Kennedy Alencar: Contra PMDB, Dilma decide reconduzir Janot à PGR

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A presidente Dilma Roussef teria sinalizado a interlocutores que já decidiu pela recondução de Rodrigo Janot à Procuradoria Geral da República quando seu mandato finalizar, em setembro próximo. A informação é do jornalista Kennedy Alencar, publicada nesta terça-feira (12), um dia após a Folha revelar que a cúpula do Congresso pretende aprovar uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) até junho, para impedir a reeleição na PGR.

“A eventual Proposta de Emenda Constitucional contra Janot é infeliz e casuística. Lembra a aprovação da PEC da Bengala. Está pesando mais atender a interesses políticos e jurídicos imediatos de parlamentares que respondem a processo no STF do que realmente discutir um aperfeiçoamento das instituições do país. Aprovar essa proposta seria um erro e levaria a opinião pública a reagir fortemente contra a Câmara”, sustentou Kennedy.

Contra pressão do PMDB, Dilma decide reconduzir Janot

Do Blog Kennedy Alencar

A presidente Dilma Rousseff já decidiu indicar Rodrigo Janot para mais um novo mandato de dois anos à frente da Procuradoria Geral da República. Dilma avalia que tem uma série de razões para isso, segundo conversas de bastidor entre a presidente e seus principais ministros.

Na opinião de Dilma, Janot tem feito um trabalho equilibrado à frente do Ministério Público Federal. Também acha que seria um erro político substituir o procurador-geral em meio às investigações da Operação Lava Jato que tramitam na Justiça Federal do Paraná e dos inquéritos que correm no STF contra políticos que têm a chamada prerrogativa de foro _aqueles que só podem ser processados no âmbito do Supremo Tribunal Federal.

A Câmara dos Deputados discute aprovar uma emenda constitucional (MP) para impedir a recondução de procuradores-gerais da República. Eduardo Cunha, presidente da Câmara, e Renan Calheiros, presidente do Senado, trabalham contra a recondução de Janot. Ambos respondem a inquérito no STF.

A eventual Proposta de Emenda Constitucional contra Janot é infeliz e casuística. Lembra a aprovação da PEC da Bengala. Está pesando mais atender a interesses políticos e jurídicos imediatos de parlamentares que respondem a processo no STF do que realmente discutir um aperfeiçoamento das instituições do país. Aprovar essa proposta seria um erro e levaria a opinião pública a reagir fortemente contra a Câmara.

Ceder às pressões de Cunha, que já mandou recado à Dilma de que é contra a recondução, seria um tiro no pé perante o eleitorado. Para uma presidente que está num momento de baixa popularidade, não reconduzir Janot poderia soar como uma interferência política direta do Palácio do Planalto numa importante operação de combate à corrupção. Dilma não tem capital político para agir assim. E nem deseja fazer isso.

Na avaliação do governo, Janot também tem sido correto em relação a Dilma. Rejeitou, por exemplo, pressões da oposição para pavimentar um eventual caminho jurídico de um processo de impeachment contra a presidente.

Dilma não vai atender às pressões para derrubar o procurador-geral do cargo. Nesse contexto, podem ser esperados mais atritos com a dupla peemedebista Eduardo Cunha e Renan Calheiros. A presidente age com correção nesse tema.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

15 Comentários

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  1. Será que eu ainda verei esse

    Será que eu ainda verei esse gigante adormecido reagir contra o Congresso? Bem que a Câmara e o Senado estão merecendo uma frenética reação por parte do povo para sinalizar a eles a quem eles representam.

  2. Loby

     O artigo do Alencar deve ser entendido como loby para manter o insosso Janot à frente da PGR. 

    Para isso o articulista usa o Cunha como ameaça e a pirraça da Dilma em não aceitar ser desafiada, dando como favas contadas a manutenção do Janota, digo Janot, só para não se dobrar ao Cunha.

    O articulista bem que poderia tirar a máscara e defender abertamente a permanencia do seu candidato, sem para isso ficar usando o nome de terceiros. 

    O que a Dilma tem que fazer é substituir esse tucano mal disfarçado por alguem que não veja a PGR como um poder acima do bem e do mal e enquadre esse bando de almofadinhas, tambem conhecidos como tuiuius. 

    De minha parte, defendo pela primeira vez que a chefe do executivo faça a nomeação sem ao menos consultar os membros da “tal Associação” de procuradores, somente para mostrar quem é que “manda nessa joça”. É sua prerrogativa. Exerça-a, pelo menos uma vez.

  3. Lista de Furnas

    Primeiro vamos ver como o atual chefe da PGR trata o crime comprovado da Lista de Furnas que deu tanto trabalho até a PGR aceitar seu recebimento. Tenho pra mim que já está engavetada.

  4. Na minha opinião devería-se

    Na minha opinião devería-se tirar do presidente da câmara a prerrogativa de decidir qual projeto será ou não votado, deveria ser por ordem de protocolo, propostas absurdas e inconstitucionais, estariam sujeitas à críticas e seus proponentes ficariam expostos à opinião dos eleitores,o mínimo que um parlamentar deve conhecer é a constituição do País, e para isso tem acessores.

    1. Contra a Dilma é Lula só há

      Contra a Dilma e Lula só há ilações.

      Agora, contra o Aécio há provas, e provas cabais, irrefutáveis, indefensáveis é esperma na calcinha com prova de DNA.

      Faça um favor de incluir o seu queridinho Aécio na sua lista.

  5. Quem deve está gostando da

    Quem deve está gostando da decisão da Dilma é o Aécio.

    Por enquando com esse procurador, apesar das denuncia na lava jato, ele está incólume.

  6. Não me parece que Janot é um Gurgel

    Muito pleo contrário,  no geral tem sido palatável.   Gurgel dava náuseas, até pelo seu aspecto físico.  Penso que Janot poderia ser mais independente e controlar a semvergonhice de muitos procuradores jovens e deslumbrados pela luz dos holofotes.  Mas, para mudar teria que perguntar à corporação do MP que iria ser colocado em seu lugar, pois é assim que Lula e Dilma decidiram agir.   Não concordo mas é assim.  Parece-me que a Corporação iria indicar ele novamente.   Então faz bem Dilma,   indica logo, antes que algum aventureiro queira fazer poliitcagem com a Justiça, como é do fetio de nossos parlamentares.

  7. A questao é a prerrogativa de reconduçao

    Nao interessa se a Dilma deve ou nao reconduzir. Para mim, a atuaçao do Janot no sentido de criar dificuldades para que as empresas possam realizar acordos de leniencia é um ponto negativo, visto que isto implica numa condiçao de penalizaçao indireta dos trabalhadores que nao sao corruptos e estao sofrendo com perda de emprego, o que corresponde a tese defendida pelo desclassificado ridiculo Modesto Carvalhosa, ja citado no post do Joao Carlos de Assis publicado a dias atras.   Tendo em mente que o mpf tem se mostrado um antro de personalismo e discrionaridade na escolha de quem e do que denunciar, a reaçao contra estes arbitrios teria de acontecer. Por outro lado, na eventualidade de um futuro procurador agir para melhorar a performance deste orgao no sentido de maior legitimidade de suas açoes em favor dos anseios populares, ao termino de seu mandado, é evidente que seria conveniente para o pais a possibilidade de reconduçao.

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