do presidente brasileiro.
Os convites dos países africanos para aproximação envolvem não só interesses comerciais, como diplomáticos. O Egito intermediou a saída de brasileiros que estavam na Faixa de Gaza, em meio ao conflito na região. O país é um dos maiores e mais influentes do continente e das nações árabes. Neste ano, 2024, as relações diplomáticas entre Brasil e Egito completam 100 anos.
Ainda, a entrada do Egito e da Etiópia no Brics, em 2024, foi uma articulação liderada pelo presidente brasileiro.
Integração econômica com países africanos
Entre as relações comerciais, o Brasil espera a aprovação de frigoríficos e abatedouros do governo egípcio no país para exportação de carne bovina. No primeiro ano do governo Lula, o Egito abriu o mercado para diversas produtos brasileiros, peixes e derivados, aves, algodão e gelativa.
Lula também espera estabelecer acordos comerciais com a Etiópia. No país, o presidente participará de prestigiado encontro, a Cúpula da União Africana, onde também conversará com outras lideranças do continente.
A integração dos países africanos ao Brics, além do desenvolvimento e integração econômicos, visa o apoio de nações a objetivos de Lula no bloco: o combate à desigualdade, combate à fome, sustentabilidade e participação de países em desenvolvimento no sistema de decisões globais.
Posição do Egito no conflito de Israel e Hamas
Apesar de não ser um objetivo declarado, a viagem de Lula ao Egito ocorre em meio à forte presença do país nos diálogos do conflito de Israel e o grupo Hamas, na Faixa de Gaza. Por sua posição geográfica, o Egito foi o responsável por liberar a passagem da fronteira de Rafah aos palestinos e civis que estavam em Gaza.
Rafah é uma cidade palestina situada ao sul da Faixa de Gaza e faz fronteira com Sinai, no Egito. Foi por essa passagem que milhares de pessoas saíram do conflito e ingressaram ao país para fugir dos ataques. Coincidentemente, nesta segunda-feira (12), a cidade foi alvo de ataques aéreos das Forças de Defesa de Israel, deixando centenas de mortos.
Por meio da fronteira, o Egito tem sido o principal facilitador para a entrada de ajuda humanitária no conflito. Além disso, intermediou diálogos junto às autoridades israelenses e do Hamas para o fim da guerra. Diante de sua posição geopolítica estratégica no conflito, o tema deve ser abordado pelo presidente brasileiro nos encontros desta semana. Na agenda, Lula deve se encontrar com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina.
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