Desde o início da guerra na Ucrânia, com a ocupação militar da Rússia no país vizinho, o contexto geopolítico de apoio e incentivo do Ocidente aos impulsos de Volodymyr Zelenski mudou; e não apenas pela ofensiva genocida de Israel contra a Palestina em resposta ao ataque do Hamas.
As divergências entre os países da União Europeia (UE), com sede política em Bruxelas, sobre a revisão do orçamento de longo prazo prevista para os próximos quatro anos, até 2027, colocam em risco a entrega de € 50 bilhões, ou US$ 54 bilhões, de ajuda à Ucrânia.
Conforme reportagem do jornal Financial Times, os Estados-membros estão longe de chegar a um acordo sobre o orçamento comunitário, que inclui o pacote de ajuda a Kiev, antes do encontro dos mandatários dos 27 países membros, que se realizará nos próximos dias 14 e 15 de Dezembro.
Para este encontro, está previsto o debate do plano de ajuda e o início das negociações de adesão da Ucrânia ao bloco.
Extrema direita
A situação é também agravada pelo avanço da extrema direita na Europa. A vitória de um partido deste grupo nas eleições nos Países Baixos, em novembro, mudou a configuração antes mais favorável ao aporte à Ucrânia.
Por outro lado, uma recente decisão do Tribunal Constitucional da Alemanha declarou inconstitucional a utilização de € 60 bilhões para Kiev, originalmente destinados a aliviar os efeitos da pandemia de covid-19, a programas ecológicos e energéticos.
Embora as autoridades citadas pelo meio de comunicação tenham admitido que chegar a um acordo sobre o orçamento seria “muito difícil”, um compromisso ainda é possível. Fontes ouvidas pelo Financial Times acreditam que o pessimismo é exagerado afirmando que os países europeus não permitirão que a Ucrânia sofra uma falência soberana.
Estados Unidos
O pacote de ajuda de US$ 60 bilhões proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à Ucrânia está paralisado no Congresso. Kiev alertou que a incerteza sobre a ajuda de Washington e Bruxelas ameaça a sua “estabilidade macrofinanceira”.
Comentando o quadro ao Financial Times, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, observou que os países europeus têm cada vez mais dificuldade em “queimar dinheiro no barril ucraniano sem fundo”, ao mesmo tempo que destaca que a economia russa conseguiu “adaptar-se às condições” da operação militar na Ucrânia.
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