Para procuradores, acusações de Gilmar contra Lava Jato são vagas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Associações de procuradores e juízes sairam em defesa da Lava Jato, apontando, em nota, que o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes faz acusações vagas e vazias de verdade quando diz que partiu da força-tarefa o vazamento da delação premiada de Leo Pinheiro, da OAS. O suposto depoimento foi publicado por Veja numa edição para constranger o ministro Dias Toffoli. Gilmar encabeçou publicamente uma ofensiva do STF sobre o vazamento ilegal.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que o Ministério Público Federal sequer teve em mãos qualquer depoimento citando Toffoli. Ele disse que esse vazamento teria ocorrido por parte da defesa da OAS, que pressiona para fechar o acordo de colaboração e reduzir as penas de Pinheiro. Com esse argumento, Janot suspendeu a delação.

Nesta quarta (24), o ministro Marco Aurélio Melo destoou de Gilmar e disse que esse vazamento deveria ser apurado

Em sua página oficial, Delton Dallagnol agradeceu a manifestação das entidades de classe e pediu o engajamento da sociedade em favor da Lava Jato. “Sem o apoio da sociedade brasileira, a Lava Jato jamais teria chegado aonde chegou. Obrigado por continuarem conosco”, disse.

Nota de apoio ao PGR e à Força Tarefa Lava Jato

Associações que congregam 18 mil membros do Ministério Público endossam o trabalho do MPF

Brasília (24/08/2014) – A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), o Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG), a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), a Associação Nacional do Ministério Público Militar (ANMPM), a Associação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (AMPDFT), entidades que congregam 18 mil membros e representam todo o Ministério Público brasileiro, vêm a público, uma vez mais, apoiar os excepcionais esforços e trabalho do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e da Força-Tarefa Lava Jato, no combate à corrupção.

O Ministério Público tem entre suas missões a defesa da ordem jurídica, da Constituição e do patrimônio público. Nos últimos dois anos, o Brasil assiste a um exemplar exercício desta atividade, com o desenrolar do caso Lava Jato. Coordenando esforços que incorporam também a Polícia Federal, Receita Federal e órgãos de controle e investigação, o Ministério Público Federal, em Curitiba (PR) e em Brasília (DF), desvendou e vem levando com sucesso ao Poder Judiciário o maior esquema de corrupção já descoberto no País.

A atuação do Ministério Público na Lava Jato tem sido técnica, completa, e, acima de tudo, republicana, avançando sempre em busca da elucidação dos fatos, sem escolher e sem evitar o envolvimento de quem quer que seja. O Brasil, com a força desse trabalho, um exemplo do que faz o Ministério Público de todo País, acredita mais e mais em vencer a impunidade.

Neste caminho, interesses poderosos sem dúvida são contrariados, paradigmas negativos são quebrados, e soam no ar muitas vezes as injustiças contra os investigadores. À falta de argumentos sólidos, são lançadas à Lava Jato e ao PGR diretivas vagas e acusações vazias de pretensos abusos que raramente são especificados e que não são confirmados por qualquer instância do Poder Judiciário. Está a luz de todos que o trabalho na Lava Jato, em todas suas instâncias, é impessoal e abnegado, e distribuído por diversos órgãos do Estado, sempre em busca da Justiça.

A partir de reportagem pobre em verdade, acusações vãs de vazamento criminoso e mal intencionado por parte dos investigadores foram afirmadas, quando foi agora esclarecido que a informação em questão sequer esteve em poder do Ministério Público. Que este caso de conclusões apressadas e anteriores a qualquer investigação fique como alerta para a opinião pública: o Ministério Público no caso Lava Jato – do Procurador-Geral da República e equipe, aos Procuradores de Curitiba – jamais usaria ou usou de semelhantes e ilegais expedientes. Assim é, pelo elevado grau de princípios éticos e profissionais que abraçam, característicos de toda atividade ministerial, e assim está cotidianamente provado pelos seguidos sucessos nos processos em juízo, mesmo diante das mais bem preparadas defesas do País.

Se existentes fossem os abusos que desejam imputar ao Minisitério Público, diante de tão qualificado contraditório, já há muito estariam revelados.

Sem fato concreto algum, resta apenas a acusação vaga e vazia, que jamais prosperará, pela absoluta falta de fundamento ou de verdade.

