Imprensa internacional repercute derrota governista na Câmara

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornais falam de novas eleições e da abertura institucional dada pelo processo

Jornal GGN – A presidente Dilma Rousseff segue com sua batalha para manter-se no poder, apesar da aprovação do encaminhamento do pedido na Câmara dos Deputados para o Senado Federal.

Segundo informações do jornal britânico The Guardian, o Senado precisa decidir se aceita a moção de impeachment. Se 41 dos 81 senadores aprovarem – o que o jornal britânico considera provável -, Dilma deve se afastar por 180 dias, enquanto as acusações contra ela serão investigadas por comissão. Durante esse tempo, ela segue na presidência, mas o poder será assumido interinamente pelo vice-presidente Michel Temer.

No prazo de 180 dias, o plenário completo sob comando do presidente do Senado vai julgar o processo. Caso dois terços aprovem (o que o Guardian considera “incerto”), ela será destituída do cargo e Temer será presidente até a próxima eleição de 2018.

“O processo pode ser contestado a qualquer momento no Supremo Tribunal Federal, embora eles tenham mostrado pouca inclinação para proteger a presidente”, diz o texto. “Temer também poderia ser destituído do cargo e enfrentar o processo de impeachment, mas essa possibilidade é improvável dado ao seu forte apoio na Câmara dos Deputados, mas se isso acontecer Eduardo Cunha, o chefe da Câmara dos Deputados, se tornaria presidente”.

De acordo com o jornal The New York Times, os legisladores votaram pelo impeachment “da primeira mulher presidente do país, cujo mandato tem sido fustigado por um escândalo vertiginoso de corrupção, economia encolhendo e de crescente desilusão”.

Segundo o jornal norte-americano, existe o temor entre analistas de que o movimento para acusar Dilma poderia danificar a jovem democracia brasileira, restabelecida em 1985 após duas décadas de ditadura militar. Em entrevista ao NYT, o analista Pedro Arruda, da PUC-SP (Pontíficia Universidade Católica de São Paulo) diz que o processo “é uma lesão traumática para o sistema presidencial do Brasil”, e “apenas um pretexto para derrubar uma presidente que foi eleita por 54 milhões de pessoas. Ela não tem contas bancárias no exterior, e ela não foi acusada de corrupção, ao contrário daqueles que estão tentando acusa-la”.

Embora diversos analistas e juristas políticos estejam divididos, o jornal norte-americano diz que existe uma grande preocupação sobre a base da unidade do impeachment. “Eles observam que o truque orçamental do qual Dilma lançou mão e é acusada para resolver o déficit foi utilizada por muitas autoridades eleitas, embora não em tão grande escala”.

Já a revista britânica The Economist diz que o processo de impeachment é uma ferramenta legalizada e critica o uso da “visão seletiva” pela esquerda, e aponta para a realização de  novas eleições. “O drama que o país deve lidar é o que fazer quando um governo deixa de funcionar. Dilma começou seu segundo mandato em janeiro de 2015 com a economia em colapso, juntamente com apoio político e popular. A cada semana aparecem denúncias de corrupção. A presidente não governa em qualquer sentido do termo. O país não pode suportar mais três anos desta forma”.

Segundo a publicação, em um regime parlamentarista o governo cairia em tais circunstancias, e tais avarias são “traumáticas” em sistemas presidencialistas, mas que “os dias em que eles desencadearam golpes reais na América Latina são passado”. Contudo, o problema – na visão do The Economist – permanece. “Dilma já definiu que não vai renunciar, e busca um governo de unidade nacional. De qualquer forma, seu vice-presidente assinou algumas das medidas fiscais questionadas e agora pode ser acusado, também. Se isso acontecer, a melhor saída seria uma nova eleição”.

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

9 Comentários

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  1. Se a Dilma for realmentre

    Se a Dilma for realmentre apeada do poder tenho certeza de que não haverá eleição para presidente em 2018. Pelo menis não nas regras atuais.

  2. Pressão

        A pedida, “aconselhamento”, para a realização de novas eleições, ficará cada dia mais presente, até mesmo o PT ( caso fosse um pouco mais inteligente ), engrossaria esta proposta de “zerar o jogo” , até mesmo antes do processo de admissibilidade que irá correr no Senado.

    1. Concordo com você, uma nova

      Concordo com você, uma nova eleição, mas tem que dar o resultado que o Aécio deseja, se não pode acontecer tudo de novo . . . . Quando “alguéns” tenta pegar o governo do País na base da mão grande como agora, a única hipótese aceita é aquela em que o governo caia nas mãos destes “alguéns” . . . . Sem qualquer outra possibilidade de acordo.

