Mauro Cid negocia com a Polícia Federal uma confissão parcial

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Segundo apuração da jornalista Andréia Sadi junto a interlocutores do ex-ajudante de ordens, a confissão parcial deve ser a utilizada por Cid

Mauro Cid no período em que era ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. | Foto: Divulgação/PR

A defesa de Mauro Cid negocia com a Polícia Federal uma confissão parcial, segundo apuração da jornalista Andréia Sadi junto a interlocutores do ex-ajudante de ordens o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O tenente-coronel do Exército é alvo de uma série de investigações como emissão de falsos comprovantes de vacina contra a Covid e a venda de joias da União no exterior.

A confissão de Cid vem sendo motivo de especulações depois que o advogado Cezar Bittencourt assumiu a defesa do ex-ajudante de ordens e a transformou numa forma de mobilizar a imprensa e mexer as peças no tabuleiro a favor de seu cliente. 

Logo em suas primeiras declarações, Bittencourt disse que um militar não faz nada sem ordens, indicando que o crime respondido por Mauro Cid tem mandante. 

Recentemente, depois de gerar expectativas sobre o que poderia ser uma confissão bombástica, o advogado do tenente-coronel disse que a confissão de seu cliente não trataria do esquema de desvio de joias sauditas recebidas por Jair Bolsonaro durante viagens oficiais.

A declaração foi feita menos de 24 horas após Cezar Bitencourt ter dito à revista Veja que seu cliente apontaria o ex-presidente Bolsonaro como mandante da venda do patrimônio brasileiro desviado.

Na reportagem da Veja, ele afirmava que o ex-ajudante de ordens ia dizer que o dinheiro arrecadado com a venda dos itens de luxo foi enviado para Bolsonaro, conduta que pode configurar lavagem de dinheiro, contrabando e peculato. 

Caso do hacker

Na segunda-feira (28), Cid foi ouvido por mais de 10 horas pela PF no inquérito que investiga a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pelo hacker Walter Delgatti Neto, para desacreditar o sistema judiciário brasileiro.

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Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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