Sem foro, Dallagnol deverá esclarecer relação com procurador que acusa Tacla Duran

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Juiz Eduardo Appio determinou o depoimento do agora ex-deputado para ver relação com acusador

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Agora sem foro privilegiado, Deltan Dallagnol deverá prestar depoimento no processo que envolve o advogado Rodrigo Tacla Duran. A determinação foi do juiz federal Eduardo Appio, que comanda os processos da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba.

A razão é uma declaração de Duran de que o atual procurador responsável pela acusação do advogado, Walter José Mathias Junior, tem relação de proximidade com Dallagnol.

Em audiência à Vara Federal de Curitiba, Mathias Junior reconheceu o vínculo de amizade com Dallagnol. Tacla Duran, por outro lado, fez diversas acusações contra o ex-procurador da Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro.

Assim, caso confirmada a relação do atual procurador Walter José Mathias Junior com Deltan Dallagnol, o investigador deveria ser afastado da apuração e considerado suspeito.

Por essa razão, Appio pediu um depoimento de Dallagnol, diretamente na primeira instância, uma vez que o ex-procurador e agora ex-deputado perdeu o foro privilegiado.

“Ainda que Rodrigo Tacla Duran faça referência direta à audiência realizada neste Juízo Federal, durante a qual o Exmo. Sr. Procurador da República reconheceu vínculos de convivência pessoal do o ex-procurador Deltan Dallagnol, considero que a prova produzida até o momento deve ser complementada pela oitiva da testemunha referida, a qual deve esclarecer se mantém vínculo de amizade pessoal e íntima com o Exmo. Sr. Procurador da República requerido”, escreveu Appio.

O depoimento de Dallagnol deverá ser prestado no dia 19 de junho, de forma presencial.

Acesse a íntegra da decisão de Appio:

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. Ao contrário do que disse a Folha de São Paulo o ex-deputadoDeltan Dallagnol não foi vítima do punitivismo e sim do ódio que a imprensa devota ao PT. Se a mídia não tivesse elevado esse Zé Roela à condição de herói fazendo-o acreditar que poderia praticar qualquer tipo de ilegalidade, ele não teria cometido os abusos que cometeu e ainda estaria no MPF cumprindo as funções de procurador. Deltan Dallagnol foi abduzido pela popularidade artificial midiática que ganhou e ficou tão viciado nela que passou a acreditar que era um líder político de expressão nacional capaz de subjugar o Congresso Nacional e o Judiciário. O tombo que ele levou foi merecido. Se tiver algum juízo Deltan aceitará a decisão justa que recebeu e processará os veículos de comunicação que o utilizaram e o descartaram na lata do lixo.

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