105 anos do eterno Jorge Veiga

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Mara L. Baraúna

Jorge de Oliveira Veiga ( Rio de Janeiro, 14 de abril de 1910 – 29 de junho de 1979)

“Alô, alô, aviadores que cruzam os céus do Brasil. Aqui fala Jorge Veiga pela Rádio Nacional. Queiram dar os seus prefixos para a guia de nossas aeronaves.” Assim Jorge Veiga abria suas apresentações na Rádio Nacional.

Jorge nasceu no subúrbio carioca do Engenho de Dentro e teve infância de menino pobre, de pouco estudo, trabalhando como engraxate, vendedor de frutas e pirulitos.

Quando adulto, trabalhou como pintor de paredes e, ao cantar durante o serviço, o proprietário da casa comercial que estava pintando percebeu que ele tinha qualidades de cantor. O patrão conseguiu que ele cantasse num programa de calouros da Rádio Educadora do Brasil (PRB-7). 

Iniciou sua carreira artística apresentando-se em circos e pavilhões populares do Rio de Janeiro, e imitava Sílvio Caldas no programa Metrópolis, na Rádio Educadora, em 1934.

Em 1939, estreou em disco com a rancheira Adeus João acompanhado ao acordeom por Antenógenes Silva que era na verdade o titular do disco.

Em 1942,  quando atuava na Rádio Guanabara, conheceu Paulo Gracindo, de grande importância na sua carreira, dado este  depoimento: “Paulo Gracindo foi a luz que apareceu na minha vida. Me ensinou a cantar sempre sorrindo,  para dar mais leveza à  interpretação e divertir mais os ouvintes”. Dele recebeu a alcunha de “Caricaturista do Samba”.

Seu primeiro sucesso foi Iracema, de Raul Marques e Otolino Lopes, no carnaval de 1944.

https://www.youtube.com/watch?v=viiFfAKHUP4]

Foi famoso pelo samba de breque, samba de gafieira e pelas músicas de carnaval, e conhecido por interpretar com voz fanhosa, malemolência e sorriso fácil que o tornavam a perfeita tradução do malandro carioca metido a grã-fino da década de 50.

Muitos sucessos viriam ao longo dos anos 40, 50 e 60.

Em 1951, fugiu ao seu perfil de sambista e gravou o maracatu Pitiguari, de José Leocádio e José Pacheco e o baião, gênero da moda na época, Balança na rede, de Fernando Lobo e Paulo Soledade.

A partir de 1951, na Rádio Nacional,  ficou famoso pelo bordão criado por Floriano Faissal, com o qual iniciava seus programas: ” Alô, alô, senhores aviadores que cruzam os céus do Brasil, aqui fala Jorge Veiga, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Estações do interior, queiram dar os seus prefixos para guia de nossas aeronaves”.

Em  1953 Gravou sua primeira composição, o samba Boêmia, parceria com Zé Violão com o qual estreou na Copacabana.

Em 1954, gravou Hino da torcida do Flamengo, de Getúlio Macedo e Lourival  Faissal.

https://www.youtube.com/watch?v=gvSm8zey1as]

Em 1955, a marcha Tira essa mulher da minha frente, além de sucesso no carnaval, foi escolhida por um júri reunido no Teatro João Caetano como um das dez mais populares marchas do carnaval daquele ano.

No mesmo ano, o samba Café Soçaite, de Miguel Gustavo, fazia uma sátira a um café de mesmo nome, frequentado pela elite carioca, e ao colunismo social carioca dos anos 1950. O sucesso foi tamanho que Jorge Veiga gravou um LP somente com músicas que faziam referência ao Café Soçaite. Nessa mesma época, passou a andar somente de smoking.

Participou dos filmes Depois eu conto (1956), Rico ri à toa (1957) e Minervina vem aí (1959)

Em 1958, gravou outra música alusiva ao futebol, o samba Torcida organizada, de Gordurinha e Francisco Soares.        

Em 1959, Jorge alcançou seu maior sucesso com o samba Acertei no milhar, de Wilson Batista e Geraldo Pereira

https://www.youtube.com/watch?v=uVlJWQ9Hh-g]

Em 1961, lançou o LP A volta do sambista (Obrigado doutor)

Em 1964, seu grande sucesso no carnaval, Bigorrilho, de Paquito, Romeu Gentil e Sebastião Gomes, tornou-se obrigatório em seus shows.

https://www.youtube.com/watch?v=m-QbGa6Gudk]

Em 1971, lançou o LP De Leve, com Cyro Monteiro. 

Em 1972, gravou o lundu Isto é bom, de Xisto Bahia, acompanhado por Canhoto, ao cavaquinho, José Menezes, ao bandolim, Dino e Meira, nos violões, Gilberto D’Ávila, no ritmo, e Lino, na tumbadora

https://www.youtube.com/watch?v=9pHkgDqzh58]

Em 1974, gravou com Roberto Paiva o LP Noel Rosa x Wilson Batista, dentro da série Temas e figuras da MPB, registrando a famosa polêmica entre os dois compositores.

Em 1978, ao lado de Clementina de Jesus, Cauby Peixoto, Fafá de Belém e Marlene, participou do LP O dinheiro na música popular, produzido pelo Banco do Brasil, como brinde de Natal.

Em 1979, a CBS lançou o LP O eterno Jorge Veiga, com um apanhado de seus sucessos, incluindo composições suas.

Faleceu no dia 29 de junho de 1979, de câncer, aos 69 anos.

Fontes:

Jorge Veiga na Rádio Batuta, por Carla Paes Leme 

Jorge Veiga no Dicionário Cravo Albin 

Jorge Veiga  no Estúdio F 

Eu quero é rosetar: marchinha censurada que causou até morte, por Luciano Hortencio 

Vídeos de Jorge Veiga

[video:https://www.youtube.com/watch?v=HEKMQ3zgXOM

[video:https://www.youtube.com/watch?v=-9O7_9jfVy0

Cena musical do filme Depois Eu Conto

[video:https://www.youtube.com/watch?v=rIX2h9N8AzU

Cena musical do filme Rico ri à toa

[video:https://www.youtube.com/watch?v=1-pIpUWASlI

Cena musical do filme Minervina vem aí

[video:https://www.youtube.com/watch?v=ig8ML2W1YRE

 

 

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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