A Lava Jato, vista da ótica do Ministério Público

A lista do PGR (Procurador Geral da República) Rodrigo Janot, sobre a Lava Jato, ainda não é a lista de Janot. A lista definitiva só surgirá daqui a alguns meses, quando forem encerrados os inquéritos abertos agora.

Como os procuradores gostam de repetir, indiciados não são culpados. Só após as investigações se terá a verdadeira lista, dos acusados, dos inocentados ou daqueles contra os quais não se obteve prova.

Não se deve analisar os indiciados pela mesma régua. Em alguns inquéritos, há abundância de detalhes; em outros, não.

Até agora, o PGR limitou-se a pedir inquéritos contra pessoas com foro privilegiado citados nas delações premiadas, mas seguindo alguns critérios.

As regras da delação

O critério para o indiciamento é o confronto das duas delações e o nível de detalhamento das acusações. Pela Lei da Delação Premiada, para valer em juízo a delação precisa ser corroborada por outras delações.

Os procedimentos são os seguintes:

1.    Entra-se em contato com o advogado do suspeito.

2.    Negociam-se os termos da delação: o que o delator tem a oferecer e o que o procurador pode prometer de redução de pena, condicionado à homologação do STF.

A delação premiada é essencialmente um depoimento oral. Em si mesmo, não vale nada. É apenas um ponto de partida, que poderá ser confirmado ou não pelas provas.

No Paraná, as investigações focaram apenas os operadores administrativos e financeiros, que não tinham prerrogativa de foro. Se o grupo paranaense da Lava Jato avançasse nas investigações contra quem tivesse foro privilegiado, violaria a competência do PGR e do STF, podendo anular as investigações.

Por isso mesmo, o que se tem até agora são apenas investigações horizontais, focadas exclusivamente em duas delações premiadas orais (ou seja, sem apresentação de provas): do doleiro Alberto Yousseff e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Das 15 delações até agora, foram as únicas que foram homologadas pelo STF e envolveram pessoas com foro privilegiado.

A partir daí, o PGR pede autorização ao STF (Supremo Tribunal Federal) para abrir investigações.

Só depois da homologação, o PGR inicia as investigações. Todas elas  ficarão sob responsabilidade do PGR, e não mais da Polícia Federal – como ocorre nos inquéritos normais.

A demora em pedir os inquéritos deveu-se aos problemas de saúde enfrentados pelo doleiro Yousseff, que foi várias vezes hospitalizado. O PGR optou por esperar o fim dos depoimentos, para não se basear apenas em Costa. Só no final do ano passado terminou a delação de Yousseff.

Na PGR, o inquérito 5260 é considerado o inquérito-mãe, o que poderá identificar de fato a organização criminosa.

As hipóteses de trabalho

Segundo procuradores, há uma preocupação excessiva dos jornais com a fase da investigação – que, por si só, não tem valor nenhum. Um dos riscos é revelar demais nas etapas da investigação e não dar consequência.

Os procuradores trabalham com a hipótese de três esquemas de financiamento eleitoral: o do PP (Partido Progressista), do PMDB e do PT.

Costa e Yousseff atuavam  para o PP, daí o envolvimento de grande número de parlamentares do partido. Em determinado momento, Paulo Roberto enfraqueceu-se e buscou apoio do presidente do Senado Renan Calheiros, do PMDB. É por aí que se entende o envolvimento de parlamentares do PMDB.

O elemento-chave do PMDB na Petrobras era o diretor Nestor Serveró, que até agora não abriu o bico, e o operador Fernando Baiano. Do lado do PT, seria o diretor Renato Duque e o tesoureiro do partido, João Vaccari.

Para os procuradores, o depoimentos mais revelador, até agora, foi do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, procurando envolver Vaccari,

Um dos inquéritos com maior número de evidências é o que envolve o presidente da Câmara Eduardo Cunha.

O delator mencionou um contrato de aluguel de um navio sonda da Samsung. A comissão foi paga a Júlio Camargo que repassou parte dela para Fernando Baiano e Eduardo Cunha.

A Samsung parou de pagar a comissão. Imediatamente Cunha valeu-se de uma deputada ligada a ele para apresentar uma representação em uma comissão da Câmara, exigindo informações da Petrobras. Imediatamente, Júlio Camargo retomou os pagamentos, bancando do próprio bolso.

