STF arquiva citação de Randolfe na Lava Jato

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Da Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal decidiu arquivar a citação do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) no depoimento de Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, delator da Operação Lava Jato. Ceará era o encarregado de transportar dinheiro enviado pelo doleiro Alberto Youssef – também colaborador nas investigações – a políticos e funcionários públicos que recebiam propina e declarou ter ouvido do doleiro que o senador havia recebido dele um repasse de R$ 200 mil.

Após Youssef negar o pagamento a Randolfe e dizer que não conhecia o senador, a sub-procuradora da República, Ela Wieko, que atuava como procuradora-geral em exercício, pediu ao STF o arquivamento desse trecho do depoimento de Ceará. Randolfe Rodrigues comemorou a notícia, mas disse que ela poderia ter saído antes. “Desde novembro tinha o pedido de arquivamento e desde setembro o Youssef tinha desqualificado essa informação”, afirmou o líder da Rede.

O despacho determinando o arquivamento foi feito pelo ministro Teori Zavaski, que é o responsável pelas investigações sobre o envolvimento de parlamentares nos casos de corrupção e desvio de dinheiro relacionados à Operação Lava Jato. Teori considerou a alegação de Wieko de que as alegações de Ceará foram feitas em caráter indireto – por ele ter “ouvido dizer” que o senador recebeu o dinheiro – e de que ele não forneceu dados que pudessem levar a uma checagem minuciosa dos fatos relatados.

Para Randolfe Rodrigues, a citação de seu nome no depoimento de Ceará foi plantada. O senador disse que pretende interpelar Ceará sobre isso, tão logo o Congresso volte do recesso parlamentar, para esclarecer de quem ele teria ouvido tal informação sobre o pagamento de propina.

“Eu não tenho dúvidas de que os mesmos que tentaram me intimidar para não representar contra Delcídio do Amaral (PT-MS) no Conselho de Ética [do Senado] são os que estão por trás dessa falsa denúncia. Essa história foi plantada, mais uma vez com o objetivo de me retaliar e intimidar. O que eles querem é fazer parecer que todos são iguais no Congresso”, afirmou.

No fim de 2015, após representar contra o ex-líder do governo Delcídio do Amaral no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar, Randolfe passou a investigado no mesmo conselho. O presidente do colegiado, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), acatou uma denúncia de 2013 contra o líder da Rede e a denúncia dele contra Amaral. Na ocasião, Randolfe acusou João Alberto de ter tentado intimidá-lo e de ter feito ameaças sobre a abertura do processo, caso ele fizesse a representação.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

11 Comentários

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  1. Pode ter arquivado. Mas já vi

    Pode ter arquivado. Mas já vi outras denúncias contra esse senador que atua em conjunto com o Dem e o Psdb. E pelo jeito culpado mesmo é só o Vaccari por ter recebido dinheiro legal que o dono da UTC diz ser ilegal. Amanhã sai o  arquivamento da denúncia contra o Aécio. Viva o Brasil e seu judiciário militante.

    1. É Rede, mas não é Verde

      Mandaram Youssef corrigir a mancada do Ceará…

      Esse é linha auxiliar da Direita, então não vem ao caso…

      É Rede, mas não é Verde em negócios escuros. Ele tinha uma denúncia de dinheiro ilegal de campanha, com provas de recibos constando neles até a sua assinatura, mas foi arquivado pelo Gurgel. Se não me engano, o dinheiro era do esquema do Carlinhos Cachoeira (não estou bem lembrado, pois é tanta maracutaia).

    2. Randolfe é o maior defensor

      Randolfe é o maior defensor dos interesses corporativos dos procuradores do Ministério Público Federal no Senado.

      Se vc tiver interesse, dê uma olhada no twitter dos procuradores Helio Telho e Monique Chequer. Já estavam defendendo Randolfe desde que o nome dele apareceu na delação.

      Super comum, né, procurador defender senador assim publicamente…

       

  2. Se a denúncia contra o Aécio

    Se a denúncia contra o Aécio for arquivada, aí já está na hora de pensar em impedimento de PGR e ministros do STF.

  3. Um bode justificatório.

    Os leitores devem conhecer o termo bode expiatório, mas no caso , se mais uma vez a acusação a Aécio for arquivada eu chegarei a conclusão que  Randolfe foi um bode justificatório. Isto é vão usar o arquivamento do caso de Randolfe como jusitificava para o arquivamento  dos outros.

  4. Caberia ao STF tomar decisões

    Caberia ao STF tomar decisões drásticas quanto ao vasamento dessas investigações, para que doravante cessassem essas denúncias vazias contra quem quer que seja. Por que essa lentidão toda para dizer que houve alegação indireta, se alegações do mesmo gênero tem sido uma constante entre esses bandidos delatores? 

  5. Estão abrindo caminho para

    Estão abrindo caminho para que o Aécio tenha o mesmo destino.