O Procurador-Geral da República e os Procuradores da República que compõem a Força Tarefa da Lava Jato, pela força da qualidade de seu trabalho, contam com o apoio de todo o Ministério Público brasileiro, unido e sereno, em sua missão constitucional.

 

José Robalinho Cavalcanti

Presidente da ANPR

Rinaldo Reis Lima

Presidente do CNPG

Ângelo Fabiano Farias da Costa

Presidente da ANPT

Norma Angélica Cavalcanti

Presidente da CONAMP

Elísio Teixeira Lima Neto

Presidente da AMPDFT

Giovanni Rattacaso

Presidente da ANMPM

AMB repudia ataques à magistratura proferidos pelo ministro do STF, Gilmar Mendes

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) repudia as declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de que as instituições do Poder Judiciário se aproveitam da autonomia administrativa e financeira para fazer “seu pequeno assalto”.

O Judiciário vem sendo atacado e desrespeitado por uma série de iniciativas que visam a enfraquecer a magistratura. O questionamento sobre seus vencimentos é uma consequência desse movimento, uma vez que coloca em dúvida a recomposição parcial dos subsídios, já prevista na Lei Orçamentária de 2016, cuja aprovação se arrasta desde julho de 2015, quando o STF enviou a proposta ao Congresso Nacional.

A AMB considera inadmissível qualquer ataque vindo de autoridades e instituições ligadas ou não ao Poder Judiciário. Não serão aceitas manifestações deselegantes e afrontosas, ainda mais feitas por integrantes do Judiciário que não iniciaram carreira na primeira instância, em comarcas de difícil acesso e sujeitas a toda série de limitações, inclusive a terem seus foros incendiados, como ocorreu há poucos dias em Goiatuba, no interior de Goiás.

Além disso, o ministro esqueceu de dizer que os magistrados possuem limitações legais e constitucionais a que não estão sujeitas outras carreiras do Estado, estando impedidos de ter outras fontes de renda além da remuneração pelo exercício dos seus cargos, que somente pode ser complementada com a dedicação dentro das salas de aula.

É lamentável que um ministro do STF, em período de grave crise no País, milite contra as investigações da Operação Lava Jato, com a intenção de decretar o seu fim, e utilize como pauta a remuneração da magistratura. O ministro defende financiamento empresarial de campanha e busca descredibilizar as propostas anticorrupção que tramitam no Congresso Nacional, ao invés de colaborar para o seu aprimoramento.

Sustentamos outro conceito de magistratura, que não antecipa julgamento de processo, que não adota orientação partidária, que não exerce atividades empresariais, que respeita as instituições e, principalmente, que recebe somente remuneração oriunda do Estado, acrescida da única exceção legal da função do magistério.

Dessa forma, a AMB repudia que autoridades se aproveitem de um momento tão fundamental para a democracia para buscar espaço midiático, desrespeitando as instituições. A entidade reforça que é fundamental, cada vez mais, fortalecer o Judiciário como um órgão que tem atuado fortemente a favor do cidadão brasileiro, prezando sua autonomia e independência funcional.

João Ricardo Costa – Presidente da AMB

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

21 Comentários

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  1. A briga entre duas facções criminosas.

    A guerra de Mendes com o MP é com Moro

    POR  · 24/08/2016

     

    tamancas

    Nunca antes na história da Lava Jato fragilizou-se tanto a posição do Ministério Público.

    Dificilmente Rodrigo Janot poderá se manter na posição assumida ontem de, simplesmente, por fim à delação da OAS e fingir que nada aconteceu.

    Marcelo Auler, em seu blog, mostra o mar de contradições entre os vazamentos que “valem” e os que “não valem”.

    Eu penso que, embora esteja claro que o “vazamento” – e o vazamento de “nada”, afinal – não tem importância alguma, essencial é o jogo de poder que o motivou.

    Está claro até para as pedras da calçada que sua origem é o MP e um desafio a Tóffoli.

    O problema é que Tóffoli não é apenas um ministro do Supremo, é o segundo voto de Gilmar Mendes,  e Gilmar sabe que o poder se defende com unhas, dentes e ousadia.

    E, do outro lado, o Ministério Público não é só o o Procurador Geral Janot, mas a Força-Tarefa de Curitiba e, mais importante, aquele de quem ela é um apêndice: Sérgio Moro.