Interrogada, a deputado (que não foi reeleita) sequer sabia o significado da representação apresentada.

 

Próximas etapas

A partir de agora, o PGR, com uma equipe direta de 11 procuradores, mais a estrutura da Procuradoria, irá atrás das provas.

Olhando-se o sistema de cima, Yousseff montou quase uma instituição financeira clandestina. Organizou o que o site da Interpol chama de Hawala, um esquema de compensação, como uma espécie de Banco Central, com offshores, doleiros, corruptos de todos os naipes.

Nessa enorme teia, serámais fácil identificar dinheiro que transita em meio eletrônico.

Mas grande parte dos pagamentos ilícitos é feito com dinheiro vivo, recorrendo a vários subterfúgios. Um deles é atravessa a fronteira camuflando dinheiro na roupa.

Outro, é valer-se de obras de arte. Atravessa-se a alfândega com um quadro que será vendido em leilão no exterior. Há casos de alguns artistas brasileiros que vêm obtendo preços recordes em leilões internacionais. Não se duvide de alguma forma de esquentamento de dinheiro. Ou então, jóias valiosas, no pulso, dedo ou pescoço de uma senhora bem apessoada.

Outra forma de operação é através do internet bank. Entrega-se um ativo para o operador financeiro brasileiro. Depois, uma operação de pagamento no exterior, através de bancos eletrônicos. Ou então, meros acertos de conta: a pessoa A deve para a pessoa C que deve para a pessoa D. Faz-se um acerto de contas sem que as pessoas se conheçam.

Segundo os procuradores, as únicas formas de identificar claramente o jogo é através dos institutos da delação e da interceptação telefônica.

 

Luis Nassif

37 Comentários

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  1. A justiça brasileira

    O que aprendi, lendo e estudando, é que a justiça brasileira condena e absolve de acordo com os interesses. Se tem provas para condenar, mas o que interessa é a abosolvição, abosolve-se com o argumento de que não há provas suficientes. Se não tem prova, mas o que interessa é a condenação, condena-se, pois a literatura autoriza a condenar sem provas suficientes. No final das contas, o que importa são os interesses que se escondem por trás de uma absolvição e uma condenação.  E que interesse é esse? É só seguir o dinheiro! Quem pagar mais, leva o que quer, seja para condenar ou  absolver! E quanto a balela de que “indiciados não são culpados”, a imprensa condena e absolve quem ela quiser, dentro e fora da lei!

    1. Resumo da prosa, conforme

      Resumo da prosa, conforme exposto pelo indiciamento de Lindenderg e pelo arquivamento das investigações a respeito de Aécio. Além de Castelo de Areia, Satiagraha e outras tantas. 

  2. Nassif, alguma coisa não bate

    Nassif, alguma coisa não bate na questão das delações de Costa e Youssef.

    Pelos inqueritos vazados até agora, há contradições entre as duas delações. Ora, o sujeito vai deltar e mente, como é que fica ? A meu ver, a delação de pelo menos um dos dois tem que ser cancelada e o benefício extinto.

    Senão vira uma bagunça, o sujeito conta algumas verdades e outras mentiras, não prova muita coisa e recebe o benefício ?

    Eu já disse aqui e repito, muitos crimonosos filmam os recebimentos ou pagamento de propina para se protegerem futuramente. Se houvesse uma delação desse tipo, ai sim seria crível, ele mostraria a prova concreta e se beneficiaria com alguma coisa.

    Da forma que está virou uma bagunça tremenda.

  3. Outro grande problema do País

    Outro grande problema do País é a PAUTA INVESTIGATIVA.

    Se querem pegar todo mundo porque os MPs e Policias  não investigam as pequenas empresas, nas quais 99% sonegam impostos ?

    Por que não investigam os profissionais liberais que cobram X sem recibo e X+Y com recibo ?

    E o camelôs que vendem CDs piratas ?

    Esses casos são analogias para os financiamentos de campanhas políticas.

    O que precisa se fazer, em todos os casos,  é mudar a estrutura para tentar diminuir os desvios e não caçar e prender todo mundo, que isso vai acabar prejudicando muito mais o País, ao final das contas.