    2. Comentário.

      Zerar o jogo?

      O jogo aqui é zerar o PT.

      A proposta sempre foi esta. De resto, ao país, o entreguismo mais desenfreado.

      Ainda está se falando em termos de confiabilidade nas instituições.  O STF não tem se mostrado capaz de manter a ordem institucional naquilo que lhe cabe. Dada a origem dos parlamentares do Congresso, eles são, sim, representativos à classe. Os parlamentares de base popular minguaram a olhos vistos.

      Querem tirar a Dilma de vez, prender o Lula, acabar com a Lava-Jato com a missão cumprida (não concluída, a bem que se diga).

      Os parlamentares não apenas fizeram opção política, mas de classe e a salvação pessoal contra os Panamá Papers.

      Já não dá pra falar de país, no meu ponto de vista. Só de butim ou espólio.

  3. Vergonha

    Agora, sinto vergonha de ser brasileira. Se antes, a situação já não era das mais confortáveis, a partir de hoje, reconheço que nasci e estou condenada a viver em uma republiqueta. Não reconheço o meu País. Não comungo desses ideais que apregoam como sendo os ideais de justiça, da política, da liberdade, enfim, da democracia.

    Deplorável que um bandido forme e escolha a sua quadrilha para tirar uma Presidente e que, além disso, usem nome de Deus, no momento de seus votos A maioria que invocou o nome de Deus, pedindo luz, já está entregue ao demônio da ganância, do egoísmo, da soberba há muito tempo, e continuará, porque segue o caminho das trevas.

    Até o inferno deve se sentir na obrigação de recusar pecadores de natureza tão inescrupulosa, que cometem crimes sociais!

    Finalizando, sequestraram a nossa paz, a nossa liberdade, o nosso voto, a nossa autoestima, a nossa alegria de nos vermos contemplados com tão pouco!  Mas, o povo brasileiro, trabalhador e cumpridor dos seus deveres,que há séculos vem usufruindo de tão pouco a que de fato teria direito, a partir de hoje, sofrendo parcialmente o início de um duro golpe, sabe e entende porque,  mesmo fazendo tanto por merecer algo mais digno, não recebe, na mesma proporção,o que lhe é devido, por direito, em benefícios compatíveis e proporcionais à riqueza que produz, que faz deste Pais a sétima maior economia do mundo.

    Vergonha! Vergonha! Vergonha muuuuita! Sinto vergonha por todos que colaboraram para que o Brasil não passe de um borrão de malfeitores perante o mundo… Esses usurpadores tentam nos tirar até direito ao voto!

    E se é para ser assim, Eleições Gerais, já! É o mínimo que temos de exigir, caso haja o impeachment, para não corrermos o risco de Temer Presidente, Vice, Eduardo Cunha! Agora, faz sentido dizer: Deus nos livre! Que Deus tenha misericórdia de nós!

  4. Caro Nassif
    Venceu a

    Caro Nassif

    Venceu a gangstercracia.

    Prende-se os honestos e deixa os corruptos livres leves e soltos.

    Nada de nova eleição.

    Que os deputados do PT e demais partidos progressistas, começem a entrar com recursos contras os governadores que cometaram a tal pedalada fiscal.

    Saudações

     

     

     

  5. Quadrilha perigosa assalta o país

    Quadrilha de criminosos politiqueiros assaltou o país pela porta dos fundos. Não deixaram Dilma e o PT governar. Não terão o sossego como esperam.

  6. Se Temer chegar à

    Se Temer chegar à presidência, sou totalmente contra eleições gerais. Vai ser legal ver a batata destes golpistas assando com tanta medida antipopular.

  7. desde Uruguay

    Desde Uruguay vi en vivo la transmision de la camara de diputados, con toda clase de disparates como argumentación.

    Disculpen mi intromisión pero me dió mucha tristeza y verguenza ajena la votación de la mayoria de los parlamentarios (80%), que se dicen representar a la gente que los votó.

    Algo esta mal razonado, porque Dilma ganó con la mayoría de los votos, y el 80% se dice representar al pueblo. VERGONZOSO.

    Y quedó clarisimo el bajisimo nivel de los representantes del pueblo, ignorantes politicos. Parecían salidos del programa de Silvio Santos de la SBT, que yo miraba cuando era mas chica ” quien quiere dinheiro…”, o los clàsicos saludos del programa de Xuxa.

     

    Arriba Brasil, arriba la democracia

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