STF abre mais inquéritos para apurar “autores intelectuais” dos atos golpistas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Alexandre de Moraes determinou a abertura de mais 6 inquéritos dos atos golpistas de 8 de janeiro

Resultados dos atos golpistas de 8 de janeiro – Foto: Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de mais 6 inquéritos para apurar os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. Os pedidos partiram da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Três dos inquéritos abertos nesta segunda fazem uma divisão entre três perfis de criminosos que atuaram na invasão, tentativa de golpe e depredação das sedes dos Poderes da República: os que participaram dos atos e cometeram os crimes no dia 8, os financiadores e os “autores intelectuais”.

Na investigação dos financiadores, a Advocacia-Geral da União e a Polícia Federal já identificaram 52 pessoas e 7 empresas que pagaram os transportes e comboio de automóveis que levaram bolsonaristas de cidades de todo o país à Brasília.

Também na semana passada, a PF identificou mais 8 pessoas que teriam atuado como lideranças nos atos do dia 8, realizando a prisão preventiva e também 16 buscas e apreensões.

Entretanto, as investigações querem avançar, também, nos “autores intelectuais”, ou seja, aqueles que planejaram, minuciosamente, os ataques, desde a logística dos veículos junto ao acampamento no Distrito Federal, a preparação de equipamentos e proteções para a depredação dos prédios, a comunicação entre os grupos, etc.

Além disso, 3 inquéritos foram abertos para investigar, individualmente, 3 deputados que estariam envolvidos na convocação dos golpistas.

O pedido da PGR menciona a apuração de 7 tipos de crimes envolvendo todos eles:golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa, terrorismo, ameaça, perseguição e incitação ao crime.

“Na data de 8 de janeiro de 2023, uma turba violenta e antidemocrática, insatisfeita com o resultado do pleito eleitoral de 2022, almejando a abolição do Estado Democrático de Direito e a deposição do governo legitimamente constituído, avançou contra a sede dos três Poderes da República, exigindo célere e enérgica resposta estatal”, traz a PGR.

E Moraes acatou ao pedido. No Supremo, também já tramitava o inquérito que investiga a conduta do então governador Ibaneis Rocha (MDB) e de seu secretário de Segurança Pública no Distrito Federal, Anderson Torres, ex-ministro de Jair Bolsonaro, e toda a equipe de Torres.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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