  4.  
     
    [Confirma-se o conspícuo

     

     

    [Confirma-se o conspícuo e visionário *Leonardo Boff!]

    *Crise é ‘forjada, mentirosa e induzida pela mídia’, diz Leonardo Boff

    Postado em 11 de março de 2015 às 12:44 pm (…) FONTE: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/crise-e-forjada-mentirosa-e-induzida-pela-midia-diz-leonardo-boff/

    ##############################

    Depoimento de Barusco derruba exageros na exploração política da Lava Jato

    A mídia velha tentou, mas o depoimento do ex-gerente na CPI da Petrobras decepcionou bastante as expectativas da oposição

    por Helena Sthephanowitz, para a Rede Brasil Atual publicado 11/03/2015 12:55

    (…)

    FONTE: http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2015/03/depoimento-de-barusco-derruba-exageros-na-exploracao-politica-da-lava-jato-9187.html

  5.  
    [Mais uma razãopara o

     

    [Mais uma razão
    para o impeachment
    … Da oPÓsição!

     

    Ué, rimou!
    Risos]

     

    … A [crise] econômica é uma decorrência da [crise] política!

    Elementar, meu caro!

    Ah, seria bom o PSDB e o ‘miniSTÉRIO’ Público proporem ‘um PROER que salvou meia dúzia de banqueiros’, para salvar 500.000 mil empregos!

    Até agora!

     

    … E o discurso do ódio pode se inverter:

    bastaria o PT e o governo se comunicarem com o povão!

    Exemplo:

    “Seria bom o PSDB propor um PROER que salvou meia dúzia de banqueiros, para salvar 500.000 mil empregos!

    Por enquanto!

    O próximo pai ou mãe de família pode ser… Você!”

     

  6. Boa Nassif!

    Muito bom Nassif,

    esses esclarecimentos são   oportunos.  Isso porque tem muita gente por ai que não conhece nada sobre os trâmites legais, porém, especulam  e chegam a conclusões absurdas.

    Basta aparecer na telinha em horário nobre e pronto. Já é o suficiente para mandar o caboclo para a cadeia! Já está condenado. É bandido. Tem que ir para a cadeia!

    E , pior ainda, são as especulações ao longo de um possível julgamento e da consequente sentença. Se esta for de encontro à condenação já feita, lá no início pelos desavisados, então é porque a “justiça” brasileira também não presta. É dizer: vejam só essa “justiça”? Como pode absolver uma pessoa que já condenamos com a ajuda das mídia?

    Lamentável…

    Saudações

     

     

     

  7. Mais um ataque de cunho político, armação ilimitada demotucana

    Roteiro muito bonito e organizado no papel, mas, se pensarmos que a Lava-jato trata-se de um grupo de funcionários da Petrobras criminosos de cargo de carreira, a politização desse caso deixa claro que vivenciamos mais uma armação ilimitada da corja demotucana, que tem tentáculos e núcleos em vários setores, com intuido único de mais uma vez atingir o PT. Por que fizeram toda aquela manobra para a investigação ir para o poleiro tucano do Paraná? Por que o corte das investigações é o ano de 2005? Além do mais, temos uma justiça tucana, com delatores tucanos, instruídos por advogados tucanos, empreiteiras com fortes vínculos com tucanos, com cobertura feita por imprensa tucana, para satisfazer um público de Home Simpsons papagaios-de-pirata tucanos, sedentos por sangue da esquerda. Cansamos de ser enganados!

     

    P.S.: Como Youssef iria delatar seu mentor e amigo íntimo Álvaro Dias? Da mesma forma, como Paulo Costa poderia  citar aquele que deu oportunidade de assumir chefia na estatal, FHC e seu governo?

     

  8. Se não incluirem o PSDB na lava jato,essa operação perde a moral

    Os procuradores trabalham com a hipótese de três esquemas de financiamento eleitoral: o do PP (Partido Progressista), do PMDB e do PT.

    Faltou um partido, o PSDB.

