Enquanto militares isolam, Jair Bolsonaro põe a mão no fogo por Flávio

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Depois de dizer à imprensa internacional que Flávio Bolsonaro será punido se forem comprovadas as suspeitas que recaem sobre o senador eleito, Jair Bolsonaro recuou em entrevista à Record e colocou a mão no fogo pelo filho, a quem chamou de “garoto” perseguido.

“Nós não estamos acima da lei. Pelo contrário, estamos abaixo da lei. Agora, que se cumpra a lei, não façam de maneira diferente para conosco. Não é justo atingir um garoto, fazer o que estão fazendo com ele, para tentar me atingir.”

Nesta semana, o escândalo em torno do caso Queiroz mudou de patamar quando Flávio foi associado a dois milicianos que tiveram ordem de prisão decretada nesta semana. Capitão Adriano e Major Ronald Pereira são acusados de comandar o Escritório do Crime, o maior grupo de extermínio em atividade no Rio. O filho de presidente, além de fazer homenagens na Alerj aos dois milicianos, também empregou a esposa e a mãe de Adriano Magalhães por vários anos. Os dois alvos da operação Intocáveis são suspeitos, ainda, pela morte de Marielle Franco.

“Acredito nele. A pressão enorme em cima dele é para tentar me atingir”, disse Bolsonaro.

O presidente ainda insistiu que são “infundadas” as acusações contra Flávio e repetiu que o sigilo do filho foi quebrado. “Fizeram uma arbitrariedade contra ele nessa questão.”

Flávio recorreu ao Supremo Tribunal Federal para tentar anular as provas da investigação contra Fabrício Queiroz. Seu ex-motorista movimentou, de maneira suspeita, R$ 7 milhões em 3 anos.
 
Enquanto Bolsonaro reafirma a confiança em Flávio, em Brasília, parte dos militares ouvidos pela Folha de S. Paulo dizem que a melhor estratégia para a sobrevivência do governo é isolar o senador.
 
“Para um general ouvido pela reportagem”, “rifar” o primogênito dos Bolsonaros virou uma “prioridade”. “Como fazê-lo sem envolver o presidente, essa é outra questão.”
 
“Alguns setores da cúpula das Forças Armadas”, segundo o jornal, “fizeram chegar ao núcleo militar do Planalto a sugestão de que Flávio não assumisse a cadeira no Senado, em fevereiro. Isso poderia, para eles, evitar a contaminação do debate legislativo pelo caso.”
 
O General Mourão, vice de Bolsonaro, também endureceu o discurso e afirmou que Flávio será punido, se for o caso.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Jair Bolsonaro quer reduzir a

    Jair Bolsonaro quer reduzir a maioridade penal, mas chamou de “garoto” seu filhote vagabundo que tem 40 anos. Não seria melhor ele ampliar a irresponsabilidade penal para manter o filho fora das garras da Justiça? Vai que o moleque cria colhões para delatar o pai.

  2. se for confirmada o costume

    se for confirmada o costume de delatar (usada  muito

    pelos incriminados na lava jato para se safarem das penas),

     

    não sei, não….

  3. Se errou, porque não deveria ser punido?
    A lei é igual para todos e todos são iguais perante a lei, mas os Bozos são mais iguais do que os simples mortais.

    Os Nozos diziam que não queriam porcaria de foro privilegiado. Na hora que a podridão aflorou, eles recorreram ao Fux. Agora o Bozo diz que se o Flávio errou, ele vai pagar. Mas já afirmou que o herege é um santo (do pau oco) e que está sendo perseguido.
    Se depender deles, a corrupção será varrida… prá debaixo do tapete.

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