    Foi ele o mais diretamente atingido pelos pontapés de Mendes, porque é o mentor de fato das tais “10 medidas contra a corrupção” que o ministro diz terem saído da cabeça de um “cretino absoluto”.

    Moro é o personagem símbolo destas propostas e se tornou seu patrocinador com sua ida à comissão da Câmara para defendê-las.

    Gilmar Mendes não está subindo o tom sem ter certeza de apoio no STF.

    Pode ter sido o sinal de que “acabou a brincadeira”, pois o objetivo do golpe foi alcançado.

    A Lava Jato, agora, é que não vem ao caso.

     

  2. Não lí o texto todo, parei na

    Não lí o texto todo, parei na leitura da nota – mais do mesmo espirito de porco – mas chamou minha atenção a citação de Marco Aurélio Melo como Ex ministro. Isso procede? quando deixou o STF? Já fez 75?

  3. Essa é a piada do dia!

    “Dessa forma, a AMB repudia que autoridades se aproveitem de um momento tão fundamental para a democracia para buscar espaço midiático, desrespeitando as instituições. A entidade reforça que é fundamental, cada vez mais, fortalecer o Judiciário como um órgão que tem atuado fortemente a favor do cidadão brasileiro, prezando sua autonomia e independência funcional.”

    1. cobra engolindo cobra.

      O poder faz isso com os fracos. Primeiro cega. Depois da sede de poder. Depois da fome e ai…é cobra engolindo cobra.

      1. Gilmar/Lava

        Gilmar/Lava Jato/Procuradoria, quem é o mocinho e quem sào os bandidos? Difícil, não?

        Aposto que é, só um joguinho a mais p ferrar o PT. Uns 10 joguinhos a mais ou 02 a menos, qual a diferenca? Os fins justiicam os meios, tem q ferrar aqueles pobretoes, sem pedigree, q se atreveu a andar pelos palácios de Brasília.

  4. Hipócritas, Cínicos…

    Claramente, o presidente da AMB ataca o ministro Gilmar Mendes quando afirma:

    “Sustentamos outro conceito de magistratura, que não antecipa julgamento de processo, que não adota orientação partidária, que não exerce atividades empresariais, que respeita as instituições e, principalmente, que recebe somente remuneração oriunda do Estado, acrescida da única exceção legal da função do magistério.”

    Porém, se todos essas irregularidades de Gilmar Mendes, incompatíveis com a magistratura,  são do conhecimento da AMB, porque essa associação não entra no Senado com um pedido de impeachment de Gilmar Mendes ?

    Estou de saco cheio de tanto cinismo e hipocrisia !!!

    1. Caro Marco, quando se trata

      Caro Marco, quando se trata de “irregularidades”, a AMB, assim como qualquer outra associação de integrantes do judiciário, não quer nem que se fale nisso. Eles estão aborrecidos (ou preocupadíssimos) é que se comece a rebuscar sobre ilegalidades, desmandos, safadezas, mutretas… qualquer tipo de imundície, porque eles são o exemplo mais caro (sobre qualquer conotação para esta palavra) do que tudo isso seja.

      O maior mal do Brasil é, disparado, a Justiça! 

      Em todos os tipos e níveis de sua atuação.

  5. O Brasil está inteiramente

    O Brasil está inteiramente nas mãos de procuradores concurseiros. Jamais imaginei que algum dia chegaria o Brasil a uma queda dessa magnitude.

  6. O Brasil está inteiramente

    O Brasil está inteiramente nas mãos de procuradores concurseiros. Jamais imaginei que algum dia chegaria o Brasil a uma queda dessa magnitude.

  7. ”São vagas”  e

    ”São vagas”  e rasteiras.

    Mas eu me divirto mesmo é com M A M .

    Ele não difenrecia o certo do errado.

      Ele é apenas do contra.

    Pouco importa quem tem razão, o lado dele SEMPRE é o oposto.

    E tbm não se incomoda em perder de 10x 1,

    Hoje mesmo declarou em algum  jornal : ”Se a PGR barrou a delaçã,. Moro pode assumir ”

     Logo ele que foi contra delação desde o início.—mesmo sendo lei assinada por Dilma.

       M A M  é uma figuraça !

     

  8. Para procuradores, acusações de Gilmar contra Lava Jato

    A grossa maioria da população brasileira é contra a corrupção, sem dúvida.