    Esse tal de Ceará também entregou uma merreca de 300mil ao Aécio.

  6. Quanta bandeira !!!

    Ceará transportava grana, muita grana, para os clientes de Youssef. Achei o depoimento dele aí:

    http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/wp-content/uploads/sites/41/2016/01/DELACAO-CEARA.pdf

    Sobre Randolfe, Ceará NÃO fez nenhuma entrega, apenas OUVIU de Youssef que o senador recebera 200 mil reais. Agora, essa história de que a afirmação foi ‘plantada’ não bate com o fato de que Ceará deveras citou o nome de Randolfe.

    Sobre Aécio Neves, Ceará AFIRMA ter feito entrega de 300 mil para um certo Miranda, da UTC, o qual teria revelado ser o senador o destinatário do dinheiro.

    Pelos depoimentos, é realmente espantoso como Youssef, Deus e o Mundo dão com a língua nos dentes para um simples entregador.

    Em suma, eu jamais lavaria meus tostões com essa gente danada de indiscreta. Que o Ministério Público fique sabendo disso de uma vez por todas.

     

  7. Protegido pela mídia

    A tática usada por jornais e revistas para esconder a denúncia contra Aécio.
    Por Paulo Nogueira
    Postado em 04 jan 2016

    Protegido pela mídia

    Protegido pela mídia

    Você conhece.

    Certos jogadores de futebol fingem ir para uma dividida, mas na verdade correm numa velocidade calculada para não chegar à bola e, portanto, não arriscar a canela. As aparências ficam resguardadas.

    Marcelinho Carioca era um mestre nisso.

    É mais ou menos esta a tática que a grande imprensa utiliza para cobrir, ou fingir cobrir, assuntos delicados de seus protegidos.

    Muitos leitores não percebem.

    Um caso típico foi a denúncia segundo a qual Aécio recebeu propina de uma empreiteira.

    Jornais e revistas fingiram cobrir.

    Você faz o seguinte: dá num lugar de pouco destaque, ou nenhum. E depois simplesmente esquece. Não há nenhum empenho em realmente investigar o assunto.

    Compare, agora, com o que acontece quando a denúncia recai sobre alguém de quem a mídia não gosta, como Lula. O assunto demora uma eternidade para sair das páginas dos jornais, alimentado por supostas novidades, frequentemente não comprovadas.

    Um exemplo disso é o “Amigo do Lula”, uma cobertura que já se tornou piada nas redes sociais, tais os disparates editoriais associados a ela.

    Lula, na ótica das companhias jornalísticas, é para matar. Aécio, para ser protegido.

    A Folha deu discretamente, quase que envergonhadamente, a acusação contra Aécio.

    O que ela fez depois para avançar na história? O acusador era um certo Ceará. Se tivesse qualquer intenção de fazer jornalismo, a primeira coisa que a Folha teria feito, em seguida, era um perfil sobre Ceará.

    Exige algum esforço. Não é uma informação que a PF vaza ao repórter num telefonema. Mais importante: demanda o mínimo de imparcialidade.

    A repercussão dos demais jornais seguiu o mesmo caminho da Folha. Poucas linhas escondidas, e num período em que poucos leem jornais, o final do ano, e depois nada.

    Fim de história.

    Como o jogador que finge não fugir da dividida, os jornais fingem não fugir da notícia indigesta. Mas tudo não passa disso: fingimento.

    Trabalhei muitos anos em redações das grandes empresas jornalísticas e sei muito bem como se destaca ou como se esconde uma notícia.

    A internet vem desmascarando esse tipo de trapaça jornalística, mas os donos de jornais e revistas e seus editores parecem não ter se dado conta disso. E continuam em sua simulação enganosa, como nos velhos tempo em que monopolizavam as informações e as opiniões como se fossem isentos.

    É como se, no futebol, uma nova tecnologia mostrasse com clareza a velocidade reduzida de um jogador perante uma dividida em que ele não queira chegar.

    O truque acabaria. Mais canelas seriam arriscadas, ainda que contra a vontade de certos craques.

    No jornalismo, a internet é esta nova tecnologia que aponta casos em que a imprensa finge cobrir, como a propina alegadamente passada a Aécio.

    Mas mesmo assim jornais e revistas continuam a tentar enganar as pessoas. Você não pode enganar todas as pessoas o tempo todo, como diz a célebre sentença política.

    Mas a imprensa brasileira, em sua obtusa ignorância, acha que, sim, pode. O drama, para ela, é que é cada vez menor o número de pessoas que fingem acreditar no noticiário

  8. Literatura Jurídica…

    da Weber.

    é assim. Devem achar que todos são idiotas pra não ver a jogada qual é:

    Inocentar também o Homem Bom Aécio Neves usando o mesmo argumento, e mandar queimar a 1000 graus tudo que cite o nome dele nos autos.

    Nosso judiciário (federal notadamente) não é apenas tucano, é sobretudo canalha.

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