  9. excelente………………clareou geral, parabéns Nassif

    com coisas assim é que a gente percebe que quem mais teme uma delação premiada é o primeiro (jornais e tvs) a se apresentar para defender que a delação premiada, mesmo que apenas em seus primeiros passos, já cumpriu o seu papel ou tornou-se 100% efetiva ao gerar resultados concretos que, pasmem, ainda estão muito longe de serem alcançados devidamente provados

    é por isso que considero que é justamente assim que eles se revelam (jornais e tvs), como os principais interessado em que sigamos, o Estado, com a nossa capacidade investigativa falida de nascença ou perigosamente enfraquecida

    se acontecer normalmente, acredito que ao final restará bem claro algo que considero muito mais importante que punição ou restituições do que nos foi roubado…………………………………………………….mais importante que qualquer outro resultado é poder romper o silêncio conivente entre alguns políticos, empresários e mídia bandida

    1. a favor de alguns políticos…

      apenas o reconhecimento pelos próprios delatores que, muito antes de qualquer coisa, eles, os delatores, já eram ladrões e criminosos protegidos pelo mesmo silêncio que mencionei anteriormente

      1. mas também tenho outras considerações…

        que uso de delação premiada é puramente a aceitação da imoralidade dentro da justiça…………………………..

        muito diferente de apenas depender de ladrões safados para romper este silêncio

  10. Há algum tempo foi mencionado

    Há algum tempo foi mencionado aqui uma discrepância evidente em negócios abertos em shoppings ou bairros nobres que evidentemente não teriam condições de dar retorno. 

    Grupos financeiros investem milhões em estilistas e chefs de cozinha em negócios que evidentemente não tem como dar lucro.

    Os artistas bombados são uma vertente desse tipo de negócio.

    Lojas imensas com preços carissimos onde não se vê viva alma dentro. 

    Galpões e redes de venda de quinquilharia. 

    Acho que tem gente batendo panela é com medo. 

     

    1. Jogador de Futebol…

      “craque” negociado por milhões, com salários estratosféricos… times quebrados e empresários bondosos assumindo os clubes “por amor à camisa”…

  11. O texto é ruim, pois não

    O texto é ruim, pois não mostra as razões que correm atrás da solicitação de investigações para uns e arquivamento para outros e esquecimento de outros tantos. Não mostra, além disso, o que significa a solicitação de investigações frente às ações de Sérgio Moro e sua forma particular de ser juiz e como a PGR, em especial sua parcela interessada no aprofundamento da democracia através do aprofundamento da defesa de direitos humanos, da presunção de inocência, e do direito ao juiz natural. Por fim, e fundamental, não mostra como a PGR vê a abertura de seu período eleitoral, a possibilidade de candidaturas outras que não a de Janot, a possibilidade de Dilma, fruto de pressões de um lado e outro, não indicar o mais votado, e a possibilidade desse indicadao ser recusado pelo plenário do Senado.

  12. “Só depois da homologação, o

    “Só depois da homologação, o PGR inicia as investigações. Todas elas  ficarão sob responsabilidade do PGR, e não mais da Polícia Federal – como ocorre nos inquéritos normais”:

    Oh, mas que pena!!!  Eu ADORO delegados de merda!

  13. Só sobra para o PT. Se as

    Só sobra para o PT. Se as revelações de Barusco á CPI feitas ontem, que são as mesmas constantes da Delação Premiada(ou “espremida”, para os íntimos) for a mais reveladora sobra o quê para as demais? 

    O candidato a beato, Barusco ao contrário das expectativas, fez foi aliviar num certo sentido a barra do PT quando reafirmou que fez apenas só estimativas com relação ao que o partido recebeu e quem não tinha a mínima idéia se Vaccari recebeu ou não a quinhão aposto nas planilhas e nem para quem. 

    Se recebeu, como transportou,  onde guardou? No banco, no exterior, debaixo do colchão? E quanto a negação que faz de forma enfática? 

    Tenho um pressentimento acerca desses supostos repasses para o PT que não revelo agora para não baixar o astral da moçada. Entenda-se: um mero pressentimento que pode ao final se revelar até bobo. 

    A propósito, quando é que o PGR vai dar uma atençãozinha nas denúncias fortes contra Aécio envolvendo Furnas? Sei……no dia de são nunca, às 25 horas. 

  14. Santificai esse partido (PSDB)!!! e outros também…

    por que não?