    Igualmente apoiam todas as operações que buscam reduzir e constranger judicialmente os corruptos e corruptores.

    Entretanto estranhamos a até agora insuperável dificuldade de indiciarem e fazerem inquéritos consistentes contra os tucanos. Impossível acreditar que a roubalheira que vitimou a Petrobras tenha início no governo Lula. Delações há que vazaram mas não tem seguimento.

    Ademais, também a explicar a apropriação de percentual dos valores recuperados por parte do grupo, dito para atender despesas da operação, como se recursos oficiais não houvessem, ao arrepio da legislação vigente.

    Ainda o denodo com que atacam o ex-presidente Lula quando não encontraram ao longo de mais de 2 ANOS qualquer prova que o incrimine, salvo a narrativa inicial que, dizem, definiu o culpado e partiram em busca do crime.

    Mais a dizer quanto as incursões extra-legais nos vazamentos seletivos, constrangimento de  possíveis delatores, divulgação de gravações ilegais com avanço nas prerrogativas do STF.

    Sem falar no descuidado trato com grandes empresas nacionais ameaçando suas operações. As empresas não são corruptas, salvo as mafiosas; constranjam os corruptores/corruptos que as administram sem pretender tirar as empresas de suas operações a que se dedicam.

    Combate à corrupção sim, PARCIALIDADE NÃO.

    Combate à corrupção sim, CONDUTAS FORA DO MARCO LEGAL NÃO.

    E, por fim, não nos tirem para bobos.

  9. Obstrução da justiça

    Acho que seria o caso de MPF indiciar o Gilmar Mendes por tentativa de obstrução da justiça. Quando o dignissimo ministro fala fora dos autos, usa, como cidadão, todo seu peso politico e de autoridade para constranger a turma da Lava Jato. E,  se der, poe o Janot também nesse indiciamento.

  10. Em sua página oficial, Delton

    Em sua página oficial, Delton Dallagnol agradeceu a manifestação das entidades de classe e pediu o engajamento da sociedade em favor da Lava Jato. “Sem o apoio da sociedade brasileira, a Lava Jato jamais teria chegado aonde chegou. Obrigado por continuarem conosco”

    Tadinho, ele acha que a Vaza Jato vai além do golpe do impeachment, ou é um inocente util, ou é um imbecil ou então faz parte da patota e ta fazendo só jogo de cena, prefiro acreditar que é um inocente util.

  11. Prejuízos, muitos!
    NÓS CONHECEMOS A LÍNGUA QUE ELES ENTENDERÃO: PREJUÍZOS, MUITOS> https://gustavohorta.wordpress.com/2016/03/29/nos-conhecemos-a-lingua-que-eles-entenderao-prejuizos-muitos/ Desde menino ouvi dizer, e aprendi, que chapéu de trouxa é marreta. Que se dormir distraído, pode acordar com um pé de mesa… E a cada dia mais isto se confirma, Olha só. Naquele antro da quadrilha que costumamos chamar de congresso, as coisas acontecem de uma forma muito diferente e complexa. Pode-se dizer, em mais um eufemismo, peculiar. Ali estão os caras que fazem a leis. [ 414 more words ] https://gustavohorta.wordpress.com/2016/08/23/apaporra-saporra

     

  12. O que dizer?

    O que dizer sobre esse cenário ridículo protagonizado por funcionários públicos que fizeram uso de seus respectivos cargos pra promoveram um golpe? Creio que nem na República Velha tivemos cenas tão dantescas, cenas dígnas de nações falidas do explorado continente africano. Diria mais, cenas de prostíbulos. Pobre Brasil.

  13. Agora VALE TUDO!
    A Carta

    Agora VALE TUDO!

    A Carta Magna FOI RASGADA NUMA MENTIRA ESCANDALOSA sob as benções do Supremo Tribunal Federal…

    Estamos num salve-se quem puder…

    Quem vai respeitar quem?

    Quem tem autoridade moral para forçar o quê?

    Só na base da força bruta…

  14. Marco Aurélio, EX-MINISTRO???

    A coisa tá pior do que eu pensava!

    Este post afirma que Marco Aurélio Melo (Mello?) é ex-ministro do STF!

    Caiu e eu nem fiquei sabendo?  Caiu antes da Dilma?

    Tanta gente torcendo pro Gilmar cair e caiu o Marco Aurélio?

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