    “Os procuradores trabalham com a hipótese de três esquemas de financiamento eleitoral: o do PP (Partido Progressista), do PMDB e do PT.”

    No futuro nas aulas de história pitoresca do Brasil:

    – Atenção sala, muita atenção, no Brasil da era republicana só soubemos de um período onde o Estado Brasileiro foi roubado e frequentado por gente da pior espécie: foi no período de Janeiro de 2003 a Junho de 2015 (isso se Dilma for inpichada) ou Dezembro de 2018 (Se Dilma sobreviver no cargo de Presidenta até lá e os Homens Bons (e Mulheres Boas) retomarem os rumos do país). Vale também salientar que os bravos homens da nossa imparcial justiça somente identificaram 3 partidos como beneficiários diretos da roubalheira: PT, PP e PMDB sendo esses dois últimos obrigados a fazer parte das patranhas por serem das base aliada dos governos de Dilma e Lula.

  15. Não temos mp, justiça e tais.

    Não temos mp, justiça e tais. Temos empregadinhos, sem qualquer dignidade, da máfia midiática e máfia psdbista, os “santos”.

  16. Domínio Ilegal, vem aí…

    Sei não, selecionados para serem “espremidos” à delação premiada do moro, sucedem-se, o tesoureiro Vaccari não apenas sustenta a doação legal, como não pisca, não importando as provocações da mídia promotora, e a folha, já meio desesperada diante da situação, começa a ofertar juris prudência midiática, na qual doação legal não é tão legal assim, dependendo do partido beneficiado, e pelo andar das caminhonetes da folha, para não morrerem na praia, em mais uma tentativa de voltarem ao poder, terão que importar agora o “Domínio Ilegal”, para estabelecer que doação legal de empresas envolvidas na vaza-jato é ilegal quando trata-se do PT, enquanto que doações feitas por essas mesmas empresas a outros partidos, permanecem legais, pois pelo “Domínio Ilegal”, apenas o PT saberia ser ilegal a doação legal. Sacaram a legalidade ilegal do fato?

    Durma-se com uma espelunca jurídica cínica como essa no país.

    Só mesmo a presidenta e seus sagazes conselheiros, Mercadante e Zé Cardozo, para não sacarem de que são capazes, justiça e mídia, brasileiras.     

  17. É só seguir o dinheiro

    É só seguir o dinheiro.

    Simples, se da conta do Barusco na Suiça foram repatriados R$ 182.000.000,00 de reais, é só verificar os depósitos para aferir  os períodos a eles referentes…

    Nesta mesma linha…

    Verifico que o doleiro Alberto Youssef fez sua delação premiada no caso BANESTADO,  em 2003, sendo que somente em 2014 é que esta foi reaberta, ou seja, foi DESCOBERTO que ele havia recomeçado suas atividades como doleiro, somente AGORA.

    Convenhamos, um réu condenado e com delação em vigência, demorou 11 anos para que se descobrisse algo que até o reino mineral já sabia, que Alberto Youssef já era o maior doleiro em atividade no país…

    E isto, em uma Vara Especializada em Fraudes e Lavagem de Capitais, sendo que suas atividades tinham como centro, a cidade de Curitiba, no Paraná, sede da referida Vara.

    Então,  a Justiça, o Ministério Público Federal e a Policia Federal, em todos esses 11 anos, nada desconfiaram ou souberam???

    Nesta pergunta deve estar a resposta para as indagações com que nos bombardeiam incessantemente, óbvio,  quando os envolvidos são do PT.

    Sempre surge um dizendo.  – Há …não sabiam nada???

    Ainda que o Cartel seja de Empreiteiras e Executivos de Carreira da Petrobrás… E agora se sabe, de políticos de vários partidos, sendo 32 de um só…e que não é o PT e que inclusive tem muitos que fazem oposição ferrenha.

    Em outros termos… muito mais que mera politica, era corrupção pura e simples… apenas receber dinheiro … sem vinculações com votar com o Governo… Veja o exemplo dos deputados do PP RS – Seis – e todos com ódio do Partido dos Trabalhadores e do Governo…

     

  18. A petição da PGR contra Lindbergh

    A PGR peticionou ao ministro Teori Zavascki (petição 5258/2015) a instauração de inquérito que tem por alvo o Senador Lindbergh Farias. Deduz-se imediatamente dos termos do pedido que a PGR considerou que os indícios contra o Senador são insuficientes para a construção de libelo acusatório, pois pediu que o alvo seja investigado.

    A PGR, na petição, refere-se a um suposto cartel “formado, dentre outras,” por 16 (!) empresas, “as maiores construtoras brasileiras” (!), isto é, um cartel com mais de 16 empresas! Além destas, participariam “eventualmente” “das fraudes”, ou seja, do cartel, outras 6 empresas. No total, mais de 22 empresas, dentre elas, as principais empresas de construção do Brasil comporiam o cartel!

    Os números citados na petição relativos ao “cartel” depõem contra a tese de cartel da procuradoria. Não há cartel com 22 empresas, é empresa demais. Tal “cartel” envolveria praticamente todas as empresas do segmento de construção brasileiro. Qual seria, então, a vantagem de fazer parte desse cartel? Além disso, os preços contratados respeitam limites estabelecidos nacional e internacionalmente.

    Cartel visa a aumentar preço e eliminar concorrência, e os números da petição mostram que não havia eliminação de concorrência, pois praticamente todas as empresas de construção do país fariam parte dele. Além disto, a petição não apresenta indícios de que os preços praticados exorbitavam critérios de preço e nem diz onde tais indícios podem ser encontrados. Resumo da ópera: essa invencionice de “cartel” está muito mal invencionada.

    Suposição muito melhor é a de que altos executivos da Petrobras extorquiam empresas para que estas tivessem o direito de trabalhar para a companhia. Não se espante, muitas vezes, têm-se de pagar para poder trabalhar. A melhor suposição é que altos executivos da Petrobras cobravam propinas para que as empresas construtoras pudessem participar de licitações e concorrências. É possível mesmo que, mediante altíssimos valores, empresas vencessem certames fraudulentamente.

    Supor por supor, faz mais sentido acreditar que havia um esquema de extorsão nos altos postos da Petrobras do que nessa história fantasiosa, inverossímil e midiática de que todas as muitas empresas de um segmento da economia comporiam um cartel. A existência de esquema extorsão é suposição melhor também porque ocorre frequentemente. Há esquemas de extorsão semelhantes ao da Petrobras em empresas estatais, governo e empresas privadas (pergunte a um empresário da área de alimentos, por exemplo, se ele paga propina ao gerente do supermercado para ter seu produto em gôndola com mais visibilidade).

    A questão da existência, ou não, de cartel é importante, pois, a PGR sustenta suas demais ilações acusatórias partindo do pressuposto fantasioso de que haveria um cartel com todas as empresas do segmento de construção do Brasil.

    Descartando-se o pressuposto da existência de cartel, fica claro, diferentemente do que supõe a PGR e mais assente no bom senso, que as empresas, elas sim, eram cooptadas pelos empregados da Petrobras (e não agentes públicos como erroneamente afirma a PGR na petição – TST, Pleno, Proc E-RR 5564/82, Rel. Min. Marco Aurélio, DJU 22.08.86), ao invés das empresas os cooptarem. Havia um esquema de extorsão na Petrobras semelhante ao que costumava haver (ou ainda há?) nos diversos Detran pelo país afora. A PGR erra ao supor que as empresas cooptavam empregados da Petrobras como decorrência do erro anterior que ela cometeu de supor a existência de “cartel” adredemente formado envolvendo um segmento inteiro da economia.

    Outra curiosidade da petição é a condenação implícita da PGR ao provimento dos cargos de diretoria da Petrobras por pessoas indicadas por partido político. A PGR toma implicitamente esta prática como uma das causas antecedentes dos roubos. Ora, o governo é acionista controlador da companhia e tem o direito-dever de prover os cargos de direção da empresa. Ademais disto, o governo é de coalizão. Nada mais natural, portanto, que o provimento dos cargos seja feito pelo governo e de acordo com a composição das forças políticas que o sustentam. Ou a PGR acha que o governo deveria indicar pessoas à revelia dos partidos, à revelia dos que comandam o Executivo em nome do Povo? Não há indício algum de crime ou má-fé nessas indicações, como parece pensar a PGR. É incrível que em documento de tanta importância e repercussão se evidencie tamanha ignorância das práticas comezinhas da administração pública.

    Quanto ao senador Lindbergh Farias, fico com a interpretação das notícias dos fatos feita pelo jornalista Fernando Brito, merecedor de toda a credibilidade. Lindbergh deve ter sabido por outros políticos que Paulo Roberto Costa tinha acesso a empresas financiadoras de campanhas políticas e foi pedir a intermediação dele para conseguir financiamento para sua campanha, é óbvio. Além disto, os aportes à campanha foram declarados à Justiça Eleitoral satisfazendo os requisitos legais, tanto que a PGR os relaciona em detalhe a partir de documento da Justiça Eleitoral. De se mencionar que o financiamento privado de campanha é legal e que o governo do PT tomou a iniciativa de torná-lo exclusivamente público (e Lindbergh é senador pelo PT), iniciativa frustrada por Gilmar Mendes, que, numa ação ilegítima, impediu seguimento da iniciativa no Supremo, mesmo depois de ter sido aprovada pelo Pleno.

    Os ledores de pensamento alheio (as inferências infundadas que estes adivinhadores fazem  dizem mais deles do que dos caluniados), porém, acham que Lindbergh foi pessoalmente ao gabinete do ladrão confesso Paulo Roberto Costa sabendo que o dinheiro do financiamento era proveniente de roubo contra a Petrobras. Você acha que Lindbergh seria tão tolo? Um sujeito que milita na política há anos e que é senador da república? Você acha que Lindbergh cometeria um ilícito desse porte à luz do dia e sob as câmeras de vigilância da Petrobras? Quem defende essa tese como indício contra Lindbergh conta com a burrice de Lindbergh e daqueles que se inteiram da tese. Tal “indício” não passa de mais uma invencionice.

    Quero ver provar que Lindbergh sabia, quando visitou o ladrão confesso Paulo Roberto Costa, que os recursos que pediu ao ladrão para intermediar junto a empresas financiadores de campanha eram fruto de roubo. Quem acusa criminalmente tem de provar, indo além de pretensa leitura do pensamento alheio.

    A PGR, repetindo, não viu indícios suficientes para acusar o senador, por isto pediu ao STF que o senador seja investigado.  E olha que a PGR fez suposições acusatórias que vão na contramão dos fatos, práticas administrativas e do bom senso.  Mas há os que, indo além da PGR, PF e STF, já condenaram Lindbergh. Pois é, e o Direito, como é que fica?

  19. Não houve nem indiciamento ainda dos políticos citados por Janot

    Abertura de inquérito não garante indiciamento, feito pelo presidente do inquérito ao final das apurações, no caso, o delegado da PF. Se houver indiciamento, pode não haver denúncia. Se houver denúncia do MPF, pode não ser recebida pelo STF. Se for recebida a denúncia pelo STF, pode não resultar em condenação. Ou seja, a abertura do inquérito não torna ninguém culpado de nada. Não é nem indiciado ainda. É meramente um investigado.

    1. Não tem pra onde correr.

      É meramente um investigado, porém com algum indício de materialidade e autoria. Delatores, ao mentir, seriam duplamente prejudicados. Além de anular os benefícios homologados pelo instituto da delação premiada, ainda incorreriam ao crime de denunciação caluniosa. Ou seja, além de carregarem o fardo de “X9” pelo resto da vida perante seus cúmpices ainda teriam suas penas de prisão aumentadas. Qual a razão para mentir nesse caso?

      Janot vai levar a fama mas não se pode esquecer que o juiz Moro lhe entregou o processo já “mastigado”, com vários fatos já comprovados e confessados, além de uma quantia significativa, objeto do crime, já localizada e repatriada.

      Portanto, Janot está com a faca, o pão, o queijo e a goiabada na mesa, cabe a ele apenas suportar a pressão política nos próximos meses, lavar as mãos e jogar a bomba no colo do STF. Lembrando que a riqueza de detalhes desse processo em relação ao do Mensalão é infinitamente maior, não vai ter pra onde correr. Assim espero.

       

       

  20. Tenho especial interesse

    Tenho especial interesse pelas gavetas do MPF. Mas ninguém fala disso.

    Nas gavetas estão os casos de esquemas de corrupção sobre os quais os procuradores não gostam de formular hipóteses? 

     

     

     

  21. Enquanto se fala na Lava Jato, cai o preço da gasolina

    “Como os procuradores gostam de repetir, indiciados não são culpados”, então por que não manter o nome destas pessoas sob sigilo? Outra questão: Quem pode abaixar o preço da gasolina, só a Dilma? Vários postos na Paraíba abaixaram o preço, veja isso:

    https://www.youtube.com/watch?v=RdKAoqt3c_w

    1. Interessante notar que esse

      Interessante notar que esse tipo de ataque vem exatamente de quem mais se suspeita. 

      Pensem bem a quem vocês querem se juntar

  22. Do Viomundo

    Padre João: A não investigação do senador Aécio põe em xeque a credibilidade da PGR

    publicado em 10 de março de 2015 às 17:07

    Carta ao Janot 3

    13 de fevereiro de 2014: Os deputados petistas Adelmo Leão, Padre João, Rogério Correia e Pompílio Canavez pouco antes de entregar no gabinete de Janot as provas do envolvimento de Aécio no esquema de caixa 2 de Furnas

    por Conceição Lemes

    Nessa segunda-feira, o deputado federal Padre João (PT-MG) protocolou pedido de audiência urgente (na íntegra, ao final deste post) com o com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.  Objetivo: entregar toda a documentação sobre o envolvimento do senador Aécio Neves (PSDB) na lista de Furnas.

    Na semana passada, apesar de os procuradores responsáveis pela Lava Jato terem recomendado abertura de inquérito contra Aécio, Janot pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento do caso. Alegação: considerou insuficientes as informações fornecidas pelo doleiro Alberto Youssef na sua delação premiada.

    Em fevereiro de 2014, nós entregamos no gabinete do procurador-geral  pedido para análise da Lista de Furnas, a partir da denúncia feita em janeiro de 2012 pela procuradora Andrea Bayão”, relembra o deputado Padre João. “Agora, queremos recolocar pessoalmente nas mãos dele todos os documentos, todas as provas.”

    Na época, além de Padre João, foram ao gabinete os deputados estaduais Rogério Correia, Pompílio Canavez e Adelmo Leão, todos do PT de Minas.

    “A não investigação do senador Aécio Neves desmoraliza a Procuradoria-Geral da República (PGR), mostra que ela tem um lado e coloca em cheque a sua própria credibilidade”, afirma o deputado. “E isso não é salutar para a democracia de forma alguma.”

    A expectativa de Padre João é que a audiência seja marcada ainda para esta semana. Ele não irá sozinho. Vários deputados estaduais e federais petistas deverão acompanhá-lo.

    Padre João completa: “Como Aécio é senador, queremos também que o caso fique em Brasília em vez de ir para Minas ou Rio de Janeiro, como aconteceu em outras ocasiões”.

     

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  23. CPI que defende investigado?

    Será que todos os políticos citados pelo Procurador Geral da República ao STF, terão o mesmo espaço e tempo de defesa, que o Eduardo Cunha está tendo, neste momento, na CPI da Petrobrás ? Com direito a aplausos e elogios de seus pares e com o Presidente da CPI, não permitindo que ninguém o pressione?

     

  24. Ministério público.

    Não acredito no ministério Público. Janot livrou o Aécio, não condenou os vazamentos seletivos.  Vou ser duro com esses aqui, mas aqueles não, aqueles são diferentes. Qual a justiça nisso? 

  25. Não da pra entender que a Lava Jato se sustente nessas delações

    Se as delações fossem sérias (verdadeiras), teriamos o PSDB entre os partidos citados e nomes como FHC, Alvaro Dias, José Serra, Aécio etc. Enquanto o Ministério Publico fingir que acredita em tudo que diz Youssef e o “insuspeito” Paulo Roberto Costa, não da pra considerar a Lava Jato como uma operação grande e abrangente. No minimo, como um operação totalmente partidarizada. A credibilidade do MP, da PGR e do Supremo é minima [nenhuma] perante a parcela realmente informada da opinião publica e da propria imprensa. 

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